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Da economia de escala à especificação de recursos territoriais

2022, Raízes

Abstract

O tema da "Cesta de Bens e de Serviços Territoriais" (CBST) emergiu na Europa e precisamente na França, no início dos anos 2000 (Pecqueur, 2001; Mollard, 2001; Mollard; Pecqueur, 2007). Esse enfoque se inscreve na continuidade das reflexões sobre os sistemas produtivos pósfordistas, particularmente no setor agrícola, iniciadas, em especial, pelos estudos pioneiros de economistas e sociólogos italianos sobre os "distritos industriais" (Becattini, 1992; Garafoli, 1986, 1998; Becattini; Bellandi; Propris, 2009), ou ainda os clusters da economia americana (Porter; Ketels; 2009). Cooke, Laurentis, Tödling e Trippl (2007) fizeram uma síntese europeia dessas evoluções e inovações. Na Europa, uma versão dos distritos industriais foi formulada para analisar processos de agroindustrialização no meio rural a partir da concentração espacial de pequenos e médios empreendimentos (Muchnik; Sautier, 1998). Os denominados Sistemas Agroalimentares Localizados ganharam uma grande repercussão na América Latina. Nesse período, desenvolveu-se na literatura anglo-saxônica a noção de "food system" (Tansey; Worsley, 2014) e de governança dos sistemas alimentares (Hospes; Brons, 2016). Isso constitui uma inovação conceitual para a compreensão da noção da Cesta de Bens e de Serviços Territoriais. Na verdade, nesses sistemas, a produção e o consumo estão ligados a uma mesma sequência (produção, transformação, distribuição e consumo) em um quadro geográfico multiescalar (território infranacional, nação, mundo). Nesta apresentação do dossiê "Desenvolvimento rural e a Cesta de Bens e Serviços Territoriais", buscamos demonstrar, primeiro, como é possível criar uma renda a partir de recursos 1 As partes redigidas em francês deste artigo, foram traduzidas por Vanessa Roth Hillel, da Francoficina.