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2023, Kant em Diálogo
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No artigo “Kant’s Legal Positivism”, Jeremy Waldron (1996) argu- menta que Immanuel Kant teria sido um positivista normativo e apresenta o que seria, em seu entendimento, o argumento de Kant a favor do positivismo normativo. Eu discordo de que o argumento kantiano, tal qual reconstruído por Waldron, seja convincente e, por isso, apresento um argumento alternativo, construído sobre as mesmas bases kantianas. O cerne do meu desacordo com Waldron diz respeito à questão da relevância da tese da existência de uma resposta unicamente certa para casos de desacordo sobre a aplicação de princípios gerais de justiça e direitos no estado de natureza. Ao contrário de Waldron, eu afirmo a relevância dessa tese, porque, a meu ver, a sua correção invalida o argumento kantiano apresentado por Waldron. A minha proposta de argumento kantiano parte da negação da tese da resposta certa e, consequentemente, sustenta um possível positivismo normativo kantiano a partir de outras premissas. A minha divergência com Waldron é desenvolvida na seção 4 deste capítulo. As seções 2 e 3 apresentam o que é positivismo normativo e localizam o assunto na obra de Kant.
Kant e-Prints, 2010
The essay describes the relationship between Kant's Critique of Madness written in the 1760s and his Critique of Reason dating from the 1780s. It attempts to reconstruct the systematics of Kant's so-called Critical Turn, starting with his Essay on the diseases of the head (1764) and his Dreams of a Spirit-Seer (1766), through the First grounds of the difference of the regions in space (1768) and the Inaugural-Dissertation (1770) up to his Critique of pure Reason (1781/87). The essay points out the way in which Kant applies his psychological insights to philosophy. Via his theory of hallucination, he arrives at the insight that all knowledge is based on projections. Starting with this premise, he examines the objective and subjective basis of rational projection, i.e. apriori reason. Again, he relates the knowledge of projection to philosophy in his examination of projections in logical judgements based on Leibniz' axioms. This leads him to the detection of three types of logical errors in logical judgement: amphibolia, paralogism, and antinomia. With the latter, his early theory of madness was integrated in philosophy. This essay points out some of the central ideas of my book, Wahn und Wahrheit. Kants Auseinandersetzung mit dem Irrationalen (Akademieverlag, Berlin 2007). A seguir será analisada a influência exercida pela confrontação de Kant com o conceito de loucura no seu pensamento crítico-tardio. Um dos motivos da ocupação de Kant com a loucura foi o erudito e visionário sueco Emanuel von Swedenborg (1688-1772). Von Swedenborg era filho do bispo luterano da Suécia, Jesper Swedeberg. Entre 1716 e 1747 foi assessor no Bergwerkkollegiums sueco, bem como um reconhecido erudito que havia redigido sete escritos. Em torno de 1742/43, com então 54 anos, Swedenborg precipitou-se em uma crise psíquica e religiosa que culminou em duas visões. A partir daí o visionário imaginou estar em contato imediato com o mundo dos espíritos, de modo que se sentiu chamado -por conta das suas experiências espirituais -a anunciar uma nova doutrina cristã, que fora denominada por ele de Nova Jerusalém. Somente entre 1749 e 1789 foram publicados aproximadamente 17 escritos, em 32 volumes, com no total mais de 10.000 páginas sobre o mundo dos espíritos e, a bem da verdade, todos eles em língua latina. O visionário é, de certa forma, uma espécie de repórter do reino dos espíritos. Ele fornece descrições minuciosas e detalhadas de todo o mundo espiritual, com todas as suas sociedades espirituais, e também captura as vozes dos espíritos nas entrevistas sobre pesquisas de opiniões que realiza com eles. Swedenborg também tem aulas de filosofia e leituras comentadas da bíblia 1 Este artigo foi apoiado pela Alexander von Humboldt-Foundation; Tradução: Prof. Dr. Jorge L.Viesenteiner.
2016
O filosofo escoces Alexander Gerard foi quase que inteiramente esquecido pela historia da filosofia. Mas na epoca em que Kant estava desenvolvendo sua filosofia critica, particularmente nos anos 1770, Gerard era um autor bastante popular, tendo seus principais escritos traduzidos inclusive para o alemao. Kant o menciona algumas vezes nas licoes sobre antropologia, permitindo assim documentar sua leitura. Este artigo procura mostrar a influencia de Gerard sobre Kant na concepcao de uma imaginacao ativa, peca central da filosofia transcendental kantiana.
2020
Este artigo pretende examinar a proposta de Jeremy Waldron sobre como deveria funcionar a sistematica legal do discurso de odio. Propoe-se uma revisao bibliografica da teoria de Waldron. A partir da exposicao das ideias do autor sao tecidas criticas de seus adversarios teoricos, dentre os quais se elege Brian Leiter como representante. Por meio da apreciacao critica e dialetica das teses de Waldron e das objecoes a elas levantadas, o artigo objetiva sustentar a fragilidade dos fundamentos teoricos da teoria de Waldron. Pretende-se demonstrar que sao principalmente os pressupostos teoricos de uma filosofia politica liberal presentes na teoria do autor os responsaveis pela inconsistencia de sua tese.
encomenda do livreiro de Kant em Königsberg. Tradução do original alemão intitulado KRITIK DER REINEN VERNUNFT de IMMANUEL KANT, baseada na edição crítica de Raymund Schmidt, confrontada com a edição da Academia de Berlim e com a edição de Ernst Cassirer. Reservados todos os direitos de harmonia com a lei Edição da Fundação Calouste Gulbenkian Av. de Berna I Lisboa 2001 PREFÁCIO DA TRADUÇÃO PORTUGUESA A Crítica da Razão Pura, de que apresentamos esta tradução em língua portuguesa, é um monumento único na história da filosofia, traduzindo uma verdadeira revolução no pensamento ocidental, e resultado de uma longa e profunda meditação. Tradicionalmente, divide-se a atividade filosófica de Immanuel Kant (1724-1804) em duas fases. Na fase inicial, designada por pré-crítica, as reflexões incidem predominantemente sobre problemas da física e, naturalmente, também sobre questões estritamente metafísicas dentro dos cânones racionalistas de Leibniz-Wolff, embora já se note, para o final do período, a influência da leitura de Hume e, com ela, aflorarem aspectos de uma nova atitude filosófica, por exemplo, em Os sonhos de um visionário explicados pelos sonhos da metafísica (1764) e no artigo Sobre os primeiros princípios das diferenças das regiões no espaço (1768). Mas é na pequena dissertação latina, De mundi sensibilis arque intelligibilis forma et principiis (1770), expressamente elaborada para concorrer à cátedra de lógica e metafísica, que se apresentam nitidamente pontos de vista anunciadores da segunda fase, a época de maturidade, que se inicia com o 'opus magnum ' da Crítica da Razão Pura. Logo após a defesa da dissertação, empenha-se Kant em meditar e redigir a obra que abrangia todas as suas novas concepções. Em carta a Marcus Herz (7 de junho de 1771), amigo com quem disputou, nas provas públicas, segundo o uso acadêmico de então, a tese latina De mundi sensibilis... e seu confidente intelectual, dá notícia de que trabalha num estudo sobre os limites da sensibilidade e da razão, em que deverá estudar não só os conceitos fundamentais e as leis relativas ao mundo sensível, como ainda dar "um esboço do que constitui a natureza do gosto, da metafísica e da mora" ¹ . Em resumo, nesse estudo reúne-se o que mais tarde constituirá a matéria das três Críticas. Mas a prioridade dos problemas teóricos em breve se fará anunciar. Assim, em. carta ao mesmo Marcus Herz (21 de Fevereiro de 1772), procura Kant, antes de mais, encontrar o segredo da metafísica até hoje não revelado; "pergunto-me: em que bases se funda a relação com o objeto daquilo que designamos por representação?» ² . E esclarece o seu correspondente: `e ncontro-me agora a ponto de formar uma critica da razão pura, atinente à natureza da consciência, tanto teórica como prática, na medida em que é simplesmente intelectual; elaborarei primeiro uma parte sobre as fontes da metafísica, seus métodos e limites; e publicá-la-ei talvez dentro de três meses" ³ . Nesta carta anuncia-se, pela primeira vez, o título da primeira critica, Crítica da Razão Pura, embora concebida como um todo, englobando a segunda das críticas, a Crítica da Razão Prática. Mas também surge já delineada a independência da primeira critica, ao afirmar que o estudo compreenderá "uma crítica, uma disciplina, um cânone e uma arquitetônica da razão pura. " A meditação kantiana não vai demorar três meses, mas dez longos anos e a obra que a condensa, a Crítica da Razão Pura, redigida apressadamente em quatro ou cinco meses, foi editada em Riga, por Hartknoch, no ano de 1781. Em carta a Mendelssohn (16 de Agosto de 1783) afirma Kant ter posto "grande atenção no conteúdo, mas pouco cuidado na forma e em tudo o que respeita à fácil intelecção do leitor." 4 Pressentia, por isso, o filósofo de Königsberg -e comunicao ao seu amigo Marcus Herz (11 de Maio de 1781) -que, dada a novidade e a dificuldade dos seus pontos de vista, com poucos leitores poderia contar ao princípio 5 . Efetivamente, os espíritos formados no racionalismo das luzes consideraram a obra obscura e imprópria para principiantes. Outros (por exemplo, ________________ ¹ Kant's gesammelte Schriften, herausgegeben von der Königlich Preussischen Akademie der Wissenchaften, Band X, Zweite Abtei1ung: Brietwechsel, erster Band, zweite Auflage, 1922, p. 123. 2 Ibidem, p. 130. 3 Ibidem, p, 132. 4 Ibidem, p. 345. 5 Ibidem, p. 269. III. Le conflit du racionalisme et de l'empirisme dans la philosophie moderne avant Kant. Paris, 1944, pp. 248-249. ³ Ibidem, p. 238. metafísica apresenta as suas teses como algo que não pode ser objeto de dúvida. Ora, a uma filosofia dogmática opõem-se outras filosofias, cujas teses também são dogmáticas e daí a luta entre sistemas, degenerando na anarquia correspondente à fase céptica. Alas ninguém se pode desinteressar da metafísica, que se encontra radicada na natureza humana e daí procurar Kant princípios adequados ao pensamento metafísico. Por isso classifica a sua filosofia conto crítica, cuja tarefa fundamental vai consistir na crítica da própria razão: averiguar, como em tribunal, quais as exigências desta que são justificadas e eliminar as pretensões sem fundamento. Previamente à constituição de um sistema metafísico, conhecimento pela razão pura das coisas em si, dever-se-á investigar-o que será tarefa da Crítica da Razão Pura -o que pode conhecer o entendimento e a razão, independentemente de toda a experiência. Trata-se de criticar, de encontrar os limites de todo o conhecimento puro, a priori, isto é, independentemente de qualquer experiência. Deste modo se abrirá um caminho certo para a metafísica que lhe obtenha o consenso dos que se ocupam de filosofia, pois se encontram garantidas a necessidade e universalidade desse saber; estaremos em face de uma ciência. A revolução operada no campo do saber, graças à qual foi possível a constituição da nova ciência da natureza, consiste, para Kant, em que a natureza não se encontra dada como um livro aberto onde apenas bastará ler. A ciência constitui-se e desenvolve-se por um projeto adequado, que nos torne possível interrogar a natureza e forçá-la a uma resposta. Algo de semelhante tem que se operar em filosofia para esta se colocar no caminho seguro da ciência, para obter no seu domínio resultados tão certos como os obtidos nas diferentes disciplinas científicas. E esse rigor nos processos corresponde a uma missão fundamentadora da ciência, isto é, a de revelar o que torna possível este saber, "o projeto fundamental que dá a possibilidade de interrogar a natureza de maneira sistemática e de forçá-la a responder" 4 . Se a filosofia quer realizar essa missão, cumpre desviar-se da idéia de verdade, própria da onto-gnoseologia clássica. A verdade como adaequatio rei et intellectus põe em jogo dois sentidos de intellectus e, assim, duas interpretações de adaequatio: adequação da coisa ao intelecto, significando que a coisa se há-de conformar ________________________ 4 Walter BIEMEL, De Kant a Hegel, in '' Convivium -Filosofia, Psicologia, Humanidades " , Barcelona, 1962, n.° 13-14, pp. 88. _____________________________ 10 Crítica da Razão Pura, p. 531. distinção entre fenômeno e " coisa em si " . Os fenômenos, sejam da experiência interna, sejam da experiência externa, não passam de representações, pois os dados da percepção nelas são transmudados, graças ao espaço e ao tempo, e não põem diante de nós um mundo de coisas em si. Estas, no entanto, existem para Kant; simplesmente, são condições dos fenômenos, doadoras de dados hiléticos, que o espaço e o tempo ordenam em fenômeno, isto é, numa representação unificada. Mas não são causa do fenômeno. Aplicar a categoria da causalidade à relação fenômeno-coisa em si seria considerá-la para além da experiência, caindo-se na atitude sofística que Kant denuncia na metafísica dogmática. Por isso, separa cuidadosa-mente o plano do fenômeno do plano da coisa em si. Mas esta é admitida como condição da idealização do fenômeno. Não é causa do fenômeno, mas o mundo da coisa em si é algo correlativo do mundo fenomênico; sem ele, este seria ininteligível. Mas o que será uma coisa em si? Só poderia saberse se fosse dada numa intuição não-sensível, numa intuição intelectual, fora dos quadros espaço-temporais. Ao homem não foi concedida tal intuição, embora esta, em si mesma, não fosse impossível. Nada se pode afirmar, portanto, relativamente ao mundo das coisas em si. Permanecem para nós incognoscíveis. Para além desta metafísica imanente não haverá acesso ao mundo da transcendência? Esse acesso, como saber objetivo, isto é, como ciência estrita, é impossível. Não corresponderá essa metafísica transcendente a "um tipo de apreensão do real, que difere por natureza do conhecimento científico? " 11 . A razão, graças às idéias, esforça-se por elevar os conhecimentos do entendimento à mais perfeita unidade e se a extensão dos conhecimentos se impõe ao nosso espírito, não corresponde " aos interesses supremos da razão" 12 . Interessa-se esta mais ainda pela sua unificação sistemática. "O conhecimento sistemático, a ciência dos objetos da experiência, fornece-nos um modelo de certeza; a filosofia crítica marca os limites do que podemos saber e a estimar razoavelmente o que nos é permitido esperar "13 . Deste modo, a tarefa da razão abre-se à metafísica " o propósito final a que visa, em última análise, a especulação da razão no _________________ 11 Jean LACROIX, Kant et le kantisme, Paris, 1967, p. 15. 12 Critica da Razão Pura, Metodologia transcendental, 1ª Secção: Do fim último do uso puro da nossa razão, p. 634 e segs. 13 Ibidem, p. 635. 15 Cf. P. RICOEUR, Herméneutique, cours professé à I'Institut Supérieur de Philosophie, 1971-1972, Louvain-la-Neuve, p. 70. Ver ainda H. G. GADAMER, Kant und die philosophische Hermeneutik, Kant-Studien 66 (1975), pp. 395-403. Reimpresso com o título Kant und die hermeneutische Wendung in H.-G. GADAMER, Heidegger Wege, Tübingen, 1983, pp. 45-54. entre uma teoria do conhecimento e uma teoria do ser. Por...
0 Iluminismo é a saída do homem da sua menoridade de que ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de se servir do entendimento (razão) sem a orientação de outrem. Tal menoridade é por culpa própria se a sua causa não reside na falta de entendimento, mas na falta de decisão e de coragem em se servir de si mesmo sem a orientação de outrem. Sapere aude! Tem a coragem de te servires do teu próprio entendimento! Eis a palavra de ordem do Iluminismo. A preguiça e a cobardia são as causas por que os homens em tão grande parte, após a natureza os ter há muito libertado do controlo alheio (naturalíter maiorennes), / continuem, no entanto, de boa vontade menores durante toda a vida; e também por que a outros se toma tão fácil assumirem-se como seus tutores. E tão cómodo ser menor. Se eu tiver um livro que tem entendimento por mim, um director espiritual que tem em minha vez consciência moral, um médico que por mim decide da dieta, etc., então não preciso de eu próprio me esforçar. Não me é forçoso pensar, quando posso simplesmente pagar; outros empreenderão por mim essa tarefa aborrecida. Porque a imensa maioria dos homens (inclusive todo o belo sexo) considera a passagem à maioridade difícil e também muito perigosa é que os tutores de boa vontade tomaram a seu cargo a superintendência deles. Depois de, primeiro, terem embrutecido os seus animais domésticos e evitado cuidadosamente que estas criaturas pacíficas ousassem dar um passo para fora da carroça em que as encerraram, mostram-lhes em seguida o perigo que as ameaça, se tentarem andar sozinhas. Ora, este perigo não é assim tão grande, pois aprenderiam por fim muito bem a andar. Só que um tal exemplo intimida e, em geral, gera pavor perante todas as tentativas ulteriores. É, pois, difícil a cada homem desprender-se da menoridade que para ele se tomou / quase uma natureza. Até lhe ganhou amor e é por agora realmente incapaz de se servir ao seu próprio entendimento, porque nunca se lhe permitiu fazer uma tal tentativa. Preceitos e fórmulas, instrumentos mecânicos do uso racional ou, antes, do mau uso dos seus dons naturais são os grilhões de uma menoridade perpétua. Mesmo quem deles se soltasse só daria um salto inseguro sobre o mais pequeno fosso, porque não está habituado a este movimento livre.'São, pois, muito poucos apenas os que conseguiram mediante a transformação do seu espírito arrancar-se à menoridade e iniciar então um andamento seguro. Mas é perfeitamente possível que um público a si mesmo se esclareça. Mais ainda, é quase inevitável, se para tal lhe for dada liberdade. Com efeito, sempre haverá alguns que pensam por si, mesmo entre os tutores estabelecidos da grande massa que, após terem arrojado de si o jugo da menoridade, espalharão à sua volta o espírito de uma avaliação racional do próprio valor e da vocação de cada homem para por si mesmo pensar. Importante aqui é que o público, o qual antes fora por eles sujeito a este jugo, os obriga doravante a permanecer sob ele quando por alguns dos seus tutores, pessoalmente incapazes de qualquer ilustração, é a isso / incitado. Semear preconceitos é muito pernicioso, porque acabam por se vingar dos que pessoalmente, ou os seus predecessores, foram os seus autores. Por conseguinte, um público só muito lentamente pode chegar à ilustração. Por meio de uma revolução poderá talvez levar-se a cabo a queda do despotismo pessoal e da opressão gananciosa ou dominadora, mas nunca uma verdadeira reforma do modo de pensar. Novos preconceitos, justamente como os antigos, servirão de rédeas à grande massa destituída de pensamento. Mas, para esta ilustração, nada mais se exige do que a liberdade; e, claro está, a mais inofensiva entre tudo o que se pode chamar liberdade, a saber, a de fazer um uso público da sua razão em todos os elementos. Mas agora ouço gritar de todos os lados: não raciocines! Diz o oficial: não raciones mas faz exercícios! Diz o funcionário de Finanças: não raciones, paga! E o Clérigo: não raciones, acredita! (Apenas um único senhor no mundo diz: raciocinai tanto quanto quiserdes e sobre
Este artigo mostra como Kant define de modo intersubjetivo princípios de justiça nos quadros do direito natural não-positivo. A primeira parte mostra como ele atribui ao direito estatuto de ciência; a segunda, a maneira pela qual, a partir dos conceitos de liberdade como autonomia e limitação recíproca, constrói um paradigma de direito. De acordo com este modelo, pode-se, por fim, analisar como Kant estrutura sua Doutrina do direito em direito privado (subdivido em direito das coisas, pessoal e pessoal de modo real) e em direito público (subdivido em direito do Estado, das gentes e cosmopolita). Unitermos: Direito natural. Intersubjetividade. Justiça. Kant. Liberdade. resumo *Texto desenvolvido a partir do trabalho publicado em 2004, financiado pela Alexander von Humboldt-Stiftung e pela Universidade de Paris X.
A respeito da questão da vontade livre 2 (free will) e do determinismo, os filósofos são categorizados, geralmente, ou como " compatibilistas " ou como " incompatibilistas ". Os compatibilistas sustentam que nossas ações podem ser determinadas por causas naturais e ainda assim serem livres no sentido necessário para o agir moral e para a responsabilidade. A liberdade e o determinismo são compatíveis. O incompatibilismo, por sua vez, sustenta que se nossas ações são determinadas a acontecer por causas naturais, então, o agir livre (free agency) 3 e a responsabilidade são ilusões. A liberdade e o determinismo são incompatíveis.
Estudos Kantianos [EK]
No presente artigo, defendo que o pensamento de Kant é decisivo para a construção filosófica do relato de Hannah Arendt do julgamento de Adolf Eichmann. Na primeira seção, embasada na Fundamentação da Metafísica dos Costumes e em Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal, mostro como, a partir da obra de Kant, Arendt analisa três equívocos de Eichmann em relação à moral kantiana, são eles: a confusão entre legalidade e moralidade, a ausência de autonomia da vontade e a indistinção entre ações conformes ao dever e por dever. Na segunda seção, mostro como Arendt constrói a tese de que Eichmann é incapaz de exercer sua faculdade de pensamento (thoughtlessness), ou seja, incapaz de se colocar no lugar do outro, de alcançar um ponto de vista alargado, apoiando-se na filosofia moral e na estética de Kant.
2013
Agradeço meu orientador, Prof. Gilberto, por sua forma humana de condução no dia-a-dia das orientações, nas aulas e, sobretudo, por ser um grande Mestre, ao Prof. Marcos Aurélio pela atenção que deu ao texto, pela forma didática de me conduzir aos propósitos kantianos. Agradeço ao Prof. Alberto por sua austeridade acadêmica que muito contribuiu em minha formação como aluno e como homem, à Prof.ª Carolina por sua honestidade acadêmica, por sua docência iluminada. VII Duas coisas me enchem a alma de crescente admiração e respeito, quanto mais intensa e frequentemente o pensamento delas se ocupa: o céu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim. Kant VIII RESUMO VERAS, R.P. Kant e a Religião da Razão. Dissertação (mestrado) -
Materials Research-ibero-american Journal of Materials, 2003
This paper shows a study about the influence of type and number of sterilizations in the cutting ability of diamond points used in dentistry. As a result, the sterilization using the oven was the process, which didn't result in a decreasing in the cutting ability of the diamond points and, until the second sterilization, it resulted in a increasing of the cutting ability.
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Leonel Ribeiro dos Santos; Robert B. Louden; Ubirajara R. de Azevedo Marques, 2017
Leonel RIBEIRO DOS SANTOS (Coord.), Kant: Posteridade e Actualidade. Colóquio Internacional, Lisboa, CFUL, 2006, pp.151-162., 2006
Kriterion: Revista de Filosofia, 2010
ethic@ - An international Journal for Moral Philosophy, 2012
PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília, 2013
Teleologia sem fim: uma leitura da terceira crítica de Immanuel Kant, 2023
REVISTA QUAESTIO IURIS, 2015
Analytica - Revista de Filosofia, 1997