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Agradecimentos À Tânia, pela confiança, pela orientação e pelo exemplo profissional. Ao Sírio, referência acadêmica e ética. Ao Jonas pelo diálogo e apoio. Ao Ilari, à Inge, ao Raja pelas sugestões durante o curso. Aos professores que aceitaram participar da banca. Aos amigos queridos do IEL, pelo compartilhamento nesta jornada árdua:
Cadernos de Estudos Lingüísticos, 2024
Resumo: O objetivo deste texto é o de demonstrar como a mestiçagem pode ser reconhecida como uma ideia linguística nas produções de saberes linguísticos, como é o caso do conceito de brasileirismo apresentado por João Ribeiro no Diccionario Grammatical, publicado em 1889 e reeditado em anos posteriores. Para tanto, em um diálogo entre a História das Ideias Linguísticas e a Análise do Discurso, são descritas as condições de produção dos estudos linguísticos e sociais no Brasil neste período histórico, especialmente quando da publicação da terceira edição em 1906, com ênfase nas particularidades do naturalismo na produção intelectual brasileira (ALONSO, 2002; SCHWARCZ, 2015) e pelo paradigma naturalista dos estudos da linguagem proposto por Sylvain Auroux (2007). Em seguida, são apresentados os procedimentos analíticos (FOUCAULT, 2008) e a análise em si do verbete brasileirismo, apontando o aparecimento da mestiçagem como uma ideia linguística. Este texto se encerra com a reflexão de que a mestiçagem no contexto de publicação do Diccionario não se apresentava como uma solução homogeneizadora dos conflitos raciais e linguísticos do país, mas sim como uma marca ambivalente da originalidade do povo brasileiro e do fracasso de uma nação determinado pelas perspectivas positivistas daquele período. Palavras-chave: mestiçagem; história das ideias linguísticas; análise do discurso; brasileirismo
RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade
No presente trabalho objetiva-se apresentar o cruzamento entre expressões de origem africana e a língua portuguesa que culminou em um falar brasileiro, em um português do Brasil, estabelecido como uma de suas identidades culturais. Com o propósito de alcançar tal finalidade, expuseram-se conceitos em Linguística, especificamente selecionados com o assunto que se pretende explorar; e, em seguida, consideraram-se ideias sobre identidade cultural e exemplos dos cruzamentos linguísticos que ocorreram e que, em consequência, deram origem à herança linguística e identitária do Brasil. Utilizou-se, a fim de atingir o objetivo proposto, pesquisa documental e bibliográfica e análise de conteúdo para refletir sobre a mestiçagem linguística e cultural e as características únicas do falar brasileiro. Por fim, constatou-se que a relação entre as línguas de matriz africana e o português peninsular representaram/representam contributos fundamentais à formação da identidade brasileira.
Trabalhos em Linguística Aplicada, 2021
Abordar a temática da raça, neste momento, é de fundamental importância. Embora já tenhamos, no país, vários avanços históricos com relação a questões raciais, como, por exemplo, políticas públicas e políticas linguísticas que evidenciam a necessidade de trazer para o contexto brasileiro a questão da raça como central na elaboração dessas normativas, passamos por um período difícil, tanto nacional como internacionalmente. Por essa razão, demarcar esse espaço é necessário para que possamos garantir que reflexões críticas estejam presentes, já que "o racista numa cultura com racismo é por esta razão normal" (NASCIMENTO, 1978, p. 85 apud MILANEZ et al., 2019, p. 2165). Não existe história do Brasil sem racismo, principal motivador da escravização dos povos indígenas e africanos. A doença do racismo, essa espécie de epidemia global do racismo se originou na nossa separação da natureza, quando nós nos separamos da natureza a ponto de não compartilharmos mais com a natureza a riqueza da diferença. Quando se disse que a diferença é o outro, é a impossibilidade de aceitar a diferença, de aceitar o outro como diferença-isso gerou o que nós reconhecemos historicamente como racismo (KRENAK in MILANEZ et al., 2019, p. 2172). Mas a terminologia raça, que é construída e reconstruída dia a dia social, histórica, cultural e discursivamente, através das nossas relações sociais, ainda tem significado contestado, a tal ponto de "os trabalhos que mostram as consequências (e a continuação) dessa escravidão [receberem] pouca atenção" (MILANEZ, 2019, p. 2166), o que é muito grave, pois elas seguem entre nós de inúmeras formas. Eventos recentes, como, por exemplo, o assassinato de Mariele Franco, a morte, por sufocamento, de George Floyd nos Estados Unidos, do menino João Pedro, que foi deixado sozinho no elevador pela patroa, enquanto a mãe passeava com o cachorro da patroa e de João Alberto, que foi espancado até a morte dentro de um supermercado, bem como os inúmeros assassinatos dos Kaiowa e Guarani no Mato Grosso do Sul são motivados por racismo. Ou seja, se essas pessoas fossem brancas, o que ocorreu com elas não teria ocorrido. Sendo assim, falar sobre raça é afirmar enfaticamente que ela é um demarcador de corpos que permite às pessoas viver ou morrer. Essa questão do genocídio começa quando os europeus chegaram aqui e disseram: "Não são nada, nem são gente, nem são humanos, que não têm fé, porque não tem lei, porque não tem rei. Então são o que? São nada". Daí pra cortar a cabeça ou partir ao meio com um facão ou atravessar com uma bala não faz muita diferença, porque a morte já foi decretada, foi executada antes (GAMELA in MILANEZ et al., 2019, 2172).
Reescrevendo histórias do Brasil : conexões e dinâmicas internas no Centro-Norte (séculos XVIII e XIX), 2023
O entendimento do que é ser “brasileiro”, tal como o temos hoje, resultou de um processo que se iniciou ainda no século XVIII e que se consolidou ao longo do século XIX. Antes deste gentílico abrangente, indivíduos eram identificados por sua origem, ascendência e linhagem, marcadores “biológicos”, geográficos, sociais, culturais e, até mesmo, religiosos. Em sociedades escravistas e profundamente mestiçadas, como a da América portuguesa, as formas de identificação, distinção e hierarquização não pretenderam aglutinar diferentes, mas, ao contrário, mantê-los separados e devidamente classificados, desde a base até o topo da escala social. A humanidade era definida, naqueles tempos, como um conjunto de desiguais, que, naturalmente, ocupavam degraus inferiores e superiores da hierarquia social. Estas diversidades e distinções, havia séculos, vinham sendo submetidas a um léxico, que servia para nomear e para qualificar pessoas e grupos sociais, assim como territórios e formas de pensar e de viver de seus habitantes. E no Novo Mundo sob o domínio ibérico esse léxico se ampliou muito mais, recontando o passado das gentes que nasciam aí ou que chegavam de outras plagas, bem como definindo, ainda que parcialmente, o presente e até conduzindo o futuro deles. Em sociedades fortemente hierarquizadas, ainda que comportassem mobilidade notável, como foi o caso do Brasil, as categorias de identidade e de distinção desempenhavam também esse papel: o de “desenhar” parcela substancial da vida e das memórias das pessoas.
REVISTA PLURI, 2021
Ao comparar as convicções entre Octavio Domingues e Edgard Roquette-Pinto a respeito da eugenia, nota-se que ambos utilizavam a genética mendeliana para explicar o fenômeno da hereditariedade justificando a sua aplicação em prol da eugenia, diferentemente de outros eugenistas brasileiros. Sendo assim, tanto Domingues como Roquette-Pinto não aceitavam que caracteres adquiridos durante a vida fossem transmitidos hereditariamente. Domingues também acreditava que a educação era importante para uma boa formação dos cidadãos brasileiros, principalmente porque, por meio dela, o estudante aprenderia as leis da hereditariedade e a eugenia durante sua formação escolar.
Revista de Letras, 1996
Este trabalho visa tecer algumas considerações sobre a mestiçagem como elemento constituinte fundamental da identidade cultural da América Hispânica.
Perspectivas, 2013
Perspectivas, Braga/Évora, v. 10, p. 11-24, 2013. As áreas de História do Escravismo e de História das Mestiçagens vêm sendo aproximadas por historiadores do período colonial americano e do século XIX pós-independências americanas também e, cada vez, mais fica óbvia a importância da lingüística para esse campo de estudos. Mais especificamente, tem se tornado essencial a busca de significados emprestados a palavras, expressões e conceitos relativos ao mundo da escravidão (e de outras formas de trabalho compulsório, como a encomienda e a mita) e das mestiçagens surgido da fusão entre essas dimensões no universo ibero-afro-americano. O longo domínio da Península Ibérica pelos mouros e por muçulmanos de outras origens e a presença ibérica em várias partes da costa africana já provocavam o surgimento de vocabulário e significados específicos antes das conquistas americanas. Essa experiência, entretanto, foi exponencialmente alargada no Novo Mundo, sobretudo pela maciça presença dos nativos, os índios, nesse processo e pela introdução nas áreas coloniais de contingente muito numeroso de escravos africanos de várias procedências e culturas. No crisol americano, desde os primeiros tempos do encontro desses povos e dos europeus, as misturas biológicas e culturais foram intensas e não tardou surgir a primeira geração de mestiços, que foi gestada junto com novo léxico, que expressava, justamente, aquela nova realidade multifacetada, plural e mesclada. Um novo vocabulário para um mundo novo e para gente e culturas igualmente novas. Isso parece óbvio, mas a dimensão alcançada por essa nova realidade americana e o impacto planetário que ela gerou rapidamente (econômico, demográfico, político, biológico, cultural e, claro, lingüístico) ainda não são devidamente conhecidos, nem o léxico surgido daí. Tratá-lo no singular, malgrado o risco de perdermos parte da diversidade que o constituiu, é um esforço de não fragmentar essa história aos moldes do que hoje fazemos com relação à história da América, separada por nacionalismos que não existiram durante a maior parte do período aqui focado. É também uma forma de sublinhar certa unidade lexical compartilhada já na Península Ibérica por portugueses e castelhanos, tanto no que tange a grafia das palavras quanto no que se refere ao emprego delas, às idéias e aos valores a elas associados. Entretanto, desde já deve ficar claro que mesmo no seio dessa unidade dificilmente encontraram-se definições de aceitação geral e de uso completamente padronizado, o que foi uma constante também no universo americano. Nesta comunicação não tenho maior pretensão do que a de elencar alguns termos usados antes e depois das conquistas ibéricas no Novo Mundo para a partir deles problematizar a temática geral e demonstrar a importância que ela tem hoje para os estudos relativos à escravidão, às demais formas de trabalho forçado e às mestiçagens biológicas e culturais, dimensões fortemente conectadas na história americana.
Prometeus, 2020
A linguagem não precisa ser vista como um problema para enativistas radicais. A objeção do escopo usualmente apresentada para criticar explicações enativistas só representa um problema, se tivermos uma visão referencialista e representacionalista da natureza da linguagem. Apresentamos uma hipótese normativa para a grande questão do problema difícil do conteúdo, a saber, a respeito de como práticas linguísticas se desenvolvem de mentes sem conteúdo. Nós portamos conteúdo representacional quando dominamos relações inferenciais e dominamos relações inferenciais quando dominamos relações normativas, especialmente quando somos introduzidos em quadros de autorizações e proibições. Inspirados no antiintelectualismo do segundo Wittgenstein e no inferencialismo de Brandom, apresentamos a hipótese que a linguagem emerge da ação inferencialmente articulada a partir de elementos normativos e não da manipulação em estados mentais internos de conteúdos fixados pela referência a coisas externas.
Fado and Tango - tales about miscegenation
Verbete do "Dicionário crítico das ciências sociais dos países de fala oficial portuguesa".
e-Letras com Vida: Revista de Estudos Globais — Humanidades, Ciências e Artes, 2021
From an attempt to conceptualize art, supported by several theorists, emerges the observation of the interaction of its languages as a way to optimize the message. Art presents itself as a form of response to the situation of contemporary society without obliterating retroactive and prospective dimensions, advanced here through concrete examples focusing on post-colonialism.
Trabalhos em Linguística Aplicada, 2021
a crítica ao conceito de raça vem se prestando historicamente, não para fundamentar a construção de uma sociedade efetivamente igualitária do ponto de vista racial, e sim para nublar a percepção social sobre as práticas racialmente discriminatórias presentes" (CARNEIRO, 2019 [2002], p. 144). Na mesma direção, sob o prisma da linguagem, Olender (2012) aponta como a construção de ideais nacionalistas europeias do século XIX forjaram esse imaginário de unidade, com base na discussão sobre a genealogia do suposto povo original, através das "línguas do paraíso". Assim, para Renan (1859), língua era "como um espelho da alma do povo que a fala" (OLENDER, 2012, p. 78). Nesse sentido, os povos considerados "exóticos", que não tinham o "privilégio" de pertencer à providencial linhagem indo-europeia, seriam desprovidos de civilidade, de "espírito", e, portanto, a ninguém deveria interessar a língua que falavam. Deste modo, raça e língua, na Linguística, pelo menos desde há um século e meio, são elementos complementares para o entendimento de um povo e sua cultura, embora, tradicionalmente, se argumente em prol de uma falaciosa neutralidade racial. Tal correlação, notadamente presente no modelo histórico-comparativista da Filologia e da Linguística, é marcada pela influência da produção eugenista, por meio do darwinismo social (SACRAMENTO, 2020). Segundo Olender (2012, p. 81), [a]pesar de sua polissemia, o termo 'raça' assegurou durante o século XIX, um enquadramento explicativo que assumiu um status de norma, oferecendo, aos olhos de uma grande quantidade de autores, um sistema hierárquico que permitia esclarecer um sentido possível de história passada e vindoura da humanidade.
1. Em que a abordagem comportamentalista da aquisição linguageira difere abordagem lingüística, esta, vista na nossa última aula?2. Em que consiste a teoria comportamental da aquisição da linguagem?3. Quanto à imitação, como a abordagem lingüística e a abordagem comportamentalista avaliam esta habilidade nas crianças, durante a aquisição da linguagem?4. Nas frases em inglês citadas pela autora, como sendo as de uma filha (entre 4-6 anos), como devemos avaliar estas estruturas lingüísticas? Caracterizam uma imitação ou uma criatividade por parte das crianças? Por quê?5. Que técnicas comportamentalistas tem sido trabalhadas por terapeutas da linguagem para crianças especiais? São técnicas válidas também para o desenvolvimento da linguagem em crianças ditas normais? Por quê? QUESTÕES PARA DIA 22/1/2009 -SOBRE A TEORIA COGNITIVISTA DA AQUISIÇÃO (p.59-60) 1.Como Piaget explica o desenvolvimento da linguagem nas crianças?2. Como se caracteriza o estágio dito pré-simbólico ou pré-lingüístico?3. O que ocorre de diferencial quando as crianças chegam aos 18 meses de existência, segundo Piaget?4. Que postula Sinclair-deZwart sobre o desenvolvimento da linguagem nas crianças?5. Que postula Slobin sobre o desenvolvimento da linguagem nas crianças?6. Que postula P. Brown sobre o desenvolvimento da linguagem nas crianças?Atividades a serem produzidas e entregues ao professor:A. ARTIGO CIENTÍFICO -O aluno, de forma individual, deverá escrever um artigo, seguindo os padrões da normatização da ABNT, sobre o seguinte assunto: "Como lidar com os alunos de baixo rendimento leitor no ensino fundamental". O número de páginas fica a critério do grupo. Data limite de entrega: dia 28/01/2009B. AUTO-AVALIAÇÃO: Cada membro da equipe deverá fazer a auto-avaliação, apontando os pontos fracos e fortes da disciplina cursada, destacando, particularmente, a natureza da disciplina e a metodologia e conduta ético-profissional do professor Vicente Martins durante a ministração da disciplina. Data da entrega: 29/01/09C. ENCERRAMENTO DA DISCIPLINA: dia 5/2/2009 é a data prevista de
Texto Digital, 2012
Com o argumento de que todas as linguagens são híbridas, o escopo deste ensaio é propor, fundamentado na teoria das matrizes da linguagem e do pensamento, uma possível aplicação das matrizes sonora, visual e verbal na linguagem cinematográfica. Desta forma, serão examinadas duas sequências do filme A hora da estrela, de Suzana Amaral, baseado em obra homônima de Clarice Lispector.
Revista de Antropologia, 1999
Professor do Departanzento de Antropologia-USP RESUMO: Este artigo tem por objetivo traçar um cshoço tentativo das relações entre tennin ologias e atitudes convencionais entre os pov os indígenas do nordeste da Arnérica do Sul, região conhecida con10 "Gu iana" na literatura etnográfica recente. O exercício consiste cn1 dar a essas esferas dos sisternas ..... de parentesco o n1csn10 tratarnento que Lévi-Straus s concedeu às f orn1as variantes de u1n n1ito. PALAVRAS-CHAVE: sistemas de parentesco, terminologias e atitudes convencionais, povos amerí ndios da Gu iana. La flex ibilité des co111bi11aisons possib/es ouvre la porte a11x n,odifications qu 'apporte l' Histoire, ,nais les blocages, ellx-ce qui 11 'est pas pensable, ce qui n 'est pas poss ible, ce qui 11 'est ja111ais réalisé-, sont des plzé11 on1enes de st ructll re.
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