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Os mundos da linguagem e a educacão

2024, Educação e os múltiplos sentidos da linguagem

Este artigo visa pensar uma ação educativa não fetichizada a partir da definição de Bernard Charlot, para quem o saber se dá em uma relação mediada por um desejo, e não meramente sob a forma de “objetos” já pré-fixado. Para tanto, parte de uma reflexão sobre a linguagem como uma prática que forja mundos não previamente existentes e estabelece possiblidades alternativas de construção a eles. Segundo essa formulação, é fundamental compreender que os processos de significação se dão em relações antagônicas que disputam redes de sentidos e forjam relações de poder. Nesse contexto, vão sendo formadas cadeias semióticas de (re)produção, circulação e consumo de sentidos, que são sempre disputados. Pensar a educação nesse contexto significa não a isolar em seus elementos, mas compreender (e participar junto aos discentes) as diversas cadeias processuais das quais fazem parte um “saber” consolidado: as pesquisas envolvidas, as instituições, o seu processo de reprodução, as suas repercussões sociais, a sua circulação e consumo. Se buscam assim, no lugar de conhecimentos substancializados, aqueles operados e imersos nas redes afetivas de discentes e docentes daquele mundo escolar.