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2018, Linha D'Água
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Com esse tema, o leitor é convidado à reflexão advinda de estudos sobre a transmissão do texto escrito de variados domínios discursivos que, necessariamente, envolve o processo de edição ou reprodução ou estabelecimento ou fixação desses textos. Por sua vez, a depender dos critérios utilizados por quem os edita e publica, pode conduzir a leituras ou interpretações desafinadas (para mais ou para menos) com as possíveis leituras ou interpretações que poderiam e podem ser realizadas a partir da versão mais afinada do texto deixado pelo seu autor.
Segundo a perspectiva linguística, o termo "filologia" é um termo incomodamente ambíguo. Refere duas actividades intelectuais vincadamente diferentes, se bem que geneticamente relacionadas. A distância que as separa é tão
Contemporaneamente, a Filologia vem sendo retomada como espaço de problematização de concepções usuais de texto, das divisões disciplinares entre Estudos Literários e Linguísticos, do caráter da crítica e do papel político e social do intelectual. Neste artigo, buscamos apresentar uma reflexão sobre Filologia como uma ética de leitura, a partir do trabalho do intelectual palestino-americano Edward W. Said e da problemática editorial envolvendo o texto dramático " Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá " de Fernando Melo. Trata-se de compreender a crítica filológica como instância de desconstrução permanente de formas insulares e fundacionalistas de interpretação, sobretudo quando está interessada naquilo que, no processo de transmissão textual, foi tomado como erros ou intervenções espúrias. Contemporarily, Philology has been retaken as an space of problematization of usual concepts of text, disciplinary divisions such as between Literary Studies and Linguistics, the nature of Criticism and the political and social role of the intellectual. In this paper, we present a speculation on Philology as a reading ethics out of the work of the palestinian-american intellectual Edward W. Said and the editorial issue evolving the dramatic text " Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá " by Fernando Melo. It is a case of comprehend philological criticism as an instance for permanently deconstuction of insular and foundationalist forms of interpretation, mainly when it is interested on what has been taken as errors or spurious interventions during the process of textual transmission.
Signo, 2007
Este trabalho está dividido em duas partes. Na primeira dissertamos sobre a possibilidade de obter uma caracterização dos textos filosóficos que permita distinguilos de outros tipos de textos. Na segunda parte nos ocupamos das dificuldades de compreensão que podem ser encontradas por diferentes tipos de leitores. ao tentar entender uma argumentação filosófica.
Editora da UFRGS eBooks, 2020
All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International license. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribição 4.0. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento 4.0. Acervos literários e Filologia Maria da Glória Bordini Acervos literários e Filologia 1 "O humanismo [...] deve escavar o silêncio, o mundo da memória, de grupos itinerantes, que mal sobrevivem, os lugares de exclusão e invisibilidade". Edward Said, O retorno da filologia. Preservação e função social do acervo literário As reflexões em torno de documentos de escritores em geral incidem sobre a questão da preservação da memória literária. O patrimônio cultural de um país se constitui no seu mais legítimo capital simbólico, e hoje em dia o saber, seja cientí
2023
Os artigos desta edição fazem parte do volume da Coleção Discipuli, cujos textos foram escritos ao término de aulas ministradas em ambiente virtual no decorrer do ano de 2021 e 2022. Estão organizados em duas seções distintas, denominadas Crítica, Literatura, Experiência e Diálogo, Literatura, Imaginário, Para a realização do projeto, foi formada uma rede de cooperação universitária, responsável por agrupar os seguintes programas de Pós-Graduação na área de Letras e/ou de Literatura: da Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal de Roraima (UFRR), Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Graduandos, mestrandos, doutorandos e egressos de todas as instituições envolvidas neste projeto desenvolveram os escritos publicados nesta edição, tratando basicamente de temáticas analisadas em sala de aula, e que, graças ao esforço dos integrantes da Editora da Universidade Federal de Roraima (EdUFRR), agora passam a estar disponíveis ao público geral. Para realização deste livro, gostaríamos de agradecer aos professores José Luís Jobim de Salles Fonseca (UFF), Fábio Almeida de Carvalho (UFRR), Roberto Mibielli (UFRR), Sheila Praxedes Pereira Campos (UFRR), Maria de Fátima Castro de Oliveira Molina (UNIR), Fernando Simplício dos Santos (UNIR), Juciane dos Santos Cavalheiro (UEA), Allison Marcos Leão da Silva (UEA), Yurgel Pantoja Caldas (UNIFAP), Paulo Eduardo Benites de Moraes (UNIR) e Joana Muylaert de Araújo (UFU). Enfim, destacamos que este volume da Coleção Discipuli traz aos leitores apreciações que, sem dúvida, contribuirão para o aperfeiçoamento da pesquisa atinente às áreas de história, crítica e teoria literária. Reiterando os nossos agradecimentos aos autores, pareceristas e toda a equipe da EdUFRR.
Filologia, cultura escrita e estudos culturais, 2018
Ao longo da tradição ocidental, diversos intelectuais tomaram a palavra Filologia compreendendo-a como adjetivo para significar erudição ou como uma atividade crítica e de explicação do texto e, até mesmo, ciência, como fizeram os pesquisadores nos oitocentos. Independente da perspectiva, a estratégia lançada por todos eles foi sempre produzir fissuras nas bases etimológicas da palavra Filologia, que, a depender do estudioso, passa a ser entendida como “amor pelos argumentos, pela dialética” (Platão) (CUNHA, 2004, p. 342) e/ou, como podemos ler nas páginas contemporâneas – e apaixonadas? – dos manuais de Crítica Textual em língua portuguesa, “[...] a ideia básica originalmente expressa pelo termo [Filologia] em questão seria ‘amor à palavra’” (CAMBRAIA, 2005, p.15). Aprendemos com a professora homenageada com esta publicação que Filologia é “amor às letras”. Para alguns filólogos, importa que “filo-”, na explicação etimológica – primeira parte da forma composta greco-latino de Filologia, que, por sinal, advém de um verbo (CAMBRAIA, 2005) – se traduza por uma palavra de ação “amar”, e não pela palavra “amor”. Desse modo, teríamos “amar as palavras/letras”. Esse matiz importa para esta discussão filologia, cultura escrita e estudos culturais principalmente para que entendamos que, na contemporaneidade e na interface com os Estudos Culturais, a Filologia é uma ação, uma prática que se constrói a partir da leitura crítica e material do texto, atentando-se para os usos sociais do texto: o modo de produção, circulação, recepção e transmissão histórica. A partir disso, temos uma filologia como práxis, dada a sua natureza mais material, não abstrata e, frequentemente, não oprimida por uma teoria aprioristicamente concebida, principalmente, em torno tanto das concepções de objeto e sujeito de pesquisa, quanto dos motivos tópicos da pesquisa texto, língua e cultura. Assim, ainda para reelaborar os esquemas tradicionais que explicam Filologia, desejamos aqui ampliar os limites do “amor” no étimo do termo em questão, ou seja, por amor queremos entender afeto (SACRAMENTO; SANTOS, 2017); por afeto (SODRÉ, 2012), tencionamos não apenas aquilo que diz respeito ao sentimento subjetivo ou à empatia, mas todo compromisso político, ético, estético que vise buscar uma crítica humanística democrática (SAID, 2007), empenhada em práticas de visibilização, empoderamento e combate a situações de vulnerabilidade sociais, raciais, étnicas, de gêneros e sexualidades. Por outras palavras, mais modestas, dizemos que precisamos compreender o corpo e o que nos afeta enquanto sujeitos pesquisadores preocupados com os problemas políticos e sociais. Desse modo, a intersecção proposta nos textos deste volume, por itinerários distintos, tentam encontrar pontos de leitura crítica que visam, ainda pelas palavras de Muniz Sodré (2006, p. 8), à construção do reconhecimento epistemológico do outro e à “prática ético-política de aceitar outras possibilidades humanas, de aceitar a diversidade, num espaço de convivência”. Esse tecido teórico e pragmático, que aproxima reflexões que se repeliram metodologicamente em algum momento de suas trajetórias epistemológicas, é o que diversos intelectuais (HALL, 2005) chamam de Estudos Culturais (EC). Apesar de ter ganhado fôlego nas instituições acadêmicas, os EC não são uma disciplina com procedimentos teórico-metodológicos rígidos. É, ao contrário, um ponto de articulação reflexiva que assume a rasura das perspectivas disciplinares e compreende a cultura como elemento estruturante das diversas sociabilidades, muito mais próximo ou engendrado pelas questões que foram ditas mais regularmente como importantes, a saber: a economia, a política, o social etc. Mas, como esta vertente de estudo, diversa e atravessada pela descolonialidade do pensamento, contra o epistemicídio e etnocentrismo europeu pode estabelecer relação com a Filologia, uma vez que foi a partir do terreno filológico que se assentaram narrativas de nacionalidade, purismo cultural, por meio de paradigmas que reivindicavam a reconstituição dos originais, textos fidedignos que se dirigiam a matrizes culturais puras e originais? Para responder a isso, precisamos compreender como o labor filológico se transformou com os impactos promovidos pelo que se tem chamado de pós-modernos e/ ou pós-coloniais. Nesse sentido, argumenta Warren (2003, p. 19), [...] a filologia pode atingir o próximo “pós” juntamente com “moderno” e o “colonial”? Como uma disciplina dedicada a metanarrativas sobre a linguagem pode lidar com as críticas da unidade de ambas linguagem e subjetividade? E como uma disciplina forjada no colonialismo europeu do século XIX pode tecer críticas a esse legado e a essa história? transformação dos hábitos críticos e teóricos da Filologia em direção ao reconhecimento das pluralidades textuais, a uma possibilidade de interpretação que não se estabelece em termos de unidade de sentido (fidedignidade). A leitura de Santos (2015, p. 11) sobre a pós-filologia de Warren concorre a favor desta argumentação, pois [...] uma pós-filologia é a recusa completa de qualquer intenção de resgate de uma origem: “[...] a pós-filologia vai além da questão da origem, dispersando a hierarquia valorativa segundo a qual o estudo dos “materiais originais” [...] são mais valiosos do que os estudos de edições [...]” (WARREN, 2003, p. 27, tradução minha) E mesmo o estudo das edições não está assentado no julgamento das melhores edições, mas nos investimentos ideológicos de uma edição particular: “[...] a pós-filologia exige mais do que uma crítica de aspirações positivistas [...]” (WARREN, 2003, p. 27, tradução minha). No que diz respeito ao estudo de manuscritos, a pós-filologia, aponta Warren (2003), reconfigura as hierarquias que orientavam a compreensão das relações entre textos, imagens e elementos não-linguísticos. Na classificação de manuscritos, a pós-filologia recusa o estabelecimento de relações familiares entre os vários testamentos dos textos, que servem para definir a versão mais velha de um texto. Essa outra prática filológica, que se organiza em torno da renovação epistêmica descrita por Warren, foi a proposta assumida pelos diversos autores deste volume. Por meio do manejo com um dado texto assumido como fonte, há propostas que tomam a escrita, os suportes e o texto como objeto de suas reflexões.
Analytica - Revista de Filosofia, 2016
Man wird oft von einem Wort behext. Z. B. vom Wort "wissen". Wittgenstein, Über Gewissheit, § 435. 1. A filosofia costuma ser louvada por suas ideias e ironizada por suas técnicas. Parecem preciosos os gestos largos, o apreço aos princípios, mas de pouca valia o trabalho minudente, sendo depreciadas as técnicas por que logramos alcançar alguma posição elevada. Não sendo a elevação sempre evidente ou garantida, o recurso a expedientes especiosos pode fazer as vezes de profundidade. Por isso, não sendo óbvia ao não iniciado a diferença entre a firula e o drible, a filosofia facilmente se prestaria à galhofa, sobretudo quando se volta aos detalhes, aparentemente insignificantes, ou seja, sobretudo quando se encontra em seu elemento. E isso desde os primórdios. Em um fragmento do comediógrafo Epícrates, alegres jovens atenienses, supervisionados por Platão, aparecem nos ginásios da Academia, debruçados sobre distinções as mais finas, ocupados em classificar em gênero a abóbora, se arbusto, gramínea ou legume-com o que, vingando-se, o público debochava do trabalho da divisão dialética, tão bem exemplificado n'O Sofista, por meio do qual se procurava estabelecer quais ideias se comunicam entre si e quais se excluem, bem como compreender o princípio em virtude do qual se comunicariam, isto é, o próprio "ser" e, logo, as regras próprias das ligações de predicação possíveis, os princípios mesmos da identidade e da diferença. 2 volume 20 número 1 2016 EpistEmoloGia E Gramática FilosóFica Na superfície, o público leria o profundo como anedótico ou inútil, sem que, por contraposição, devamos sempre supor profundo o que nesse trabalho pode haver de ocioso, repetitivo e deveras chato. A filosofia, com sua especial atenção à linguagem, tende a padecer incompreensão semelhante à sofrida pela linguística de feição antropológica, que, ao procurar ver a "diversidade de usos de que se reveste cada lugar, diversidade movida por razões históricas, sociais e até políticas", tem retido de seu trabalho o arco de nominações por que nos envolve "a névoa, ou neblina, ou librina, ou neve, ou nevoeiro, ou nuveiro, ou quantos outros nomes que a lexicologia regional queira dar a esse fenômeno atmosférico". Ora, mais que meramente fazer registros, a linguística desfia os mistérios por que a língua, diferenciando-se em seus usos, articula em um sistema comum um conjunto de variedades de manifestação, de modo que nada tem de trivial o que "dá ao falante o direito de (...) escolher se compra uma galinha d'angola, uma pintada, uma cocar, uma guiné, uma tô fraco, uma capote, uma angolista, uma picote"; ou o que, decalcando preconceitos da realidade dura da prostituição, "dá-lhe a possibilidade de utilizar dama, mulher dama, varredeira, varre-rua, mulher da vida, mulher de vida livre, mulher de vida fácil, rameira, prima e muitas outras denominações". 3 O trabalho do filósofo, então, não sendo a repetição ou a aplicação de meras técnicas, por sofisticadas que o sejam, tende a articular recursos, conformar vocabulários, selecionar ou recusar temas, o que se manifesta em um modo argumentado de fazer escolhas e superar dificuldades. Ou seja, o trabalho do filósofo tende a constituir-se como obra. Em sendo assim, traça caminhos, configura-se em métodos, desenha um estilo por que se entrelaçam temas reiterados e procedimentos recorrentes. Lembrando Ubirajara Rebouças, poderíamos dizer de forma ainda mais radical: a obra é filosófica se comporta uma démarche. Não se deve supor, por conta disso, que precisem ou mesmo devam constituir sistemas. Apenas não devem resultar, sistemáticas ou não, da aplicação ociosa de um patois a qualquer tema (como quando adoecíamos aqui e alhures de hegelianismo), e sim constituir critérios para discernir o profundo do especioso, para a preservação ou mudança de posições, para a decantação do duradouro sobre o passageiro e inclusive para a colaboração empreendida pelos pro-3 CARDOSO,
2021
A obra que ora apresento é um dos resultados do projeto de pós-doutoramento "Tópicos avançados de linguística românica: o uso do latim como fonte para a linguística histórica",
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Antes e depois de editar: estudos filológicos, 2023
Publicado em In: MARINHO, C; ALMEIDA, J. (Edts.). Sartre – Um filósofo na literatura. Porto: FLUP, 2006., 2006
REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, 2020
2016
Inquietações e Proposituras na Formação Docente, 2019
Tempo Social, 2011
Revista GEADEL
Do grafite ao cinema, letramentos visuais e educação linguística dão as mãos, 2023
REVISTA DE LETRAS - JUÇARA