Hortas Urbanas Comunitárias design e sociedade

Blucher Design Proceedings

Os interesses dos designers em relação às atividades de cultivo vêm se estreitando nos últimos anos, porém ainda de maneira esparsada e com registros escassos. A necessidade de intensificar as trocas com o meio ambiente no desenvolvimento de projetos tem sido notória. Nesta conversação pretendeu-se aproximar designers que já tenham experienciado, ou que se interessem em desenvolver projetos desta natureza, tendo como foco principal as Hortas Urbanas Comunitárias com seus desdobramentos. A conversação se propos a ser um espaço de discussão dos aspectos tangíveis e intangíveis no cotidiano de comunidades criativas de produção de horas urbanas. Palavras-chave: Hortas Urbanas Comunitárias; Cultivo de hortaliças; Vivências. Apresentação do tema; Nas hortas urbanas comunitárias nascem não apenas alimentos, mas também relações interpessoais com mais qualidade. São benefícios múltiplos emergentes de uma complexidade de questões materiais e imateriais, que se forem melhor compreendidas podem ser facilitadas com auxílio de algumas das ferramentas ou competências dos designers.

Provavelmente, a horta foi a primeira manifestação humana de produção em comunidade. Sabemos que, pelos achados arqueológicos de antigas civilizações, os moradores, das antigas cidades, tinham necessidade de alimentos que eram produzidos ao redor das muralhas. Desde aquela época compreendeu-se que, para obter certa eficiência e retorno pelo plantio do solo, seria preciso fertilizar o mesmo e realizar a rotação das culturas, variando, desta forma, a subtração dos tipos de minerais e outras substâncias nutritivas do solo, no mesmo período. Na idade média, esta atividade voltou a ter importância, quando o "Hortus conclusus", cuja tradução seria horta confinada, da qual derivou a palavra de horticultura, era desenvolvida, principalmente, pelos monges nos monastérios e pelos camponeses que se rebelavam contra os donos das terras, cultivando secretamente pequenas áreas.

Ana Flávia Borges Badue é mestra em Saúde Pública, gestora de projetos no Instituto Kairós e articuladora de políticas públicas de agroecologia, segurança alimentar e nutricional, educação ambiental e cultura de paz.

Cadernos de Agroecologia, 2018

Tema gerador: Agroecologia e Agriculturas Urbana e Periurbana Resumo O presente artigo visa demonstrar a experiência do Núcleo de Estudos em Agroecologia do Cerrado Mineiro (NACEM) na implantação de uma horta em uma casa de repouso para idosos na cidade de Monte Carmelo/MG. O projeto obteve fomento para sua realização através do Programa de Extensão Integração UFU/Comunidade (PEIC), que contribuiu com a instalação e manutenção da horta. As hortas urbanas recriam a noção da unidade cidade-campo e reinventam a multifuncionalidade da paisagem. Trabalhar em uma horta comunitária auxilia na integração entre membros de uma mesma comunidade, reduz o estresse da vida urbana, combate o sedentarismo. É uma maneira nobre de se utilizar espaços pouco aproveitados. A proposta teve por objetivo promover mudanças de valores, hábitos e mudanças de atitudes com plantio da horta e por meio da educação ambiental usando a sensibilização com a participação dos docentes e discentes da Universidade, comunidade, voluntários e os idosos, envolvidos na ação. Podemos constatar que o projeto obteve benefícios sociais e, econômicos de forma indireta, fazendo com que os alunos integrantes do núcleo interagissem com os idosos da casa de repouso. Foram realizadas atividades de inclusão dos idosos com a horta e também realizando o comércio da produção da horta para a comunidade, colaborando também com a qualidade da alimentação destes. Palavras-chave: Qualidade de vida; Alimento orgânico.

Comunidade Criativa: um estudo de caso sobre a Horta Comunitária do Parque do Martelo, 2018

This paper aims to analyze an urban initiative from the perspective of Design for Social Innovation and Sustainability, with the objective of understanding its interpersonal and institutional relations. The focus of the study is the community garden located at Parque do Martelo (Humaitá), in the city of Rio de Janeiro. The methodology includes a literature review, and a qualitative research study, conducted through participant observation and semi-structured interviews; the results were organized in the form of a Mental Map and a Map of Stakeholders. The results indicate that the community garden may contribute to the promotion of sustainability in the urban context, by means of a system of values and the mutually beneficial articulation of a network of local actors. The importance of interpersonal interactions to sustain the initiative was evidenced.

2017

Este estudo tem o objetivo de examinar o projeto de implantacao de Hortas Comunitarias promovido pela organizacao nao governamental Cidades Sem Fome, que busca promover a integracao social de grupos vulneraveis, utilizando como ferramenta a introducao da horticultura, visando contribuir efetivamente para a melhoria da alimentacao nas comunidades localizadas nas periferias dos grandes centros urbanos. Confrontando o projeto das hortas com o movimento da agroecologia para analisar como a acao esta interferindo nas perspectivas dos grupos envolvidos e nas politicas publicas sobre o uso do territorio na Regiao Metropolitana de Sao Paulo. E ainda, confrontando o projeto com o arcabouco teorico sobre desenvolvimento socioeconomico sustentavel, sob a egide do movimento da Economia Solidaria. A partir da revisao das informacoes sobre o uso dos espacos urbanos pela e para a comunidade na producao e consumo de alimentos orgânicos apos a implantacao das hortas, busca-se compreender as praticas...

Guaju

A procura de alternativas de instrumentos de desenvolvimento urbano sustentáveis em consonância com a resiliência das cidades tem vindo a ganhar expressão nas agendas internacionais. Nesta linha, este texto tem como objetivo mapear os principais usos e motivações dos hortelãos das hortas comunitárias do Município de Cascais, Portugal. Tendo por base a aplicação de doze entrevistas, identificou-se como uso geral a possibilidade de ter produtos frescos em casa. Quanto à motivação principal, destacam-se as relações comunitárias e familiares e o fortalecimento de laços sociais. A pesquisa contribui para informar políticas de hortas urbanas, no sentido de proporcionar uma maior participação dos munícipes visando a sustentabilidade comunitária.

Ensaios nas Ciências Agrárias e Ambientais 8, 2019

O design social e uma pratica voltada as necessidades sociais onde ha interesse na melhoria da qualidade de vida e inclusao social, abordando causas ambientais. O design grafico, articula imagens, textos, em diversos suportes e situacoes, sendo elemento essencial de promocao de causas, inclusive sociais. Este projeto teve como objetivo ressignificar o ambiente do Projeto Social Hortas Comunitarias de Caxias do Sul por meio do design grafico bem como identificar propostas de melhoria em design para o bem estar dos beneficiados e promocao do projeto para a populacao. O metodo abordado trata-se de uma pesquisa exploratoria, com levantamentos bibliograficos, documentais, fotograficos e de observacao. O processo de design ocorreu por meio da aplicacao de ferramentas propostas por Bonsiepe (1989), Lupton (2013), Wheeler (2012) e Peon (2009). Como resultado, o desenvolvimento de um sistema de identidade visual pode definir um novo olhar, tanto interno das equipes de trabalho como externo d...

2019

Orientadora: Prof.a Dra. Kátia Maria KasperDissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Exatas, Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e em Matemática. Defesa : Curitiba, 28/02/2019Inclui referências: p. 77-79Resumo: Esta pesquisa cartografa hortas urbanas e modos de vida minoritários na cidade de Curitiba. Os percursos que apresento aqui se construíram em campo, cartografando, entre solicitações constantes pelo cultivo de uma atenção outra para a cidade, para as hortas, para os modos de existência, para os autores e para a processualidade da pesquisa. Ao cartografar esses processos, passei a perambular pela cidade em busca de inutilidades, em busca da coexistência com os tropeços, com as incertezas. O que, também, alinhava esta escrita. Cultivo do olhar, desnaturalizando a cidade que eu-via e os caminhos pré-determinados das andanças cotidianas. Deparo-me com a cidade das sarjetas, com o inútil, com os cacos e as demolições, com várias cidad...