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Discurso artístico e argumentação
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O presente trabalho foi realizado com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Agradeço ao CNPq, portanto, pela bolsa de Doutorado no país e por fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -Brasil (CAPES) -Código de Financiamento 001. Por esse motivo, agradeço à CAPES pela bolsa de Doutorado Sanduíche (PDSE/CAPES -2018/2019), a qual me permitiu realizar um estágio de seis meses na EHESS de Paris, França.
sobre poética sociológica) V. N. Voloshinov / M. M. Bakhtin I No estudo da literatura, o método sociológico tem sido aplicado quase que exclusivamente para tratar de questões históricas, enquanto permanece virtualmente intocado com relação aos problemas da assim chamada "poética teórica" -toda a área de enunciados envolvendo a forma artística e seus vários fatores, estilo, etc. Um ponto de vista falacioso, mas encontrável mesmo em alguns marxistas, entende que o método sociológico só se torna legítimo naquele ponto em que a forma poética adquire complexidade através do fator ideológico (o conteúdo) e começa a se desenvolver historicamente nas condições da realidade social externa. A forma em si e por si, de acordo com este ponto de vista, possui sua própria natureza e sistema de determinação de caráter não sociológico mas especificamente artístico. Tal visão contradiz fundamentalmente as bases primeiras do método marxista -seu monismo e sua historicidade. A conseqüência disso e de pontos de vista similares é que forma e conteúdo, teoria e história, são deixados separados. Mas não podemos descartar esta visão equivocada sem uma investigação mais detalhada; ela é muito característica de todo o estudo moderno das artes. O desenvolvimento mais patente e consistente do ponto de vista em questão apareceu recentemente num trabalho do professor P. N. Sakulin 1 . Sakulin distingue duas dimensões na literatura e sua história: a imanente e a causal. "O coração artístico" imanente da literatura possui estrutura especial e um direcionamento peculiar por si só; assim dotado, ele é capaz de desenvolvimento evolucionário autônomo, "por natureza". Mas no processo desse desenvolvimento, a literatura se torna sujeito da influência "causal" do meio social extra-artístico. Com o "coração imanente" da literatura, sua estrutura e evolução autônoma, o sociólogo não tem nada a fazer -tais tópicos caem na competência exclusiva da poética teórica e histórica e seus métodos especiais 2 . O método sociológico só pode estudar com sucesso a interação causal entre literatura e seu meio social extraartístico circundante. Além disso, a análise imanente (não sociológica) da essência da literatura, incluindo seu direcionamento autônomo, intrínseco, deve preceder a análise so-1 P. N. Sakulin, The sociological method in the study of literature (l921).
Pensando - Revista de Filosofia, 2013
Abstract: Literature, Art and Argumentative Discourse: Notes Towards a Contrast. Literature and art, on the one hand, and argumentative discourse on the other are usually placed opposite to each other, in such a way that to maximize the one is to minimize the other. Even more so if we restrict the relevant concepts to those of poetry and logic. When we try to contrast these fields of discourse, lists of distinctive, necessary and sufficient attributes-or even the notion of function-seem to be poor instruments to describe the role played by those concepts. We think here of what Wittgenstein liked to call rituals of a form of life-which one should describe more perspicuously in order to do justice to the suggested contrast, if prudence should preside over such opposition. This paper is a plea to this prudence. Resumo: Literatura e arte, por um lado, e discurso argumentativo, por outro, soem situar-se em campos opostos, de tal maneira que maximizar um é minimizar o outro. Mais ainda se restringimos os conceitos a poesia e lógica. Quando ensaiamos contrastar esses campos do discurso, listas de atributos distintivos necessários e suficientes, ou mesmo a noção de função, parecem recursos pobres para dar conta do papel que esses conceitos desempenham. Pensamos, com isso, no que Wittgenstein gostava de chamar de rituais de uma forma de vida-os quais haveria que descrever com mais perspicuidade para fazer justiça ao contraste sugerido, se quisermos ser mais prudentes com tal oposição. O texto é um chamado a essa prudência.
2020
This work presents an analysis of the discourse of artistic dissemination in stations on the “green line” (linha verde) of the Sao Paulo subway, in the region of Avenida Paulista. Based on institutional texts, on-site observations, photographic records and simulations from the perspective of passers-by, the discourse on art on the subway is made explicit. Art dissemination panels on the platform are analyzed, as well as subjects in transit. The theoretical perspective is that of Discourse Analysis, especially discursive studies about the city (ORLANDI [Org.], 2001a; ORLANDI, 2004, 2017) and studies of expographic texts (RIGAT, 2015). The stations are conceived as spaces of interpretation, sites of meaning (ORLANDI, 2004). We also observe the relationships between subjects and city spaces, in the tension between the real of the city and its institutional organization. The analyzes show different meanings linked to the transition spaces of the stations, according to the subjects' ...
Património em si mesmas, as imagens são também um meio para outros fins, com destaque para o conhecimento de realidades desaparecidas, outros patrimónios. Descritivas ou simbólicas, as imagens, designadamente as que representam espaços urbanos, são sempre insinuantes, veiculando como realidade olhares da realidade conduzidos por quem as produziu mas também por quem as vê, ainda que por vezes nem o seu criador, menos ainda o espectador, esteja consciente disso mesmo. Uma vez feitas ficam sujeitas aos perigos e ao fascínio da manipulação, o que pode ocorrer pelo contexto, pela truncagem, pela edição e montagem. O seu uso, qualquer que seja o âmbito da investigação é, por isso, um processo de descodificação, de identificação dos diferentes cruzamentos e níveis de leitura. Este texto reflete sobre o enorme potencial das imagens na investigação em patrimónios, sobretudo nas áreas da arquitetura e urbanismo: a imagem desenhada como fonte de conhecimento; o desenho como ferramenta de investigação.
2024
Este artigo objetiva examinar a inscrição da arte na linguagem com base em princípios da Teoria da Argumentação na Língua e no arcabouço teórico-metodológico da Teoria dos Blocos Semânticos. Para tanto, procura-se explicar como encadeamentos e aspectos argumentativos doxais, paradoxais e contextuais organizam a construção semântico- argumentativa de discursos artísticos. Pela análise de um poema e de uma crônica, mostra-se que a expressão artística tende a sugerir leituras mais profundas da realidade, visto que subverte padrões sistêmicos: atenua o estranhamento causado por um paradoxo e sugere que os sentidos contextual e paradoxal integrem o uso ordinário.
Seminario De Pesquisa Em Estudos Linguisticos, 2012
Discurso, literatura e ensino: análise e reflexão, 2015
Apresento uma reflexão acerca dos efeitos de argumentação produzidos no romance São Jorge dos Ilhéus, publicado em 1944, e que contribuem para a construção, no discurso ficcional literário de Jorge Amado, do que Pêcheux (1990 [1983]) chama de filiações sócio-históricas de identificação. Neste estudo do romance em perspectiva discursiva, apoiamo-nos em Balibar & Macherey (1974), para discutir a relação entre literatura e ideologia. Recorremos também a Amossy (2010), pois sua perspectiva de trabalho encoraja tanto os estudiosos do discurso a incorporar conceitos retórico-argumentativos a seus quadros teóricos quanto os da argumentação a questionar as posições idealistas e subjetivistas da linguagem que muitas vezes caracterizam a escrita e o fazer de teorias argumentativas de cariz formalista.
Letras, 2011
A retórica é o encontro dos homens e da linguagem na exposição das suas diferenças e das suas identidades (MEYER, 1998). resumo: Ao se interessar pela relação entre línguas-culturas e retórica, este trabalho aproxima domínios disciplinares heterogêneos, como o ensino-aprendizagem de línguas e a teoria da argumentação de Perelman e Olbrechts-Tyteca (2002). Inserida no entremeio destas disciplinas, esta pesquisa investiga a organização retórica em textos dissertativo-argumentativos produzidos em português do Brasil e em francês. Os resultados obtidos mostraram que a argumentação na sala aula se constituiu a partir do entrecruzamento da retórica cultural com a retórica escolar. Palavras-chave: Ensino de línguas. Argumentação. Retórica escolar. Retórica cultural.
Agradeço a Deus pelo dom da vida, por me guiar e iluminar a cada dia que passa e proporcionar momentos de aprendizado e desenvolvimentos tão valiosos. Aos meus pais por serem a base de tudo, que me proporcionaram educação, suporte, amor, carinho e compreensão em todos os momentos da minha vida, e em especial este momento. À Soraya, que aceitou me orientar neste trabalho e pesquisa, por toda formação e dedicação, por proporcionar novas visões e sentidos e que me ajudou a construir um sólido degrau no conhecimento acadêmico. Ao meu esposo Matheus, que foi meu porto seguro, me impulsionou e motivou todos os dias a fazer e concluir este trabalho, e que esteve ao meu lado desde o momento inicial desta pesquisa e até a conclusão dela. Aos meus colegas do grupo de estudo por todos os momentos de compartilhamento de conhecimento, pesquisa e vivência. Aos sujeitos-alunos desta pesquisa e aos professores e equipe pedagógica da escola que permitiram momentos de grande riqueza acadêmica e possibilitaram um corpus de pesquisa tão rico. Ao contrário, as cem existem. A criança é feita de cem. A criança tem cem mãos, cem pensamentos, cem modos de pensar, de jogar e de falar. Cem, sempre cem modos de escutar as maravilhas de amar. Cem alegrias para cantar e compreender. Cem mundos para descobrir. Cem mundos para inventar. Cem mundos para sonhar. A criança tem cem linguagens (e depois, cem, cem, cem), mas roubaram-lhe noventa e nove. A escola e a cultura separam-lhe a cabeça do corpo. Dizem-lhe: de pensar sem as mãos, de fazer sem a cabeça, de escutar e de não falar, de compreender sem alegrias, de amar e maravilhar-se só na Páscoa e no Natal. Dizem-lhe: de descobrir o mundo que já existe e, de cem, roubaram-lhe noventa e nove. Dizem-lhe: que o jogo e o trabalho, a realidade e a fantasia, a ciência e a imaginação, o céu e a terra, a razão e o sonho, são coisas que não estão juntas.
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Seminario De Pesquisa Em Estudos Linguisticos, 2012
Discurso e sujeito em movimento argumentativo: brincadeiras e arte em Portinari (Atena Editora), 2022
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