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2019, Tempo Social
Comparam-se materiais etnográficos de uma pesquisa numa prisão antes e depois do advento do encarceramento concentrado que a entrelaçou a um conjunto de bairros urbanos. Tornados mundos contínuos, anteriores limites intraprisionais colapsaram, espoletando mudanças inclusive em aspetos corpóreos e sensoriais da experiência carceral. O corpo confinado é descrito não tanto como um objeto de poder disciplinar, mas como constituído antes de mais por relações sociais e morais, tornando as experiências corporais da prisão altamente contextuais. A comparação entre formas mais e menos moldadas por uma relação particular prisão-bairro/s sugere que tais experiências variam não apenas em função de circunstâncias próprias à prisão, mas também em função da especificidade das circunstâncias sociais que a atravessam.
FRONTEIRAS DO CORPO: FENOMENOLOGIA DO ESPAÇO CORPORAL E DA DANÇA A PARTIR DE MERLEAU-PONTY, 2000
Há uma grande maioria de autores que classificam o espaço corporal e a dança como sendo distintos entre si. Outros consideram que ambos possuem o mesmo sentido ou estão intimamente ligados entre si. Neste trabalho é importante compreender estes fenômenos e sua inserção filosófica extremamente contemporânea e, infelizmente, ainda pouco prestigiada em nossa literatura.
Revista Aurora, 2022
O cOrpO cOmO espaçO de frOnteiras: Os (des)arranjOs das identidades e suas relações de pOder The body as border space: The (des)arrangemenTs of idnTiTies and Their relaTions of power Wesley Piante Chotolli 1 Resumo: Considerando as novas possibilidades de formação dos sujeitos e suas performances pautadas na transposição dos corpos, se faz necessário analisar teoricamente o modo como o corpo se constitui tal qual espaço de fronteira e de confronto com as tradicionais formas hegemônicas impositivas de valores e comportamentos. Objetiva-se problematizar o corpo como construção social e suas implicações políticas para a valorização das diferenças, versando sobre as diversas manifestações possíveis de expressão das vontades e dos desejos, constituindo-se um dos elementos de composição das identidades. Para tanto, procede-se da pesquisa bibliográfica de autoras e autores dos estudos culturais e das teorias queer para a análise do diverso, compreendendo que o corpo também é refletido dentro de um contexto histórico e cultural e também um diálogo com as reflexões propostas por Michel Foucault. Desse modo, questiona-se as fronteiras existentes entre os sujeitos, destacando as práticas associadas às identificações e seus limites na contemporaneidade, apontando para as angústias e incertezas criadas em torno das representações sociais identitárias e para a dificuldade da superação de algumas classificações relacionadas à questão biológica, visto que as diferenças quase sempre estão associadas aos corpos físicos. Com efeito, pode se concluir que os corpos são composições construídas em torno de estruturas de poder, levando a segregação e a exclusão de acordo com os aspectos sociais vigentes.
Tempo Social, 2022
A Palestina é um símbolo do exílio; qualquer pessoa palestiniana vive, de uma forma ou outra, num estado de exílio literal e/ou metafórico. Por isso, é impossível estudar o cinema das mulheres palestinianas sem colocar estas mulheres no seu (não) lugar: o exílio. Neste artigo, abordo filmes de realizadoras-guionistas que estão exiladas fora da Palestina: Salt of This Sea (O sal deste mar) (2008), escrito e realizado por Annemarie Jacir, e Amreeka (2009), escrito e realizado por Cherien Dabis. Questiono como ambas as protagonistas, e simultaneamente, como ambas as realizadoras-guionistas, tentam (in)definir a noção de casa, exílio e fronteira. Pergunto: Será que estas mulheres encontraram um lugar que seja seu através do corpo no cinema?
RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, 2021
Este trabalho faz parte de um projeto maior (projeto de pesquisa de doutorado pelo PPGEL - Programa de Pós Graduação em Estudos de Linguagens) propõe uma teorização epistêmico-conceitual acerca da escrevivência (conceito cunhado pela escritora mineira Conceição Evaristo) respaldada pelos conceitos de exterioridade e fronteira por meio de uma teorização que emerge a partir da (MIGNOLO) fronteira geoistórica, conceitual e epistemológica e vai além do que a epistemologia moderna acampou afim de (des)arquivar (DERRIDA) as histórias (bio)locais que foram suprimidas, excluídas e invisibilizadas por ela. A ideia centralizadora do ocidentalismo excluiu e desprezou qualquer ser/saber/pensar que não fosse o do “modelo”, assim, os saberes e sujeitos fronteiriços foram excluídos e ficaram de fora por destoarem do padrão moderno do sistema-mundo. Esse discurso hegemônico, moderno e colonial da ordem da interioridade, criou a exterioridade e relegou os sujeitos/saberes fronteiriços para este luga...
Anais do III Colóquio Internacional Dinâmicas de Fronteiras, 2020
O presente texto se dedica a uma reflexão sobre a integração de refugiados(as) à sociedade brasileira. O trabalho abrange a própria conceituação do termo refúgio e evidencia uma construção histórica do arcabouço jurídico em torno da questão dos(as) refugiados(as) em nosso país, para, finalmente, apresentar a situação dos(as) refugiados(as), dentre a categoria migrantes, na sociedade brasileira. É importante ressaltar que as migrações se tornaram elemento central para o entendimento de uma crise civilizacional contemporânea e nos fazem repensar a noção de fronteiras. Ao romper os limites físicos de seus Estados, mas respondendo também a lógicas e dinâmicas que superam as fronteiras políticas – as quais são abstratas –, seja por crises também outras, como a ambiental, os(as) refugiados(as) se deparam com fronteiras para sua inserção e integração em seus países de destino.
Atas do X Congresso da Assoc. Portuguesa de Sociologia, 2018
Resumo A linguagem e a hierarquia diferenciam dois tipos de vida: a prática e a intelectual. O primeiro (des)mobiliza identidades e estatutos sociais. O segundo (des)constrói desejos e ambições. Do império resulta a hierarquização entre quem manipula a linguagem e quem se sacrifica para o manter. O sacrifício-tortura ou trabalho-é a base do império. Com o capitalismo, o trabalho escravo foi substituído pelo trabalho assalariado. A tortura passou a ser prerrogativa dos estados, ainda assim atrás de muros e sem autorização formal. Vivazes no mundo prático, estes temas estão pouco presentes no mundo intelectual. Entre a vida intelectual e as prisões há um abismo que pode ser descrito pelas contradições observáveis entre o que se diz sobre e o que se faz nas penitenciárias. É útil, por isso, distinguir as noções de instituição e de organização, ou organização formal e informal, para fazer ciências sociais.
RESUME This article aims to point out relevant aspects of the state functions in matters relating to freedom of movement of persons across borders, much more than goods and services, and addresses relevant issues on the fundamental rights guarantees in the transience of these actors, problems common found in this analysis, such as discrimination and protection against violence in various forms, especially diasporas resulting from repatriation and political refuge, coming from local internal conflicts and sometimes global.
Palavras-chave: prisão, interiorização, encarceramento em massa
REVISTA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - POLÍTICA & TRABALHO, 2019
Este artigo discute as fronteiras da prisão definidas nos pontos de verificações que controlam os fluxos e circulações de pessoas, objetos e informações. A partir das performances e narrativas que estabelecem porosidades entre o dentro e fora das prisões, discutimos processos de Estado dispostos nas regras, normas e regulamentos que se desenrolam na exigência de documentações, revistas e vistorias de corpos e materiais, atravessados por marcadores de diferenças de gênero, sexualidade e classe. Fontes de dados e metodologias alternativas permitem-nos pensar as fronteiras do Estado como performance de composição do Estado e produção de subjetividade das pessoas por ela implicadas. Palavras-chave: Prisões. Fronteiras. Processos de Estado. Gênero.
De jure: revista jurídica do Ministério Público …, 2011
Brasil/SP. Atualmente é advogado -Ópice Blum Advogados Associados. Tem experiência na área de direito penal, cível e eletrônico.
Mediações - Revista de Ciências Sociais, 2019
Neste artigo discutiremos sobre o que chamamos de “instituições híbridas de interface com a prisão” a partir de duas pesquisas distintas, uma realizada em um Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP) e outra em um centro de internação para adolescentes em conflito com a lei. São instituições híbridas de interface com a prisão aquelas que desde a sua concepção articulam o cárcere com outras instituições não-prisionais, como a escola e o hospital, o que permite punir indivíduos tidos como inimputáveis ou semi-inimputáveis. Através da casos empíricos discutimos a abertura supostamente não-prisional dessas instituições, que por ocorrer apenas de modo cerimonial garante legitimidade frente às demandas da sociedade, mesmo se orientando por uma lógica securitária.
Psychologica, 2010
O sistema prisional e os processos inerentes ao mesmo ainda são um tema pouco explorado e abordado no nosso país, começam-se a dar os primeiros passos na compreensão não só do sistema punidor e ressocializador em si, como também procura compreender as dinâmicas envolvidas: o recluso, adaptação deste, a delinquência, a personalidade anti-social, o crime, a punição. A presente investigação, procurou através de uma abordagem qualitativa compreender as percepções e opiniões de um conjunto de reclusos quanto à sua experiência de vida na transição de um meio livre para um meio totalitário, e o ajustamento diferenciado que cada recluso fez. Através de um guião de entrevista semi-estruturado procuramos analisar seis grandes dimensões (estado de saúde, situação familiar, suporte social intra-prisão, prisão actual, transição e ajustamento, projectos futuros e resiliência) e as vivências de cada recluso nestas dimensões. Verificamos que cada caso é um caso, e para interpretar a opinião de cada...
Resumo: Este ensaio analisa o monólogo Corpo corpóreo, de Luiz Marinho, tendo como leitmotiv o conceito de erotismo do escritor francês Georges Bataille. Nesta peça, deparamo-nos com um personagem-narrador, sem nome, que sofre de conflitos existenciais, em decorrência da perda de entes queridos, levando-o a se isolar do mundo e a repudiar o sexo; o que, segundo Bataille, caracterizaria uma forma de interdição. Enclausurando-se em sua casa, mas também em seu universo interior, o personagem reconta sua vida para uma sombra que lhe faz companhia. Volta-se para si mesmo, colocando-se em questão e, portanto, redimensionando sua experiência interior. Palavras-chave: dramaturgia brasileira; literatura e psicanálise; erotismo. Abstract: This assay analyzes the monologue Corpo corpóreo, by Luiz Marinho, having as leitmotiv the concept of erotism as used by the French writer Georges Bataille. In this play, we come across with a nameless character-narrator who suffers from existential conflicts, in result of the loss of beloved beings. These conflicts lead him into isolating himself and into repudiating sex; what, according to Bataille, would characterize a form of interdiction. Cloistering in his house, but also in his inner universe, the character recounts his life to a shadow that keeps him company. Thus, he turns towards himself, questioning himself and, therefore, expanding his innermost experience.
Revista TOMO
O objetivo deste artigo é analisar as dinâmicas “faccionais” e políticas estatais entre o dentro e o fora das prisões do Ceará. As reflexões são baseadas em duas pesquisas etnográficas sobre os coletivos prisionais e as práticas criminais em confronto direto com forças estatais nas prisões e nos bairros. Dessa forma, apresentamos quatro cenas para dar conta dos acontecimentos ocorridos entre 2016 e 2019 que nos possibilitam situar as práticas criminais, ilegais, políticas penais e de segurança pública desde a expansão das “facções” no Ceará. Assim, argumentamos sobre o borramento das fronteiras entre prisões e periferias, bem como das práticas de governo pelas “facções” e pelo Estado que desencadearam latentes conflitos armados na guerra entre “facções” e “facções” e Estado.
2012
Com este trabalho procuro fazer um estudo comparativo, dar voz aos estrangeiros caboverdianos e de países emergentes da ex União Soviética a cumprir pena no Estabelecimento Prisional da Carregueira, deixando-os falar acerca do modo como se auto representam, representam o "outro" maioritário, num contexto marcado por estereótipos e tentar compreender as representações e a base para o processo de construção das relações através "dos olhos destes estrangeiros", ultrapassando eventuais perspectivas etnocêntricas. A referência para este trabalho é: dois grupos constituídos por reclusos do E. P. Carregueira, sendo o primeiro grupo constituído por caboverdianos, o segundo grupo constituído por indivíduos proveniente de países emergentes da ex União Soviética, que poderão ser percepcionados, de forma simultânea ou não, como categorias, étnicas, raciais e nacionais. Pretendo saber como se auto e hetero representam face ao "outro"? E que factores balizam a construção de tais representações, cuja génese radica em processos de intervenção entre maioria e minoria. Pretendo perceber quais as suas pertenças reais ou imaginadas a um grupo étnico, e a forma como estes indivíduos constroem o "nós", ou seja, como definem o seu "eu" e o que pensam da sociedade portuguesa, como percepcionam o "outro" maioria? Interessa-me, ainda analisar a forma como estes reclusos olham de fora sobre si próprios, tentando verse como os outros os vêem, a fim de descortinar de que modo uns e outros se diferenciam e se aproximam na massa prisional.
Livro sobre as prisões no Brasil numa abordagem interdisciplinar, organizado por Milton Júlio de Carvalho Filho e Maria Thereza Coelho, ambos professores doutores e pesquisadores da UFBA. O livro conta com artigos que discutem as prisões com diversos olhares.
MEDIACIONES
Este artigo propõe uma reflexão sobre espaços e temporalidades, a partir da morte de três crianças e um adulto às portas das fronteiras durante travessias causadas por deslocamentos forçados. As imagens dos corpos de Alan Kurdi, Mohammed Shohayet e Angie Valeria e seu pai Óscar Alberto Martínez Ramírez nos apontam para a coexistência de espaço e temporalidades a partir de distintas fronteiras. A análise deste trabalho perpassa pelas fronteiras da Turquia com a Grécia, de Mianmar com Bangladesh e dos Estados Unidos com o México, espaços em que as mortes ocorreram. Nesse sentido, propõe-se que as imagens ecoam outas imagens a partir de uma mesma estrutura que leva à morte as pessoas que se arriscam em busca de um lugar seguro para viver. São imagens que evocam as mesmas vicissitudes enfrentadas cotidianamente por quem se desloca de maneira forçada, especialmente quando tratamos de corpos de sujeitos do sul global, e que se reproduzem dentro de uma mimese que representa os mesmos tempo...
Le Monde Diplomatique
PRANDO, Camila, FREITAS, Felipe; BUDÓ, Marília; CAPPI, Riccardo. A pandemia do confinamento: políticas de morte nas prisões. Le Monde Diplomatique. 01 de junho de 2020. Disponível em: https://diplomatique.org.br/a-pandemia-do-confinamento-politicas-de-morte-nas-prisoes/
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