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RESUMO: O presente estudo aborda a Psicomunicação, como aproximação das áreas Comunicação-Psicologia e as possibilidades de interfaces teóricas. Parte do conceito de comunicação como processo complexo de interação de subjetividades, através de fluxos informacionais concretos e abstratos, compartilhados, produtores de transformação dos elementos envolvidos. Considera-se, deste modo, a necessidade de interfaces teóricas para a abordagem. Considerações Preliminares O presente estudo aborda a Psicomunicação, como aproximação das áreas Comunicação-Psicologia e as possibilidades de interfaces teóricas. Parte do conceito de comunicação associado à noção de trama: Comunicação é interação de sujeitos, a partir do fluxo constante e multidirecional de informações entre eles, numa espécie de trama-teia, composta tanto de elementos visíveis quanto invisíveis. O sentido literal do termo 'comunicação' já sinaliza o pressuposto de complexidade do processo de interação, quando da intenção de compartilhar sentidos. A palavra comunicação deriva do latim, comunicare, cujo significado seria tornar comum, partilhar, repartir, associar, trocar opiniões, conferenciar. Comunicar implica participação (comunicatio tem o sentido de participação) em interação, em troca de mensagens, em emissão ou recebimento de informações novas.
Este texto busca traçar uma história da colocação da subjetividade como objeto para as várias psicologias ao longo do século XX. Este conceito nasce no campo da filosofia do conhecimento migrando no final do século XIX para a psicanálise, de onde passa para os domínios da psicologia ganhando um tratamento histórico, social e político no final do século XX, apontando, a partir de então, para uma problematização dos processos de singularização como foco de estudo das psicologias contemporâneas.
RESUMO Palavras-chave: Práticas culturais, subjetividade, travestilidade, fotografia. Este trabalho propõe analisar as possíveis relações com o outro, a partir da óptica sensível – ética e estética – promovida através da compreensão das potencialidades subjetivas. Neste caso, fora feito um ensaio fotográfico com Ariel, uma travesti que trabalha enquanto prostituta, em Rio das Ostras, RJ. Diante da reflexão que difere as características identitárias, daquilo que percebemos como processos de subjetivação, estabeleceu-se enquanto instrumento artístico a fotografia, na qualidade de meio afetivo para nos relacionarmos. Portanto, Ariel não é somente travesti, somente prostituta ou somente moradora de Rio das Ostras. Ariel é também aquilo que faz de si mesma. ABSTRACT Keywords: Cultural practices, subjectivity, transvestites, photography This work proposes to analyse the possible relations with others, from the sensitive optics - ethics and aesthetics - promoted through the understanding of subjective potentialities. In this case, a photographic essay had been made with Ariel, a transvestite who works as a prostitute, in Rio das Ostras, RJ. Starting with the reflection that differs the identity characteristics from what we perceive as processes of subjectivation, the photography was established as an artistic instrument that is also an affective medium of relating to one another. Therefore, Ariel is not only a transvestite, only a prostitute or only a resident of Rio das Ostras. Ariel is also what she does of herself.
Compreender como o homem se constitui enquanto sujeito é uma preocupação constante de estudiosos de diversas áreas do conhecimento, desde a antiguidade grega até a atualidade. Tendo em vista a diversidade de estudos acerca do sujeito e da subjetividade, este artigo pretende apresentar e analisar algumas teorias, destacando a importância dessas pesquisas para os estudos da linguagem. Introdução Este trabalho tem como foco apresentar um percurso histórico da noção de sujeito, à luz de diferentes perspectivas teóricas, concernentes aos estudos da linguagem e às ciências sociais. Tais perspectivas se apresentam aqui como uma rede conceitual que fundamentará a reflexão proposta, sem que se percam de vista as especificidades, as nuances que cada teoria guarda em relação ao sujeito e à subjetividade. No tocante à subjetividade, constata-se uma infinidade de teorias advindas de estudos empreendidos em diferentes áreas das ciências humanas. É importante ressaltar que não é objetivo deste artigo proceder a uma descrição pormenorizada dessas teorias, nem realizar uma análise exaustiva de * Mestres em Linguística e Língua Portuguesa-PUC Minas.
Marilda Gonçalves Dias Facci -UEM [email protected] Financiamento: CNPQ 1. Introdução Este trabalho é resultado do desenvolvimento do projeto PIBIC O conceito de subjetividade na atualidade: uma análise a partir da Psicologia Histórico-Cultural. O objetivo de tal pesquisa foi analisar como o conceito de subjetividade está sendo discutido atualmente e como as produções intelectuais atuais estão compreendendo a relação existente entre desenvolvimento da subjetividade e processos educativos, tomando como fundamento teórico para a análise os pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural. A realização deste projeto de pesquisa ocorreu por meio de pesquisa bibliográfica sobre a concepção de subjetividade na perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural, em fontes primárias e secundárias, e pela leitura e análise de artigos que tratavam da subjetividade e da educação selecionados na biblioteca eletrônica scielo (2008). O desenvolvimento do psiquismo humano foi objeto de interesse de investigadores da perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural . L. S. Vigotski (1896-1934) foi quem deu início à Psicologia Histórico-Cultural, que está assentada no materialismo histórico-dialético. Essa perspectiva parte da noção de que as leis do desenvolvimento psíquico do homem estão socialmente condicionadas nas e pelas relações sociais de produção. O processo de desenvolvimento é determinado por um complexo conjunto de condições de vida e educação da criança. Dessa forma, o psiquismo é constituído por influência da cultura, tem relação com o tempo histórico, com as condições materiais na qual o indivíduo se desenvolve. A partir desta concepção de constituição social do homem, nota-se a importância da escola no processo de humanização. Se o homem não nasce já dotado de todas as características que o faz homem, a educação é destacada enquanto meio pelo qual este homem apropria-se da cultura e se desenvolve enquanto ser humano.
Resumo: Nosso objetivo neste artigo é tratar a questão do “sujeito” de uma maneira diferente daquela característica do pensamento tradicional metafísico, procurando evitar as respostas imediatas baseadas nos conceitos e preconceitos de uma metafísica da presença/ausência, ser/não-ser, essência/existência, eu/outro, etc. Para tal, utilizaremos algumas das principais formulações teóricas de Derrida tais como “segredo/secreto”, “vida-a-morte”, “sacrifício”, “rastro”, différance e “suplemento”. Palavras-chave: Sujeito; Rastro; Suplemento. Abstract: Our aim in this paper is to approach the question of subjectivity in a different way from the one that is characteristic in traditional metaphysics thinking, trying to avoid the immediate answers based on the concepts and pre-conceptions of presence/absence, being/not-being, essence/existence, I/other, etc. In order to do that, we are going to use some of the main theoretical formulations by Derrida, as “secret”, “death-in-life”, “sacrifice”, “trace”, “différance” and “supplement”. Keywords: Subjectivity; Trace; Supplement.
Trabalho de Final de Curso, 2019
Diante da ascensão de um discurso considerado por muitos pesquisadores como correspondente ao fascista, durante a conjuntura eleitoral do Brasil de 2018, consideramos de importância crucial compreendermos, a partir da interface entre a história e a psicanálise, o fenômeno de adesão de massas dos movimentos fascistas, particularmente o nazifascismo alemão do período entreguerras. Para tal, iniciamos com um esboço do contexto geral do debate sobre o fenômeno estudado, subdividindo este, entre um breve histórico das conjunturas que propiciaram o surgimento do nazifascismo, e um debate acerca do conceito de fascismo. Apresentamos enfim as bases teóricas da psicologia dos grupos de Freud, e da psicologia das massas do fascismo de Reich, debatendo os principais temas abordados que dialogassem o fenômeno de adesão social do fascismo. Fechamos esse debate retornando a Freud, em particular ao seu conceito de pulsão de morte, que consideramos crucial para a compreensão do fenômeno estudado. Concluímos este trabalho apresentando os resultados da articulação teórica promovida entre nossos autores de referência para uma melhor compreensão do fenômeno de adesão social do fascismo. Aqui, mais do que sugerir a conclusões definitivas, tivemos por intensão destacar alguns possíveis caminhos quanto aos “por quês”, “o quando” e “como” os movimento fascistas surgem e quais as circunstâncias que propiciam sua ascensão, e sobretudo, demonstrar as principais implicações lançadas pelo debate entre nossas referências, apontando para caminhos possíveis para estudos posteriores.
Tomando como ponto de partida o conceito de repetição – tal como ele é desenvolvido na filosofia de Gilles Deleuze – o presente artigo pretende trabalhar a noção de hábito visando à realização de uma crítica à abordagem desta noção feita pela psicologia. Mostra também como a constituição do hábito é inseparável de uma contemplação passiva que se encarrega da fundação do tempo do vivo, demonstrando como é possível pensar a emergência da subjetividade a partir de uma nova inflexão. Visa, portanto, compreender a subjetividade procurando esclarecer a sua emergência à luz de uma perspectiva ontológica e estética, para além da Psicologia.
Dossiê Escola de Frankfurt e Teoria Crítica da Sociedade: Novas Abordagens , 2024
Resumo: O presente trabalho, fundamentado na Teoria Crítica da Sociedade, discute sobre a tarefa histórica da Psicologia em uma época marcada pela conversão das já danificadas individualidades em dados e em alvos. Soma-se a isso um contexto de crescente militarização da vida e de educação dos sentidos a partir de uma estética e uma lógica da guerra. A sociedade neoliberal contemporânea parece dobrar a aposta em sua ofensiva sobre as condições de vida e sobrevivência, garantindo a retroalimentação do capital a qualquer custo. Assim, a educação pela dureza e a militarização das subjetividades surgem como formas de vida em um cenário insustentável e inabitável apesar do desenvolvimento técnico material. Essa razão instrumental domina e destrói as possibilidades de experiência real da subjetividade ao reduzi-la a um objeto de valor econômico substituível e os corpos em alvos desumanizados, ajustando os sentidos a uma estética de mais violência e exploração. O pensamento psicológico e dialético deve denunciar as tensões e contradições imanentes desse poder do estado tecnocrático. Nesse sentido, a proposta é aprofundar as reflexões sobre as contradições do desenvolvimento técnico atual que, ao invés de figurar como promessa de salvação, sequer é capaz de solucionar os problemas que cria e, frequentemente, acelera o agravamento das questões que deveria resolver. Identificar as inconsistências e falhas no interior desse sistema de poder técnico e burocrático é pensar a Psicologia. E pensá-la hoje, em tempos de crise brutal da individualidade requer que se considere o desenvolvimento que parece nos qualificar mais para a guerra que para a vida. Palavras-chave: alvos direcionados; estética da guerra; militarização das subjetividades.
aparece aqui e ali em nossa época, em nossas metrópoles, por vezes de maneiras sutis, mas em outras, sob formas brutais e incompreensíveis?
Palavras-chave: Psicologia. Escravidão. Marcas subjetivas. Este projeto está aderido a um projeto denominado Identidade nacional: mitos e estereótipos do ser brasileiro que tem o objetivo de investigar o que marcou a construção da identidade brasileira no passado, e também quais as novas marcas, buscando a especificidade do olhar psicológico. Para Slavutzky (1999), durante aproximadamente 350 anos o Brasil conviveu com a escravidão considerada legal. E ao falar desse período escravocrata, portugueses, espanhóis e ingleses já vêm em mente, sendo que estes superlotavam os porões dos navios negreiros africanos, colocando-os a venda de forma desumana e cruel por toda a região da América. Eram os portugueses que os traziam de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Ela provém desde o início da História, quando os povos vencidos em batalhas eram escravizados por seus conquistadores. No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Ainda para Slavutzky (1999), os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias no país. Os escravos no Brasil não eram unidos, e nem considerados iguais, pois provinham de diferentes países, de diferentes raças, de diferentes tribos, e tinham costumes e línguas diferentes. Ressalta-se ainda a existência do chamado criolo, nascido no Brasil, que era considerado um negro diferente do negro africano.
COLETÂNEA DE TEXTOS DO COLÓQUIO SOBRE ANGÚSTIA, 2019
SOUTO, Andressa Alves, 2014
Dissertação apresentada ao Programa de pós-graduação em Filosofia da Universidade Federal de São Carlos como pré-requisito para a obtenção do título de Mestre em Filosofia.
A Imagem de Si: entre obediência e subjetividades dissonantes, 2020
Resumo: Este artigo relaciona Foucault, Veyne, Clastres e seus possíveis interlocutores, estabelecendo possibilidades de um mundo outro a partir de suas perspectivas acerca das diferentes subjetividades e suas formações. Primeiramente, analisa-se o entendimento moderno de Estado e suas relações de comando-obediência; depois, introduz-se possíveis potencialidades transformadoras de nosso mundo; e, por m, um breve comentário sobre a loso a ameríndia. Abstract: This article relates Foucault, Veyne, Clastres, and their possible interlocutors, establishing another world's possibilities from their perspectives on different subjectivities and their formations. First, the modern understanding of State and its command-obedience relations are analyzed; it's introduced our world's possible transformative potentialities; and, finally, a brief commentary on Amerindian philosophy. Resumen: Este artículo relata a Foucault, Veyne, Clastres y sus posibles interlocutores, estableciendo posibilidades de otro mundo desde sus perspectivas sobre las diferentes subjetividades y sus formaciones. Primero, se analiza la comprensión moderna del estado y sus relaciones de comando-obediencia; Luego presentamos posibles potencialidades transformadoras de nuestro mundo; y, finalmente, un breve comentario sobre la losofía amerindia.
Existe uma realidade totalmente objetiva, concreta, exterior... E existe uma realidade interna -do SUJEITO! SUBJETIVIDADE SUBJETIVIDADE Realidade exterior: universo do trabalho Mudanças recentes na SOCIEDADE SOCIEDADE: * Crescente incerteza e complexidade; * Aumento da competitividade global e pressão pela eficiência e inovação; * Novas e avançadas tecnologias; * Demandas do consumismo e da sociedade; * Conflitos e problemas da globalização; * Entre outras. Vídeo Consumismo Realidade exterior: universo do trabalho Mudanças recentes nas ORGANIZAÇÕES ORGANIZAÇÕES: * Flexibilização das estruturas organizacionais e diminuição dos níveis hierárquicos (downsizing); * Descentralização da comunicação, planejamento, tomadas de decisão; * Reorganização do trabalho (equipes, terceirizações, teletrabalho, etc.); * Entre outras.
Uma contribuição à teoria dos sujeitos.
Letrônica, 2021
Os relatos sobre a Amazônia sofreram, em processos sócio-econômicos e históricos, uma associação subordinadora com relação aos discursos nacionais e internacionais. A literatura de Milton Hatoum surge como voz resistente neste contexto, reconstruindo discussão da imagem exótica da Amazônia brasileira. Os seus personagens, a partir de posições privilegiadas, valem-se da memória para orquestrar perspectivas que se fragmentam no tempo e no espaço. Os narradores das primeiras obras, a narradora inominada de Relato de um certo Oriente, Nael de Dois irmãos, Lavo de Cinzas do Norte, e Arminto de Órfãos do Eldorado, ao viverem à margem da casa principal (e da sociedade), reivindicam, via escrita, oralidade e estilização – modalidades facultadas pela prosa. Nessas obras, o relato, marca da escrita hatouniana, estabelece reconstrução de vozes para a consolidação de subjetividades. Analisaremos, pontualmente, as personagens subalternas Anastácia Socorro, de Relato de um certo Oriente, e Doming...
A SUBJETIVIDADE E A BUSCA PELA FELICIDADE NO PENSAMENTO DE BLAISE PASCAL, 2017
Considerando as ideias de tédio, divertissement, esquecimento de si e amorpróprio, este texto pretende mostrar em que medida a busca do eu pela felicidade aponta para um problema de fundo, qual seja o do eu diante de seu criador. Argumenta-se aqui que a condição humana, tal como Pascal a entende, é crucial para se pensar a questão da subjetividade humana. Nesse sentido, o objetivo do texto é destacar as tensões entre o tédio e a subjetividade
SUBLIME E CONTEMPORANEIDADE Final, 2016
O texto promove uma reflexão sobre a experiência do Sublime nas artes visuais, cotejando vivências e produções modernas e contemporâneas às visões românticas do século XIX consolidadas pelos filósofos e pensadores desse período.
A partir da Interpretação dos Sonhos de Freud se inaugura, para aquilo que posteriormente viria a se consolidar como a estrutura arquetípica da psicanálise, o campo próprio experimental para que surgissem, como verdadeiros "contramestres", a condensação e o deslocamento. Estas estruturas seriam responsáveis pela organização instrumental, a partir da qual Freud se encarregará de encontrar significados latentes nos sonhos. Mas seria toda esta a questão concernente ao sonho, isto é, um falar do inconsciente que se comunicaria e emprestaria significado à fala do psicanalista, simplesmente ao cruzar "inversões", "denegações" e outros tantos jogos de fluidez sígnicas? Para além, como um verdadeiro tradutor dos estados-da-alma, o psicanalista não seria o correspondente geólogo, a escavar traços indeléveis que brotam feito "sintomas", rizomáticos, complexos, mas, sobretudo dependentes de uma estrutura linguística? De fato, Turcke pensa o sonho para além de uma ferramenta hermenêutica de escavamento. O filósofo alemão detecta que existe uma espécie de subsolo do pensamento, e que o sonho desempenha papel fundamental nesta construção. Este subterrâneo estaria composto dos seguintes elementos: a) o sonho; b) a pulsão; c) a palavra 2 . Com tese principal, Turcke aposta que o sonho consiste em muito mais do que um guardião do sono, responsável pela garantia de inatacabilidade do humano às pressões exteriores. O sonho corresponde à tarefa de repetição do trauma, que pela introjeção daquilo que derruba, soçobra, despedaça a consciência brutalmente, permite, mediante a angústia e a memorização, domesticar essa manifestação abrupta do real. O sonho seria, assim, uma articulação contra um verdadeiro arrombamento que provém desde fora 3 . Demais disso, o sonho se manifestará com suas pequenas parcelas, 1 Doutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná. Professor do Curso de Direito e do Programa de Pós-graduação em Ciências Criminais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Advogado Criminalista. 2 TURCKE, Cristoph. Filosofia do Sonho. Ijuí: Unijuí, 2010. p. 75. 3 TURCKE, Cristoph. Filosofia do Sonho. Ijuí: Unijuí, 2010. p. 77. fragmentárias, fractais, no pensamento, como um pequeno fecho luminoso, brilhante, que lhe alucina. Percebe-se, portanto, que ao papel instrumental que lhe fora outorgado pela clínica psicanalítica Turcke atribui um valor de excesso: percebe uma centelha da alma, um fundo alucinatório que faz do pensamento sua morada. É justamente ali, habitando o pensamento, que o sonho se encalacra no subterrâneo, no subsolo do humano, como nas ideias do "homem subterrâneo" de Dostoievski, especialmente a partir de suas ações depositadas na segunda parte de Notas do Subsolo, A Propósito da Neve Derretida, no qual o literata narra a opressão sofrida pelo narrador em uma sociedade despótica: "somos seres natimortos, e aliás há muito tempo não nascemos de pais vivos, o que cada vez mais nos agrada. Estamos tomando gosto pela coisa. Breve conseguiremos nascer diretamente da ideia" 4 . Todavia, o fato de o sonho habitar o pensamento, como uma espécie de parasita, uma "reposição retrospectiva 5 ", poderia chancelar alguma nova forma de pensar a psicanálise? Em outras palavras, se de fato a crítica endereçada contra a formação do pós-estruturalismo na psicanálise (Lacan) e a inauguração de um teatro pósestruturalista edificado a partir de um deus ex machina (o falocentrismo) estiver correta, na formulação de Turcke 6 , então seria possível pensar um sem-álibi para a psicanálise? De fato não existiriam campos específicos os quais a psicanálise emudeceu, isto é, perdeu sua capacidade elaboradora, tensionadora, estertora? Para além, de acordo com Derrida, não é hora de se pensar a crueldade, esta crueldade psíquica que resiste às formas consolidadas de uma linguagem tirânica, avassaladora, despótica, afinal, regulada pela lógica da repetição traumática e suas formas de sublimação? Um avanço sobre a crueldade significaria recolocar, reposicionar, habitar estes campos abandonados, como que repovoados, fertilizados. O que não implica em se deixar levar pelos estados-da-alma da psicanálise, como recorda Derrida 7 . 2. Crueldade ou a Pujante Necessidade: sobre o teatro, ou o avesso da psicanálise (?) 4 DOSTOIEVSKI, Fiodor. Notas do Subsolo. 8 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. 5 TURCKE, Christoph. Filosofia do Sonho. Ijuí: Unijuí, 2010. p. 320. 6 TURCKE, Christoph. Filosofia do Sonho. Ijuí: Unijuí, 2010. p.285. 7 DERRIDA, Jacques. Estados-da-Alma da Psicanálise: o impossível para além da soberana crueldade. São Paulo: Escuta, 2001.
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