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2006, Miguel Bombarda e as singularidades de uma época: 1851-1910
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Na véspera da introdução da república num pequeno país da Europa ocidental, o médico psiquiatra Miguel Bombarda é assassinado por um paciente no seu consultório. A morte do Dr. Bombarda é trágica mas possui um significado grande para os investigadores científicos do cérebro, bem como para os filósofos da mente. O significado é este: uma teoria da mente mal construída pode ter resultados infelizes. Para além de ter sido professor de medicina e reformador brilhante das instituições psiquiátricas do seu país, o Dr. Bombarda foi autor de centenas de artigos (alguns publicados na prestigiosa Revue neurologique), de muitos livros e participante em algumas das polémicas intelectuais mais interessantes do seu tempo. Com este currículo notável, o significado da sua morte reside numa dupla surpresa: a dele e a nossa. Do lado dele, a morte às mãos de um paciente, que supostamente deveria conhecer bem, aproxima o Dr. Bombarda das figuras dos criadores ultrapassados pelas suas criações (o mítico Pigmalião, o Dr. Viktor Frankenstein, do romance de Mary Wollstonecraft Shelley, e muitos outros). Um pensamento que terá eventualmente surgido ao espírito do Dr. Bombarda nos seus últimos momentos é este: Como pôde isto suceder comigo? Do nosso lado, um século depois, o pensamento é semelhante: Como pôde o Dr. Bombarda ter sido assassinado? Por que razão estes pensamentos são obrigatórios? O Dr. Bombarda foi autor de um livro sobre a consciência humana em que expõe as perplexidades de
revistaethica.com.br
O texto apresenta uma análise da noção de consciência na obra tardia de Nietzsche. Confrontando-se diretamente com a concepção moderna, a consciência é pensada por Nietzsche como dependente, não-transparente para si mesma e sem auto-determinação. O consciente é concebido como sintoma que traveste e esconde os reais motivos e impulsos corporais e biológicos. As vivências conscientes são concebidas como resultados de processos de interpretação e de incorporação. Ademais, a consciência é descrita como um sintoma derivado e supérfluo em relação ao corpo vivo que, por isso, pode tornar-se doentio. A consciência torna-se um mal quando a relação de dependência é invertida e instala-se um desarranjo fisiológico em que o corpo vivo torna-se cativo de processos e regimes contrários à sua natureza.
2019
RESUMO: O presente artigo examina algumas questões relacionadas à objeção de consciência, tal como incorporada à ordem jurídica brasileira. São abordados temas como a justificação, titularidade do direito correspondente a ela e a forma como se deve trabalhar com casos de objeção de consciência.
Ciência e Cultura, 2012
Desenvolvimento (ICPD), realizada no Cairo, em 1994, e a 4ª Conferência Internacional sobre a Mulher, em Beijing, em 1995, consolidam os direitos humanos das mulheres no campo da saúde sexual e reprodutiva (1). Em Beijing, os países participantes afirmaram o direito das mulheres de decidir livremente sobre fertilidade e sexualidade, livres de coerção, discriminação ou violência (2). No Cairo, os governos reconheceram o aborto como grave problema de saúde pública, comprometendo-se a reduzir a necessidade de recorrer ao aborto por meio da expansão do planejamento reprodutivo (1). A Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1999, aprovou a implementação do IPCD + 5, acrescentado que, nas circunstâncias em que o aborto não contraria a lei, governos devem adotar medidas que garantam que esses abortos sejam praticados de forma segura e acessível (3). A atenção ao tema do aborto nas conferências internacionais se justifica. A maior parte das mortes maternas e das graves sequelas do aborto pode ser prevenida com uso de tecnologia apropriada por profissionais de saúde preparados (4). Nos países com acesso a serviços seguros a probabilidade de morte por aborto é de 1/100.000 procedimentos, contrastando com o risco de 1/100 verificado nos países em desenvolvimento onde o aborto é proibido e realizado de forma clandestina e insegura (5). O Brasil, signatário dessas conferências e de tratados internacionais de direitos humanos, assume compromisso com questões relativas ao aborto (6). No entanto, sua prática ainda é crime tipificado no Código Penal, com exceção das situações previstas pelo artigo 128, que estabelece, desde 1940, que não é crime e não se pune o aborto em casos de gravidez decorrente de estupro ou quando há risco de morte para a gestante. Mais recentemente, consequência da incontestável evolução da propedêutica fetal, o poder judiciário passa a conceder autorização para interromper gestações com anomalias fetais graves e incompatíveis com a vida extra-uterina (7). Nessas situações de exceção o aborto é inequívoco direito da mulher. Cabe, portanto, ao Estado garantir que a interrupção dessas gestações seja realizada de maneira ética, humanizada e segura (8). Ainda que a última década tenha sido marcada pela crescente implantação de serviços de saúde que realizam o aborto previsto pela lei e por políticas públicas que qualifiquem sua prática, ainda existem desafios para que a interrupção dessas gestações seja acessível e segura para todas as mulheres. Profissionais de saúde, em geral, e obstetras e ginecologistas, em particular, são muitas vezes ambivalentes com relação ao aborto, consequência do conflito entre valores profissionais e pessoais (9). No caso da assistência 05/06/12 Ciência e Cultura -Aborto e objeção de consciência 2/5 cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252012000200014&lng=pt&nrm=…
Sendo, para Vieira de Almeida, a fi losofi a constitutivamente actividade crítica -e não teor coisifi cado -, como pode o conhecimento ocupar aí um 'lugar'?" 1 Introdução A Filosofi a do Conhecimento constitui, indubitavelmente, o centro de toda a obra de Francisco Vieira de Almeida (1888-1962), professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa de 1915 a 1958, a quem coube, enquanto catedrático de Lógica, introduzir os estudos de lógica formal em Portugal, tema a cujos prolegómenos dedicou, especifi camente, Lógica Elementar (1943). Uma tal evidência para quem se aproxima da obra acaba por gerar uma séria perplexidade, nomeadamente, quando o leitor se apercebe de que nunca encontra uma explanação sistemática sufi ciente do que fosse esse âmbito da fi losofi a para o autor, nem um tratamento circunstanciado dos temas que, tradicionalmente, nele se integram. Mesmo os segmentos textuais que fi guram sob o intitulado de «teoria do conhecimento», como o capítulo VII da sua muito divulgada Introdução à Filosofi a, publicada em 1943, mais não são do que enunciados de perspectivas e de problemas (idealismo versus realismo; empirismo versus racionalismo…), passados pelo crivo da análise crítica do autor, que, por pouco, não se esgotam nesse exercício negativo de cariz manifestamente pedagógico. Explicação parcial para o caso deste livro encontra-se no seu carácter propedêutico, várias vezes marcado pelo fi lósofo, que supõe quer o didactismo, quer o traçado panorâ-* Dedico este artigo à memória de Francisco Alves da Costa, persistente curador da nossa língua, que, tendo sido aluno de Vieira de Almeida, me relatou um conjunto de episódios sobre o carácter enigmático do seu magistério que me levou, a mim que não o fui, a querer compreender a sua proposta fi losófi ca.
Duas palavras com que, somos, diariamente, confrontados nos órgãos de comunicação social, sem que, muitas das vezes, nos apercebamos do seu verdadeiro significado e valor. REFUGIADOS. FRONTEIRAS: uma realidade dura, mas que existe … É sobre o caminho que os refugiados percorrem e, os motivos que os levaram a tal, que escrevo esta singela reflexão. Como deve ser angustiante e sufocante largar o que se conseguiu construir numa vida, largar tudo aquilo que se conseguiu com suor, trabalho e, acima de tudo, com sacrifício! Tudo isto se pode perder num enésimo minuto das nossas vidas … Mas, qual ou quais, os motivos que levam os indivíduos abandonarem os seus lares, a sua família, o seu país, tão repentinamente? As situações políticas são as mais frequentes: Guerras Civis, Perseguições Políticas … e outros problemas subjacentes a estes. Ao chegarem à fronteira vêem um novo país e, uma nova esperança desponta, ressurge no interior de cada um. A fronteira é como um novo horizonte que se pretende alcançar ou, como que símbolos de algo próprio que não se queiram perder, pois ela, representa a continuidade, um novo futuro, que de certeza será árduo e difícil de alcançar. Entram, então, no desconhecido, num aparente submundo, onde olham à volta e não conhecem ninguém: diferentes culturas, diferentes etnias, ideologias e raças; como tudo é diferente e estanho; estão num ponto de " rutura " das suas vidas, mas que, a todo o custo tentam ultrapassar e modificar. Mas, o acolhimento nem sempre é o melhor: são repelidos, marginalizados ou, então, explorados até à escravatura selvagem.
PAAKAT: Revista de Tecnología y Sociedad, 2019
Uma das maiores dificuldades dos engenheiros e projetistas de sistemas dotados com Inteligências Artificiais (IA) é replicar a faculdade-propriedade da consciência, pois a mente consciente só parece possível em seres biológicos. Nesse artigo, investigaremos como acontece a consciência no mundo biológico, quais as condições necessárias para sua manifestação, correlacionando-a (consciência), enquanto fenômeno genuinamente biológico, com a dificuldade de instanciar inteligências conscientes e intencionais em sistemas cibernético-informacionais complexos e artificiais, o que vale dizer, inorgânicos e não-biológicos. Mais especificamente, referimo-nos a tentar fazê-lo – como defende o cognitivismo ortodoxo e a própria IA forte – em computadores, androides e robôs, por meio de arranjos de IA. Vale destacar que esse problema da consciência se vê intimamente relacionado com problemas que já discutimos em trabalhos anteriores (Inteligências artificiais e o problema da intencionalidade; Inteligências artificiais e os limites da computação), no sentido de que, apenas um sistema ou ser biológico vivo pode ser capaz de possuir essa característica chamada consciência.
Língua e Literatura, 1976
Scientia Agricola, 2004
Em 2004 comemora-se o centenário do ensaio "Existe consciência?" de William James (1842-1910). Escrito seis anos antes do falecimento do autor, trata-se de um trabalho da maturidade, que pode ser considerado como uma boa síntese dos resultados obtidos por James ao longo de sua trajetória intelectual. Em resposta à pergunta-título, James diz que durante muitos anos desconfiara da existência da consciência como uma entidade ou substância supranatural, transcendental, uma res cogitans em oposição à res extensa. Nesses termos, ou seja, como entidade ou substância sui generis, o filósofo e psicólogo norte-americano chegou à conclusão de que ela não existia. Entretanto, havia uma função usualmente atribuída à consciência que não poderia ser sumariamente descartada. James chamava a isso de função cognitiva, ou função do conhecer. Com relação a essa função, a essa performance, James entendia que ela, sim, existia. A melhor alternativa para ilustrar o ponto é efetuar uma citação direta, deixando James falar por si mesmo: Permitam-me imediatamente explicar que eu apenas procuro negar que a palavra consciência represente uma entidade, mas insisto muito enfaticamente que ela representa uma função. Digo que não há substância ou qualidade aboriginal do ser (...), mas na experiência há uma função exercida pelos pensamentos, e é para isso que uma tal qualidade do ser é invocada. Essa função é o conhecer. A 'consciência' é suposta necessária para explicar o fato de que as coisas não apenas são, mas podem ser reportadas, conhecidas. Qualquer um que riscar a noção de consciência de sua lista de primeiros princípios ainda terá que oferecer algum modo pelo qual tal função [do conhecer] é executada (1976 [1904], p. 4).
Revista Ideação
Os conteúdos da consciência estão em um fluxo perpétuo, mas em que consiste esse fluxo e por que representa um problema? O texto a seguir procura responder a essa pergunta, reconstruindo os argumentos que John Dewey e William James, por sua vez, oferecem para explicar a natureza do fluxo da consciência e da vida subjetiva. Assim, na primeira parte do texto, apresentamos a tese geral do naturalismo. Na segunda, discutimos em detalhe a definição que Dewey faz sobre a noção de experiência, em relação aos conceitos de cumprimento [fulfillment] e intenção consciente [conscius intent]. Em seguida, complementaremos com a discussão de duas das cinco características com as quais William James explica, em seus Principles of psychology, a maneira pela qual o pensamento ocorre, a saber: que o pensamento está sempre mudando e, além disso, é sensivelmente contínuo. Finalmente, na última parte, voltamos novamente à exposição do problema do fluxo da consciência, mas à luz de alguns conceitos fenome...
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Anais ABEM , 2019
Estudos e Pesquisas em Psicologia, 2011
Paidéia (Ribeirão Preto), 2002
Anuário do Património N.º 2, 2014
Phainomenon, 2002
Revista Triângulo, 2020
Anais do Encontro Internacional e XVIII Encontro de História da Anpuh-Rio, 2018
Miguel Bombarda e as singularidades de uma época: 1851-1910, 2006
Princípios: Revista de Filosofia, 2023
REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, 2023