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Estudos Sociedade e Agricultura
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Resenha do livro Senhores de terra, senhores de guerra: sociologia histórica do patronato estancieiro do Rio Grande do Sul (1920-2019), de Marcos Botton Piccin.
O livro de Marisol De la Cadena a respeito das formas de fazer política de uma comunidade quechua nos Andes peruanos estrutura-se a partir da intensa colaboração da autora com Mariano Turpo, importante liderança local, e seu filho Nazario Turpo, conhecido por sua prática como xamã andino. Professora e pesquisadora da University of California, Davis, De la Cadena aborda etnograficamente os conflitos políticos da luta pela terra na região de Cuzco, nas proximidades de Ausangate (a montanha mais alta do local) a partir de suas dimensões ontológicas. Como evidencia o título do epílogo [Ethnographic Cosmopolitics] trata-se de uma etnografia cosmopolítica, em diálogo com as produções mais relevantes no campo da antropologia marcada pela virada ontológica e do pensamento cosmopolítico de autores como Isabelle Stengers e Bruno Latour.
Revista de Antropologia, 2017
O livro de Marisol De la Cadena a respeito das formas de fazer política de uma comunidade quechua nos Andes peruanos estrutura-se a partir da intensa colaboração da autora com Mariano Turpo, importante liderança local, e seu filho Nazario Turpo, conhecido por sua prática como xamã andino. Professora e pesquisadora da University of California, Davis, De la Cadena aborda etnograficamente os conflitos políticos da luta pela terra na região de Cuzco, nas proximidades de Ausangate (a montanha mais alta do local) a partir de suas dimensões ontológicas. Como evidencia o título do epílogo [Ethnographic Cosmopolitics] trata-se de uma etnografia cosmopolítica, em diálogo com as produções mais relevantes no campo da antropologia marcada pela virada ontológica e do pensamento cosmopolítico de autores como Isabelle Stengers e Bruno Latour. À parte a introdução e a primeira história, o livro é dividido em duas partes, cada qual composta por um interlúdio e três histórias. A primeira parte (vale dizer também, a de maior fôlego e pontos de inflexão) dedica-se a Mariano Turpo, importante liderança local no processo de reforma agrária na região, cuja ação política excede as bases do discurso e da prática política moderna. Mariano foi escolhido e obrigado a essa posição de destaque pelo seu ayllu (grupo formado por humanos e não-humanos relacionados uns com os outros por relações de parentesco e coletivamente habitando o território que possuem) por falar bem e ter istrilla (a habilidade que um ser-terra, termo pelo qual traduzo earth-beings, provoca em uma pessoa para que ela possa com ele se relacionar). Sua posição era tal que ele nunca falava pelo ayllu e sempre a partir do ayllu. Essa relação se evidencia no embate político contra os grandes proprietários de
Não existem dúvidas sobre o crescimento da área de políticas públicas na pesquisa acadêmica que se realiza atualmente no Brasil. Várias áreas do conhecimento, e não só a ciência política, vêm realizando pesquisas sobre o que o governo faz, ou deixa de fazer. Portanto, a academia, juntamente com órgãos governamentais e centros de pesquisa, estes últimos com tradição mais antiga na área, têm ampliado sua presença nos estudos e pesquisas sobre políticas públicas. Vários departamentos de ciência política também têm contribuído para o crescimento e a legitimação da área com criação de cadeiras em políticas públicas. Essa é uma das boas notícias que sinalizam a relevância da área em nossas diversas instituições acadêmicas.
Anuário Antropológico, 1978
No prim eiro n ú m ero do A nuário Antropológico foi publicada um a resen h a a ssin a d a p o r M oacir P a lm e ira (1978) de m eu livro C apitalis m o A utoritário e C am pesinato (Velho, 1976). P a r a m uito além d a capacidad e p rofissional do seu a u to r e de seu sentim ento de ética acadêm ica, todos m u ito bem conhecidos de seus pares, a rsse n h a reflete u m a g ra n d e generosidade. Ao m esm o tem po, tra ta-s e de um a peça exem plar de crítica n o seu sen tid o m ais ju sto e in v u lg ar pela fo rm a com que p e n e tra n o tex to e persegue as su as im plicações. Assim sendo, essa re se n h a m e fornece u m a o p o rtunidade ú n ica de reflexão e de te n ta tiv a de a v a n ç a r a s m in h a s p ró prias idéias a re s peito de u m a série de questões. E stou em co ncordância com diversas das observações, p o r dem ais parcim oniosas aliás, e q u an to a o u tras ta n ta s , d a m aio r im p o rtâ n c ia p a ra m im , espero te r o p ortunidade de v o ltar a elas em o u tra ocasião. H á um ponto, porém , lev an tad o por M oacir P alm eira, que m e p arece o p o rtu n o re to m a r n este m om ento, a n te s que o p róprio desenvolvim ento do tra b a lh o m e distancie d a ? Agradeço a Joáo Pacheco de Oliveira Filho os comentários leitos a uma primeira versão deste artigo, os quais foram extremamene oportunos. Aproveito para agradecer também aos demais participantes do seminário sobre Colonização e Povoamento realizado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional (U .F .R .J.) no segundo semestre de 1977
Revista Geografica De America Central, 2011
Diversos são os movimentos de luta pela terra e na terra no Brasil, com diferentes estratégias de atuação, princípios políticos e formas de surgimento. No interior desses movimentos, camponeses e trabalhadores desempregados enxergam a possibilidade de ter a terra para trabalhar e manter, de forma mínina, as condições necessárias para sua sobrevivência e reprodução social. As primeiras lutas camponesas organizadas, com proporção nacional ocorreram nas décadas de 1950/60 com as Ligas Camponesas formadas no Nordeste brasileiro. Até 1964 as Ligas atuaram em 14 estados brasileiros, reunindo e organizando milhares de camponeses. As Ligas estavam prestes a se transformar em uma organização política mais forte, conseqüente e com um programa que extrapolava a questão agrária, até que veio o golpe militar e elas foram destroçadas. Porém a luta pela terra não cessou e a garra, a determinação dos camponeses integrantes das Ligas estão presentes hoje no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que se considera herdeiro natural daquela histórica organização. Pretendemos, portanto, analisar o sentido da luta pela terra desde as Ligas até o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. A análise de documentos históricos e material bibliográfico constituem-se na metodologia da pesquisa.
Neste trabalho relataremos como a atuação docente numa perspectiva musical e emancipadora pode resultar em reflexões e análises que contribuam para a construção teórico-epistemológica de uma educação da musicalidade. Esta, cremos, é inerente aos seres humanos. Assim, a possibilidade de conscientização por parte dos aprendizes que tal processo de desenvolvimento artístico e educativo é factível torna-se uma tarefa política per se. Os educandos são oriundos de diversos contextos: Território Kalunga, Santuário dos Pajés, Assentamentos/Núcleos territoriais que se localizam nos seguintes estados brasileiros: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e seu entorno. Primeiramente, tivemos o intuito de desconstruir por meio do diálogo, uma série de mitos que ainda hoje vigoram em nossa sociedade ocidental no geral e latino americana em particular, a saber: que alguns sujeitos são musicais e outros não, que somente uns podem fazer música e por fim, que poucos “iluminados” podem dizer que tiveram uma verdadeira experiência com a primeira arte. Noutro momento, realizamos atividades musicais em que os alunos não somente compuseram músicas por meio do corpo como também através de materiais disponíveis no próprio contexto, possibilitando, entre outras muitas coisas, o desenvolvimento da criação, percepção e memória musicais. Em determinado período, os estudantes propuseram uma atividade musical e convidaram-nos para se retirar da sala de aula. Assim, (des) hierarquicamente, inverteu-se o papel. Agora, éramos seus pupilos. Ao final do curso, eles espontaneamente nos avaliaram e se auto avaliaram. Isso prova que uma educação musical pedagogicamente horizontalizada não é somente possível. É, sobretudo, politicamente desejada.
A Companhia Metropolitana de Habitação do Estado de São Paulo (Cohab-SP) anunciou que vai vender 900 imóveis até 2020. A medida acompanha uma tendência recente de vender terras públicas para " fazer caixa " (hhps://observasp.wordpress.com/2017/07/10/cheque-em-branco-para-doria-pl-autoriza-vender-terra-publica-2/) para a Prefeitura ou para o Estado. A novidade é mais um símbolo do estreitamento das relações do poder público com o setor privado, em que o interesse público é colocado em segundo plano. Enquanto o patrimônio público bem localizado é disponibilizado para o mercado, as alternativas de habitação para a população mais pobre continuam sendo pensadas em bairros mais afastados. O próprio presidente da Cohab-SP, Edson Aparecido, disse à Folha de S. Paulo que os terrenos teriam um valor de mercado muito alto, e serviriam melhor como fonte de arrecadação do que para construção de moradia para a população mais pobre. " O valor obtido com as vendas permitirá entregar um número muito maior de habitações do que se resolvêssemos, simplesmente, construí-los ali mesmo " , afirmou ao jornal. Com a venda, a Prefeitura pretende arrecadar 432 milhões de reais, e o plano é converter esse dinheiro em unidades de habitação social em áreas da cidade onde a terra é mais barata.
As políticas públicas no âmbito rural têm sido fundamentais para o ordenamento e o desenvolvimento territorial seja, por meio do surgimento de novas oportunidades de trabalho no campo, incentivos a infraestrutura habitacional e produtiva na zona rural, a inclusão de agricultores familiares em mercados, entre outros. Porém, quando se trata do caso brasileiro, diante dos desafios a serem superados, o seu alcance ainda é deficiente e insuficiente para definir uma dinâmica sustentável de desenvolvimento rural. As políticas voltadas para o desenvolvimento territorial ganham expressão no Brasil em meados de 1980, sob um contexto de crise econômica e de reformas neoliberais surgiram experiências, visando encontrar respostas autônomas de desenvolvimento para os espaços locais. Essas experiências deram seguimento a modelos que visualizaram a necessidade de superar os entraves regionais que dificultavam o desenvolvimento no Brasil. Assim, as políticas públicas territoriais tornaram-se um mecanismo de incentivo, cuja importância pode ser considerada fundamental para estratégias de desenvolvimento local (MENDONÇA; ORTEGA, 2005). Já na década de 1990 com mais ênfase no Brasil, buscou-se estratégias de desenvolvimento via políticas públicas que não estivessem associadas à lógica neoliberal e suas experiências globalizadas, na qual o interesse pautado pelo mercado tornava os lugares e seus recursos (físicos, naturais, humanos, etc.) cada vez mais “fluídos” e dependentes de uma ordem econômica mercantilista que acentuava as desigualdades entre as regiões e contribuía para o aumento da pobreza no meio urbano e rural. (SCHNEIDER, 2004). Nessa perspectiva, torna-se necessário ressaltar que, as políticas públicas territoriais no âmbito rural adotadas no Brasil nos últimos anos foram estruturadas seguindo o modelo das políticas públicas da União Europeia – UE. O Brasil, diante das experiências acumuladas, umas exitosas, outras nem tanto, acenava para um novo aporte da abordagem territorial das políticas públicas, deixando para trás modelos neoliberais antes assumidos, e para tanto, buscou na fonte adotada em 1991 pela UE chamada: “Programa LEADER1”, cuja marca inovadora foi seu viés territorial em oposição ao caráter marcadamente setorial dos investimentos tradicionalmente destinados às áreas rurais; em segundo, pelo tipo de estratégia proposta para a promoção do desenvolvimento rural, com ações do tipo bottom-up, baseadas no princípio da parceria, de caráter multissetorial e integradas. (FAVARETO, 2010).
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Geografia no Século XXI – Volume 7, 2022
OLIVEIRA, Áxsel, 2021
Movimentos e lutas sociais pela terra no sul do Brasil: questões contemporâneas, 2018
Anais do(a) Seminário de Agroecologia e Desenvolvimento Territorial, 2023
Revista Geografares - UFES, 2010
Estudos, Sociedade e Agricultura (UFRRJ) , 2014
Encantos e desencantos após o Pronacampo: olhares sobre interfaces e contextos históricos.
Revista Wamon, 2020
Zander Navarro, org., Politica, protesto e cidadania no campo: As lutas sociais dos colonos e dos trabalhadores rurais no Rio Grande do Sul, 1996
Editora Conhecimento Livre eBooks, 2022
Ananis do 5° Encontro Internacional de História Colonial, 2014
Revista Portuguesa de História, 2021