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O autor e o editor gostariam de agradecer, pela protegido por direitos autorais, a The Van Leer Jerusalém Foundation (Capítulos 1 e 2 de Fragmentation and Wholeness, 1976), aos editores de The Academy (Capítulo 3 de The
O autor e o editor gostariam de agradecer, pela protegido por direitos autorais, a The Van Leer Jerusalém Foundation (Capítulos 1 e 2 de Fragmentation and Wholeness, 1976), aos editores de The Academy (Capítulo 3 de The
Resumo: Bohm afirma que a percepção humana tende a ser limitada, pois a realidade está em mudan-ça constante e cada indivíduo a percebe da sua perspectiva, que não consegue abarcar a perspectiva real na qual todas as coisas estão entrelaçadas. Assim, é importante que as pessoas ampliem suas per-cepções e compreendam o mundo a partir de novas perspectivas; o que facilitaria o diálogo interpesso-al. Além disso, Bohm insiste que é importante estimular a criatividade e criticar os pressupostos rígi-dos que limitam o pensamento, para cultivar um estilo de vida saudável, já que mente e matéria são interdependentes. O objetivo deste artigo é esclarecer a importância da percepção total para David Bohm. Para isso, serão apresentados o holismo bohmiano e os conceitos de ordem implícita e explíci-ta. Em seguida, será analisada sua concepção sobre o funcionamento da percepção como um processo ativo. Finalmente, será enfatizada a importância da ampliação da percepção, da crítica aos pressupos-tos rígidos e o estímulo da criatividade para uma vida equilibrada e saudável, tanto social quanto indi-vidualmente. Essa perspectiva é muito interessante e está de acordo com grandes descobertas científi-cas e filosóficas. 1 Introdução As pessoas e especificamente os cientistas e filósofos sempre estiveram interessados em co-nhecer o mundo, isso porque tanto a ciência quanto o senso comum busca, por diferentes meios, pro-mover a sobrevivência e/ou melhorar a qualidade de vida. Este objetivo pressupõe que os seres huma-nos sejam capazes de perceber o mundo como ele é e de explicar como ele opera. Assim, investigar como a percepção humana funciona e como os seres humanos podem obter percepções adequadas é tema de primordial importância. Diante disso, o objetivo deste trabalho é esclarecer a importância da percepção total para David Bohm, apontar como ela funciona e apresentar alguns pressupostos que mostram como a percepção pode ser ampliada com vistas a fornecer uma compreensão mais adequada do mundo. Bohm afirma que a percepção humana tende a ser limitada uma vez que a realidade está cons-tantemente mudando; além disso, uma coisa modifica a outra a todo o momento, assim como cada pessoa o faz com os outros a sua volta. O conhecimento depende do contexto específico no qual cada objeto se encontra e das relações com o observador, mas o pensamento humano com suas categorias coloca cada coisa em alguma classificação geral permanente em si mesma, o que ignora aquele enten-dimento. A partir dessa compreensão sobre os limites do pensamento e sobre a percepção humana do mundo, as pessoas podem tomar consciência de que, apesar dos grandes esforços científicos, a ciência apresenta explicações limitadas e relativas da realidade. Isso permite aos cientistas e filósofos estender suas percepções e compreensões sobre o mundo para novas perspectivas, o que é de extrema impor-tância para facilitar o diálogo entre culturas diversas, diferentes áreas do conhecimento, diferentes 1 Doutoranda em Filosofia (Unisinos)
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia
Em Filosofia da Mente, as propostas mais conhecidas são a dualista e a monista, que, em geral, respectivamente, concebem que ou existem duas substâncias no mundo, uma mental e uma material, ou que só existe um tipo de substância, ideal ou material. A proposta denominada dualismo de substância é conhecida atualmente mais como objeto de crítica, sendo que prevalecem no momento diferentes versões da proposta monista, versões ou materialistas ou neutras, como o dualismo de propriedades. Nesse texto, o objetivo é interpretar e contextualizar nesses debates a teoria da totalidade indivisa de David Bohm, que chamaremos de holista. Para tanto, explicaremos inicialmente as características principais da perspectiva bohmiana. Em um segundo momento, mostraremos por que ela não pode ser considerada nem monista e nem dualista. Para num terceiro momento, defender que as características da perspectiva bohmiana se assemelham mais a um tipo de proposta holista.
Anais XXI Seminário de Iniciação Científica, n. 21, 2017
O princípio empirista segundo o qual toda ideia deriva de uma impressão correlata e a representa figura, na obra de Hume, como princípio que ordena a investigação, além de funcionar como critério segundo o qual decidimos a legitimidade das teorias. Aliás, é exatamente por funcionar como critério de legitimidade das teorias científicas, que o princípio empirista pode ordenar a investigação, sendo ele o responsável pela conversão operada pela obra de Hume da teoria em inquérito. Essa conversão significa que, agora, o empirismo possui como método de investigação a redução das ideias às suas impressões correspondentes, o que é o mesmo que dizer que a experiência ganha ares de tribunal da ciência. Afinal de contas, o expediente de aplicação do princípio empirista se resolve exatamente em fazer as ideias remontarem a sua origem. É verdade que, nesse caso, o princípio empirista atua em concurso com o atomismo, de modo que fazer ideias, complexas como tais, remontar à sua origem significa fazê-las remontar aos átomos da experiência a partir dos quais elas se constituíram. Em sendo assim, por um lado, a aplicação do princípio empirista consistiria na afirmação da origem simples das ideias; por outro, na afirmação incontornável de que as ideias são também efeito de princípios de associação que atuam no espírito humano. É claro que, tanto como a primeira, a última afirmação jamais representou qualquer dificuldade para o empirismo, mesmo no que respeita ao empirismo lockeano, na medida mesma em que as duas afirmações, tomadas em conjunto, não significam mais do que se por um lado as impressões de sensação são a origem do espírito, por outro, as impressões de reflexão não podem ser senão efeito dos princípios que atuam nesse mesmo espírito. Em outras palavras, é como se, nesse caso, Hume reiterasse que o sujeito se define pela atividade na mesma medida em que se define pela passividade. Ou seja, se a passividade que o define permite que o compreendamos como mero receptáculo das ideias, isto, no entanto, não anula a sua atividade da qual aquelas mesmas ideias devem resultar. Nesse sentido, pode-se afirmar que são exatamente as impressões de reflexão que tornam possível qualificar o espírito humano como sujeito. Com efeito, se o princípio empirista situa os átomos da experiência como origem das ideias, os princípios de associação segundo os quais esse mesmo material empírico é operado por um sujeito são definidos exatamente pela capacidade de ultrapassar o dado. Por essa perspectiva, deve interessar ao empirismo humano, muito mais do que a origem do espírito, o problema da constituição do sujeito, mesmo porque aplicação do princípio empirista permitirá à filosofia humeana afirmar não encontrar qualquer impressão que possa corresponder à ideia de substância ou de eu. Desse modo, resta à filosofia humeana afirmar ser o sujeito constituído unicamente por uma coleção ou feixe de impressões. No entanto, a dificuldade é compreender como a identidade do eu, tão essencial à constituição do sujeito, pode ser afirmada sem uma substância a partir da qual seja possível discernir as propriedades acidentais das essenciais que, por ventura, pertençam ao sujeito. É justamente em virtude dessa dificuldade que a noção de substância sempre figurou na história da filosofia, como uma espécie de herança aristotélica, como condição primeira de toda predicação possível, mesmo em se tratando de uma filosofia de matiz cartesiana. Nessa medida, o trabalho do bolsista consistirá em analisar, a partir sobretudo da leitura da Investigação sobre o entendimento humano, como a filosofia humeana, depois de demolir a noção de substância é capaz de reconstituir uma subjetividade. À medida que envolve o tema da unidade do sujeito sem a qual não é possível sua constituição, a pesquisa do bolsista dialoga com o projeto “O Antipsicologismo e a Certeza em Wittgenstein”, pois se aqui cumpre avaliar a perspectiva humeana segundo a qual o sujeito não é mais do que uma coleção de impressões, não sendo constituído por um núcleo essencial, em nosso projeto trata-se de examinar a relação determinação entre a proposição, enquanto ato de um sujeito, e a alma, a partir de uma crítica ao psicologismo que pretenderia fazer a significação lógica ser determinada por elementos anímicos.
Resumo: O presente artigo faz uma análise da figuração da guerra no romance A máquina de Joseph Walser, do escritor português Gonçalo M. Tavares. A guerra é apresentada como momento em que se evidencia a relação entre uma postura individual de isolamento e indiferença e a perpetração coletiva das formas mais radicais de violência: aquelas engendradas pelo domínio totalitário. A ligação entre indiferença e totalitarismo encontra-se iconizada, segundo nossa leitura, na relação destrutiva que os personagens Klober Muller e Joseph Walser desenvolvem entre si. A indiferença que ambos manifestam, decorrente do atrofiamento da consciência e da capacidade de julgar, é a contraface da violência exercida em moldes totalitários. Abstract: This paper analyses the representation of war in the novel A máquina de Joseph Walser, by portuguese writer Gonçalo M. Tavares. In this novel war is a moment in which there is a relation between individual attitude of isolation and indifference and collective radical violence: the totalitarianism. The connection between indifference and totalitarianism is pictured in the destructive relationship kept by the characters Klober Muller and Joseph Walser. Both show indifference, which results from the shrinkage of conscious and judgment and is the counterpart of totalitarian violence.
Na obra Teoria dos Sentimentos Morais (TSM) Adam Smith utiliza um conceito fundante para a sua moral, a do Espectador Imparcial, “do homem dentro do peito – o grande juiz e árbitro de suas condutas” (p.159). Somos também julgados pelo espectador real, aquele que nos julga imediatamente como por instinto, mas também pela imaginação. Smith usa um princípio onde, naturalmente, desejamos ser amados e sermos merecedores deste amor, mas para tal o homem precisa desenvolver uma habilidade de harmonizar o julgamento destes espectadores. Esta harmonia possui como principal dificuldade nossa preferência em priorizar nossos interesses. Smith inclui em sua teoria uma “terceira pessoa” que nos remeteria a um senso moral, sendo este o seu caminho para justiça. Neste artigo tento reconstruir seu argumento que o conduz a formação de regrais gerais e indico uma potencial ligação com sua obra mais famosa, Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações (RN), que acredito mereça mais desenvolvimento. Palavras chave: Espectador Imparcial, Conveniência, Justiça, Senso Moral
Captura Críptica, 2023
Em tempos em que linchamentos, estupros e assassinatos dos corpos negros matavam muito mais do que a pandemia de Gripe Espanhola (1918), Du Bois escreve e lança sua obra intitulada The Comet (1920) que põe em relevo o afropessimismo. Sua obra e o diálogo proposto por Saidiya Hartman intitulado The End of The White Supremacy (2020) foram traduzidos por André Capilé e Cecília Floresta em 2021 por O cometa e O fim da supremacia branca e publicados em um único livro pela Editora Fósforo com projeto gráfico da Alles Blau. Analisando a complexidade e atemporalidade do conto de Du Bois, Hartman afirma que um século depois da obra, na pandemia e mesmo fora dela, corpos negros ainda morrem mais. Dessa forma, esta resenha tem como escopo refletir criticamente questões raciais, tradutórias e contextuais da realidade brasileira. Palavras-chave: O cometa. Du Bois. O fim da supremacia branca. Saidiya Hartman. Tradução.
Militares e Política, 2007
A socialização militar ocorre em estabelecimentos relativamente autônomos em relação à sociedade abrangente. Essa autonomia, vale enfatizar, é relativa. Ao fazer essa afirmação, não pretendo, de forma alguma, dizer que há uma separação de fato, em termos de interação social. O que busco é chamar atenção para a força do processo de construção de fronteiras simbólicas que está na base da identidade militar. Esse processo leva à percepção de qualidades claramente distintivas entre "militares" e "civis" (ou "paisanos"), entre o "aqui dentro" (o "meio" ou "mundo militar") e o "lá fora" (o "meio" ou "mundo civil"). 3 Um dos conceitos mais comumente utilizados para dar conta dessa qualidade da instituição militar é sua classificação como uma instituição total. Esse conceito foi utilizado pela primeira vez em 1957 pelo sociólogo canadense Erving Goffman para designar "um local de residência e trabalho onde um grande número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, levam uma vida fechada e formalmente administrada." (1974:11) 4 Mais adiante, Goffman explica melhor sua definição: "Uma disposição básica da sociedade moderna é que o indivíduo tende a dormir, brincar e trabalhar em diferentes lugares, com diferentes coparticipantes, sob diferentes autoridades e sem um plano racional geral. O aspecto central das instituições totais pode ser descrito como a ruptura 1 Uma versão anterior deste texto foi apresentada oralmente no "Seminário Roberto Cardoso de Oliveiratransformações sociais e culturais no Brasil contemporâneo: perspectivas antropológicas", realizado no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional/UFRJ em 29/3/2007. Sou grato a Gilberto Velho pelo convite para participar do evento. Agradeço também a Fernanda Chinelli e Piero Leirner pela leitura atenta e pelos comentários feitos (e incorporados) a este texto.
VII Abciber, 2013
O surgimento da teoria cibernética consolidou o enfoque sistêmico aproximando diferentes campos das ciências naturais e sociais. A incorporação da Segunda Lei da Termodinâmica nos estudos sobre a comunicação em sistemas abertos, sejam humanos e ou máquinas, lançou luz sobre o conceito de informação e sua relação com a organização social. A defesa pelo livre intercâmbio da informação, que caracteriza a cultura hacker, e a emergência de um novo paradigma tecnológico, o informacionalismo, dão à informação contornos econômicos e políticos. Este trabalho tem como objetivo dissecar os conceitos de informação, entropia e aprendizado fazendo um paralelo com a morte do ciberativista Aaron Swartz.
Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, 2022
David Hume nem sempre é lembrado como um filósofo importante para o juspositivismo. Hume apresentou uma noção convencionalista da justiça como uma alternativa ao “entusiasmo” dos teóricos protestantes de Direito Natural. Para eles, o Direito seria legítimo apenas se respeitasse direitos individuais descobertos pela razão. Por isso, Hume formulou uma teoria descritiva da justiça, a qual se relaciona com a sua teoria política, sua ciência política e, em abstrato, com a sua filosofia. A hipótese desse artigo é a de que H.L.A. Hart aderiu a esses pressupostos ao formular a sua concepção de “conteúdo mínimo de Direito Natural”, implicitamente, o que deixou ambíguo o sentido de passagens importantes do seu O conceito de direito. O objetivo do trabalho é expor esses pressupostos. Algumas interpretações veem nas afirmações de Hart sobre os truísmos uma admissão da conexão entre o Direito e a moral. No entanto, com a influência de Hume evidenciada, podemos compreender que os truísmos de Direito Natural não são prescrições, mas generalizações ou máximas empíricas retiradas de uma espécie de História Natural da espécie humana. Após apresentar aspectos centrais da filosofia de Hume, serão expostas similaridades e conexões com a teoria de Hart. A confirmação da hipótese tem importantes consequências para se compreender o que Hart entendia como “Direito Natural”. Embora o conteúdo mínimo não implique o total abandono da tese da separação, a iluminação dos pressupostos Humeanos mostra a fragilidade de uma Teoria do Direito descritivista e amoral, como Hume e Hart pretendiam.
Physicae, 2006
Resumo No presente artigo são apresentadas e discutidas algumas idéias do físico David Bohm, tomando-se como "pano de fundo" as questões da realidade e da consciência como pressupostos para compreensão dos conceitos de ordem implícita e holomovimento.
Razão e Verdade: entre o alvorecer antigo e o crepúsculo moderno, 2019
1711 a 1776) nasceu em Edimburgo, na Escócia, e tornou-se um dos nomes mais importantes do século XVIII, dividindo com o inglês John Locke (1632 a 1704) a defesa da experiência como única fonte possível à elaboração racional. Ambos, empiristas que foram, postulavam que toda ideia é sempre posterior à experiência sensível. Ou seja, o
Sequencia Estudos Juridicos E Politicos, 2010
Resumo: O tema do respeito à legalidade sempre serviu como ponto de acusação aos adversários do Positivismo Jurídico. O presente artigo objetiva investigar o tema da obediência às leis no pensamento do Herbert Hart, um dos juristas mais importantes do século XX, filiado à corrente denominada de Positivismo Jurídico. Veremos como Hart desenvolve uma sofisticada argumentação visando manter a separação entre direito e moral, característica diferenciadora do Positivismo Jurídico, respondendo assim às críticas de que tal corrente referendaria ordens jurídicas marcadas por situações de flagrante injustiça.
O espaço (auto) biográfico contemporâneo, tal como nos apresenta Arfuch (2010) constitui-se em uma zona híbrida, instável, irregular. Uma zona em que predominam a interdiscursividade entre os gêneros, a transversalidade dos discursos e uma dificuldade cada vez maior de etiquetar e classificar as produções que trabalham com a escrita da intimidade. Este novo cenário exige que o leitor incorpore novas formas de olhar às narrativas, armando-se de procedimentos de leitura específicos, porém ao mesmo tempo ambíguos, afinal uma obra de ficção pode conter elementos (auto) biográficos, assim como uma produção (auto) biográfica pode se construir predominantemente de invenção. Como encarar então este tipo de texto? Uma destas experimentações cada vez mais crescentes no interior do espaço (auto) biográfico é uma constante na bibliografia de um escritor iugoslavo que nas palavras de Sontag (2001), sempre esteve sob ataque e portanto, de modo forçoso, no ataque: Danilo Kiš. Espectador de períodos tempestuosos da História Mundial, filho de um país que celebrava a literatura provinciana (e que logo, opunha-se ao modelo nada conservador de escrita de Kiš), transformado em astro por seus conterrâneos apenas após a sua morte em 1989, o que se estabelece na produção deste autor, em especial na obra que analisamos, Um túmulo para Boris Davidovitch, é uma forte tensão entre fato e ficção. Ou seja, na construção mimética, Danilo Kiš incorpora às suas narrativas ficcionais, uma série de estratégias comumente presentes nas narrativas biográficas. Esse procedimento, que também aparece em Vidas Imaginárias (2011), de Marcel Schwob; História Universal da Infâmia (1986), de Jorge Luís Borges; e Mortes Imaginárias (2005), de Michel Schneider, insere Um túmulo para Boris Davidovitch na tradição das genericamente chamadas ficções biográficas (Premat, 2010). São obras que se estruturam no formato de relatos curtos, em que a veracidade e o testemunho, típicos da biografia, se mesclam com a invenção, a especulação e a dúvida da invenção ficcional. Pensando nestas questões, neste trabalho, lançamos um olhar analítico sobre os sete relatos que compõem Um túmulo para Boris Davidovitch, de Kiš, buscando compreender como se organizam as narrativas, como se estabelece essa tensão entre ficção e realidade na obra, e de que maneira o escritor iugoslavo assume o que Premat (2010) chama de posição de falsário, ao introduzir nas narrativas como dados autênticos personas e informações que, na verdade, não encontram referentes no mundo real. Paralelamente, buscamos conexões entre a obra de Kiš e os outros livros que compõem a tradição na qual ela está inserida, propondo o estabelecimento de uma genealogia que se configure não pela herança de sangue, típica da crítica comparativista tradicional, e sim, como propõe Souza (2007), pela aproximação, que se vale tanto de coincidências ideológicas entre os autores quanto de experiências biográficas comuns, que pode ser feita pela crítica a partir de liberdades interpretativas, de rede de associações que se compõem de elementos ficcionais, teóricos e biográficos.
RESUMO Joseph Marechal desenvolve seu sistema filosófico a partir da superação do criticismo kantiano mediante uma doutrina amplamente coerente – o repensamento do realismo metafísico da crítica tomista do conhecimento. Marechal, nesta perspectiva, demonstra que a necessidade prática e subjetiva dos postulados da razão prática consiste, de modo igual, numa necessidade objetiva e teórica. Assim, um objeto produzido no ato da afirmação é, através deste mesmo ato, um dado sensível, uma síntese objetiva (conteúdo do julgamento é referido à ordem absoluta do ser). Quando se afirma que algo existe, experimenta-se e conclui-se algo como exigível, enquanto valor, portanto, trata-se de uma axiologia. Estendendo o a priori e o transcendental como termos que expressam a referência do ser e do conhecer nas condições existenciais, Marechal não fecha seu pensamento no horizonte restrito de um humanismo relativo. Ele abre então este horizonte para um Absoluto que se impõe implicitamente em toda parte. Ele persegue sua investigação além das potências, além da natureza, além do sujeito e do objeto, até chegar na condição primordial de toda possibilidade, de toda existência, de todo dado. ABSTRACT Joseph Marechal develops his philosophical system from the kantian criticism over come through a widely coherent doctrine – the rethinking of the metaphysical realism of the thomist criticism of knowledge. Marechal, in this perspective shows that the practical and subjective need of the practical reasoning postulates consists, on an even manner, in a theorical and objective necessity. This, an object produced on the act of affirmation, is through this same act, a sensible fact, an objective synthesis (the content of the judgement is reported to the absolute order of being). When one affirms that something do exist, one experiences and concludes something as requirable, while value, therefore, it is regarded as an axiology. Widening the a priori and the transcendental as terms that express the reference of the being and the knowing on the existential conditions, Marechal doesn't close his thought on the restrict horizon of a relative humanism. He opens then his horizon for an Absolute which imposes itself everywhere. He pursues his investigation beyond the potencies, beyond nature, beyond the subject and the object, until reaching the primordial condition of all possibility, of all existence, of all fact.
Pretendo neste trabalho, a modo de ensaio, sistematizar alguns pontos do comentário de Scotus ao livro I, distinção 44, das Sentenças de Pedro Lombardo, com foco nas versões mais maduras da Ordinatio e da Reportatio. A minha exposição terá estas partes: na primeira, apresento um esquema geral de funcionamento das potências absoluta e ordenada; na segunda, aplico esse esquema ao caso de Deus, o legislador divino; na terceira, elucidam-se os tipos de leis que Deus tem sob o seu domínio; na quarta parte, mostra-se o uso por Scotus da distinção de potências ao tratar da possibilidade de salvação de Judas e do pecador ainda redimível. Por fim, respondo na conclusão se Scotus de fato adere ao modelo jurídico de compreensão das potências absoluta e ordenada.
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