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Resumo: O presente trabalho se ocupa da perspectiva antropológica da literatura de Jorge Amado, particularmente Tenda dos Milagres, livro publicado em plena ditadura militar,tendo como protagonista o mulato Pedro Archanjo, que, no início do século passado,transpondo as limitações de sua modesta condição social, participou no combate ao racismo científico, ao sustentar,na arena acadêmica, a importância da contribuição do negro e do mestiço à construção da civilização brasileira. No resgate dessa discussão, são aqui examinadas as matrizes teóricoantropológicas da argumentação dos contendores, bem como seus desdobramentos que se fazem presentes até os dias de hoje. Abstract: The present work deals with the anthropological perspective of the literature of Jorge Amado, particularly Tent of Miracles, a book published in full military dictatorship, having as protagonist the mulatto Pedro Archanjo that, at the beginning of the last century, transposing the limitations of their modest social status participated in the fight against scientific racism by stating, in academic arena, the importance of the contribution of black and mestizo to construction of Brazilian civilization. In the rescue of this discussion, it examines the theoretical and arrays anthropological arguments of the contenders and their desdobraments that are present to this day.
Ao Professor Edvaldo A. Bergamo pelas orientações que, para mim, tiveram a importância de sinalização de estrada, ajudando-me a trilhar o caminho do saber sem que me perdesse nos atalhos nem sempre viáveis. Também gratidão pelo companheirismo e pela imagem exemplar enquanto pessoa e profissional. Ao professor e amigo Bernard Hess e também à professora e companheira Ana Laura Corrêa pelo apoio e estímulo quanto aos meus estudos, mas principalmente por acreditarem, e me demonstrarem com seus exemplos, que é possível um mundo em que a poesia seja mais do que palavras dispersas numa folha em branco, que ela seja a própria vida: vasta e constante. Aos professores Alexandre Pilati, Hermenegildo Bastos e também Rafael Litvin pelas valiosas aulas, que me suscitaram mais questionamentos do que respostas, motivando-me a mergulhar no mar das leituras literárias e das críticas literárias. Aos amigos e camaradas do grupo de estudo Literatura e Modernidade Periférica pela socialização das experiências acumuladas e em construção. Aos acampados e assentados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra que, com bravura e ousadia, me ensinaram o significado do companheirismo, da humildade, da persistência e da fé no amanhã. Ensinaram-me que não há outro modo de aprender a caminhar sem ser caminhando. À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior) que, com o auxílio da Bolsa, possibilitou-me dedicação exclusiva no desenvolvimento da presente pesquisa. Aos meus amigos-irmãos Janderson Silva e Anabela Ferreira pelo companheirismo, incentivo e acolhimento. Gratidão eterna pelos momentos de convívio, pelos debates fervorosos, pelos instantes de alegrias nos momentos de distração, mas, sobretudo, por mostrar-me o significado de uma amizade autêntica. À minha mãe, Aparecida Ferreira (meu exemplo de ser humano); ao meu padrasto, Jair Francisco, pelo companheirismo e amizade; às minhas irmãs, Ana Paula e Beatriz, pelo amor, carinho, cuidado e compreensão incondicionais, e também aos meus sobrinhos e sobrinhas. A todos os meus familiares (tios, tias, primos e primas) que, direta ou indiretamente, contribuíram ou com palavras ou com valores financeiros para que eu pudesse continuar os meus estudos. Aos meus amigos e mestres Ademar Bogo e Maria Nalva Araújo pelo apoio e incentivo nos estudos, mas, principalmente, por se mostrarem exemplos a ser seguidos em seus valores éticos e morais, e também pela militância ativa em prol de um mundo melhor, zelando sempre pelo estudo, pela poesia e pelo amor.
Este artigo busca, através de uma leitura antropológica do romance de Jorge Amado, Dona Flor e Seus Dois Maridos (DFSDM), apontar um caminho para a construção de uma relação de articulação entre o transcendente e terreno na dinâmica da vida. Compreendendo que vida e literatura se refletem, e que a antropologia teológica é uma rede sobre a qual nossos corpos e nossa vida se deitam, faremos a leitura e a análise do referido romance para compreender, dentro da obra amadiana, como essas duas realidades, opostas, cheias de tensões e ambiguidades, e que por muito tempo permaneceram tão distantes, podem se aproximar e viver articuladas. A dinâmica da corporeidade foi fundamental para o desenvolvimento dessa reflexão, pois o corpo é o espaço onde o transcendente e o terreno se encontram. Na história de dona Flor e seus dois maridos, quando essas duas dimensões se encontram e se articulam, dona Flor, a personagem principal, alcança a inteireza e a integralidade corporal, se “tornando inteira, como deves ser”. Acreditamos que essa visão é fundamental para a reflexão antropológica sobre o ser humano nos dias de hoje.
Caderno de resumos: II encontro do Grupo de Estudo e Trabalho em História e Linguagem : linguagem no mundo, mundo na linguagem, 2011
A partir da obra Cacau (1933), de Jorge Amado, este trabalho analisa a síntese literária alcançada pelo autor para a expressão de temas de relevância internacional, por seus aspectos ideológicos e políticos, em sua relação com a necessidade de verter em literatura os dramas próprios a determinado contexto regional. Tendo como base as fazendas de cacau do sul da Bahia, na década de 1930, a narrativa busca aliar as particularidades da região com questões concernentes a um imaginário difundido em níveis transnacionais acerca das ideias socialistas e de lutas de classe, adotando uma posição claramente definida em favor dos indivíduos oprimidos pelo sistema sócio-econômico então vigente. Dessa forma, o texto adquire ares não raras vezes maniqueístas, o que, a bem da verdade, deve ser compreendido dentro da proposta da obra, anunciada desde a polêmica epígrafe de que Jorge Amado provocativamente lança mão nas páginas iniciais e com a qual consolida o pacto narrativo apenas ao final do volume. Se o autor tenciona narrar a vida daqueles trabalhadores com o máximo de verdade e o mínimo de literatura, encontra-se aí mais um desafio aos padrões estéticos anteriores do que desatenção à fatura artística da obra. Nesse sentido, analisaremos algumas tensões provocadas na escrita pelo embate entre a expressão ideológica e a qualidade estética, o qual pesa ora para um lado, ora para outro, lançando um olhar sobre temas específicos, como a poética da oralidade, o mito do Eldorado e a relação verossimilhança x ideologia.
Blogue História Lusófona, 2007
António de Almeida (1900-1994) foi um dos representantes da “Escola do Porto”, constituída em 1920 por António Augusto Mendes Corrêa (1888-1960) e composta por médicos e biólogos, que se dedicavam à antropologia física baseada “na raciologia e na teoria da hereditariedade que, por natureza, excluíam uma perspectiva social e cultural.” Em 1954 a Brigada de Etno-sociologia de São Tomé, chefiada por Almeida, tinha como um dos objetivos o estudo dos Angolares, um grupo cultural e linguisticamente distinto desta ilha. Almeida acreditou, embora não com “segurança indiscutível”, numa história divulgada nos meados do século XIX que diz que os Angolares são descendentes dos sobreviventes de um navio de escravos vindo de Angola, naufragado na costa sudeste da ilha em meados do século XVI.
Revista Izquierdas, 2020
El artículo tiene el propósito de reflejar sobre las obras de Jorge Amado entre los años de 1931 y 1937. Daremos especial atención para lo que el escritor ha llamado como romance proletario, el que exigió un estudio de los modelos estéticos que se han tomado como referencia en su produción literaria. Para alcanzar nuestro objetivo, empreendemos un trabajo de analisis crítico y cruzamiento entre los principales estudios historiográficos sobre la producción literaria amadiana y las narrativas que fueron construidas por los críticos literarios brasileños y extranjeros (fortuna crítica) que se enclinaron sobre la producción intelectual amadiana.
Revista Légua & Meia, 2017
A resenha trata do livro Jorge Amado – Leituras e diálogos em torno de uma obra, organizado por Rita Olivieri-Godet e Jacqueline Penjon é a reunião dos textos apresentados em colóquio realizado em Paris entre 15 e 16 de novembro de 2002.
Sankofa (São Paulo), 2013
Este texto é um resumo parcial do nosso trabalho de tese de doutoramento, orientado pelo prof. Dr. Álvaro Campelo.
Agora Issn 0103 3557, 2014
Resumo: No ano de 2011, a professora Leonor Scliar Cabral (UFSC) doou uma mala de documentos que pertencia ao escritor baiano Jorge Amado. A mala de documentos pertenceu à mãe da pesquisadora, cujo material foi fruto de sua amizade mantida com Jorge Amado durante o curto período político do Estado Novo, nos anos de 1941 a 1942, nas cidades de Buenos Aires e Montevidéu. Tais datiloscritos revelam a memória arquivista do autor baiano, elucidando a dimensão do processo histórico-ficcional existente nos seus primeiros romances, possibilitando ao investigador interessado saber os percalços genéticos e contextuais da sua produção. Durante visita ao Núcleo de Literatura e Memória, sediado na Universidade Federal de Santa Catarina, coordenado pela professora Dra. Tânia Regina Oliveira Ramos, tivemos acesso ao conteúdo desses materiais que foram disponibilizados aos participantes de sua disciplina: A historiografia da literatura brasileira. O presente artigo esboça de forma elucidativa a publicação escrita por Jorge Amado, referendando saudosamente a morte abrupta do escritor austríaco Stefan Zweig, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Durante a escritura dessa publicação, Amado reforça a perda que o autor do clássico Brasil, um país do futuro, faria na cultura nacional, evidenciando a bagagem erudita deixada pelo autor. Como lastro teórico, dialogaremos com alguns autores, cada qual ao seu modo, que trabalham a importância dos arquivos e das fontes primárias: Cunha (2003); Willemart (1999); Farge (2009); entre outros necessários. A contribuição desse artigo visa deixar alguns resultados sobre a colaboração de Jorge Amado nos jornais de época.
História: Debates e Tendências, 2023
a infância e a máquina literária: do trapiche ao cais, entre o estigma e a revolução (Salvador, 1937) Jorge Amado, childhood and the literary machine: from trapiche to wharf, between stigma and revolution (Salvador, 1937) Jorge Amado, la infancia y la máquina literaria: de trapiche a muelle, entre estigma y revolución (Salvador, 1937)
correntes antropológicas breves descricoes sobre funcionalismo e estruturalismo.
Babilonia Revista Lusofona De Linguas Culturas E Traducao, 2006
Resumo: No seguimento de uma abordagem histórica da formação da sociedade brasileira e da identidade nacional mestiça, o autor indica o aparecimento, durante os anos 60 do século passado, reivindicações de grupos étnicos afro-brasileiros, valorizando a especificidade da cultura e da estética «negras». O romance de Jorge Amado A Tenda dos Milagres oferece-nos um exemplo da desconstrução dos modelos identitários dominantes e põe em cena personagens que representam grupos étnicos periféricos ou marginais. Résumé: A la suite d'un aperçu historique de la formation de la société brésilienne et de l'identité nationale métisse, l'auteur indique l'apparition, pendant les années 60 du siècle passé, de revendications de groupes ethniques afro-brésiliens valorisant la spécificité de la culture et de l'esthétique « nègres ». Le roman de Jorge Amado La tente des miracles (Tenda dos milagres) fournit un exemple de la déconstruction des modèles identitaires dominants et met en scène des personnages représentant des groupes ethniques périphériques ou marginaux.
Literatura e Autoritarismo, 2012
"Dentre as obras de Jorge Amado, pode-se dizer que seu segundo romance, Cacau, recebeu pouca atenção da crítica, o que parece estar vinculado ao impacto que causou sua nota inicial, chamando para si boa parte dos olhares. Neste trabalho, embora sem deixar de lado a referida nota, pretendemos lançar um olhar sobre a poética da oralidade a que chega o autor, bem como sobre os efeitos da relação conturbada entre ideologia e fatura estética no que se refere à construção das cenas. Por fim, analisamos como o fruto que intitula a obra se desdobra em metáfora da reificação humana. Palavras-chave: Regionalismo, Ideologia, Verossimilhança, Poética da oralidade, Jorge Amado." Among Jorge Amado’s works, it might be said that his second novel, Cacau, has received little attention from the critics, what seems to be related to the impactcaused by its opening note, drawing to itself part of the investigations. In this paper, although considering the mentioned note, we intend to examine author’s poetics for theorality, as well as the effects of the tense relationship between ideology and aesthetical achievements regarding the scenes’ construction. In the end, we analyze the way the fruit which entitles the book unfolds into a metaphor of human reification.
24.1, 2022
Neste artigo, interpretamos os primeiros romances de Jorge Amado como um exemplo privilegiado do realismo socialista brasileiro. Argumentamos que ele é caracterizado por uma mistura de negatividade na descrição da opressão social e de positividade na essência redentora do popular. Sobre o primeiro, pode-se mencionar a exploração de Amado do mundo dos pobres, seu estilo coloquial e a descrição vívida da dominação capitalista; sobre o último, um investimento transcendente no povo, no heroi e no partido. A conclusão é que essa combinação gera uma mitologia brasileira que ajuda a explicar a virada de Jorge Amado em sua escrita pós-comunista.
Nova leitura crítica de Jorge Amado, 2014
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Em Tese
RESUMO: Jorge Luis Borges realizou em Belgrano uma palestra sobre um pequeno esboço de uma história do livro. Em sua palestra Borges isolou três conceitos ou paradigmas de livro, o livro dos antigos, o livro sagrado e o livro nação. A partir da fundamentação teórica da Antropologia Literária de Wolfgang Iser, formulamos uma hipótese sobre a dimensão antropológica do livro. Primeiramente, aproximamos a noção de livro em Borges com a noção de artefato da Antropologia, para então abordar os paradigmas de livro de Borges como uma descrição de certos conjuntos de relações recursivas entre o artefato livro e seus leitores. PALAVRAS-CHAVE: Livro; Jorge Luis Borges; Antropologia Literária
2014
Brazilian critics as well as the academics in general seem to show a sort of dislike for Amado's language. Often the ironical comment or negative tone does not suppress their disapproval of his use of language, ignoring the lyricality, simplicity and stylistic innovation in his novels for instance in Terras do sem fim, Gabriela, cravo e canela or in Tereza Batista Cansada de Guerra. Present paper focuses on female silencing and the use of non verbal language in Tereza Batista to show how this prolific Brazilian writer kills two birds with one stone. On one hand it shows Amado's command on language and on the other hand it shows how Amado offers a verbal meaning through a non verbal mean making, this otherwise "powerless woman" the victim of social and sexual abuse, an "intelligent" woman who learns to speak through her eyes. Her tongue is tied not her eyes, the most powerful tool her creator could offer her to speak.
Jorge Amado e seus editores: Alfred Knopf e Alfredo Machado, 2012
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