Academia.eduAcademia.edu

Entre a monotonia e a emergência da agrobiodiversidade alimentar

2020, Fiocruz Brasília

Abstract

O fato de o Brasil ser um dos países com a maior biodiversidade do mundo já não é novidade (FIORAVANTI, 2016). Contudo, saber que grande parte dessa biodiversidade pode ser utilizada na alimentação ainda gera espanto e estranhamento. Cará, araruta, jaracatiá, pequi e jatobá são alguns ingredientes provenientes da flora nativa, mas de conhecimento e de uso restrito à pequena parte da população. De fato, a alimentação das sociedades, consideradas modernas, é pobre em espécies e variedades de plantas utilizadas, mesmo nossos biomas brasileiros abrigarem milhares de espécies de plantas alimentícias. Situação semelhante à nossa ocorre no restante do mundo. Atualmente, somente vinte espécies vegetais fornecem 90% do alimento humano do planeta, sendo que apenas três delas-trigo, milho e arroz-fornecem mais da metade (WILSON, 2012). Além disso, a maior parte das plantas desenvolvidas para a alimentação humana teve origem em climas mais frios e se expandiu na maior parte do mundo também tropical, cultivadas em