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2013, Fênix - Revista de História e Estudos Culturais
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Como veremos nas páginas seguintes, o Encheirídion de Epicteto desperta interesse desde a Antiguidade. Durante a Idade Média Europeia foi olvidado, enquanto o mesmo não se deu entre os cristãos bizantinos, que chegaram a lhe dedicar três paráfrases. Com o fim de Bizâncio, chegou à Europa através da Renascença Italiana, sendo difundido pelos católicos. Posteriormente traduzido por simpatizantes da Reforma, que viam nele um apoio contra a ortodoxia romana cristã, acabou sendo duramente atacado pelos agostinianos, crítica cujos ecos foram propalados por Pascal. Em sua versão de popularização do Encheirídion de Epicteto, Leopardi defende a filosofia epictetiana dos ataques de Pascal.
Revista Archai, 2012
O termo grego encheirídion se diz do que está à mão, sendo equivalente ao termo latino manualis, "manual" em nossa língua. Significa também "punhal" ou "adaga", equivalente ao latino pugio, arma portátil usada pelos soldados romanos atada à cintura. Simplício, em seu Comentário ao Encheirídion de Epicteto 1 , diz-nos que Arriano 2 , que escreveu o Encheirídion, "sintetizou as coisas mais importantes e necessárias em filosofia a partir das palavras de Epicteto para que estivessem à vista e à mão" (192 20 s.). Assim, o Encheirídion serve não como uma introdução aos que ignoram a filosofia estoica, mas antes àqueles já familiarizados com os princípios do Estoicismo, para que tenham uma síntese que possam sempre levar consigo e utilizar. Tal uso se relaciona à tradição estoica da meditação diária, para o que o Encheirídion serviria de guia e inspiração. Epicteto discorre sobre esse tema nas Diatribes em diversas ocasiões (I,
Série “Autores Gregos e Latinos – Tradução, introdução e comentário”, 2014
"Epicteto, um dos grandes nomes do Estoicismo Imperial, nasceu no ano 55, em Hierápolis, na Frígia, e morreu por volta de 135, em Nicópolis. Entre 89 e 94, quando Domiciano expulsou de Roma todos os filósofos, Epicteto se retirou para Nicópolis, onde abriu sua escola de filosofia, que logo se tornou renomada. Seu pensamento nos chegou através de seu aluno Lúcio Flávio Arriano Xenofonte, cidadão romano de origem grega, que compilou suas aulas em oito livros, dos quais quatro sobrevivem, e constituiu o Encheirídion de Epicteto , tomando por base suas anotações das aulas do mestre. Consistindo em um conjunto de apotegmas para que o seguidor do Estoicismo tenha sempre ao alcance da mão os princípios para enfrentar as dificuldades da vida e vencê-las, o Encheirídion tornou célebre o nome de Epicteto, merecendo um amplo comentário de Simplício, que nos chegou. "
Imprensa de Coimbra, 2014
Nota biográfica sobre Epicteto, Epafrodito e Musônio As informações sobre vida de Epicteto nos vêm de três fontes principais: Aulo Gélio 1 , Simplício 2 e Suidas 3. Diz-nos a Suda: De Hierápolis, [uma cidade] da Frígia; [1] um filósofo; um escravo [2] de Epafrodito, um dos guarda-costas do imperador Nero. [3] Estropiado em uma perna em razão de reumatismo, [4] viveu em Nicópolis, [5] [uma cidade] da [província de] Épiro [...] [6] sua vida se estendeu até o reinado de Marco Antonino. [7] Escreveu muitos livros 4. 1 AULO GÉLIO, Noites Áticas 2.18 e 15.11. Aulo Gélio, autor e gramático latino, viveu entre 125 e 180. 2 Simplício da Cilícia, filósofo neoplatônico bizantino, viveu entre 490 e 560. 3 Suidas foi um lexicógrafo grego do século X. Compôs a Suda, a primeira enciclopédia de que se tem notícia. 4 Suda, episilon 2424.
Como veremos nas páginas seguintes, o Encheirídion de Epicteto desperta interesse desde a Antiguidade. Durante a Idade Média Europeia foi olvidado, enquanto o mesmo não se deu entre os cristãos bizantinos, que chegaram a lhe dedicar três paráfrases. Com o fim de Bizâncio, chegou à Europa através da Renascença Italiana, sendo difundido pelos católicos. Posteriormente traduzido por simpatizantes da Reforma, que viam nele um apoio contra a ortodoxia romana cristã, acabou sendo duramente atacado pelos agostinianos, crítica cujos ecos foram propalados por Pascal. Em sua versão de popularização do Encheirídion de Epicteto, Leopardi defende a filosofia epictetiana dos ataques de Pascal.
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Fênix – Revista de História e Estudos Culturais, 2013
Como veremos nas páginas seguintes, o Encheirídion de Epicteto desperta interesse desde a Antiguidade. Durante a Idade Média Europeia foi olvidado, enquanto o mesmo não se deu entre os cristãos bizantinos, que chegaram a lhe dedicar três paráfrases. Com o fim de Bizâncio, chegou à Europa através da Renascença Italiana, sendo difundido pelos católicos. Posteriormente traduzido por simpatizantes da Reforma, que viam nele um apoio contra a ortodoxia romana cristã, acabou sendo duramente atacado pelos agostinianos, crítica cujos ecos foram propalados por Pascal. Em sua versão de popularização do Encheirídion de Epicteto, Leopardi defende a filosofia epictetiana dos ataques de Pascal.Como veremos nas páginas seguintes, o Encheirídion de Epicteto desperta interesse desde a Antiguidade. Durante a Idade Média Europeia foi olvidado, enquanto o mesmo não se deu entre os cristãos bizantinos, que chegaram a lhe dedicar três paráfrases. Com o fim de Bizâncio, chegou à Europa através da Renascença Italiana, sendo difundido pelos católicos. Posteriormente traduzido por simpatizantes da Reforma, que viam nele um apoio contra a ortodoxia romana cristã, acabou sendo duramente atacado pelos agostinianos, crítica cujos ecos foram propalados por Pascal. Em sua versão de popularização do Encheirídion de Epicteto, Leopardi defende a filosofia epictetiana dos ataques de Pascal.
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