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2022, Crítica Cultural
Resumo: O cenário político brasileiro, entre 2017 e 2021, se compôs por cenas engendradas na repetição e perpetuação do espetáculo da morte e da violência nos meios de comunicação. A partir deste recorte, pretende-se destacar e compreender os mecanismos e o combustível que sustentam estas produções. Para isto, nos ancoramos em estudos freudianos sobre os aspectos psicológicos que embasam a formação das massas e a pulsão de morte enquanto instrumento de propagação compulsiva de manchetes, notícias e discursos destrutivos no espaço público. Desta forma, o presente artigo visa elencar manchetes, noticiários e discursos do chefe do Estado com intuito de sinalizar a espetacularização da morte como conteúdo consumido nos meios de comunicação e construir reflexões acerca da pulsão de morte enquanto propulsora de repetições e também de instauração de mudanças. A análise do conteúdo será realizada sob a luz da Psicanálise e seu trânsito com os outros campos do saber.
Este artigo propõe investigar as contribuições o olhar do migrante na construção de uma sociedade mais igualitária. Para tal, baseamos nossa análise nas propostas levantadas por Guy Debord, em “A Sociedade do Espetáculo”, contrastando com a análise literária dos versos da obra “Como Gostais”, de William Shakespeare. O objetivo principal é buscar o papel daqueles que ainda irão compor a cidade, o sujeito migrante. É inegável o papel atrativo dos centros urbanos, e assim, é necessário pensar naqueles que, se no momento não habitam a cidade, deverão faze-lo em algum momento no futuro. É pensar naqueles que vem de outras cidades, o que quer dizer que estão acostumados à vida urbana, mas são desconhecedores das particularidades da nova cidade onde residem. Sendo assim, propõe-se neste ensaio uma análise do papel do migrante enquanto sujeito da cidade, elemento não convidado, mas presente no espetáculo urbano. Espera-se demonstrar o valor do seu olhar sobre o espetáculo, seu papel nele e de como encerrar as cortinas para finalmente viver o real, de forma mais honesta e justa. Reverberamos a proposta de Raoul Vaneigem, onde talvez a resposta para o desmantelamento do espetáculo esteja para além de uma ação coletiva qualquer; os sujeitos urbanos conseguirão terminar com a ditadura do parecer através da visão do sujeito, da individualidade, onde poderíamos reverter a lógica do urbano capitalista.
A Transversalidade da Prática do Profissional de História, 2019
História-Estudo e ensino. 2. Prática de ensino. 3. Professores de história-Formação I. Pereira, Denise. II. Série. CDD 907 Elaborado por Maurício Amormino Júnior-CRB6/2422 O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. 2019 Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. www.atenaeditora.com.br APRESENTAÇÃO A transversalidade da Prática do Profissional de História Ao longo das últimas décadas, o ensino de História vem se consolidando enquanto campo de pesquisa, principalmente a partir da década de 1980, e as linhas de pesquisa, mormente, estão ligadas às metodologias de ensino, ao livro didático ou, ainda, às políticas públicas de inserção desses temas no currículo escolar. Neste modo, falar de transversalidade na prática do profissional de História, é observar a ligação aproximada da escola da realidade vivida pelos alunos, ou seja, trazer as disciplinas, os professores, os conteúdos escolares e aproximá-los do mundo do estudante. Dessa maneira, os alunos teriam uma aprendizagem significativa e seriam vistos com sujeitos históricos. Os temas transversais são abordados recorrentemente a partir da proposta do trabalho interdisciplinar. O fato recorrente nessas abordagens interdisciplinares é que cada disciplina/campo se preocupa com seu recorte específico sobre o tema, o que acaba fragmentando-o ainda mais. A aplicação dos temas transversais acontece a partir da renovação nos métodos, conceitos e didáticas no campo da pesquisa em História. Neste e-book temos a compreensão da realidade e a afetiva participação do indivíduo a partir de dados e noções relativos ao seu cotidiano, ao seu universo, fazem com que a campo do historiador a passe a ser considerada como um espaço de conhecimento e reconhecimento, onde por intermédio das diversas outras áreas de pesquisa se concretize como construtor de sua própria história. Aqui diversos pesquisados do campo da História, trabalharam com a proposta de temas transversais em várias áreas baseadas em eixos temáticos, tais como: cultura, religião, educação, arte, cinema, gênero, entre muitos outros. Boa leitura.
2017
A chamada tematica Visoes da Morte apresenta um conjunto de artigos, com diversas abordagens tematicas e teorico-metodologicas, demonstrando a dinâmica das possibilidades de problematizacoes possiveis da morte na perspectiva historica. Espacos dos mortos, ritos funebres, enfermidades e morte, luto e pesar, cemiterios, morte simbolica de dadas identidades sao algumas das entradas tematicas dos textos que formam o presente dossie. Mortes fisicas e simbolicas estao e estiveram presentes em distintas situacoes e condicoes sociais, como aquelas que mobilizam o interesse dos estudos dos artigos aqui apresentados. O tema morte e geralmente acionado pelos historiadores ao se realizar questionamentos sobre aspectos diversos das sociedades, isto e, as problematicas de pesquisa acabam vinculando experiencias de morte ou morrer com outras instâncias de vida social em universos culturais especificos. Sao variadas as compreensoes das formas de morrer e de expressar a morte, de tal modo que esse ...
Caminhando, 2010
Este artigo aborda o fenômeno contemporâneo da espetacularização da experiência religiosa, a partir de conceitos como sociedade do espetáculo, entretenimento, coersedução, entre outros, e busca-se analisar a relação mídia-religião no cenário brasileiro atual. A partir dessa abordagem, que constata a aproximação cada vez maior entre culto e entretenimento, também se procura apontar pistas pastorais para uma prática litúrgica criteriosa na idade mídia.
Revista M. Estudos sobre a morte, os mortos e o morrer, 2019
É com muita satisfação que a Revista M. chega ao seu quinto número, trazendo aos leitores e às leitoras o Dossiê Temático "Morte, regimes políticos e violência",
Caminhando, 2008
Medicina (Ribeirao Preto. Online), 2005
Resumo: O presente trabalho pretende esclarecer e realçar os aspectos legais do evento morte para o médico, já que este, por atribuição normativa, e pelas circunstâncias fáticas e práticas, é quem, normalmente, a atesta em documento próprio. São enfocados os efeitos legais e jurídicos da morte, e sua repercussão no mundo do direito, com a importância e correlação que possui com a declaração médica da morte. Ao reavivar os conceitos, pretende-se que o médico esteja cada vez mais consciente do seu ato profissional enfocado no presente trabalho, e que seja, como sempre, diligente e zeloso com esta prática profissional pelas, dentre inúmeras outras coisas, repercussões que dela decorrem.
Ehumanista Journal of Iberian Studies, 2001
Nunca poderemos saber, ao certo, como reagiram os espectadores da época ao teatro de Gil Vicente. Tanto mais que, apesar de se ter mantido invariavelmente ao serviço da Corte, o dramaturgo escreve ao longo de 35 anos, adoptando soluções estéticas bastante diversificadas, a que terão certamente correspondido diferentes níveis de impacto. É com precaução que deveremos aproximar-nos, por exemplo, da célebre estrofe 186 da Miscelânea de Garcia de Resende, tentando descortinar, a este propósito, algum sentido testemunhal. Como é sabido, Resende refere-se expressamente às " representações […] de mui novas invenções / e feitas por Gil Vicente," para enfatizar de seguida: "Ele foi o que inventou / isto cá." Para além de valer como indicação de que o teatro de Gil Vicente foi sentido na época como verdadeira novidade, este registo torna-se ainda mais impressivo por ser colocado imediatamente na sequência da descrição do esplendor artístico da Corte de D. Manuel, povoada de "Pintores, luminadores […] ourivizes, escultores," que o cronista, bom conhecedor dos meios italianos, comparara antes aos nomes cimeiros da Renascença: "vimos o gran Michael, Alberto e Raphael / e em Portugal há tais / tão grandes e naturais / que vem quasi ao livel" (est. 185). 1 Apesar da verdade essencial que parece desprender-se destes versos encomiásticos, é contudo natural que eles não traduzam o sentimento de todos os que na Corte puderam apreciar os autos de Mestre Gil. Em simultâneo com este tipo de louvores devem terse verificado tentativas de desmerecimento e desconfiança quanto à originalidade do dramaturgo. Um dos sinais desta suspeita aparece indiciado na Didascália de um dos autos (Inês Pereira), quando se alude
E m finais do século XIX o Brasil era recorrentemente descrito como uma imensa nação mestiça representando, nesse sentido, um caso extremo e singular, "J'ai remarque un fait singulier.." — dizia o naturalista Gustave Aimard, viajante francês que esteve no Brasil em 1887 — "...queje n 'ai observé qu 'au au Brésil: c 'est le change-ment que s 'est opéré dans la population par les croisement des races, ils sont les fils du sol". Mestiça era também a imagem que Louis Agassiz (1868:71) for-mava do Brasil; esse país que se tornara uma espécie de paraíso dos naturalistas. Dizia o reconhecido pesquisador suíço: "...que qualquer um que duvide dos males da mistura de raças, e inclua por mal-entendida filan-tropia, a botar abaixo todas as barreiras que as separam, venha ao Brasil. Não poderá negar a deterioração decorrente da amálgama das raças mais geral aqui do que em qualquer outro país do mundo, e que vai apagando rapidamente as melhores qualidades do branco, do negro e do índio deixando um tipo indefinido, híbrido, deficiente em energia física e mental".
DAT Journal
Este artigo pretende debater o processo de definição de práticas pedagógicas e curriculares do campo da Arte/Educação para possibilitar que os estudantes exponham, examinem e critiquem os códigos imutáveis e essenciais de sistemas de mídias de massa e, para isso conceitua a cultura visual como pedagogia do espetáculo. Entende a imagem como um produto de relações sociais, que nos ensinam o que e como ver e pensar. A pedagogia do espetáculo da cultura visual é dividida no artigo primeiro como uma forma onipresente de representação e segundo como uma forma democrática de prática.
Assim como os rios desaguam no mar e ali tornam-se infinitamente maiores que eles mesmos, assim é a vida do ser humano que desagua na morte tornando-se algo maior que ele mesmo.
A importância dos capítulos de Êxodo que tratam do Tabernáculo é bem expressa por Witsius: "Deus criou o mundo inteiro em seis dias, mas Ele usou 40 dias para instruir Moisés sobre o Tabernáculo. Pouco mais de um capítulo foi necessário para descrever a estrutura do mundo, mas seis foram usados para o Tabernáculo." Embora a maioria dos evangélicos reconheça prontamente a importância do Tabernáculo, ao longo da história da igreja há pouca concordância a respeito de sua interpretação. Recomendaria que o leitor fizesse um esforço para pesquisar a história da interpretação do tabernáculo, o qual é objeto de nosso estudo. Ao longo dos séculos muitas pessoas têm procurado encontrar o significado do tabernáculo de seu ponto de vista simbólico. Já no período helênico... eram feitas tentativas para entender a função do tabernáculo do Velho Testamento como algo basicamente simbólico. Pela linguagem bíblica fica evidente a razão pela qual esta interpretação parecia algo tão natural. Primeiro, a dimensão do tabernáculo e todas as suas partes refletem um projeto cuidadosamente planejado e um conjunto harmonioso. Os números 3, 4 e 10 predominam com cubos e retângulos proporcionais. As diversas partes o santo lugar separado, a tenda, o átrio todos têm numa relação numérica exata. O uso dos metais ouro, prata e cobre é cuidadosamente selecionado de acordo com sua proximidade do Santo dos Santos. Da mesma forma, cores específicas mostram ter uma relação íntima com sua finalidade, quer branco, azul ou carmesim. Há igualmente uma gradação na qualidade dos tecidos usados. Finalmente, muita ênfase é colocada na posição e na orientação adequadas, com o lado oriental recebendo o lugar de honra. Os primeiros intérpretes não tinham dúvida de que a importância do tabernáculo repousava em seu simbolismo oculto, e a questão em jogo era justamente decifrar seu significado. ... Para Philo o tabernáculo era uma representação do universo, a tenda significando o mundo espiritual, e o átrio o material. Além disso, as quatro cores significavam os quatro elementos, o candelabro com suas sete lâmpadas, os sete planetas, e os doze pães da proposição os doze signos do Zodíaco e os doze meses do ano. Orígenes, em sua nona Homilia de Êxodo, faz referência à abordagem de Philo, mas depois toma outro rumo. Ele viu o tabernáculo como indicação do mistério de Cristo e sua igreja. Suas analogias morais em termos das virtudes da vida cristã -a fé comparada ao ouro, a pregação da palavra à prata, a paciência ao bronze (9:3) foram estudadas e aperfeiçoadas ao longo dos anos da Idade Média... O problema com as tentativas de se interpretar o tabernáculo simbolicamente é que não há linhas de direção de aceitação universal ou padrões que determinem qualquer tipo de correspondência espiritual entre as partes do tabernáculo e alguma outra coisa. Por isso os "significados espirituais" nunca tiveram consenso entre os diversos intérpretes. Em meu estudo inicial do tabernáculo, era minha intenção interpretar e aplicar os textos referentes a ele de forma um tanto direta. Uma vez que ambos, o edifício do tabernáculo e o edifício da igreja, possam ser pensados como lugares de reunião dos santos, acho que poderíamos aprender muito sobre os edifícios das igrejas do Novo Testamento pelo estudo do edifício do tabernáculo do Velho Testamento. Creio que o tabernáculo poderia nos dar alguns princípios que poderiam nortear nosso entendimento do projeto e da finalidade do edifício das igrejas. Vi que esta abordagem também tem sérios problemas. Isto quer dizer que todo este material no livro de Êxodo, tratando do tabernáculo, não tem nenhuma aplicação clara para nós? Acho que não. Deus sempre teve um lugar de morada em meio a Seu povo. Primeiro foi no tabernáculo, e mais tarde, ainda no período de Velho Testamento, no templo. Nos evangelhos, Deus habitava (literalmente "tabernaculava") entre Seu povo na pessoa de Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. Agora, na era da igreja, Deus habita na igreja. É meu entendimento que existem certos elementos comuns em todas essas maneiras pelas quais Deus habitou (ou habita) entre os homens. Assim, a descrição do tabernáculo nos dá a primeira revelação bíblica de como Deus habita entre os homens, e o que isto requer ou sugere à igreja hoje, na qual Deus habita. Nossa abordagem consistirá primeiramente em estudar algumas das características do tabernáculo, como descritas em Êxodo. Em seguida, analisaremos brevemente os textos que descrevem a construção do(s) templo(s), enfocando aqueles aspectos nos quais o templo é similar ou distinto do tabernáculo. Finalmente, passaremos ao Novo Testamento, para relacionar as características comuns do tabernáculo e do templo com a morada de Deus entre os homens através de "Seu Corpo". Creio que encontraremos uma correspondência muito próxima entre todos os meios que Deus usa para habitar entre Seu povo.
Morte e Espectralidade nas Artes e na Literatura, 2019
Morte e Espectralidade nas Artes e na Literatura reúne um conjunto de ensaios nos quais se reflecte sobre as problemáticas da espectralidade e da morte nos campos da produção e da teorização das artes. Na primeira parte, procede-se à questionação e à análise de algumas configurações que o tópico da morte conheceu na literatura, na fotografia, no cinema, na literatura e nas artes de palco no decorrer dos últimos dois séculos. Num segundo momento, trata-se a espectralidade enquanto problema inerente à fotografia e ao pensamento crítico em torno desta arte, interrogando diversos pressupostos da representação realista que lhe são comummente associados. Este volume tem origem em dois encontros organizados no âmbito do projecto “RIAL – Realidade e Imaginação nas Artes e na Literatura”, sedeado no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, designadamente a Jornada “Máscaras de Cera: O Espectáculo da Morte na Literatura e nas Artes dos Séculos XIX e XX” (2017, em colaboração com a linha de investigação “Teatro e Imagem” do Centro de Estudos de Teatro da FLUL) e o Seminário “O Realismo Espectral da Imagem Fotográfica” (2018). Os ensaios reunidos são da autoria de Amândio Reis, Ana Campos, Fernando Guerreiro, Filipe Figueiredo, Golgona Anghel, José Bértolo, José Duarte, Kelly Basílio, Luís Mendonça, Margarida Medeiros, Patrícia Soares Martins e Susana Lourenço Marques.
Dissertação de Mestrado, 2020
O presente trabalho se refere a uma crítica antropológica sobre a morte que tem como ponto de partida a história social da morte no ocidente. Trata-se de um estudo com caráter bibliográfico, mas com vários elementos etnográficos visto que o projeto inicial previa um trabalho de campo que não pode ser concluído por questões pessoais diversas, curiosamente, relacionadas a morte. A narrativa traz a morte como categoria socioculturalmente construída, isto com base em análises de alguns ritos de luto e sepultamento, assim como da ressignificação da ideia de corpo como suporte único e exclusivo daquele que vive. Busca-se promover, no discurso empreendido, um esvaziamento da ideia ocidental de corpo analisando as performances dessa estrutura quando ela biologicamente morre e quando culturalmente ressuscita. Diálogos reflexivos sobre os vários tipos de morte são promovidos na tentativa de que a aproximação com o fenômeno e suas múltiplas manifestações permitam ver de perto como a finitude nos move, nos comove, impacta e imprime a vida a partir de suas multiagências.
A morte é um dos maiores mistérios da vida e, por isso mesmo, desperta em nós tantas inquietações, sendo assim um dos grandes temas da filosofia, e ocupando na Maçonaria um proeminente lugar, haja vista a lenda de Hiram ser inclusive um Landmark e, como tal, inalterável.
Galáxia (São Paulo)
Resumo Há um pequeno relato de morte escrito por Fiódor Dostoievski em 1876, inspirado em notícias de jornal, em que o esforço narrativo se volta para cobrir de sentido a falta de sentido original do morrer. Intitulado A dócil, esse texto é aqui retomado para pensar sobre alguns dos caminhos que tomam o jornalismo e seus relatos ao ingressarem na teia de referências associadas à morte em nossa cultura.
A Morte animada, 2017
Nietzsche decretou a morte de Deus e vislumbrou o sentido do mundo através da experiência dionisíaca, uma apologia à comunhão do homem com o mundo natural e com o Universo. Refratário a uma existência atrelada a um porvir, afirmou que não existem dualidades, platônicas ou cristãs, e que só existe esse mundo, essa realidade na qual vivemos e nada mais, nem além. A partir disso, ao elaborar sua filosofia provocativa do Eterno retorno não caminhava na direção do eterno ciclo de reencarnações do Hinduísmo, mas à afirmação budista do deus subjetivo e presente no agora. Segundo Nietzsche, "a vida boa é a que consegue viver o instante sem referência nem ao passado nem ao futuro, sem condenação pessoal, com leveza absoluta, com o sentimento perfeito de que não há mais diferença real entre o passado e a eternidade". Uma poética glorificação, portanto, à efemeridade e à impermanência. Um desdobramento dessa reflexão é sua crença nas Artes como os universos lingüísticos adequados à abordagem da realidade mais essencial. Dentre esses universos, essas linguagens artísticas, as que mais se utilizam das qualidades transitórias em suas elaborações são, inequivocadamente, as Artes cênicas, teatro e dança. Ao se extinguirem após sua concretização, enaltecem a vida em seu caráter mais fundamental: a efemeridade. Poesia do presente glorificado, as Artes cênicas possuem, no entanto, em sua definição o traço da morte e do súbito desaparecimento. A aproximação destemida da Morte preenche de Vida suas elaborações. Essa pequena e modesta digressão sobre o pensamento nietzchiano, busca conduzir ao universo teatral das formas animadas e sua dialética de vida e morte. Dentre as inúmeras vertentes das artes do palco, o teatro de formas animadas, cujo representante mais ancestral, a máscara, acabou por forjar o ícone que simbolizaria para sempre a própria arte teatral e toda sua trajetória, uma vez que é presença importante em quase todos os momentos da história do teatro. E mesmo antes. Com o movimento simbolista no final do século XIX, Von Kleist, Maeterlink, Appia, Yeats e, principalmente Edward Gordon Craig, resgata-se o universo de formas animadas-e com ele, as máscaras-e o preenchem com novas possibilidades expressivas. A parte o encanto renovado à época com o teatro de bonecos, Craig foi o autor da provocação de se substituir os atores pelos assim chamados
ID on line REVISTA DE PSICOLOGIA, 2013
Compreendemos que há dois estados de consciência: o egóico e o divino, ou a consciência do Filho de Deus e a consciência do filho de Adão. A reflexão que ora tratamos transita entre estes dois
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