Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2023, Superinteressante
É recorrente a reflexão sobre o que significa ser português, assunto que atrai intelectuais de diferentes áreas do saber. Ora convocando o messianismo, através de explicações esotéricas, ora assumindo que os factos, e apenas os factos, interessam. A este respeito, José Mattoso (2008) é muito lúcido, ao sublinhar que, se o critério de análise for o da objetividade, excluem-se desde logo as teorias míticas e messiânicas. É neste quadro que vou discorrer sobre o que me propuseram, com os olhos postos, sempre, na investigação que desenvolvo há já alguns anos, a propósito da “portugalidade”. Desconstruindo-a, como é timbre das Ciências Sociais e Humanas (CSH), que não se dão bem com essências, mitos ou cartilhas. Eduardo Lourenço sublinhava uma hiperidentidade portuguesa devido a um défice de identidade real, que se compensava no plano imaginário. Mas, nem por isso o ensaísta invocou a “portugalidade” para o justificar, bem pelo contrário, como deixou claro em entrevista à RTP, em que afirmava não existir “o” português, muito menos “portugalidades” .
Comunicação e Cultura, 2012
A nossa proposta vai no sentido de se saber até que ponto a marca da ‘portugalidade’, profusamente difundida em pleno Estado Novo, sublinhando alegadas características adstritas ao povo português, numa relação apologética ao regime em vigor e que serviu, de resto, de bandeira à Exposição do Mundo Português (1940), ‘afectou’, por via da propaganda e da ideia de ‘império ultramarino’ - que constituiu um dos pilares e dos mitos do regime de Salazar (Rosas, 2001) -, as dinâmicas relacionais com os povos das ex-colónias portuguesas, plasmadas na ideia de lusofonia. É nesse quadro que surge o título do presente projecto: “Da ‘portugalidade’ à lusofonia”. Pretendemos congregar pistas para responder à pergunta “De que falamos, quando falamos de lusofonia?”. Será de uma extensão de uma alegada ‘portugalidade’? Ou de um espaço ligado, apenas (ou eventualmente), através de uma língua comum? Em contexto pós-colonial, que debate sobre o ‘outro’ é possível fazer-se? Palavras-chave: ‘Portugalidade’; lusofonia; Estado Novo; globalização; multiculturalismo
Cultura e Sociedade, 2020
As conceptualizações tornam-se, muitas vezes, problemáticas. Não obstante existirem inúmeras publicações que tentam descodificar conceitos – desde os dicionários ditos “convencionais”, dedicados à língua e à correspondência interpretativa de cada palavra, aos que fazem a sua correspondência ao significado numa língua estrangeira -, a não satisfação com uma delimitação explicativa, faz com que se enverede por caminhos em que os termos se tornam polissémicos (fazendo toda a diferença o contexto em que são aplicados), ou declinados no plural, como que a sublinhar um potencial interpretativo que vai para além do que está ‘convencionado’ na dicionarização. Já Umberto Eco (1983) chamou a atenção para o facto de os dicionários e as enciclopédias não coincidirem com as noções teóricas enquanto categorias de uma semiótica geral, observando que muitos dicionários contêm informação correspondente a uma enciclopédica e muitas enciclopédias contêm informação que mais parece pertencer a um qualquer dicionário. Não obstante a dicionarização muitas vezes seja parca nas propostas interpretativas que fornece, deixando de fora palavras que circulam na linguagem corrente, situação que pode ser explicada ou por opção ideológica, ou por mero critério linguístico. Ainda muito antes de Umberto Eco, Almeida Garrett nas suas “Viagens na Minha Terra”, mostrava-se cético no que respeita à relação existente entre as palavras e as coisas, ao pretender “afectar nas palavras a exactidão, a lógica, a rectidão, que há nas coisas”, no que sublinhava ser “a maior e mais perniciosa de todas as incoerências” (Garrett, 1972 [1846], p. 171). E, mesmo que o filósofo Ludwig Wittgenstein (1958) sublinhe que o sentido que se dá às palavras seja o seu uso, torna-se necessário uma contextualização para evitar eventuais equívocos, como são os casos da ‘portugalidade’ e da lusofonia. O primeiro caso, não é tipificado pelos dicionários de referência e, o segundo, integra múltiplos sentidos interpretativos. Afinal, se os conceitos servem para propor interpretações, o facto de serem constantemente postos em causa pode ter em vista um ajuste à visão de quem tem explicações diferentes das que são propostas pelos manuais. É perante este quadro que vou abordar a “lusofonia”. E, quando a ela me refiro, vem de imediato ao de cima toda a parafernália descrita no parágrafo anterior. Mesmo que se afirme que já tudo foi escrito sobre ela, faltando apenas colocá-la em prática como refere Miguel Real (2012), o termo – e tudo o que lhe está associado -, está longe de ser consensual. Desde logo por remeter etimologicamente para uma centralidade portuguesa, sendo que a palavra foi forjada a partir da francofonia1. Dessa forma, teria ficado de fora um eventual recorte ideológico como possibilidade interpretativa da palavra, mesmo que, no caso português, a descolonização só tenha sido completada em 1975. Mas, na prática, nada dessa lógica aparentemente “pueril” corresponde à verdade uma vez que as clivagens em torno do assunto são grandes e decorrem do período pós-revolução do 25 de abril e, consequentemente, reportam-se ao período pós-colonial português.
Sol, 2022
Após a Revolução dos Cravos a palavra perdeu popularidade como instrumento de orgulho nacional, mas recentemente foi revivida em discursos proferidos pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e ministros do governo com uma aparente nuance semiótica de significado pós-colonial para incluir tudo o que pode ser valorizado patrioticamente como sendo tipicamente de carácter português por Roberto Knight Cavaleiro Durante o ano de 2021 foi realizado um animado debate entre académicos sobre uma tese publicada pelo lexicólogo Dr. Vitor de Sousa que procurava uma tradução e interpretação mais clara do substantivo descritivo "Portugalidade" cujo primeiro uso registado data do período pós II Guerra Mundial no Estado Novo.
2012
A nossa proposta vai no sentido de se saber até que ponto a marca da 'portugalidade', profusamente difundida em pleno Estado Novo, sublinhando alegadas características adstritas ao povo português, numa relação apologética ao regime em vigor e que serviu, de resto, de bandeira à Exposição do Mundo Português (1940), 'afectou', por via da propaganda e da ideia de 'império ultramarino' -que constituiu um dos pilares e dos mitos do regime de Salazar (Rosas, 2001) -, as dinâmicas relacionais com os povos das ex-colónias portuguesas, plasmadas na ideia de lusofonia. É nesse quadro que surge o título do presente projecto: "Da 'portugalidade' à lusofonia". Pretendemos congregar pistas para responder à pergunta "De que falamos, quando falamos de lusofonia?". Será de uma extensão de uma alegada 'portugalidade'? Ou de um espaço ligado, apenas (ou eventualmente), através de uma língua comum? Em contexto pós-colonial, que debate sobre o 'outro' é possível fazer-se?
Europa das Nacionalidades. Imaginários, Identidades e , 2014
a portugalidade existe ou não passa de mera retórica para sublinhar a eventual qualidade do que é português? a tentativa de mitificar os feitos dos portugueses, nomeadamente através da epopeia dos Descobrimentos, que se assumiu como um dos pilares do Estado novo, faz com que a portugalidade esteja datada nas décadas de 50 e 60 do séc. XX. tratase de uma construção, que atropela o processo de identidade dos portugueses, já que não espelha as suas idiossincrasias. talvez por isso, distante das apropriações que se fizeram dos escritos de Camões ou de Pessoa para sustentar a tese em que assentou a propaganda do regime de Salazar, e bem mais perto de Paula Rego e do grotesco.
Estudos em Comunicação/Communication Studies, 2017
RESUMO: A cunhagem da palavra ‘portugalidade’ ocorreu entre as décadas de 50 e 60 do século XX, sendo um produto do Estado Novo. Trata-se de um processo que foi sublinhado após a revogação, em 1951, do Ato Colonial, em que as colónias passaram a denominar-se províncias ultramarinas e em que foi disseminado o slogan “Portugal do Minho a Timor” destinado a combater os movimentos independentistas que lá emergiam, defendendo a pertença desses territórios a Portugal. Foi em 1947, com a publicação do opúsculo Em Defesa da Portugalidade, da autoria de Alfredo Pimenta que, pela primeira vez, alguém se debruçou de forma específica sobre a ‘portugalidade’, discorrendo sobre o seu significado e tipificando o conceito. Após um hiato na sua utilização, na sequência da revolução do 25 de abril, em que se verificou um distanciamento em relação a assuntos que eram característicos do Estado Novo, o termo vai sendo reintroduzido no léxico, não fugindo no entanto ao ideário luso-tropicalista em que foi forjado (Ferronha, 1969), provocando vários equívocos. Palavras-chave: Alfredo Pimenta; Estado Novo; ‘portugalidade’; luso-tropicalismo; identidade nacional ABSTRACT: The coining of the word ‘Portugality’ [‘portugalidade’] is identified as having taken place between the 50 and 60 decades of the twentieth century, being a ‘Estado Novo’ (dictatorship period, between 1928-1974) product. That dynamic was underlined after the repeal, in 1951, of the ‘Colonial Act’, where the colonies would be called as overseas provinces and the slogan “Portugal form Minho to Timor” was disseminated, to combat the independence movements that emerged, defending that territories belonged to Portugal. It was in 1947, with the publication of the booklet In Defense of Portugality [Portugalidade], wroten by Alfredo Pimenta, that for the first time, someone studied specifically the ‘portugality’ [‘portugalidade], discussing its meaning and typifying the concept. After a hiatus in its use, following the ‘Carnation Revolution’ (April, 1974), in which there was a distance from certain subjects that were characteristic of the Estado Novo, the term is being reintroduced into the lexicon, but it does not escape to the Luso-Tropicalist ideology in which it was forged (Ferronha, 1969), causing several misunderstandings. Keywords: Alfredo Pimenta; ‘Estado Novo’; ‘Portugality’ [‘portugalidade’]; Luso-Tropicalism; national identity
Tese de Doutoramento em Ciências da Comunicação (Comunicação Intercultural), 2015
A presente investigação pretende observar de que modo a 'portugalidade' - termo cunhado durante o Estado Novo assente num imaginário colonial centrado em Portugal, num patamar supostamente superior às suas ex-colónias - pontua a construção de um conceito pós-colonial, o da lusofonia. Na sequência da revolução do 25 de abril e em resultado do corte ideológico com o regime deposto, este conceito, após um hiato, é no entanto reintroduzido, seja através da classe política, dos profissionais de marketing ou de branding, ou pela via de situações aleatórias. O certo é que a palavra está ausente dos dicionários de referência portugueses, bem como das enciclopédias. As tentativas de fixar o significado da palavra vão sendo desenvolvidas pelos dicionários mais comuns, muito embora o façam com um ângulo de tal modo aberto que, mais do que tipificá-lo, alimentam os equívocos que lhe estão subjacentes. Defende-se, por isso, que a palavra ‘portugalidade’ seja tipificada, contextualizando-a. O conceito ‘portugalidade’ decorre de uma lógica estado-novista para que as ex-colónias fossem vistas pela ONU não como territórios autónomos, mas como parte integrante do território português (províncias ultramarinas), corroborado pelo discurso parlamentar da Assembleia Nacional, a partir de 1951 (data da revogação do Ato Colonial), pela introdução da palavra nos discursos dos deputados. Toda essa estratégia ia no sentido de combater os movimentos independentistas que emergiam nas antigas colónias, defendendo a pertença desses territórios a Portugal, por via do seu ‘destino histórico’. Esse facto seria sublinhado no discurso político da ‘portugalidade’, com a assunção de Portugal, como um país uno e indivisível: “Portugal do Minho a Timor”. Tendo-se desmoronado a maior parte dos impérios com o fim da II Guerra Mundial, no caso português o assumido ‘império’ prolongar-se-ia por mais três décadas. De que forma é que toda essa dinâmica se refletiu na lusofonia? É possível encarar a lusofonia centrada em Portugal, como produto da ‘portugalidade’? Faz sentido essa perspetiva quando a globalização esbateu as fronteiras e diluiu as singularidades identitárias, permitindo que se perspetivassem relações multiculturais e/ou interculturais? Em resultado desta investigação pode concluir-se que, sendo a lusofonia uma construção de difícil concretização, um processo prenhe de clivagens entre os países integrantes da CPLP (o que se pode constatar através da observação do seu histórico relacional), ela pode desembocar numa utopia, caso não se desfaçam os equívocos em que navega: as narrativas do antigo Império e a sua associação a uma centralidade portuguesa, o luso-tropicalismo associado à ideia de colonização doce e a sua rejeição por parte de quem está ressentido com a colonização dos portugueses, os ‘outros’ das ex-colónias (Martins, 2014). Desta forma, não poderá existir lusofonia com ‘portugalidade’, sendo mesmo um contrassenso avançar com tal associação. Mesmo que os políticos a ela ligados insistam em adiá-la, a lusofonia deve ser feita por quem a encara com uma dinâmica cosmopolita resultante da globalização, de forma a permitir combater um dos outputs dessa mesma globalização: a homogeneização cultural. Para concretizar esse desiderato, é necessário que quem pretenda colocá-la em prática, esteja mentalmente ‘descolonizado’ para que os equívocos que lhe estão associados possam desaparecer. A lusofonia deverá ser construída, assim, diariamente. This research aims to observe how the 'Portugalidade' - a term coined during the ‘Estado Novo’ a result of a colonial imaginary centered in Portugal, in a supposedly superior level to its former colonies - punctuates the construction of a post-colonial concept, the concept of Lusophony. After the revolution of April 25 (‘The Carnation Revolution’) and as a result of an ideological break from the previous regime, this concept has been however reintroduced, either through the political class, through marketing or branding professionals, or by means of random situations. The truth is that the word is absent from most Portuguese reference dictionaries, and encyclopedias. Attempts to determine the meaning of the word are being developed by the most common dictionaries, although they do so in such an open way that rather, more than typifying it, they feed the misconceptions underlying it. It is argued, therefore, that the word 'Portugalidade' should be exemplified, by contextualization. The concept 'Portugalidade' results from the objective of the ‘Estado-Novo’, to let its former colonies be recognized by the United Nations not as non-autonomous territories, but as part of the Portuguese territory (overseas provinces). This concept was reinforced by the parliamentary political speeches of the National Assembly members, from 1951, abolition date of the ‘Ato Colonial’ (Colonial Act). All this strategy aimed to combat the independence movements that emerged in the former colonies, defending that these territories belonged to Portugal, via its 'historical destiny'. This fact was underlined in the political discourse of 'Portugalidade', with the assumption of Portugal, as a unified country: “Portugal from "Minho to Timor”. With the end of World War II, most of the empires collapsed whereas in the Portuguese case the assumed 'empire' would extend for over three decades. How was all this dynamic reflected in the Portuguese-speaking world? Can Lusophony be centered in Portugal, as a product of the 'Portugalidade'? Does this perspective make sense when globalization has brought down the boundaries and diluted the singular identities, allowing you to envisage relations based on multiculturalism and interculturalism? As a result of this investigation it can be inferred that the Lusophony is a difficult construction to achieve in a process full of dividing lines among the member countries of the CPLP (which can be seen by observing their relational history) and that it can develop into an utopia if the misconceptions which surround it are not solved: the narratives of its ancient empire, its association with a Portuguese centrality, the Luso-tropicalism and sweet colonization idea and its rejection by those who are resentful of the colonization of the Portuguese, the 'other' from former colonies (Martins, 2014). Therefore, Lusophony cannot coexist with 'Portugalidade', and it is even an absurdity to move forward with such an association. Even if politicians insist on postponing it, Lusosphony should be made by those who look at it from a cosmopolitan perspective resulting from globalization, in order to combat one of the outputs of globalization: cultural homogenization. In order to achieve this aim, those who want to put it into practice, should be mentally 'decolonized' so that the misunderstandings associated to it, could disappear. The Lusophony should be built, ‘so-to-speak’ on a daily basis.
2016
Agradecimentos/comentários pessoais Quiero fer una prosa en román paladino en qual suele el pueblo fablar con so vecino, ca non so tan letrado por fer otro latino, bien valdrá, como creo, un vaso de bon vino.
EccoS – Revista Científica, 2018
Neste artigo, o objetivo é compartilhar uma experiência de descolonização subjetiva. Por isso a narrativa em primeira pessoa se impôs como exigência metodológica, ao menos na seção testemunho. A vivência teve implicações importantes na trajetória acadêmica e em posturas de quem escreve. O trabalho se inscreve na perspectiva teórica descolonial e pretende contribuir com o aspecto menos debatido na literatura pertinente: estratégias de desprendimento da retórica da modernidade nas suas dimensões epistêmica e subjetiva. Propõe-se como um convite aos pares interessados nessa corrente de pensamento, para que identifiquem em suas itinerâncias e vivências, processos reveladores de transformações, na árdua tarefa coletiva de descolonização do saber e do ser (MIGNOLO, 2010), e possam externá-los. Tais manifestações parecem necessárias para o pensamento descolonial faça sues efeitos na prática, na educação, nas instituições, nas transformações sociais necessárias a um mundo mais justo e humano.
O debate sobre o termo “lusofonia” enferma frequentemente de confusões conceptuais, particularmente no que aos conceitos de língua e cultura diz respeito. Neste ensaio pretende-se fazer uma análise desapaixonada desses conceitos procurando abrir caminho para soluções pragmáticas e sensatas.
Público, 2021
O catecismo da "portugalidade" A "portugalidade" sugere um nada que é mesmo… nada, para desdizer a frase de Pessoa em relação ao mito.
Intercâmbio Revista Do Programa De Estudos Pos Graduados Em Linguistica Aplicada E Estudos Da Linguagem Issn 2237 759x, 2012
À Paulina, que partilhou comigo o entusiasmo pelo ensino da sintaxe RESUMO: Este trabalho traz uma discussão dos trabalhos de Raposo sobre o objeto nulo e o artigo nulo no português e nas línguas românicas, para mostrar que, apesar das semelhanças nas duas variedades do português, esses aspectos ainda separam as duas gramáticas quando a variedade vernacular do português brasileiro é estudada. PALAVRAS-CHAVES: objeto nulo, artigo nulo, português europeu, português brasileiro, línguas românicas. ABSTRACT: This paper brings a discussion on Raposo's ideas about the null object and the null article in Romance, to show that, though the two varieties of Portuguese are closer than the other Romance languages, these aspects still distinguish the two grammars when the spoken variety of Brazilian Portuguese is taken into account. Em seus artigos de 1998 e 1999, Raposo mostra que: 0.1 o Português (doravante Português Europeu e Português Brasileiro formal) admite resumptivos nulos. Enquanto isso, as demais línguas românicas só admitem clíticos como resumptivo 1 : (1) a. esse livro, eu só encontrei ∅ na FNAC a' esse livro, eu só o encontrei na FNAC b.*ese libro, sólo encontré ∅ en la FNAC b'. ese libro, sólo lo encontré en la FNAC 0.2 o Português, mas não outras línguas românicas, admite objetos nulos: * Este trabalho foi apresentado em debate de Mesa Redonda com Eduardo Raposo. Após o debate, foi escrito um trabalho conjunto que aparece sob Kato e Raposo (2005). 1 No PB coloquial, em lugar do clítico, temos o pronome forte ele.
2016
Agradecimentos/comentários pessoais Quiero fer una prosa en román paladino en qual suele el pueblo fablar con so vecino, ca non so tan letrado por fer otro latino, bien valdrá, como creo, un vaso de bon vino.
Revista IBERC
Em um contexto global já marcado pela desordem e poluição informacional e diante da pandemia do Coronavírus, este texto propõe-se a investigar se a conduta de criar e espalhar desinformação por parte dos trolls, faker, hater e bullies pode configurar (e por quais razões) o abuso de direito, previsto no art. 187, do código civil. Tem-se como hipótese que tais conduta se revestem de pleno potencial para configurar abuso no exercício do direito à liberdade de comunicação por violar a boa-fé, a função social e os bons costumes, ainda que outros requisitos precisem ser constatados. O artigo abordará (i) o cenário de desordem e poluição informacional, (ii) os agentes objeto de estudo (trolls, faker, hater e bullies) e (iii) as desinformações reconhecidas pelo Ministério da Saúde brasileiro. Será empregado o método de abordagem hipotético-dedutivo, o método de procedimento monográfico e a técnica de pesquisa de documentação indireta.
Este artigo investiga os discursos ao redor do estruturalismo desenvolvido no Brasil, centrado na figura de Luiz Costa Lima, um de seus principais divulgadores. Para tal, tem como antagonistas figuras como Carlos Nelson Coutinho e José Guilherme Merquior, que, por vieses distintos, acossam essa perspectiva teórica. Ressalta-se aqui o caráter tudo ou nada de uma perspectiva teórica quando adotada no país, isto é, como uma teoria é colocada integralmente em xeque, não abrindo espaços para nuances e aspectos positivos que uma eventual abordagem pode oferecer. Isto feito, articula-se o desejo de uma abordagem que seja menos dogmática e parcial das teorias literárias no Brasil. ABSTRACT: This article investigates the discourses around the Structuralism developed in Brazil, centered on the figure of Luiz Costa Lima, one of its main disseminators. For that, it has as antagonists figures such as Carlos Nelson Coutinho and José Guilherme Merquior, who, for different biases, attack this theoretical perspective. It is emphasized here the all-or-nothing character of a theoretical perspective when adopted in the country, that is, how a theory is placed in full check, not opening spaces for nuances and positive aspects that an eventual approach can offer. This done, there is a desire for a less dogmatic and partial approach to literary theories in Brazil.
Gerador, 2022
Investigador do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, Vítor de Sousa analisa, num artigo de 2021, as intervenções do primeiro mandato de Marcelo Rebelo de Sousa na presidência, salientando a recorrência da ideia de portugalidade nas suas falas. Ao Gerador, o académico expõe a necessidade de desconstrução do termo, associado à teoria do lusotropicalismo de Gilberto Freyre, esta apropriada pelo Estado Novo. Entrevista de Analú Bailosa.
A história de um casal de emigrantes portugueses em França bateu, no Verão de 2013, recordes de audiência nas salas de cinema. O filme “A Gaiola Dourada”, de Ruben Alves, recuperou a temática da emigração portuguesa, numa altura em que esta se aproxima do boom dos anos 60 (séc. XX). O realizador refere-se à ‘portugalidade’ como alegada ‘pertença a Portugal’, recorrendo ao seu percurso (é filho de uma porteira e de um pedreiro) e que o próprio reputa de cliché (2013). Para o efeito, utiliza de forma humorística vários estereótipos, evidenciando alguma vergonha que os filhos dos emigrantes sentem em relação aos pais, bem como os contrastes com a sociedade onde vivem que, afinal de contas, também tem constrangimentos. A grande ficção reside na antecipação do regresso ao país de origem, concretizando o sonho da grande maioria dos emigrantes: não só já dos pais, mas da família nascida em França, que pouco se identifica com Portugal. Será que os portugueses na ‘diáspora’ ainda reavivam a chama ‘lusitana’ (Gonçalves, 2009)? O filme desencadeou o debate sobre o fenómeno da emigração, mostrando que os novos emigrantes, embora mais qualificados (“Gaiola doutorada?”, “Expresso”, 2013), coexistem com uma cada vez maior “reemigração” (Alves, 1994).
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.