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2016, Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas
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Este artigo tem por objetivo investigar a relação entre a escrita e classe social na vida de quatro personagens de três livros de Eça de Qeirós: Artur Corvelo, de "A Capital! (começos duma carreira)"; Carlos da Maia e João da Ega, de "Os Maias: episódios da vida romântica"; e Gonçalo Mendes Ramires, de "A ilustre casa de Ramires". Assim, faz-se necessário conhecer o “campo literário” (Bourdieu, 1996) português da segunda metade do século XiX para melhor entender as infuências condicionantes que pesavam sobre o escritor iniciante.
Ainda que pequeno com relação ao total da população, o número de leitores em Portugal nunca antes havia sido tão grande. O complexo processo histórico de expansão das escolas, diminuição do analfabetismo, barateamento dos livros, expansão do mercado editorial e de instituições ligadas à leitura (bibliotecas públicas, gabinetes de leitura, bibliotecas de associações sindicais ou sociais, novas instituições de ensino superior, etc.) gerou uma concentração de forças nunca antes colocadas a serviço da leitura e do livro; notadamente, o Estado centralizado e forte a disseminar salas de aula pelo país e o capital industrial a fazer do livro uma fonte de lucros para empresas cada vez maiores e mais poderosas. Falta, porém, outro elemento aí. Há um novo poder que se soma ao do dinheiro e ao do Estado e que será de extrema importância para o mercado literário: a imprensa.
O artigo em questão traz à baila o resultado de pesquisa inédita acerca da recepção do autor português Eça de Queirós no Suplemento Literário de Minas Gerais (SLMG), de 1966 a 2016. Para a realização da pesquisa, visitamos três centros de referências: a coleção literária e cultural da Secretaria Estadual de Cultura, de Minas Gerais; a coleção de obras raras da biblioteca da Faculdade de Letras, da Universidade Federal de Minas Gerais; e a coleção eletrônica do Suplemento Literário de Minas Gerais. Após a realização da pesquisa de campo, analisamos o papel do SLMG no cenário do jornalismo cultural no Brasil, verificando, sobretudo, a participação na divulgação da literatura portuguesa, em especial, Eça de Queirós. Além disso, apresentamos os dados da pesquisa e a catalogação e análise das publicações sobre a vida e obra do autor realista no periódico mineiro no período proposto.
Este artigo se propõe analisar como o contexto cultural e social é refletido na produção literária de Eça de Queirós, elevando-o à categoria de autor engajado, fazendo com que sua obra de arte possa ser localizada num tempo e num estilo específico, ou seja, essa obra, também engajada, passa a ser considerada um texto clássico nos meios acadêmicos.
Forma Breve, 2017
In Eça de Queirós’ short stories travelers tend to assume instrumental roles in often densely descriptive narratives, such as “At the Mill”, “A Lyric Poet”, or “Idiosyncrasies of a Young Blonde Woman”. Traveling, however, is more than a theme in most of them. In this essay, I argue that Queirós’ short stories share structural affinities with other genres, such as the grand tour, sketches, and travelogues. These resemblances serve to highlight the political scope of Eça’s short stories, allowing us to explore contested narratives on the topic of modernization in the Portuguese context, and complicating the premises of the short format.
Revista de Estudos Literários, 2016
This study analyzes the presence in Eça de Queirós’s fiction of literary characters created by writers other than Eça. From this point of view, these characters become fiction, frequently entailing, through their presence, metafictional considerations. As such, the very concept of literary characters is the object of attention, through both the narrators in Eça’s texts and also their presence in the fictional discourse of some of Eça’s characters, sometimes explicitly referred to as writers. Furthermore, these borrowed fictional characters bring to Eça’s work possibilities for identification (such as the so-called Bovarism), determined by the circulation of these characters within the cultural imaginary represented in these novels. The same occurs, from a broader perspective, with mythological or Biblical figures, in a variety of iconographic representations. Generally speaking, the aspects analyzed in this study indicate the fictional afterlife of these characters and the function of metalepsis in the construction of fiction, including in this construction the refiguration of fictional characters.
Revista de Estudos Literários
Tendo começado como jornalista, Eça, durante toda a sua vida, manteve- -se sempre ligado à imprensa periódica. E assim foi que nos acenou com a perspectiva de nele procurarmos apreender continuidades entre jornalismo e ficção. O presente estudo apresenta breve exame de uma faceta dessas aludidas continuidades. Ou seja, quando procedimentos comumente associados a romances e contos são usados em textos jornalísticos, no caso, o tratamento deslizante dado a personalidades históricas e artísticas, a intervenientes políticos, tornando-os personalidades-personagens.
As questões educacionais se tornaram bastantes relevantes nos debates intelectuais em Portugal, a partir do século XVIII. À época, várias propostas de reforma da educação foram surgindo gradualmente, tais como as apresentadas por António Ribeiro Sanches, Luís António Verney, no século XVIII, e Luís Mousinho de Albuquerque, António Feliciano de Castilho, Almeida Garrett, Alexandre Herculano entre outros, na primeira metade do século XIX. Porém, por mais que a educação em Portugal tivesse se tornado um tema quase que obrigatório nesses círculos intelectuais era ainda uma questão secundária nos meios políticos. Contribuindo com esse debate, Eça de Queirós, ao proferir sua conferência no Casino, em 1871, teve como objetivo discursar a respeito do que chamou de “literatura de sentimento”, dizendo que esse tipo de educação deveria ceder o lugar à “anatomia do caracter”. Essa postura eciana nos leva a compreender o ponto de vista que o cronista assumiria diante da educação vigente em sua época, ou seja, uma prática educacional que se preocupava com a imitação e a leitura pura e simplesmente, por isso deveria ser banida e ceder espaço a uma educação reflexiva que buscasse transformar um todo social.
Nesse tempo ainda vivia, na sua solidão nas montanhas da Umbria, o divino Francisco de Assis -e já por toda a Itália se louvava a santidade de Frei Genebro, seu amigo e discípulo.
A presente comunicação tem em vista analisar como a crítica literária brasileira em forma de livro sobre a vida e a obra de José Maria Eça de Queirós (1845-1900) durante o século XX construiu a identidade do Eça-escritor. Para a realização desta apresentação, dividimos a crítica literária brasileira eciana em dois momentos: o primeiro momento com História literária de Eça de Queiroz, de Álvaro Lins (1912-1970); e o segundo momento com Eça e o Brasil, de Arnaldo Faro (?-). Tendo em vista que a primeira publicação é da primeira metade do século XX (1939) e a segunda está inserida na segunda metade do século XX (1977). Nosso objetivo é verificar de que forma o olhar brasileiro constituiu e recebeu a obra eciana durante o século passado. Além disso, levantaremos informações sobre as correntes críticas vigentes no período para observar como elas contribuíram para a crítica sobre Eça e a conseqüente formação de sua imagem no Brasil.
2015
Antes da leitura dos ensaios incluídos neste livro, é importante esclarecer que resultam do trabalho dos integrantes do Grupo Eça (GE), cuja atividade remonta a 2002, quando o professor Hélder Garmes reuniu um grupo de alunos da graduação em Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo, para discutir a obra de Eça de Queirós. As reuniões foram motivadas pela disciplina “Literatura Portuguesa IV”, que apresentava e discutia a produção literária do escritor português. Registrado no CNPq em 2003, a proposta do grupo recaia sobre a leitura da fortuna crítica queirosiana, abordando de forma sistemática os textos de autores consagrados como António Sérgio, Álvaro Lins, António José Saraiva, Antonio Candido, Beatriz Berrini, João Medina, Carlos Reis, entre vários outros. Por meio da leitura e discussão dos caminhos que a recepção à obra queirosiana tomara no âmbito da crítica especializada, tanto no Brasil, quanto em Portugal, surgiram os primeiros trabalhos do grupo, ainda no âmbito de projetos de iniciação científica. O desdobramento natural do grupo foi a incorporação de outros participantes ao longo do tempo, dando continuidade e amplitude aos projetos de pesquisas desenvolvidos. No âmbito da pós-graduação do Programa de Literatura Portuguesa, foi criada a disciplina “Perspectivas críticas da obra de Eça de Queirós”, que agregou maior número de integrantes ao Grupo Eça, cuja equipe passou a ser constituída não apenas por alunos de graduação, mas também por mestrandos e doutorandos. A partir de um simpósio sobre Eça de Queirós ocorrido no XIII Congresso Internacional da ABRALIC, em Campina Grande, na Paraíba, ocorrido em 2012, o grupo se amplia nacionalmente, ganhando novos membros distribuídos pelos estados do Ceará, Bahia, Paraná e Rio de Janeiro. Cria-se também uma página na internet – http://ge.fflch.usp.br/ – para divulgar as atividades do grupo. Os ensaios incluídos neste livro são produtos de reuniões realizadas ao longo de 2012, já com o grupo ampliado em âmbito nacional. Revelam, em onze contribuições, visões multifacetadas da obra de Eça de Queirós, de modo a abranger estudos referentes a quase todos os gêneros cultivados pelo autor. Com esses estudos, parte das pesquisas do Grupo Eça vêm a público, na busca de demonstrar o empenho com que temos trabalhado todos esses anos. Pela variedade de métodos de análises, é fácil concluir que o grupo jamais cerceou qualquer abordagem teórica, ainda que tenha sempre privilegiado uma perspectiva que valoriza a relação entre literatura e sociedade, na profícua tradição que nos legou Antonio Candido
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Nau Literaria, 2012
Tinta, Research Journal of Hispanic and Lusophone Studies, 2003
Revista Letras, 2014
Cadernos de literatura comparada, 2021
ÑEMITỸRÃ Revista Multilingüe de Lengüa Sociedad y Educación, 2021
Literaturas brasileira e portuguesa: movimentos, 2023
I Encontro Internacional de Língua Portuguesa e Relações Lusófonas: livro de atas, 2019