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2019, Conhecer: debate entre o público e o privado
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Em tempos de cerceamento dos direitos garantidos em lei, desconstrução da educação, censura da arte e desvalorização da cultura pelo atual governo federal, busca-se refletir, à luz de Hannah Arendt (2001), o sentido da co-labor-ação na produção material, a partir de vivências ligadas ao fazer-viver da cerâmica na comunidade quilombola de Conceição das Crioulas, situada no sertão central de Pernambuco. Para tanto, a pesquisa que resulta neste artigo transita entre os movimentos de resistência relacionados à terra e ao feminino, segundo a imaginação material de Gaston Bachelard (2001), para compreender os efeitos de retroativação da co-labor-ação na resistência da comunidade, partindo do modo como a comunidade quilombola de Conceição das Crioulas partilha seu território e movimenta suas práticas. De natureza fenomenológica e abordagem qualitativa, este artigo se fundamenta nos relatos e registros das vivências realizadas no período de julho de 2018 a junho de 2019 e nas narrativas de ...
Tríade: Comunicação, Cultura e Mídia
Este artigo busca ampliar a discussão sobre os estudos de gênero e as questões que constituem os sujeitos, especialmente no tocante à área de comunicação, e reflete sobre os processos de sujeição – do sujeito – enquanto forma de poder. Parte-se do seguinte problema: o que constitui o sujeito no discurso da youtuber Louie Ponto sobre relações de gênero? Para tanto, discorre-se sobre a constituição do sujeito e as relações de poder que envolvem este processo a partir de Foucault e Butler. Como percurso metodológico, utiliza-se a análise discursiva, amparada na abordagem de Stuart Hall. Com base no pensamento foucaultiano e butleriano sobre a constituição do sujeito, levando em conta as relações de poder implicadas neste processo, percebeu-se que o discurso de Louie Ponto se encontra afinado a essa perspectiva, na qual o poder atua numa esfera ambígua entre a condição externa e anterior ao sujeito, mas, ao mesmo tempo, no sujeito, enquanto processo que o constitui como tal.
Conhecer: debate entre o público e o privado
Este artigo tece reflexões sobre a articulação entre arte, educação e formação humana no âmbito da práxis política dos movimentos camponeses e indígenas latino-americanos. Para tanto, argumenta-se que a concepção de arte tecida por esses sujeitos políticos emerge de uma apreensão do coração como núcleo epistêmico e ontológico de seus sentimentos, de seu pensamento e de sua ação política – uma arte sentipensante – que demarca outro paradigma de pensamento e de construção de conhecimento. Nesse sentido, apresento algumas expressões da estética da resistência na arte sentipensante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento Zapatista, com destaque para os princípios que fundamentam a dimensão educativa e política da arte na luta em defesa da terra, do território e de um projeto emancipatório. Na história latino-americana e caribenha, a arte sentipensante alimentou os sonhos de liberdade, emancipação e justiça – e, nos momentos de recrudescimento da luta de clas...
Mexer com documentos é uma aventura obstinada, para retomar a formulação utilizada por Alain Badiou quando trata – vejam só – do amor . Aventura pela contingência estruturante desse passeio incerto do qual só sabemos, de saída, de um desejo que nos pega em algum lugar entre o teórico e o político; pelo impasse entre o documento presente, aquele que temos em mãos, e o próximo, do qual nada sabemos, mas que tanto ansiamos. Obstinada pela nossa firmeza e pela vontade de encontrar sentido nesse sem fim de vestígios, gestos, nomes, cifras, pedidos e condenações. Desde 2015, pois, eu me ocupo da leitura de documentos. Mas não quaisquer documentos. Documentos sobre a cidade de Salvador no século XIX: suas ruas, sua gente, seus modos de vida, suas formas de trabalho e de fazer trabalhar a contradição pungente entre as classes sociais e os conflitos étnico-raciais diante de uma formação social singular. Nesse passeio, me deparo constantemente com documentos que me fazem pensar as discursividades que organizavam a cena pública da cidade: suas revoltas e impasses, suas instituições entremeadas, seus personagens pitorescos, seus dramas. É lendo documentos que posso, também, ser tocado pelo sofrimento que desnorteia e que transborda da formalidade de um simples e frio Ofício.
Nos últimos dias 12 e 13, participei do seminário " Hip Hop, Arte e Mídia " , realizado na cidade de Porto Alegre. Entre vários temas abordados extra e oficialmente, um em especial se manteve em evidência: a eterna discussão sobre Cultura ou Movimento Hip Hop. Durante o seminário, expus minha posição em prol do termo cultura, pois acredito que estamos muito longe de sermos um movimento articulado ou algo parecido. Disse ainda que no dia 14 aconteceria um evento no Rio de Janeiro cuja temática seria um " Brasil sem Armas " , e apesar dos contatos, eu tinha certeza da desmobilização do Hip Hop carioca. Alguns me acharam pessimista, mas frisei que não. Era sim, muito otimista pois nunca desisti de me movimentar em prol dessa cultura e saber reconhecer todos os seus prós e contras. Na madrugada do dia 14, já no Rio, acertei os últimos detalhes para a participação da vertente do Hip Hop mais preocupada com o social e engajada em alcançar seu lugar de direito. Tive um certo alívio ao saber que o carro de som estava preparado, o negócio era só aguardar o amanhecer. Pela manhã na praia, percebi a expectativa de várias pessoas sobre a participação do Hip Hop na manifestação – é foda ver que muitos acreditam. É foda saber que muitos dos nossos não correspondem às perspectivas fantasiosamente propagadas em letras e falas. A chuva não dava trégua, porém a população foi chegando com faixas, fotos, bandeiras... e disposição para se fazer ouvir. Quando o carro de som chegou foi impossível não chamar atenção. Agora, as mensagens contidas nos REPZ ecoavam na praia. E lá estavam-eu e o DJ Fábio ACM formando a última ala de dois componentes. Éramos os últimos dos 50.000 participantes. As perguntas fluíam sem parar: Onde estaria o tal Movimento? Onde estariam os de disposição que não se submetem a nenhum tipo de opressão? O ACM parecia frustrado com tanta ausência, eu disse que aquilo sempre foi uma constante em toda a história do Hip Hop carioca, era nesses momentos que poderíamos ver quem é quem. E sob a chuva pensava: se a participação na caminhada fosse condicionada a gravação de um CD, será que muitos apareceriam? Se drogas fossem distribuídas, será que apareceriam? Se fosse distribuído um vale-conceito de megatraficantes e bandidos, será que apareceriam? Qual será o preço da participação? Quanto custa o cachê de um pretenso ativista? Mandem as respostas para [email protected] ou [email protected] , sua opinião é muito importante. Algumas pessoas passavam por nós e pediam para tirar fotos ou para comentar que era importante ver o pessoal do REP participando com o restante da população. Que nossa iniciativa era um exemplo, e inevitavelmente perguntavam onde estava o " resto " do movimento. Respondia que era um domingo chuvoso e que os meus iguais deviam derreter ou se estragar com o clima. Posso dizer que o maior sentimento até aquele momento era o de vergonha, por constatar mais uma vez que se fôssemos um movimento, seríamos um verdadeiro movimento de covardes, omissos e amorais. Para evitar deturpações, afirmo que me refiro apenas aos que propalam o seu ativismo e a sua atitude Apoio dos heróis da resistência na passeata Brasil sem Armas
Alea-estudos Neolatinos, 2018
A partir do romance de Diamela Eltit Jamais o fogo nunca (2017), o presente trabalho indaga de que maneira a narrativa literaria intervem numa discussao em torno do conceito de vida, que se insere no terreno da biopolitica e que atravessa os campos do direito, da biologia, da medicina e da filosofia. No romance, a palavra “celula” que aparece repetidamente, adquirindo diversas significacoes, e o ponto de partida para se pensar nas complexas articulacoes entre o biologico e o politico.
Ensaio sobre Processos Estruturais, 2024
Alice News, 2019
Nos últimos anos tenho participado e desenvolvido estudos sobre a temática das relações étnico-raciais, em particular da população negra na América Latina, no âmbito do projeto POLITICS. Ao inserir-se no universo desses estudos, e situar o assunto no campo da Educação, a investigação tem proporcionado uma imersão no campo, permitindo conhecer diferentes culturas, como a linguagem, as tradições, a religião, os costumes, além de uma grande diversidade étnica, bem como processos históricos, políticos e sociais. Desse modo, observando questões fundamentais para a compreensão do racismo nas sociedades contemporâneas e suas raízes históricas. Nesse contexto, conheci no ano de 2019 dois espaços de "memória sensível", de um lado, o "Cais do Valongo", situado no Rio de Janeiro, Brasil. De outro, o "Mémorial de l' Abolition de l'Esclavage", em Nantes na França. O primeiro, o Sítio Arqueológico Cais do Valongo, é localizado no centro do Rio de Janeiro, na região da antiga área portuária da cidade, na qual o antigo cais de pedra foi construído para o desembarque de africanos escravizados atingindo o continente sul-americano. Em 1811, com o incremento do trá co e o uxo de outras mercadorias, foram feitas obras de infraestrutura, incluindo o calçamento de pedra de um trecho da Praia do Valongo, que constitui o Sítio Arqueológico do Cais do Valongo. O Cais foi soterrado por uma reforma urbana do início do século XX, e foi "redescoberto" durante as obras no porto levadas a cabo nos últimos anos. Com a construção do Museu do Amanhã, o local foi revelado, em 2011, durante escavações das obras, e se tornou um marco material das raízes africanas nas Américas.
Ofensivas e resistencia, 2021
Ação coletiva, movimentos socioespaciais e movimentos socioterritoriais 17 formas de contentious politics, isto é, de formas de confronto e resistência, contra um tipo de produção do espaço, baseada, conforme a designação de Harvey (2018) na criação do antivalor. Do ponto de vista da relação teoria-realidade, o surgimento de novos movimentos e formas de confrontos políticos desenvolvidos em diferentes escalas e lugares, desafia a ciência geográfica na construção de novos instrumentais analíticos, aptos a examinar a ação e as condições de existência destes movimentos. Ademais, desde uma leitura da produção do espaço onde conflito e desenvolvimento são processos inerentes da contradição estrutural do capitalismo e paradoxalmente acontecem simultaneamente, é fato que os movimentos socioespaciais e socioterritoriais estão permanentemente presentes em nosso cotidiano, desafiando as instituições estabelecidas e lutando por direitos, territórios, espaços, terra, lugar, moradia, paisagem, água, escala, políticas, gênero, infraestrutura, defesa do meio ambiente entre outros. Desse modo, numa perspectiva filosófica, fazendo referência a Sztompka (1998) onde temos o tempo da mudança social dado pelo movimento da realidade, e o tempo da Geografia, que rivaliza com outras ciências que a antecede no estudo e construção de instrumentais analíticos sobre movimentos sociais. Cremos que as propostas conceituais debatidas neste texto auxiliam a Geografia a inverter sua posição no campo da pesquisa social de orientada a orientadora (PEDON, 2009; SOBREIRO FILHO, 2016). O diálogo com instrumentais analíticos sobre contentious politics, movimentos-rede, socio-spatial positionality e convergence space, debatidos neste texto foram originalmente desenvolvidos por Routledge 6 (2003); Nicholls (2007); Leitner 7 (2008); Tarrow 8 (2011) e Sobreiro Filho (2016). Considerando o momento político do Brasil, os debates que se seguem sobre os movimentos socioespaciais, socioterritoriais e contentious politics, além
MEMOIRS NEWSLETTER #114, 2020
Os campos de tensão social não desapareceram durante o período de confinamento na pandemia do coronavírus de 2020. Embora o espaço público estivesse de alguma maneira condenado aos encontros e mobilizações, atos de racismo e violência policial ativaram as manifestações do Black Lives Matter, ultrapassando as fronteiras norte-americanas com demonstrações de solidariedade em diversos países como França, Brasil e Portugal, onde ocorre sistematicamente o mesmo tipo de crimes contra a população não-branca.
2005
O artigo coloca em debate a questão dos princípios, focando a análise na funcionalidade, sustentada em critérios de proporcionalidade e ponderação, para que possam ser evitados os extremos, tanto do fundamentalismo quanto da precarização
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Educação e Pesquisa, 2015
Sequencia Estudos Juridicos E Politicos, 2001