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2012, Viso: Cadernos de estética aplicada
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Este artigo comenta o texto de Ernani Chaves “Foucault: cinismo, arte moderna e estética da existência”. O tema indicado no título desse texto é especificado por quatro hipóteses. A primeira diz respeito à relação entre as práticas de vida dos cínicos e o que se pode chamar de “vida artista”. A segunda é que, a partir da relação entre a prática de vida do cinismo e a atitude do artista moderno, seria possível vincular o dizer verdadeiro (parrêsia) e a arte. A terceira consiste em tomar Baudelaire como exemplo do artista moderno que encarna a parrêsia. Já a quarta hipótese não é interpretativa como as três primeiras, mas uma indicação comparativa: a tentativa de mostrar como a leitura do texto de Benjamin sobre Baudelaire pode ter influenciado a mudança de concepção de Foucault acerca do poeta francês.
albuquerque: revista de história, 2017
Baudelaire reclama uma arte e um artista que, saídos do meio da rua, da multidão, consigam traduzir os sentimentos desta gente comum de que o mundo é composto. Ele quer um artista que não seja o eleito dos deuses e que deva, para sobreviver, curvar-se como qualquer outro às leis do mercado, ser igual a todo mundo e não ter nada de santo.
Alea, 2007
Baudelaire mau vidraceiro Viviana Bosi (DTLLC/USP) Podemos começar pela leitura do trecho final do poema em prosa "O mau vidraceiro de Baudelaire: A primeira pessoa que vi na rua foi um vidraceiro, cujo pregão cortante, dissonante, me chegou através da pesada e suja atmosfera parisiense. É-me aliás impossível dizer por que fui tomado, em relação a esse pobre homem, de ódio tão repentino e despótico. "Ei! Ei!, gritei-lhe que subisse. Entretanto refletia, não sem algum contentamento, que, ficando o quarto no sexto andar e sendo a escada bastante estreita, seria difícil para o homem operar sua ascensão sem enganchar por toda parte os ângulos de sua frágil mercadoria. Finalmente apareceu-me: examinei curiosamente todos os vidros e lhe disse: "Mas como? Não tem vidros de cor? Vidros cor de rosa, vermelhos, azuis, vidros mágicos, vidros do paraíso? Como é descarado! Ousa passear pelos bairros pobres sem ao menos trazer vidros que tornem a vida bela!" E o empurrei vivamente para a escada, onde tropeçou resmungando. Cheguei até o balcão, apanhei um vasinho de flores e, quando o homem reapareceu na soleira da porta, deixei cair perpendicularmente meu engenho de guerra sobre a parte de trás de seu fardo; o choque o derrubou e ele acabou de quebrar sobre as costas toda a sua pobre fortuna ambulatória, que fez o barulho estrondoso de um palácio de cristal arrebentado por um raio. E inebriado com minha loucura, gritei-lhe furiosamente: "que tornem a vida bela! a vida bela!" Essas brincadeiras nervosas não deixam de comportar algum perigo, podemos pagar caro por elas. Mas que importa a eternidade da danação para quem encontrou num segundo o infinito do gozo? (Baudelaire, C. O Spleen de Paris: pequenos poemas em prosa. Trad. Leda Tenório da Motta. Rio de Janeiro: Ed. Imago, 1995: 34-35) É sempre com renovado prazer que apresento este poema em prosa para os alunos do primeiro ano de Letras, e vejo como o texto lhes provoca geralmente uma imediata antipatia pelo poeta. Como é possível que um autor que aprendemos a admirar cegamente, e que se tornou o clássico da modernidade seja tão desconsiderado com o pobre trabalhador, tão hedonista a ponto de pouco se importar com o outro e, ao contrário, consciente e cruelmente, destratá-lo e mesmo causar-lhe prejuízo? E justificar tal ação pelo prazer estético imediato, pouco se importando com as conseqüências? Uma parte da crítica mais tradicional considera-o um exemplo a mais da tendência histérica de Baudelaire, que cultiva o "espírito de mistificação" e o satanismo do dândi decadentista e aristocrático. Agir movido pelo impulso perverso do "humor negro"-como o leu também André Breton, que incluiu "O mau vidraceiro" em sua antologia (Breton, A. Anthologie de l' humour noir. Paris : Jean-Jacques Pauvert, 1966 (edição revista). Ver o prefácio, intitulado « Paratonnerre ».)-teria como acicate o desejo de superar a própria infelicidade, vencendo as circunstâncias da vida, o que levaria a essa exteriorização da
2015
Valmir Percival Guimarães 199 Conrad e a razão cínica. Conrad and the cynical reason. Valmir Percival Guimarães Mestrando em Estética e Filosofia da Arte/PROOP-UFOP RESUMO: "Conrad e a razão cínica" objetiva a comparação da literatura de Coração das trevas (1899) do autor inglês Joseph Conrad (1857-1924) juntamente com o conceito de cinismo antigo e moderno. Peter Sloterdijk (1947) propõe a retomada do cinismo antigo e a renuncia do cinismo moderno, pois a dinâmica desse último é ambivalente e na obra de Conrad, enevoa ou torna tênue a linha entre a liberdade e a domesticação.
Resumo: Neste artigo, buscamos mostrar como a antítese, central na filosofia cínica de Diógenes, entre nómos e phýsis está intimamente conectada com a noção de áskesis (exercício). Para apresentar esta conexão e também desenvolver estes temas, o artigo apresenta ainda os conceitos de parresía (liberdade de palavra) e anaídeia (falta de pudor) como formas deste exercício se expressar na filosofia cínica.
Revista Criação & Crítica, 2012
Há exa tos 45 ano s Han s Rob ert Jau ss apr ese nta va a con ferê nci a "O que é e por que algu ém estu da a hist ória lite rári a?", ina ugu ran do o que viri a a ser um a das mu dan ças de per spe ctiv a sign ific ativ a na crít ica lite rári a con tem por âne a: os estu dos sob re a leit ura .
ELYRA, 2020
Resumo: Este ensaio tem por objetivo percorrer a recorrência de um único verso de Baudelaire, "Hypocrite lecteur, mon semblable, mon frère", do poema de abertura de Les Fleurs du Mal, em três poemas de poetas brasileiros: "Fogo do final" de Ana Cristina Cesar, "Dez sonetóides mancos" de Paulo Henriques Britto e "Modo de usar" de Marcos Siscar. Trata-se da retomada de Baudelaire na perspectiva intertextual de um escrever-através, como assinala Marjorie Perloff em Unoriginal genious, que permite não só considerar a participação do poeta num discurso maior e mais público, mas pensar o estatuto dessa relação poeta/leitor. Nos três poemas parece explicitar-se certo lugar de leitura/citação de outra obra que esbarra, justamente, no verso em que se questiona o lugar moral do leitor. Abstract: This essay aims to cover the recurrence of a single verse by Baudelaire, "Hypocrite lecteur, mon semblable, mon frère", from the opening poem of Les Fleurs du Mal, in three poems by Brazilian poets: "Fogo do final" by Ana Cristina Cesar, "Dez sonetóides mancos" by Paulo Henriques Britto and "Modo de usar" by Marcos Siscar. It is about the resumption of Baudelaire in the inter-textual perspective of a writing-through, as Marjorie Perloff points out in Unoriginal genious, which allows not only to consider the participation of the poet in a larger and more public discourse, but to think about the status of this relationship between poet and reader. In the three poems a certain place of reading/quotation from another work seems to be explicit, which comes up, precisely, in the verse in which the reader's moral place is questioned.
Lucas Pinheiro, 2023
Charles Baudelaire (1821 - 1867) foi o observador mais perspicaz da modernidade. Melhor do qualquer outro e com uma das mais delicadas e rigorosamente formadas sensibilidades, é ele que sente, de maneira mais aguçada e crítica a repercussão do núcleo da vida moderna. Nesse sentido, partindo da análise interdisciplinar de sua vida e obra, este trabalho pretende alcançar dois objetivos, a saber, estreitar o entendimento quanto a relação do poeta com a experimentação política, incluindo uma reflexão sobre sua relação com o Moderno e o Antimoderno; bem como a análise de figuras e reconfigurações de sentimentos, emoções, razão e estética com as quais Baudelaire torna-se um diagnosticador poético e, mesmo que a contragosto, político de seu tempo. Para refletir sobre essas questões em nesta investigação, além da obra de Baudelaire, utilizamos Walter Benjamin, Antoine Compagnon, Paul de Man e outros autores. Com esse intuito, dividimos o trabalho em quatro momentos de maior importância. No primeiro, utilizamos Benjamin para buscar interrogar e responder o enigma poético-político que Baudelaire nos legou. Em seguida, a partir do dandismo, estabelecemos uma ponte para analisar essa figura baudelairiana, o dândi, posta em cena como símbolo do cruzamento entre o moderno e o antimoderno que traz em si a manifestação prática da resistência à mediocridade moderna e à falsidade burguesa antimoderna, característica que frequentemente leva a tentativas de enquadrar Baudelaire no âmbito político. Então, em um terceiro momento, perscrutamos poemas de Les Fleurs du Mal (1857), a mais importante obra do poeta, em busca de evidenciar a experiência e os princípios dos movimentos por trás de sua poesia, do mal, da multidão, da expressividade simbólica, à luz do crítico e teórico literário Paul de Man. E, então, finalizamos com uma análise do que Baudelaire escreveu sobre sua mais emblemática figura, o flâneur, e uma discussão sobre a crítica social, artística e política que Benjamin faz desta figura baudelairiana que personifica os interesses modernos e é, ao mesmo tempo, as metamorfoses do poeta em Baudelaire. Tomando, portanto, as ideias do político, do poético, dos sentimentos, da estética e da experiência do poeta, um flâneur per se, como caminhos para a modernidade em meio à multidão antimoderna, o trabalho analisa, interroga e discute as lições que a obra de Baudelaire lega à literatura, fazendo com que a teoria dialogue com seus escritos, não como se aplicássemos um composto químico para reagir com outro, mas para expor que o diálogo entre Literatura e Filosofia, frequentemente caracterizado por abordagens produtivas e criativas, bem como por momentos de tensão e desencontro, é constantemente permeado por movimentos de complementaridade. A despeito dos debates políticos em torno da poesia de Baudelaire, é importante ressaltar que sua arte busca auxiliar os seres humanos, em especial os artistas, a superar o tédio. Sendo testemunha e porta-voz da gama de paixões e comportamentos que experienciamos a partir de nossa solidão e desespero, sua poesia é extremamente compassiva em relação à condição humana.
Alea : Estudos Neolatinos, 2007
O ensaio procura indicar o método baudelairian o das antiteses de coisas e acontecimentos, de tal forma que o maniqueísmo progressista da dialética hegeliano-marxista é substituído pelo homo duplex pascaliano, e o conceito de ação política e arte engajada é reformulado.
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Cadernos Benjaminianos
ALEA: Estudos Neolatinos - PPGLEN, UFRJ, 2019
Revista Filosofia, Literatura e Arte (PHILIA), 2020
Caligrama: Revista de Estudos Românicos, 2010
Alea-estudos Neolatinos, 2007
Remate de Males
Viso: Cadernos de estética aplicada, 2012
Revista Estudos Nietzsche, 2023
Pessoa Plural―A Journal of Fernando Pessoa Studies, 2016
PERcursos Linguísticos, 2017
Caderno de Letras. Revista do Centro de Letras e Comunicação UFPEL, 2019