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O presente trabalho visa fazer uma síntese histórica do seguimento Urbanístico da Cidade do Rio de Janeiro, e seus elementos estruturadores junto a seus principais problemas. Como iniciou modelo de urbanização e suas dificuldades de implantar um sistema que atendesse a todos, inclusive os menos favorecidos que trabalhavam para toda essa evolução do sistema urbano, mas a evolução não assegurou a esses um plano habitacional justo, e atualmente a cidade do Rio de Janeiro sofre com os erros cometidos no século XVIII. O problema das áreas de invasão como as favelas, e a mobilidade urbana junto da revitalização do Centro Histórico. Palavras-chave: Evolução urbana da cidade do Rio de Janeiro.Urbanização das favelas.Revitalização do centro histórico.Sistema de esgotamento sanitário da cidade do Rio de Janeiro.
Raras vezes a creação de uma cidade é resultado de causas fortuitas. Quer tenha sido rapida, quer lentamente desenvolvido, o grande centro de população é quasi sempre consequencia de circumstancias locaes favoraveis ao commercio, á industria, ou a uma e outra conjuntamente...' Luiz Raphael Vieira Souto Inicio este ensaio com uma indagação: Que cidade queremos para os próximos anos, tendo em vista o seu processo de constituição física, social, política, econômica e cultural. As questões que hoje movem os urbanistas, sociólogos, geógrafos, economistas e historiadores estão contidas no tipo de cidade que temos e nos meios para superação dos problemas que são recorrentes, como violência, mobilidade, educação, saúde, moradia, esgotamento sanitário, lazer, cultura etc. Diante destas questões faz-se necessário uma reflexão acerca do processo histórico de construção da Cidade Rio, entendê-la sob o ponto de vista de sua totalidade é essencial para o debate que se coloca hoje sobre a Cidade que queremos.
REVISTA JURÍDICA DIREITO & PAZ, 2023
O contexto histórico demonstra que as cidades foram e têm sido desenvolvidas em torno do mercado, ou seja, do interesse econômico. Nesse sentido, o presente artigo aborda a problemática da expansão urbana ocorrida na cidade do Rio de Janeiro justificada unicamente nos rendimentos financeiros, sem a devida observância aos princípios constitucionais, diretrizes previstas em lei e à função social da cidade.
Revista Cidades, 2011
Fifteen texts − papers and books chapters − are analyzed in this article. They were published by Mauricio Abreu between 1987 and 2010. The main interest in the analysis of these texts is that they correspond to the evolution of the author's thought in the period between 1998 (year in which his book Evolução Urbana do Rio de Janeiro was published) and 2010 (when Geografia Histórica do Rio de Janeiro [1502-1700], his magnum opus, was released).
Arquitetura e Urbanismo: Planejando e Edificando Espaços, 2019
The article proposes to reflect on the subject of the urban refugees from the territorial perspective. It focuses on refugees as subjects affected by disparities already existing in urban space, using the case of Rio de Janeiro as the object of study, and also as producers of this space. To this end, we start from a discussion about the naturalization of temporary solutions of for such populations, and how the relation that is constructed by this way has an intrinsic relation with the own spatial dimension attributed to groups already excluded in the socio-urban context in question. It also addresses the guidelines for local integration of refugees in urban contexts, and the need to bring a different perspective to this equation, with a look at the urban reality in which this issue is embedded. Finally, as possible methodological paths, the presentation of a proposal of two mappings in construction, territorial and affective, in order to contribute to the approach of the theme from the look on the territory, pointing to the construction of bonds of citizenship and right to the city, with the refugee subject also as the author of his case.
O termo "urbanismo" é um neologismo inventado há mais de um século. Este significado designa uma realidade específica: o surgimento no final do séc. XIX de uma nova disciplina que se apresenta como uma ciência e uma teoria da cidade "distinguindo-se das artes urbanas anteriores pelo seu caráter reflexivo e crítico e pela sua pretensão científica".
Introdução A tensão social resultante da expansão das fronteiras rurais e urbanas tem produzido inquietações a pesquisadores e especialistas, em geral. No Brasil, nos últimos 20 anos, teóricos das ciências sociais têm questionado a aplicabilidade do par conceitual campo/cidade ou rural/urbano e ainda moderno/atrasado para explicar a realidade sócio-econômica. Trata-se de novas abordagens que levam em conta representações sociais que escondem heterogeneidades culturais e econômicas por detrás da dicotomia rural-urbano. Trata-se de compreender as novas dinâmicas nos espaços sociais, a formação de novas sociabilidades, onde o mundo rural não mais representa uma ruptura com o mundo urbano. As paisagens de nossas cidades contemporâneas refletem a complexidade da oposição estabelecida entre o urbano e o rural: um simples olhar denuncia a coexistência em áreas urbanas de atividades rurais e/ou práticas culturais que refletem a construção de novas identidades sociais. O mesmo fenômeno se verifica em áreas rurais, tomadas por ocupações não-agrícolas (a pluriatividade), apontando para novas formas de organização da produção. Esta reorganização tem revelado uma tendência de subversão do padrão de desenvolvimento agrícola hegemônico funcionado como estratégia de conter o êxodo rural ao mesmo tempo em que se abre uma perspectiva nova para o desemprego urbano. Mesmo que não se possa generalizar territorialmente esta situação para todo o país, e dada a dificuldade da construção de novos conceitos-síntese, a noção de rurbanização têm explicado, mesmo que parcialmente, o fenômeno em curso nas sociedades contemporâneas. Em todo caso, isso tem significado uma mudança de interpretação que toma o mundo rural como ponto de partida para a compreensão dos processos sociais em curso. Nesta perspectiva, pode-se entender que não há subordinação do rural ao urbano e sim uma tendência orquestrada pela intervenção das políticas públicas para uma relação
Anais do Arquimemória 3 - Patrimônio Edificado: função social, integração e participação, 2008
The banal use of Rio de Janeiro’s urban memory At the end of the decade of 1970, the city of Rio de Janeiro showed in its landscape the result of successive. and radical urban renewal operations of significant parts of its area, that took place since the beginning of the XX century. This resulting scene served as basis for the first governmental action towards the conservation of remaining parts of the historical center, developed by the city hall through the Corredor Cultural Project. In the decade of 1980, urban protection began to represent a concrete alternative for city’s neighborhood communities, mainly those living in the Central Area. The protection of the neighborhoods of Santa Teresa (1984) and Saúde, Gamboa, Santo Cristo and part of the Central Area – SAGAS (1985-1988), through their local residents’ mobilization, stimulated such tendency that gradually reached all regions of Rio de Janeiro. Due to this process, from 1988 on, Rio’s legislation could count with the first specific urban instrument dealing with the protection of urban areas called Area of Environmental Protection (APA). In 1992, the concept of APA was acclaimed in the decennial City Plan with the name of Area of Cultural Environment Protection (APAC), applicable to areas of proved cultural relevancy. The APACs began to be put into practice on Rio’s urban tissue, being therefore blamed for the “freezing” and degradation of the city by the constructing sector; whose members felt threatened by a gradual diminishing of their activities and the resulting stagnation of the real state market. It’s important to observe that due to the immediate urban effects caused by its application, the APAC was also considered, by inhabitants’ associations, as an instrument to stop the population growth and densification in some of Rio’s neighborhoods, getting dangerously swerved from its main objective. The instrument APAC is frequently seen by such associations as a kind of “antidote” against processes of degradation and against the consequences of urban speculation on loss of their life quality. This scene contributes to the constitution of a kind of political game that feeds the means of communication and transform APACS in daily headlines in Rio’s newspapers, even reaching the courts. Lately, the Municipal Executive Power also has started to see APACs as a powerful instrument for controlling the use and occupation of the city soil, considering the consequences of their application and the lack of a clear urban policy, resulting from an open and sincere debate with the citizens. It must be detached that the misinterpretation of the instrument, together with the boycott imposed by the local government against the City Plan, which has never been revised, characterized the administrations of the Rio’s mayors from 1993 on. This scene contributes effectively to the transformation of the instrument for the protection of Rio’s urban memory into an instrument of urban planning only, thus more and more distant from its main function. It is also important to detach the lack of interest by the local government in regulating mechanisms that stimulate conservation of the protected items. Some of such mechanisms are foreseen in the City Plan. Nowadays, local government uses only the exemption of the urban property tax (IPTU), an insufficient and not attractive enough mechanism for the great part of protected buildings, mostly residential ones and many of them situated in devalued areas of Rio. For these reasons, we can observe that all APACs created for the city, between 2001 and 2006, were created by municipal decrees, referring mainly to neighborhoods in the South Zone, a highly valorized area in terms of real state, and conflicting in terms of social gap. Such context characterizes a detachment between theory and practice, idealization and reality, observed from the whole process that originated the instrument APAC and the way it is used now. The scene imposes an urgent revision of the now existing policies on urban matters and on the preservation of the cultural heritage, in view of the severe urban and administrative consequences imposed to the city and its population. Key-words: urban conservation, cultural heritage, Rio de Janeiro.
Objetivos: Analisar a percepção dos gestores da saúde do Município do Rio de Janeiro em relação à abordagem da violência familiar, com foco na promoção da saúde e as ações desenvolvidas nos últimos dez anos para a efetivação das políticas públicas sobre o tema. Métodos: Um estudo de caso realizado no nível central e regional da gestão municipal, com a aplicação de entrevistas individuais semiestruturadas aos gestores e o levantamento de documentos oficiais. Foi utilizada a análise de conteúdo com a identificação das seguintes categorias analíticas no relato dos gestores: percepção do gestor, possibilidades de atuação integrando as ações de promoção da saúde e transformações na produção de saúde. Resultados: Os relatos demonstram que as ferramentas da promoção podem ampliar as possibilidades de intervenção na atenção primária para a abordagem da violência familiar, em especial no modelo organizacional proposto na Estratégia Saúde na Família (ESF), em que esta atuação se mostra particularmente desafiadora. Foram apontadas algumas ações facilitadoras, como a proximidade com o território e o protagonismo social. Conclusões: As políticas desenvolvidas na gestão municipal têm exercido importante papel indutor na construção de novas práticas de saúde, a partir de uma perspectiva intersetorial. O olhar diferenciado dos gestores sobre a violência familiar parece fundamental para a ampliação de ações de prevenção da violência e de promoção à saúde.
O_IMAGINARIO_DA_VIOLENCIA_URBANA_EM_SAO_GONCALO_LESTE_METROPOLITANO_DO_RJ, 2013
Introdução 1 Algumas considerações sobre a produção do espaço urbano. 1.1 Algumas considerações teóricas a partir do processo da formação urbana. 4 Produção da segregação e o contexto favela da Chumbada. 4.1 O nome Chumbada é relacionado ao "chumbo" das armas de fogo? A história da favela da Chumbada. 4.2 O avanço urbano gonçalense na construção da segregação socioespacial na favela da Chumbada. 4.3 O tráfico de drogas na favela da Chumbada e a construção dos estigmas. 110 Considerações Finais 115 Referências Bibliográficas 117 Anexos 120 90 Delimitação da Chumbada segundo as suas vertentes e os bairros adjacentes. 97 Favela da Chumbada foto I (vertente A). 98 Favela da Chumbada foto II (vertente A). 99 Favela da Chumbada foto III (vertente A). 99 Favela da Chumbada foto IV (vertente B). 100 Favela da Chumbada foto V (vertente B). 101 Favela da Chumbada foto VI (vertente B). 102 Rua: Francisco Ribeiro na favela da Chumbada. 104 Rua Francisco Ribeiro favela da Chumbada o esgoto a céu aberto. 105 As tubulações de esgoto estão voltadas para a rua na favela da Chumbada. 106 As tubulações de esgoto estão voltadas para a rua na favela da Chumbada. 106 Apartamentos de dois andares foram vendidos em um curto período de tempo. 108 Com a demarcação dos futuros empreendimentos imobiliários e a favela da Chumbada com as suas vertentes.
2019
O trabalho proposto neste resumo foi concebido originalmente como dissertação de mestrado e visa debater a importância das relações raciais para a produção do espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro no século XIX. A partir da tridimensionalidade do espaço social proposta por Henri Lefebvre (2013) – percebido, vivido e concebido – investigamos os processos espaciais responsáveis por mascarar as relações raciais na produção do espaço urbano desta cidade. Compreendemos que o racismo é uma “intenção, uma ordem sobre o espaço” (FERNANDES da SILVA, 2017), um mecanismo entranhado na sociedade brasileira que, ao longo da sua formação socioespacial, produziu um arranjo racista que poderia ser observado na paisagem, seja através do extermínio dos grupos racializados ou pela sua invisibilização. Entretanto, a importância de utilizar a produção social do espaço como referência teórica é estudar, para além das formas espaciais que nos apresentam a desigualdade racializada de apropriação da cidade, os diversos “processos que constituem e constroem as formas percebidas na paisagem” (Idem). Lefebvre (2013) aponta que os enfrentamentos sociais de diferentes sujeitos não produzem uma cidade complexa apenas no espaço do presente, mas que o conhecimento da produção do espaço teria um alcance tanto retrospectivo quanto prospectivo, permitindo conhecer melhor como as sociedades geram seus espaços e seus tempos, ou seja, seus espaços de representação e suas representações do espaço. Dialogando com Abreu (2000), Vasconcelos (1999) e Werner (2012), as categorias de análise do espaço social podem viajar no tempo para compreender as “geografias do passado”. Neste trabalho estudamos o branqueamento da cidade do Rio de Janeiro ao longo do século XIX e início do XX a partir do método sincrônico-diacrônico. No início do século XIX a cidade é retratada pelos viajantes estrangeiros como majoritariamente negra: uma população numericamente expressiva e bastante representada, seja através do trabalho, da circulação pela cidade, ou das festividades. Utilizaremos também corte sincrônico para reapresentar esta mesma cidade a partir de lugares retratados anteriormente após a Reforma Passos, sob o olhar de Augusto Malta. As representações do espaço da primeira década do XX possuem elementos da paisagem europeia (jardins, boulevares, arquitetura neoclássica), população branca e bem vestida na área central, ambientes de lazer, e o que mais contrasta com as representações do século anterior: a ausência da população negra. Para compreender os processos que reconfiguraram a cidade recorremos às práticas espaciais que restringiam o acesso e permanência da população negra à área central – o controle da circulação dos “suspeitos”, as interdições ao espaço e perseguições a práticas negras – e aos espaços de representação, práticas de resistência à ordem senhorial – manifestações culturais, fugas e enfrentamentos diários que a população negra encontrou como saída para recriação de novas formas de viver na cidade.
No contexto do neoliberalismo que propaga uma sociedade regulada pelo mercado e por mecanismos de concorrência, ao mesmo tempo em que se exige um controle de populações e territórios problemáticos, o urbanismo militar e a governança empresarial surgem como duas facetas de um mesmo projeto de cidade. O artigo pretende observar como esse modelo tem sido adotado no Rio de Janeiro nas últimas décadas – tendo seu ápice com os megaeventos nos últimos anos – a partir dessas duas tendências: por um lado, a cidade empresarialista, e, o outro lado da mesma moeda, o urbanismo militar que busca assegurar a " ordem urbana " a partir de modelos de militarização, controle e pacificação. As neoliberalism engenders a society regulated by the market and by competitiveness, at the same time requiring strict control of problematic populations and territories, corporate governance and militarized urbanism become paradigmatic. This paper explores how that modus operandi was adopted in the city of Rio de Janeiro in the last decades, culminating in the recent urban transformations associated with the hosting of mega-events. Those transformations are interpreted under two different, but interrelated, perspectives: the entrepreneurial city and the military urbanism that seeks to enforce " urban order " by means of militarization, control and pacification. Caracterisé par l'hégémonie du marché et de la concurrence oligopoliste, le néolibéralisme demande aussi le contrôle de la population et des territoires « problématiques ». Dans ce contexte, l'urbanisme militaire et la gouvernance entrepreneurial sont les deux facettes d'un même projet de ville. Ainsi, notre article vise à comprendre comment ce projet a été adopté à Rio de
2015
A cidade do Rio de Janeiro, desde sua fundação, passou e passa por profundas mudanças em sua organização espacial. Diante deste fato, o presente trabalho desenvolverá a evolução administrativa dos distritos da cidade do Rio de Janeiro através de um estudo histórico, geográfico e cartográfico. Para alcançar este objetivo, foi necessário utilizar fundamentos teóricos e metodológicos de Cartografi a Histórica, Cartometria Digital e Historical GIS (HGIS). O recorte temporal compreende os últimos anos do Século XIX (início do período republicano) a primeira metade do século XX.
Anais do XVI Seminário de História da Cidade e do Urbanismo, 2021
O presente artigo tem o objetivo de traçar um panorama da evolução urbana do município de Niterói-RJ evidenciando as diferentes dimensões temporais do processo de ocupação do território a partir do processo de estruturação do espaço intra-urbano. Trata-se, sobretudo, de enfatizar como os processos e ritmos da experiência histórica encontram seu reflexo na paisagem urbana e na constituição da urbanidade. Na parte inicial, retoma aspectos gerais dos processos de ocupação e colonização, iniciados durante o século XVI, até a implantação do Plano de Edificação da Vila Real da Praia Grande (de autoria do pintor francês Arnaud Julien Pallière) e a elaboração das primeiras normas e intervenções urbanísticas, que anunciavam a passagem da estrutura rural, predominante até meados do século XIX, para o sistema urbano que se anunciava. No tópico seguinte, são abordados aspectos da configuração da ocupação urbana de Niterói-RJ com base em fatores populacionais, econômicos, sociais e institucionais, tendo como pano de fundo o processo de modernização da capital republicana. As análises desenvolvidas indicam que a construção do espaço urbano do município teve sua paisagem e história marcados pela proximidade com o Rio de Janeiro, o que influenciou fortemente a sua imagem e representação como cidade, com repercussões tanto nos processos sociais que dão forma, função e significação ao espaço, quanto na aparência, organização interna e na implementação de políticas urbanas na cidade.
O objetivo deste artigo é relacionar a edificação do Asylo da Mendicidade no Rio de Janeiro em 1876 com os ideais de razão, ordem e higiene que permearam os planos urbanísticos do século XIX. São abordados o relatório de Beaurepaire Rohan (1843) e o plano da Comissão de Melhoramentos (1876), os quais aliaram preocupações estéticas, de saúde pública e de infraestrutura urbana. Defende-se que, como parte do projeto de modernização proposto, foi construído o Asylo da Mendicidade, um instrumento não só de assistência pública, mas também de manutenção da ordem. Para isso, a edificação deveria ser representante do progresso científico, apresentando os mesmos ideais dos planos urbanísticos, na sua arquitetura neoclássica e no tipo arquitetônico escolhido, o pan-óptico.
II Seminário Internacional Espaços Narrados: as línguas na construção dos territórios ibero-americanos., 2019
Todo um rosário de ruas e de igrejas -Mata-Cavalos, Santa Luzia, Latoeiros e Candelária. Nomesguias e sonoridades per-didas. Morros derrubados. Praias ausentes. Tudo o que perdemos move-se ainda nas páginas de uma cidade-livro. Cheia de ár-vores e de contradições, por vezes dolorosas. Chácaras e quintais compridos. Aqueles mesmos quintais que assistiram aos amores de Bentinho e Capitu e dentro de cuja educação sentimental nos formamos. Marco Lucchesi [120] objetiva, ainda, a constituição de uma cartografia memorial -e, por que não, afetiva -do espaço carioca.
Revista Geográfica de América Central , 2011
A presente pesquisa tem por objetivo analisar a organização espacial e a segregação urbana de um trecho da periferia próxima ao centro da cidade do Rio de Janeiro, que permaneceu isolado por quase duzentos anos. Após este período, o mangue, que caracterizava a área, foi aterrado e no espaço por ele ocupado foi edificado um novo bairro, a Cidade Nova, a partir da segunda metade do século XIX. Esta forma natural, o Mangal de São Diogo, estava situada entre o núcleo urbano primitivo, a Cidade Velha, e uma sesmaria jesuítica. Apesar de não se encontrar dentro dos limites da propriedade inaciana, o Mangal era ciosamente defendido pelos religiosos que impediam de todas as maneiras que ele fosse adentrado pelos membros da Câmara e pela população que nele nãopodia pescar ou explorar a sua vegetação, sob pena de excomunhão. Assim, o Mangal permaneceu praticamente intocado por séculos, sendo finalmente ocupado após a expulsão dos jesuítas em 1759. A edificação tardia do bairro, a partir de 1850, vai se refletirsobre a sua organização espacial, funções e nasclasses sociais que irão ocupálo.
Apontamentos 17 - Cap 5 (1), 2023
O antigo palácio dos Condes de Murça, localizado entre a Rua de São Tomé, 76 e Beco do Maldonado, 2, foi objeto de diversos trabalhos arqueológicos que permitiram registar uma diacronia de ocupação entre os séc. XI / XII e a atualidade. Os resultados da intervenção arqueológica são mais uma peça do puzzle fundamental para o conhecimento desta zona de Lisboa entre os períodos medieval e contemporâneo
João do Rio, um dos maiores expoentes da literatura e jornalismo do Brasil do início do século XX se destacou por sua relação diferenciada com o meio urbano e também sua declarada paixão pelas ruas. Auto denominado flâneur das ruas cariocas, o autor pôde fazer um verdadeiro estudo sobre o espaço público, as dinâmicas sociais urbanas e os tipos humanos que se encontravam na conturbada capital do país de sua época. Mesmo que seja relacionado, historicamente, a outros campos do conhecimento, João do Rio é posto, neste artigo, em paralelo com autores da sociologia, importantes por suas pesquisas sobre o tema urbano e, para isso, busco compreender o que seriam os pontos convergentes e divergentes dos olhares sobre a urbanidade do flâneur carioca e os cientistas sociais. Palavras-chave: João do Rio, flâneur, sociologia urbana, blasé. Os primeiros anos da República no Brasil são lembrados pelas efervescentes mudanças no cenário urbano brasileiro, especialmente no Rio de Janeiro, ainda capital do país, fortemente impulsionada por políticas urbanísticas baseadas em modelos de modernização vigentes nos países mais desenvolvidos. O jornalista João do Rio, pseudônimo de Paulo Barreto, se destacou por ter reportado em seus textos a realidade das ruas cariocas, enfatizando principalmente uma perspectiva sobre a realidade social que não aparecia nas propagandas do Estado sobre o desenvolvimento da cidade e nem mesmo nos principais jornais. Os elementos preferidos pelo escritor em suas crônicas são, acima de tudo, as dinâmicas sociais, culturais e econômicas típicas dos espaços públicos urbanos da época que pertencem às zonas mais marginalizadas da cidade. Estes eram, até então, certamente invisíveis para o resto da sociedade carioca. Foram produzidos escritos sobre as casas de consumo de ópio, os mercadores de livros, a atividade dos tatuadores, os funcionários do serviço mortuário, a arte anônima dos muros, os cocheiros, os criminosos passionais, as mulheres detentas, as esmoleiras e etc.
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