
Márcio Jarek
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Papers by Márcio Jarek
O presente artigo visa problematizar algumas dimensões da noção de saudade, palavra conhecida por ser peculiar da lusofonia, um " símbolo cultural " da subjetividade luso-brasileira e, ainda, de difícil tradução. O propósito central é destacar alguns aspectos que o tema engendraria e indicar a hipótese de que se poderia sustentar uma ambivalência, um paradoxo da saudade que a noção sugere na medida em que ela não poderia ser tomada sem a constatação de que se trata de um sentimento que aduz a pares como prazer-dor, alegria-tristeza, felicidade-sofrimento, bom-ruim. Para tanto, não nos dedicamos a comentar ou analisar teses norteadoras já defendidas sobre a questão da saudade, linhas interpretativas, escolas literárias ou autores específicos. Do mesmo modo, não nos deteremos no debate filológico e linguístico ou nos debates antropológico, sociológico e histórico. Ao invés disso, visamos, num primeiro momento, destacar certos matizes dessa variegada noção para, num segundo momento, indicarmos em que medida ela poderia denotar um paradoxo conceitual a partir de atribuições e características que geralmente lhe são conferidas, como a ideia do desejo de retorno do passado " feliz " , mas, também, o nostálgico sofrimento, a melancolia e a dor pela impossibilidade de tal retorno. Para este último objetivo, lançaremos mão de trechos de algumas conhecidas canções e poesias brasileiras.
O presente artigo visa problematizar algumas dimensões da noção de saudade, palavra conhecida por ser peculiar da lusofonia, um " símbolo cultural " da subjetividade luso-brasileira e, ainda, de difícil tradução. O propósito central é destacar alguns aspectos que o tema engendraria e indicar a hipótese de que se poderia sustentar uma ambivalência, um paradoxo da saudade que a noção sugere na medida em que ela não poderia ser tomada sem a constatação de que se trata de um sentimento que aduz a pares como prazer-dor, alegria-tristeza, felicidade-sofrimento, bom-ruim. Para tanto, não nos dedicamos a comentar ou analisar teses norteadoras já defendidas sobre a questão da saudade, linhas interpretativas, escolas literárias ou autores específicos. Do mesmo modo, não nos deteremos no debate filológico e linguístico ou nos debates antropológico, sociológico e histórico. Ao invés disso, visamos, num primeiro momento, destacar certos matizes dessa variegada noção para, num segundo momento, indicarmos em que medida ela poderia denotar um paradoxo conceitual a partir de atribuições e características que geralmente lhe são conferidas, como a ideia do desejo de retorno do passado " feliz " , mas, também, o nostálgico sofrimento, a melancolia e a dor pela impossibilidade de tal retorno. Para este último objetivo, lançaremos mão de trechos de algumas conhecidas canções e poesias brasileiras.