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Interdisciplinaridade: da origem à atualidade

2006, Mundo Saude

Abstract

Interdisciplinaridade: da origem à atualidade 1 Interdisciplinarity: from the origin to the present time Interdisciplinaridad: del origen a la época actual RESUMO: Iniciando o percurso na etimologia da palavra, o estudo da interdisciplinaridade exige a compreensão e o sentido da abordagem disciplinar. Recebendo uma primeira acepção na Antiguidade, a divisão do estudo em disciplinas recebe características de sua versão contemporânea na Modernidade, com as Revoluções Científicas, advindas das contribuições de Galileu, com uma nova metodologia para a física, e de Descartes, com seu dualismo de substâncias. Somente na segunda metade do século XX a fragmentação do conhecimento é vista como um entrave e, como alternativa a ela, surge a interdisciplinaridade. Contudo, muitas são as dificuldades de uma abordagem interdisciplinar, que exige, além da transferência de métodos de uma disciplina para outra, mudança nos hábitos de alunos, professores, pesquisadores e profissionais. Além disso, são exigidas também modificações no hábito social. Todavia, o século XX é marcado por duas guerras mundiais, pelo surgimento da física quântica e pelo conseqüente questionamento aos princípios básicos da Lógica Clássica. Atendendo às necessidades dessa nova compreensão de mundo, surge a transdisciplinaridade, que possui como fundamentos a existência de diferentes níveis de realidade, a complexidade e o terceiro incluído. O conhecimento é compreendido como construção e sua principal característica é a plasticidade. Considerando-se este percurso e as características do trabalho em Reabilitação, conclui-se pela necessidade de constituí-lo como um trabalho transdisciplinar, que permita o terceiro incluído, a constituição do outro como um ser legítimo e a compreensão das muitas possibilidades que a complexidade da vida nos apresenta.

Key takeaways

  • Segundo Descartes (1641), a glândula pineal é a única parte do cérebro que não existe nos dois hemisférios, ela faria a ligação entre eles e seria responsável pela comunicação entre o corpo e a alma.
  • Desta forma, para questões de fato, cujo conhecimento se dá através da experiência, não é possível concluir de forma universal e necessária, criando leis gerais que se apliquem para todos os casos.
  • Todas essas modificações exigem alterações nos hábitos, pois o saber não é apenas uma disciplina, ele incorpora-se às relações interpessoais e à própria corporeidade do sujeito.
  • Compreender sua própria historicidade como profissional e como pessoa é fundamental ao profissional de reabilitação, a fim de estar consciente de seus referenciais e não avaliar e julgar seu paciente, ou o cuidador, ou outros profissionais a partir destes referenciais.
  • Para finalizar, deixo algumas questões para o I Fórum de Reabilitação, para o Núcleo de Reabilitação, para os alunos, professores e profissionais da Reabilitação; questões sobre formação, entendendo que a formação não é apenas o que se aprende num curso, ela é contínua e integral, ela diz respeito aos projetos nos quais nos envolvemos, às pesquisas que realizamos, ao que lemos, estudamos, buscamos.