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2023, Jornalismo, biografia e crônica
Gustavo Sobral e Juliana Bulhões, jornalistas, pesquisadores, ele escritor, ela professora, apresentam mais um trabalho conjunto. Se primeiro dedicaram-se a recolher e publicar memórias de jornalistas do Rio Grande do Norte (2018), agora resolveram reunir a produção diversa em artigos que saíram em periódicos, entre 2016 e 2019, estudos acerca da biografia dos jornalistas e do jornalismo em crônica. Melhor título, não encontraram que “Jornalismo, Biografia e Crônica” (1 ed. Campina Grande: EDUEPB, 2023. 176 p.) e agora apresentam o conjunto desta produção em uma publicação caprichada da EDUEPB, com desenho de capa de Gustavo Sobral. Artigos presentes no livro: O uso de biografias e autobiografias de jornalistas na construção da história do jornalismo brasileiro A biografia como fonte documental para pesquisas sobre história do jornalismo: impressões a partir de 'Chatô, o rei do Brasil' Rubem Braga, jornalista: o cronista repórter Rachel de Queiroz, jornalista A faceta jornalística de Rachel de Queiroz: perspectivas biográficas Jornalismo e literatura: a crônica de Rachel de Queiroz Zila Mamede, jornalista Crônica: jornalismo autobiográfico nos jornais da cidade do Natal Narrativas autobiográficas na crônica de Berilo Wanderley 2023, Livro, Jornalismo, biografia e crônica. 1. ed. Campina Grande: EDUEPB, 2023. 176p.
Resumo: Abordamos, aqui, alguns aspectos narrativos para a (re)construção da trajetória biográfica em biografias jornalísticas. Adentramos, em um primeiro momento, na narrativa biográfica descrevendo nossos achados em relação às escolhas desse narrador jornalístico. Em seguida, analisamos abordagens e possíveis respostas para o boom biográfico, as informações paratextuais, além da desconfiança em relação à ficção o que concede à biografia legitimidade como relato verossímil na contemporaneidade.
2016
This paper aims to analyze the genre biography as a journalistic event. To start with, a bibliographical review was carried out about the concept of “event” and the way journalism has apprehended it. Next, the paper focuses on the biography as a genre, its definition and its uses by different areas of knowledge, such as history, literature and by journalism itself as a social practice. Finally, the article proposes some reflection on the genre as a journalistic event from the analysis of the records about the life story of the Brazilian singer Maysa.
Contemporânea Revista de Comunicação e Cultura, 2016
Este artigo discute o perfil jornalístico em sua relação com a escrita biográfica, propondo uma leitura cruzada dos gêneros para ampliar a compreensão do perfil. Apresentamos uma revisão da literatura a respeito do perfil, articulando-a com questões levantadas pela história e pelos aspectos formais da biografia. Nesse intercâmbio, percebemos a importância do uso do detalhe descritivo em ambos os gêneros, afirmado tanto pelo jornalismo quanto pela literatura como método para o texto acercar-se da realidade cotidiana. Desse modo, propomos aqui a enunciação do detalhe como ferramenta de enfrentamento ao problema que atravessa tanto perfis quanto biografias: “Como irei escrever uma vida?”.
Verbum Cadernos De Pos Graduacao Issn 2316 3267, 2013
Doutorando do Programa de Estudos Pós-graduados em Língua Portuguesa/PUC-SP RESUMO Este artigo tem por objeto verificar a organização textual das crônicas publicadas em jornais paulistanos, a fim de contribuir com os estudos sobre os textos denominados crônicas e colunas publicados em espaço reservado nos jornais paulistanos, uma vez que esses textos são inseridos e utilizados nos manuais didáticos. Contudo, não há distinção clara quanto a sua organização textual nem sua generecidade, que acarreta diversas interpretações no tocante a sua tipologia e sua conceituação dificultando sua interpretação, compreensão e produção. As análises estão fundamentadas na Linguística Textual e na Análise Crítica do Discurso com vertente sócio-cognitiva. Este estudo procurou identificar as características recorrentes dos conceitos postulados sobre a "crônica" e, a partir deles, descrever o esquema textual da crônica por categorias textuais, bem como suas regras de ordenação e buscar a compreensão das estratégias na construção textual da opinião. Os resultados apontam para uma renovação na maneira de se produzir crônicas na contemporaneidade, indicando haver dois tipos de crônicas, a saber: crônica do cotidiano e crônica de notícia, ambas da classe de texto argumentativo-opinativo. Palavras-chave: Linguística Textual. Análise Crítica do Discurso. Crônica jornalística. Crônicas de notícias e crônicas do cotidiano. INTRODUÇÃO A caracterização da crônica brasileira encontra uma grande variabilidade de posicionamentos nos diversos campos de estudo por terem-na situado sob diferentes prismas como o semântico, o linguístico, o do gênero, o literário e até o da cronologia não havendo uma definição quanto a sua tipologia, generecidade tão pouco quanto a sua organização textual. Assim, qualquer texto opinativo publicado em um espaço reservado nos jornais é denominado e considerado crônica.
OPSIS, 2010
LeiturQs de jornQI: Q cronicQ jornQlisticQ e Q hist6riQ cotidiQnQ Resumo: Neste texto pretendemos abordar a presen<;a do leitor na cronica de Lycidio Paes, enfatizando as diversas interpreta<;6es des critas pelo cronista ao citar 0 leitor que aSsu me diferentes atitudes. A partir dessas carac terfsticas podemos perceber como 0 jornaJ propicia a forma<;ao intelectuaJ do leitor. seja por meio de urn discurso politicamente dou trinario, seja por meio da apresenta<;ao de novos habitos e praticas sociais. E. por outro lado, como 0 leitor-que nao e urn sujeito passivo-rearticula e reelabora as informa <;oes que recebe.
Historicamente os estudos sobre jornalismo no Brasil têm dado pouca atenção à questão da identidade profissional (ver, em particular, os levantamentos bibliométricos de Machado, 2004; Meditsch, Segala, 2005, Moura, 2012). Ela é geralmente discutida de forma tangencial, muitas vezes a partir de uma visão normativa ou funcionalista sobre o jornalista: como mediador, informante ou representante do Quarto Poder. Ao mesmo tempo, proliferam os debates sobre o papel do jornalista em diferentes instâncias da sociedade civil-e muitas vezes com a participação da universidade. É o caso das discussões sobre a obrigatoriedade da formação superior em jornalismo como requisito para exercício da profissão, do debate em torno das novas diretrizes curriculares dos cursos de jornalismo ou dos impactos na profissão provocados pela Lei de Acesso à Informação, e alterações na forma de acesso e consumo de notícias. Foi nesse contexto, que decidimos, em 2013, retomar a discussão sobre a identidade profissional nos estudos sobre jornalismo no Brasil. O objetivo foi promover o diálogo internacional e interdisciplinar sobre o tema, mapear tendências de pesquisa e incentivar a construção de novos objetos de estudo sobre o assunto. Destacamos quatro iniciativas nessa direção que contaram com uma participação direta da SBPJor. Primeiro, o apoio da Associação na realização do II Colóquio Internacional Mudanças Estruturais no Jornalismo (Mejor), com o tema "Jornalismo e Identidade Profissional". Segundo, o apoio e participação da SBPJor no processo da pesquisa Perfil do Jornalismo Brasileiro, coordenada por Jacques Mick e equipe UFSC, cujos resultados foram publicados pela Insular em 2013. Terceiro, a realização, durante o 11º Encontro da SBPJor em Brasília, de JORNALISMO E IDENTIDADE PROFISSIONAL
História Revista, 2020
RESUMO: Se a estranha atualidade das ideias de Machado de Assis não fosse sempre tão surpreendente, poderia parecer simples repetição que este texto insista em discuti-las. Algumas delas, decorrentes das análises a respeito de política e sociedade, trasbordam de suas crônicas, nas quais o cronista capta imagens, hábitos, práticas e os decortica, de modo a expor a sua natureza, os valores que os definem, as deformações que neles se naturalizam, entre outros. Mais do que comentar o cotidiano, no guarda-chuva escasso da legalidade, na associação da figura dos homens à das personagens, no culto das aparências, entre outros, as crônicas revelam uma lucidez que vai criando parâmetros para uma interpretação do Brasil. PALAVRAS CHAVE: Machado de Assis, crônica, Quincas Borba, atualidade. ABSTRACT: There's a surprising capacity of analysis of currency events in Machado de Assis' ideas. If this was not so amazing, it might seem like a simple repetition that this text insists on this topic. Machado's privileged awareness derives from his analyzes about politics and society, that overflow in his journalistic essays. There he captures images, habits, practices and decorticates them in order to expose their nature, the values that define them, the deformations that are naturalized in them, among others. More than commenting on daily life, these journalistic essays reveal that they are creating parameters for an interpretation of Brazil. Uma parte significativa da vida pública brasileira, como têm demonstrado os recentes eventos políticos e sociais, é desenhada com os traços fortes de uma corrupção generalizada, colorida por ligações e acordos obscuros, conchavos e alianças não declaradas, muitas vezes ilegais, entre grupos de comunicação, empresários, banqueiros, homens públicos etc. Não há objetivo outro que não seja o do enriquecimento individual e o da permanência de grupos em um poder quase absoluto, de forma a garantir velhos privilégios pouco partilhados. A República instalou-se, no final do século XIX, sem propor soluções à massa de ex-escravos em situação de abandono político e social. Como consequência, grande parte da população ainda vive em situação de precariedade em relação ao trabalho, pobre ou paupérrima, o que perpetua e, ao mesmo tempo, garante a perpetuação daquele abandono social. Além disso, essa mesma Professora de Literatura e Cultura Brasileiras na UNESP, São José do Rio Preto. Livre-Docente em Literatura Brasileira pela UNESP. Doutora em Teoria e História Literária pela UNICAMP. Realizou estágios de pós-doutorado em PARIS/VERSAILLES (CHCSC, Université de Versailles à St. Quentin-en-Yvelines); PARIS (Fondation Maison des Sciences de lHomme/Université Paris VII, Denis Diderot); LISBOA: Universidade Nova de Lisboa/Instituto Camões. É bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e pesquisadora-associada ao Centre dHistoire Culturelle des Sociétés Contemporaines, da Université de Versailles à St. Quentin-en-Yvelines (desde 2013) e ao Centre de recherches sur les pays lusophones, da Université Paris 3-Sorbonne Nouvelle (desde 2015).
Resumo: O texto reflete as aproximações entre História e Jornalismo estudando o percurso teórico de cada uma dessas áreas e as conexões possíveis a partir da constituição do conceito de História do Jornalismo. Tem por base os resumos das teses e dissertações de pós-graduação em Comunicação do Brasil que discutem o tema, estabelecendo primeiramente quais tratam o Jornalismo e, dentre estes, os que tematizam a História do Jornalismo. O estudo trata da formação de um campo de saber jornalístico a partir da busca por sua autonomia conjugada com o desenvolvimento conceitual e teórico da História para uma compreensão das dificuldades e potencialidades pertinentes à História do Jornalismo. Por fim, estabelece que tanto a abertura da História para os outros campos de saber quanto a falta de um objeto justificado e delimitado por parte do Jornalismo permitem a entrada de outras áreas para a composição das pesquisas em História do Jornalismo, tais como a Sociologia, a Economia, a Política, os Estudos da Linguagem etc.
Caligrama (São Paulo. Online), 2005
Resumo: Se reconhecido o papel central da memória e da imaginação na disposição textual inteligível dos signos, e se considerada a ficção como possível atributo intrínseco aos relatos, revitaliza-se o significado de algumas das atribuições básicas da narrativa jornalística, como a interpretação, a ordenação e a constituição de subjetividades e coletividades. Escrever a reportagem, ou escrever a notícia, é, nesse caso, sempre experimentar a linguagem e a tradição literária. O modo de apreensão do tempo no discurso jornalístico se mostra, nessa perspectiva, um lugar estratégico para acionar os recursos da ficção. Roland Barthes observava, em seu já clássico estudo sobre a estrutura das narrativas, que "'o que se passa' na narrativa não é do ponto de vista referencial (real), ao pé da letra: nada; 'o que acontece' é a linguagem tão-somente, a aventura da linguagem, cuja vinda não deixa nunca de ser festejada" (Barthes, 1971:58). Retomo essa sua constatação, que se tornou uma espécie de topos nos estudos sobre as formas dos relatos, por sua propriedade aos desenvolvimentos e variações, para articular dois eixos de reflexão sobre as narrativas jornalísticas: o primeiro, deriva da possibilidade de conceber a ficção como característica intrínseca de todos relatos,
Literatura em Debate, 2015
RESUMO: Neste artigo abordamos as biografias de natureza jornalística sob alguns aspectos narrativos, além de estratégias para a (re)construção dessa vida. Tal desejo surgiu da curiosidade a respeito do gênero que aparece sempre no topo nas listas de comercialização e abarrota as vitrines de livrarias e bibliotecas, principalmente a partir do século XX, mas ainda é desprezado pela academia e pouco estudado. Verificamos que nas biografias escritas por jornalistas de ofício, o que é uma tendência atual de mercado, muitas das peças do quebra-cabeça biográfico ou puzzle, como denomina Décio Pignatari (1996), não se encaixam ou parecem pertencer a outro jogo. Assim, nos propomos a apresentar algumas técnicas de abordagem usadas nas biografias. A pesquisa adota como corpus a obra Getúlio: dos anos de formação à conquista do poder (1882-1930), do jornalista Lira Neto (2012), indexada como uma narrativa jornalística, na forma de biografia. Palavras-chave: Biografia jornalística Getúlio. Jornalismo e literatura. Biografemas. Abordagem. 1 O que nos move Por que analisar as biografias? Por que as biografias escritas por jornalistas? Essas perguntas, ouvimos por diversas vezes. A curiosidade dos questionamentos provém (cremos) do pouco conhecimento que o público em geral (e mesmo acadêmico) possui acerca do tema e talvez pelo preconceito que ainda, mesmo com todo o crescimento do gênero, exista no entorno científico da academia. As respostas estão diretamente ligadas ao nosso interesse em estudar as complexificações que emergem quando o narrador (jornalista de ofício) resolve dialogar com a literatura, neste gênero (biográfico) que abarrota as prateleiras de livrarias e bibliotecas, sendo inclusive número um de vendas em alguns sites 3 .
Este artigo discute o perfil jornalístico em sua relação com a escrita biográfica, propon-do uma leitura cruzada dos gêneros para ampliar a compreensão do perfil. Apresenta-mos uma revisão da literatura a respeito do perfil, articulando-a com questões levanta-das pela história e pelos aspectos formais da biografia. Nesse intercâmbio, percebemos a importância do uso do detalhe descritivo em ambos os gêneros, afirmado tanto pelo jornalismo quanto pela literatura como método para o texto acercar-se da realidade cotidiana. Desse modo, propomos aqui a enunciação do detalhe como ferramenta de enfrentamento ao problema que atravessa tanto perfis quanto biografias: " Como irei escrever uma vida? ".
Resumo: Reflexão sobre a biografia como projeto narrativo e tentativa de efetiva reposição da trajetória de uma vida. O interesse mais específico diz respeito a biografias em que a construção parece ter se valido predominantemente de procedimentos, protocolos, valores e forma discursiva que, em geral, caracterizam o jornalismo. Compreensão dessas biografias, de natureza mais aparente e aparentadamente jornalística, como aquelas que se fundam, a priori, na crença de que é mesmo possível repor, pela narrativa, o percurso de uma vida. Toma-se como pressuposto, assim, que, pelo modo com que se relaciona com a informação e pela própria natureza da mediação que, cultural e socialmente, faz do real, o jornalista, ao empreender uma biografia o faz, segundo Bakhtin, crendo ingenuamente. Ingenuidade que é definida, especialmente, além da tendência à aproximação e envolvimento com o que vai levantando sobre a vida do biografado, pela busca de uma narrativa que tenta organizar linear e coerentemente o curso de uma existência.
2021
Neste artigo, o afeto é assumido como categoria fundamental para o campo do jornalismo atravessado pelos dogmas da razão e da ciência. A partir daí, aborda-se a dimensão do “testemunho midiático”, examinando a tensão entre a ideia da “testemunha ocular” e os outros modos assumidos no contemporâneo quando testemunhar não é mais apenas ver e ouvir e passa a dizer também sobre como somos interpelados por um “texto testemunhal”. Para investigar o abismo que há entre experiência e discurso, aborda-se a questão da “lacuna” no testemunho sugerindo uma nova matriz orientada pela ideia de Brand (2009) de que o testemunho, que sempre esteve ligado às noções de verdade e ao que pode capturar do acontecimento, ele é antes sobre o que lhe escapa. Uma reportagem sobre uma tragédia particular orienta a discussão. Como o jornalismo testemunha o fato?
Revista Líbero, 2019
Propõe-se refletir sobre aproximações entre História Oral e narrativa jornalística, tomando como base a dinâmica noticiosa de Eliane Brum, especificamente em suas reportagens junto a comunidades ribeirinhas do norte do Brasil, publicadas no portal El País Brasil (2015. Promove-se articulações entre os valores assumidos por ambas as práticas, identificando no interesse de abordagem e no dispositivo da entrevista uma chave para tal conciliação. Discute-se, assim, a relação entrevistador-entrevistado em histórias de vida, segundo as perspectivas da oralidade e do encontro dialógico no jornalismo.
O texto traz a íntegra da primeira tese sobre jornalismo apresentada em uma universidade: De relationibus novellis, de Tobias Peucer, defendida em 1690 na Universidade de Leipzig, na Alemanha. A tese é composta por 29 parágrafos que traçam uma comparação entre o Jornalismo e a História. Analisa os tipos de relatos utilizados pela cultura ocidental desde a antiguidade, identificando o jornalismo com a perspectiva do singular. Discute a questão da autoria, da noticiabilidade , da verdade e da credibilidade; propõe critérios de seleção e restrições ao que deve ser publicado; discute a forma e o estilo dos periódicos. Na presente versão, a tese é acompanhada por um preâmbulo do tradutor brasileiro Paulo da Rocha Dias. Abstract This manuscript is a broad version of the first doctoral dissertation presented at college level: De relationibus novellis by Tobias Peucer defended in 1690 at Leipzig University, in Germany. It consists of 29 paragraphs that outline a comparison between Journalism and History. It analyzes types of accounts employed by Western culture since ancient times, identifying journalism from a singular perspective. Peucer discusses authorship, news values, truth and credibility. He offers criteria for news selection and restrictions, format and style. This version includes a foreword by the Brazilian translator Paulo da Rocha Dias. Tobias Peucer faz parte de um grupo que, na primeira metade do século XVII, começara a pesquisar e a publicar os resultados de suas investigações nas universidades alemãs. Este fato coloca a Alemanha no ponto inicial de uma rica tradição de pesquisa em jornalismo, continuada no presente século por pesquisadores insignes como Otto Groth e Max Weber. Confirma também a "Periodistika" como o primeiro e mais antigo ramo das Ciências da Comunicação e da Informação. É na Alemanha, e justamente em Leipzig, que surgiu o primeiro diário da história da imprensa, a Leipziger Zeitung. A versão em língua portuguesa da tese de Peucer que ora apresentamos* tem como base a tradução para o Catalão feita por Josep Maria Casasús, presidente da Societat Catalana de Comunicació. Casasús, por sua vez, fez uso do texto original em Latim e da versão do mesmo em alemão 1 . Cabe dizer aqui que esta tradução é o resultado de um desafio lançado por José Marques de Melo. Há muito que, ao se estudar a Zeitungswiessenschaft nos cursos de pós-graduação em Comu-nicação, faziase apenas referências à pesquisa de Tobias Peucer ou se passava a conhecê-la por meio de fontes indiretas. É, portanto, útil e opor-tuno publicar esta versão em Português, não Estudos em Jornalismo e Mídia, Vol. I Nº 2 -2º Semestre de 2004 § IV. Esta última classe ou tipo de relationes são relatos periodísticos (Relationes novellae) que contêm a no-tificação de coisas diversas acontecidas recentemente em qualquer lugar que seja. Estes relatos, com efeito, têm mais em conta a sucessão exata dos fatos que estão interrelacionados e suas causas, limitando-se somente a uma simples exposição, unicamente a bem do re-conhecimento dos fatos históricos mais importantes, ou até mesmo misturam coisas de temas diferentes, como acon-tece na vida diária ou como são propa-gadas pela voz pública, para que o leitor curioso se sinta atraído pela variedade de caráter ameno e preste atenção. § V. Agora cabe expor mais exten-samente suas origens e as causas de sua composição, para que sejam mais ple-namente conhecidas sua estrutura e sua utilidade na vida literária e cívica.
Linguagens - Revista de Letras, Artes e Comunicação, 2020
Há cerca de um década, com a discussão de Henry Jenkins sobre narrativa transmidiática (2009), começou-se a se falar de jornalismo transmidiático mais intensamente, numa referência ao trabalho desse autor que se adaptaria ao cenário jornalístico. Os estudos neste sentido avançaram e foram feitas, desde então, tentativas de se produzir reportagens que se caracterizassem por trabalhar com essa abordagem em sua essência. Com o presente estudo epistemológico, pensa-se em tratar da questão sob o prisma não só da caracterização da narrativa transmidiática, mas também sob o ponto de vista literário, buscando verificar como a base narrativa pode apresentar possibilidades transmidiáticas. Leva-se em conta, também, as características da reportagem e de suas relações com a literatura, no chamado jornalismo literário.
Dominios De Lingu Gem, 2014
RESUMO: Neste trabalho, abordamos a crônica jornalística em seu funcionamento como gênero discursivo e, em especial, em sua dimensão enunciativa. Migrante do domínio literário, a crônica hoje se consolida como um gênero (BAKHTIN, 1997; DEVITT, 2004) multimidiático, com caráter subjetivo e fortemente orientado para a expressão da opinião do cronista, convertendo-se, assim, num simulacro poetizado do real (TOCAIA, 2011). Ao investigarmos a crônica como gênero, descobrimo-la como uma reflexão do cotidiano revivido estilisticamente (ANDRADE, 2005); já para colocá-la em perspectiva enunciativa, centramos nossa atenção nos pronomes pessoais (BENVENISTE, 1995; MOURA NEVES 2000), realizando um exercício analítico de uma crônica de Lya Luft. Na crônica, destacase o uso estrategicamente plural do pronome nós: ora inclui ora exclui o enunciador e os diferentes interlocutores convocados pela cronista, num jogo retórico com o qual se produzem distintos efeitos de sentido, inclusive a ironia. Nosso estudo reforça a tese da impossibilidade da pluralização do eu (BENVENISTE, 1997).
Revista de Estudios Brasileños, 2017
Este artigo propõe-se a analisar algumas das principais tendências no que diz respeito à crônica brasileira contemporânea, aqui entendida como um gênero híbrido e fronteiriço entre o jornalismo e a literatura. Para tanto, inicialmente procurou-se conceituar a crônica como gênero, apontando as suas principais características delimitadoras. Em seguida, foi traçado um breve painel histórico da fixação e das transformações desse gênero no Brasil, sendo ora considerado um “gênero menor”, ora reivindicando para si uma atenção maior – sobretudo quando deixa as páginas de jornais e revistas (ou mesmo da internet) para ocupar um lugar de maior destaque em coletâneas e livros de crônicas. Por fim, foram analisados textos de autores(as) diversos(as) com o objetivo de verificar as principais tendências da crônica brasileira contemporânea, principalmente nas últimas décadas do século XX e nos primeiros anos do XXI. Link: https://reb.universia.net/article/view/3068/periodismo-literatura-perspectivas-vida-diaria-caminos-tendencias-cronica-brasilena
JORNALISMO DESENHADO: A NARRATIVA DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS A SERVIÇO DAS REPORTAGENS, 2013
O objetivo deste trabalho é analisar o Jornalismo em Quadrinhos, estilo de produção jornalística recente que une as técnicas de montagem de reportagens com o grafismo das histórias em quadrinhos. Com atenção a detalhes e uso de práticas como as entrevistas, o registro fotográfico e a análise de documentação, os quadrinhos – tradicionalmente associados com fábulas, super-heróis e outros devaneios infanto-juvenis – são tão válidos para a produção jornalística quanto o vídeo, o áudio ou a escrita. Atente para o fato de que não se objetiva provar uma dita superioridade dos quadrinhos ou ignorar suas limitações – é difícil pensar, por exemplo, num jornal diário com todas as notícias no formato de quadrinhos, devido em grande parte à demora com que sua parte artística, o trabalho do desenho em si, é montada. O que se pretende nessa monografia é simplesmente mostrar que os quadrinhos devem ser vistos sem preconceitos como mais uma mídia que serve ao propósito de enriquecer e aumentar a abrangência da produção jornalística. Para tanto, depois de realizada revisão bibliográfica – com destaque para os pensamentos de Muniz Sodré e Luiz Gonzaga Motta sobre narrativa -, serão analisadas as obras Notas Sobre Gaza, reportagem em quadrinhos de Joe Sacco, maior referência no gênero; e a brasileira Juventude: Tempo de Crescer, de Augusto Paim (texto) e Ana Luiza Goulart Koehler (arte), além da série de reportagens publicadas na seção Jornalismo em Quadrinhos da Revista Fórum, de autoria de CarlosCarlos(texto) e Alexandre de Maio(arte). Argumentamos que a linguagem dos quadrinhos usa de recursos narrativos que, ainda que não imediatamente reconhecidos como passíveis de serem usados no Jornalismo, são mais uma ferramenta para a construção do real que é a base mesmo das notícias e reportagens mais tradicionais.
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