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2013
Sociais (PPGCS) da UFRN, por ocasião das comemorações em homenagem ao centenário de Claude Lévi-Strauss e às contribuições que ele deu às Ciências Humanas, este texto procura discutir as principais ideias deste antropólogo francês, cuja influência se faz notar nos mais variados campos de estudos das Ciências Humanas. Lévi-Strauss produziu uma obra vasta e densa, partindo das contribuições de autores clássicos da Filosofia, da Sociologia, Antropologia, Linguística, Geologia, Psicanálise, entre outros, às quais incorporou também contribuições de estudiosos contemporâneos de um vasto leque de disciplinas. Foi a partir dessa junção de várias influências intelectuais que ele elaborou uma nova perspectiva no campo dos estudos da cultura, tendo como preocupação sempre entender as singularidades sociais, ao mesmo tempo em que pautava suas pesquisa pela busca de elementos universais presentes na configuração dos significados sociais. A densidade e a influência de sua obra alcançaram patamares que poucos estudiosos das Ciências Humanas conseguiram ao longo do último século. Isso certamente se deu graças à força de suas ideias e à originalidade da perspectiva teórica que ele defendeu. O Estruturalismo teve 53 Uma primeira versão deste texto foi apresentado durante o III Ciclo de Estudos em Ciências Sociais (CESO) da UFRN,
* Preferiu-se aqui conservar a tradução literal do nome da flor conhecida no Brasil como amor-perfeito, amor-perfeito silvestre, ou amor-perfeito bravo, ou ainda violeta-tricolor, para não desfazer a analogia que o autor, sem dúvida, pretendeu estabelecer com O título do livro. (N.T.) ' I cies úteis ou nocivas; as outras são indistintamente classificadas ' : L como ave, erva daninha etc-(Krause 1956, 104). ~ Um observador mais recente parece acreditar, da mesma forma, que O indígena nomeia e conceitua unicamente em função de suas necessidades: Eu ainda me recordo da hilaridade provocada entre meus amigos das ilhas Marquesas ... pelo interesse (a seus olhos, pura tolice) demonstrado pelo botânico de nossa expedição de 1921 em relação às "ervas daninhas" sem nome ("sem utilidade") que ele coletava e queria saber como se chamavam-(Handy e Pukui 1958, 119. n.o 21). Entretanto, Handy compara essa indiferença àquela que. em nossa civilização, demonstra o especialista em relação aos fenômenos que não estão diretamente ligados a seu domínio. E, quando sua colaboradora indi~en_a_~nfatiza_ q1,le p-º~ .:'cada forma botânica, zoológica ou inorgâni.fa que se sabia ter sido nomeada (e persoflalj~ªºªt-er~ma coisa utilizada",-tem o cuÚlaclõ-de-acrescentar: "de uma maneira oude-õ~-tXi•-uc-:e_D.tua_que,.-Se "uma_variedade iÜmÚii9_ª-.de-_ seres vivos do maL.Qu_Q.a flor~sta, de _ fenômenos meteorológicos ou m_a,rítimos nãQ Jinha nome" ~ era porque eles não eram considerados '~úteis Oll dignos dejníeresse", termos não-equiv.a!~nJ:_~, desde qut_ ym se situa no plano prático, e_o __ q~!r~,_.ti_? t~ª~~o: A seqüência do texto confirma isso, reforçando o segundo aspecto em detrimento do primeiro: "A Vida era a experiência investida de Significação exata e precisa" (id., p. 119).
Revista FAMECOS, 2009
O presente trabalho pretende apresentar uma visão sumária das concepções de Claude Lévi-Strauss sobre comunicação. Pretende também relatar algo da importância dos insights comunicacionais na edificação da monumental obra deste autor. Percorre então sinteticamente sua explicação do parentesco e da proibição do incesto, sua concepção comunicacional a respeito das relações entre culturas, sua teoria sobre o pensamento selvagem e a lógica do concreto. Finalmente, examina o tratamento semiótico que dedicou à mitologia.
Pensamento Plural, 2014
Resumo. Marco do pensamento científico ocidental, o trabalho do antropólogo Claude Lévi-Strauss ainda hoje serve de base para muitos paradigmas do campo dos estudos sociais. Este artigo apresenta brevemente parte de suas idéias, tentando articulá-las de maneira a tornar mais lúcido seu próprio entendimento. Em um segundo momento, comparo sua apropriação do conceito de história à maneira desenvolvida por outro pensador, Marshall Sahlins, com o intuito de mostrar as próprias implicações históricas presentes no desenvolvimento de um pensamento científico. O que se apreende de tal exercício é a profundidade e a atualidade do trabalho de Claude Lévi-Strauss.
33ª Reunião Brasileira de Antropologia, 2022
Muitas são as cidades descritas e relatadas pelo antropólogo Claude Lévi-Strauss ao longo de suas viagens e trajetória, no Brasil e em outras partes do mundo. Tomando como laboratório suas descrições e relatos sobre cidades, feitos em textos e imagens, este trabalho tem como objetivo especular formas pelas quais a antropologia pode ser capaz de contribuir e criar imaginações acerca dos modos de construção e habitação de nossas cidades contemporâneas. Trabalhar com esse material é uma forma de adentrar cidades outras, aproximando-se de cidades imaginárias, tal como as “cidades invisíveis” de Italo Calvino, experimentando ficções durante esse processo. Nesse sentido, questiona-se: como é possível caminhar pelas cidades descritas e imaginadas por Lévi-Strauss ao longo de suas obras e trajetória? Como essas descrições podem inspirar e contribuir com a forma com que a antropologia trabalha e se relaciona com o fenômeno das cidades? De que maneira a descrição dessas cidades, feitas por Lévi-Strauss em textos e imagens, deixam ver a construção do olhar do antropólogo com relação aos espaços urbanos? Por esse caminho, apresento experiências onde modos de conhecimento se conversam e as imaginações se tornam valores heurísticos aos fazeres antropológicos, trilhando na composição de proposições onde a realidade é colocada em tensão, bem como as próprias categorias metodológicas da disciplina. Com isso em mente, busco entender como as cidades de Claude Lévi-Strauss nos permitem (re)pensar e (re)imaginar as nossas próprias cidades e as formas como as percebemos.
In Ruben Caixeta de Queiroz e Renarde Freire Nobre (orgs.). Lévi-Strauss. Leituras Brasileiras. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008 ISBN: 9788570416858
Das Questões, 2021
Este ensaio consiste no comentário a uma passagem do último capítulo de O pensamento selvagem. Ele procura elucidar o objetivo antropológico de "dissolver o homem", propondo que, com isso, Lévi-Strauss empreende uma transformação cosmológica da antropologia. Trata-se de indicar a dimensão cosmopolítica do pensamento selvagem de Lévi-Strauss.
13 Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia, São Paulo, 2012.
Revista Analogos, 2023
A hipótese que lançarei mão é sobre um suposto “kantismo” de Lévi-Strauss. Tentarei encontrar, a partir de certas passagens d' O pensamento selvagem, Mitológicas e da Antropologia estrutural uma correspondência entre a teoria de Lévi-Strauss sobre a constituição do real e a doutrina de Kant sobre a reflexão transcendental. Lévi-Strauss faz menções ocasionais e implícitas sobre a doutrina de Kant e isso somado à notória dificuldade que apresenta o pensamento kantiano, fica-se sem saber ao certo qual o alcance da referência ou a profundidade do diálogo. Chamando a atenção para um paralelismo entre edifícios teóricos tão díspares, não quero sugerir que a antropologia estrutural teria como fundamento a filosofia crítica; tampouco pretendo provar que Lévi-Strauss deliberadamente se baseou em Kant. Veremos que a antropologia como ciência nasce mesmo com a Ilustração, que anuncia uma era em que a crítica do homem é a única ciência do homem e a exploração da aparência o único fundamento da verdade – a era da antropologia estrutural. Pode-se ver aquelas obras do antropólogo francês, como grandes investigações sobre a constituição, a partir de formas lógicas do pensamento, do que desde Kant e dos filósofos modernos se chama de “mundo natural” ou “experiência”. Com esta diferença: enquanto os filósofos isolam o processo cognitivo de suas determinações particulares, Lévi-Strauss o encontra justamente em meio a tais determinações: "deixando-nos guiar pela procura de condições mentais, a nossa problemática junta-se à do kantismo, embora caminhemos por outros caminhos que não conduzem à mesma conclusão".
RESUMO: O presente artigo pretende desenvolver uma análise voltada para a efetivação de uma maior compreensão do que é de fato, a " filosofia política " na visão do filósofo político teuto-americano Leo Strauss. Evidentemente, a realização de tal tarefa pressupõe a elaboração de um esclarecimento preliminar acerca do que é a filosofia, em um sentido geral, para esse autor. Em um segundo momento, esclarecer o que é a filosofia política em seu sentido stricto. Desta forma, o objetivo precípuo desta abordagem se constitui como uma análise de conceitos e problemas fundamentais da filosofia política na ótica de Strauss. ABSTRACT: This paper aims to develop a study for a deeper understanding of what is in fact the political philosophy in the view of the American Teutonic political philosopher Leo Strauss. Evidently, the accomplishment of such task requires the development of a preliminary explanation of what political philosophy is in a general sense for this author. In a second moment, to clarify what political philosophy is in a strict sense. Thus, the main goal of this approach is to analyze the fundamental concepts and problems of political philosophy in Strauss' view.
2011
O artigo tem por objetivo analisar a passagem de uma ciencia estruturalista a uma filosofia estrutural na obra “O Pensamento Selvagem” (1962) do antropologo Claude Levi-Strauss. Em um primeiro momento, perscrutar-se-a a coleta de dados, a montagem de modelos, a criacao de sistemas e o estabelecimento de estruturas – etapas de seu front metodologico –, bem como as herancas sociologicas (Durkheim e Mauss) e a influencia dos linguistas e fonologos (Saussure, Troubetzkoy e Jakobson) ao pensamento do “pai da antropologia estrutural”. Em seguida, sera discutida a dimensao metafisica assumida pelo estruturalismo levistraussiano, procurando-se elucidar as questoes e os problemas que envolveram a sistematizacao final do objeto, do metodo e da explicacao estruturalista.
O texto examina a influência de Claude Lèvi-Strauss no pensamento francês pós-estruturalista enfatizando Foucault enquanto caso paradigmático. A questão da alteridade se reconfigura com a etnologia, especialmente em função do pensamento selvagem - um Outro da filosofia com a qual quer estabelecer relações. Este pensamento presupõe o anti-humanismo e uma crítica severa das filosofias do sujeito. Trata-se de um trabalho preliminar em uma pesquisa que inclui Deleuze, Derrida e Serres nesta abertura para o de fora, encarnado pelo selvagem. A contrapartida situa-se com o perspectivismo ameríndio e os pensamentos multinaturalistas.
Estudos Avançados, 2009
etnólogo brasileiro eduardo viveiros de Castro foi entrevistado por Marc Kirsch, diretor editorial de La Lettre du Collège de France, para o número especial da publicação comemorativo do centésimo aniversário de Claude Lévi-strauss. etnólogo americanista, com experiência de pesquisa na amazônia, viveiros de Castro é doutor em antropologia social pela universidade Federal do Rio de Janeiro (uFRJ) e tem pós-doutorado pela université Paris X. É professor de etnologia no Museu nacional/uFRJ desde 1978 e membro da equipe de Recherche en ethnologie américaniste do CnRs desde 2001. * * * La Lettre-O centésimo aniversário de Claude Lévi-Strauss e a grande atenção que suscita revelam a posição excepcional que ocupa no mundo intelectual francês o autor de tristes trópicos. Ele é celebrado hoje como uma das grandes figuras do pensamento do século XX, como se tivessem percebido de repente, com um misto de surpresa e de orgulho, que ele já fazia parte do panteão nacional. Mas no estrangeiro, e no Brasil, qual é a influência de Lévi-Strauss? Eduardo Viveiros de Castro-Lévi-strauss corresponde ao personagem clássico do intelectual francês, figura patrimonial que excede amplamente o quadro de sua disciplina, embora tenha sempre se preocupado em só falar como antropólogo. o fato de que, por um concurso de circunstâncias, sua carreira esteja ligada ao Brasil parece dar aos brasileiros uma espécie de autoridade para falar de Lévi-strauss, sobretudo em são Paulo, onde ele ensinou e descobriu sua vocação de antropólogo. depois da tradução para o português de Tristes trópicos, os brasileiros começaram a se dar conta de sua existência e importância. Mas sua real influência começou a se fazer sentir no Brasil apenas nos anos 1960, no momento em que a antropologia se constitui em nossas plagas como uma disciplina autônoma: até então, ela era uma especialidade nos cursos de ciências sociais. Lévi-strauss veio ao Brasil como professor de sociologia: ensinava Mauss, durkheim e augusto Comte. Fez pesquisas em etnologia e formou alguns etnólogos, mas no quadro dos cursos de sociologia da universidade de são Paulo. ele só passou a ser considerado de fato como etnólogo algum tempo depois da temporada no Brasil, durante o seu período nova-iorquino. Foi nos Claude Lévi-strauss por eduardo viveiros de Castro
Há uma comparação possível entre as concepções de Lévi-Strauss acerca da fotografia e de suaangústia com as narrativas de viagem. Meu objetivo é mostrar que compreender esta associação sóé possível quando se leva em conta as reflexões de Lévi-Strauss a respeito das obras de arte e dopapel que ele reserva à etnografia. Por outro lado, são suas próprias considerações sobre o artistaque devem ser levadas em conta se nosso objetivo é avaliar o Lévi- Strauss fotógrafo e suas imagensde enorme sensibilidade sobre os povos e locais que registrou quando de sua viagem pelo Brasil.
2021
ÁLVARES, Lucas Parreira. "Lévi-Strauss diante de Marx". In: R@U, 13 (1), jan./jun. 2021: 236-262. O objetivo do presente artigo é estudar a influência de Karl Marx no itinerário teórico de Claude Lévi-Strauss. Para tanto, foram rastreados os nexos da frequente, embora oscilante, influência de Marx em seus escritos, desde o contexto da militância de juventude até as últimas publicações do consagrado autor das Mitológicas. Ninguém menos do que o próprio Lévi-Strauss – tanto no decorrer de seus livros e artigos, quanto por meio de suas importantes entrevistas – nos convida a pensar a influência que Marx exerceu no decorrer de sua obra. A exposição parte, portanto, de escritos advindos do próprio LéviStrauss. Nesse percurso, será apresentado o problema, os objetivos e nossa hipótese. Se Lévi-Strauss chegou a afirmar que “com Marx descobri um mundo”, é exatamente sobre essa descoberta que pretendo despender esforços de investigação e interpretação.
Jornal Público Novembro 2009
Quando e como se definem uma vida e uma obra, que circunstâncias, acidentes, talentos, actos de vontade e traços de carácter lhes traçam o rumo e as tornam singulares? Claude Lévi-Strauss, cuja vida atravessou o século XX, morreu no dia 30 Outubro, aos cem anos. Ao longo do último ano, o seu centésimo aniversário suscitou um sem-número de celebrações, é agora o tempo dos obituários e das homenagens. Por Filipe Verde Formou-se em Direito na Universidade de Paris, onde Simone de Beauvoir o recordaria a falar de forma gélida e filosoficamente sobre emoções, mas os acasos da vida tornaram-no um antropólogo. Autor de uma volumosa obra que transformou a antropologia e teve um impacto significativo nalgumas áreas da filosofia e das ciências humanas, o seu nome é indissociável do chamado "estruturalismo". O estruturalismo foi um movimento, escola ou acordo, que não chegou a ser nenhuma dessas coisas, que, entre os anos 50 e 80, tomou a sua inspiração nas geniais e inovadoras ideias de Ferdinand de Saussure, um linguista suíço que morrera em 1913 na obscuridade -as suas outras figuras maiores foram Michael
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