Papers by Piero Detoni

O artigo discute contribuições para a operação historiográfica a partir da aproximação da históri... more O artigo discute contribuições para a operação historiográfica a partir da aproximação da história com a computação. Utilizamos como caso um problema de história intelectual, que envolve compreender a recepção de
Nietzsche no Brasil. A digitalização de acervos históricos é examinada, assim como o impacto dessas tecnologias no acesso e na pesquisa histórica, incorporando métodos como mineração de dados e processamento de linguagem natural. O estudo destaca como a história digital pode alterar a pesquisa histórica, explorando padrões e contextos
em torno da recepção de Nietzsche através de um levantamento de acervos digitais, demonstrando uma abordagem que equilibra métodos quantitativos e qualitativos. Na primeira parte do texto apresentamos um
sistema de filtros como instrumento heurístico. Na segunda analisamos os recortes produzidos através desse sistema. Por último, procuramos analisar como um determinado autor, José Oiticica, concebeu Nietzsche ao longo da vida. O intuito é operar, com essa investigação, movimentos
sincrônicos e diacrônicos tendo como base de dados as leituras de Nietzsche localizadas na Revista do IHGB e na Revista Americana na Primeira República.
O artigo investiga a presença da filosofia de Friedrich Nietzsche no ensaio A América Latina: mal... more O artigo investiga a presença da filosofia de Friedrich Nietzsche no ensaio A América Latina: males de origem, publicado por Manoel Bomfim em 1905. Estamos interessados nos processos de apropriação dessa filosofia por parte de Bomfim, o que nos leva a estabelecer afinidades eletivas entre os dois estudiosos a partir dos usos de categorias, de noções e de conceitos em comum, mas que resguardam aproximações e distanciamentos. Elegemos, então, uma rede semântica que informa problemas referentes ao excesso de passado, à crítica da moral cristã, à vontade de potência e aos temas da autonomia e da liberdade, que informam o projeto educacional ilustrado do escritor brasileiro.
Revista Pontes, 2024
Resumo: Este ensaio busca fazer algumas experimentações envolvendo os vetores da afetividade atra... more Resumo: Este ensaio busca fazer algumas experimentações envolvendo os vetores da afetividade atravessados pela literatura e pela psicanálise. Em última medida, seria possível dizer que a obra de Amadeu de Queiroz, ainda desconhecida do grande público e mesmo dos(as) especialistas da história da literatura brasileira, se abre para uma abordagem metapsicológica. Essa dimensão do livro será percebida não por meio de reflexões diretas sobre temas de natureza (meta)psicológica, mas através mesmo da performance dos personagens. Nesse sentido, afetividades como o sentimentalismo, a solidão, o amor, o egoísmo e o trauma serão entrevistos através do texto literário, percebido, aqui, por meio de uma forma destacada de figurar e de ampliar as percepções acerca do mundo histórico. Palavras-chave: afetividades; literatura; psicanálise.
Este artigo aborda a escrita da história escolar operada pelo padre jesuíta Rafael Maria Galanti ... more Este artigo aborda a escrita da história escolar operada pelo padre jesuíta Rafael Maria Galanti (1840-1917). O objeto de investigação em destaque é o seu Compêndio de história universal, publicado no ano de 1894. Realizamos uma reflexão que compreende os eixos de inteligibilidade que acompanham a confecção dessa obra diante de exigências epistêmicas e ético-políticas que circunscrevem a história na Primeira República, o que nos faz apreender a historicidade das próprias regras (visíveis e invisíveis) que presidem a disciplina (escolar) naquele momento específico. O recorte analítico proposto por este texto deslinda as dinâmicas do catolicismo, do eurocentrismo e do conceito de civilização presentes no referido livro. Ao que parece essa chave interpretativa possibilita o entendimento do raciocínio historiográfico elaborado por Galanti.

Caminhos para o estudo da disciplinarização da História na América-Latina Este dossiê, que convid... more Caminhos para o estudo da disciplinarização da História na América-Latina Este dossiê, que convida para a leitura crítica e sob signo da apropriação em sua chave de potência, tem como objetivo (re)pensar a escrita da história, sob os seus vários suportes e performances, em perspectiva global; subvertendo, de alguma forma, a historicização dessa operação a partir do âmbito geográfico estritamente local e/ou nacional, na medida em que o nosso próprio mundo social se orienta por noções, dentre outras, como de globalização, de conectividade, de interatividade e de transnacionalidade. Caminhando por essa paisagem pensamos na (pluri)direcionalidade das formas, disciplinares ou não, ou mesmo híbridas, de escrita da história no mundo; representando-o e agindo nele. Assim, são postas em relevo as redes entrelaçadas de intelectuais; as formas várias de recepção de livros e de outros suportes gráficos; as relações institucionais que atravessam o globo, com as suas respectivas disparidades de poder; e mesmo nas próprias narrativas fabricadas pelas historiadoras e pelos historiadores no tempo. Sob o prisma da história da historiografia revela-se as formas de agências e de apreensão do mundo humano, o que nos faz perceber a promoção e a reprodução das relações de força movidas tanto para a legitimação, porque pensamos nos seus usos políticos implícitos e explícitos, velados ou intencionais, das maneiras desiguais de organização da existência social, mas, também, como resistência ou como insubordinação disciplinada. O tema desta proposta de dossiê é o da disciplinarização, o que implica pensar na constituição dos acervos históricos, dos museus, da implementação do ensino de história nas escolas e universidades e outras instituições que colaboraram com a pesquisa no campo, de modo a mensurar algumas das características da prática historiadora ainda observadas no tempo presente. Necessitamos refletir, lembrando das lições de Manoel Luiz Salgado Guimarães, a disciplina história perpassada pela instituição do poder, da desigualdade, das formas de referendar lugares de fala ditos ajuizados, da eliminação do indisciplinado, do apagamento das disputas e das tensões, da naturalização dos textos e das autoras e dos autores considerados autorizados (por quem?), do silenciamento de lugares de fala que produzem saber, mas que são excluídos no interior das comunidades e das sociedades (educadoras e científicas) institucionalmente estabelecidas e legitimadas. Muitas das vezes reprodutoras de privilégios estabelecidos pela pessoalidade cordial. Interrogar as historiografias disciplinares é, no limite, uma maneira radical de democratizá-las e de diversificá-las modulando-as através de uma gestual de natureza, antes de tudo, ética. Abandonar o seu estudo crítico, a sua vigilância propositiva, é não outra coisa do que autorizar e ratificar, de maneira muitas das vezes interessado, a lógica desigual de produção do saber histórico. Michel Foucault, em sua aula no Collège de France A ordem do discurso, afirma que uma disciplina, e projetamos isso para as historiografias ditas disciplinares, algo que nos motiva a continuar
Este artigo ambiciona rastrear as principais linhas de força que subsidiaram a escrita do primeir... more Este artigo ambiciona rastrear as principais linhas de força que subsidiaram a escrita do primeiro Compêndio de História da América (1900) publicado no Brasil, de autoria do polígrafo paranaense Rocha Pombo. Acreditamos que a obra do autor esteja imersa em uma espécie de “americanização” da República brasileira. Pretende-se discutir estes
temas: o embate na duração entre o “espírito americano” e as “forças autoritárias” movimentadas desde a colonização; as marcas do processo civilizador e o silenciamento das culturas não-ocidentais; por fim, a sua proposta de união pan-americana. A principal tese deste trabalho é que a História de Rocha Pombo suprime a diferença através de uma proposta de conciliação entre passado e presente, não havendo reparação ante os males da conquista/colonização em prol de um pan-americanismo capitaneado pelos EUA.
A proposta deste artigo é apresentar o texto Como se deve escrever a história do Brasil (1910), d... more A proposta deste artigo é apresentar o texto Como se deve escrever a história do Brasil (1910), de autoria de José Oiticica. Produzido mais de 60 anos após a Dissertação de Karl von Martius ser premiada pelo IHGB, esse homônimo plano de escrita da história do Brasil emerge em meio ao debate sobre a constituição da história enquanto um saber moderno e científico. Assim, o texto aborda a sua concepção de ciência da história e de método por meio de uma teoria do conhecimento bastante singular. Destacamos, ainda, a interpretação do Brasil impressa nesta normatização.

O artigo apresenta o conceito de Outrem através das perspectivas histórica e filosófica em conexã... more O artigo apresenta o conceito de Outrem através das perspectivas histórica e filosófica em conexão com o plano estético. O foco do trabalho consiste em apresentar as dinâmicas de Outrem a partir da obra Sexta-feira ou os limbos do pacífico, de Michel Tournier, precisamente por meio das novas versões dos personagens Robinson Crusoé e Sexta-feira em comparação com a proposta inicial de Daniel Defoe. Para tanto, pensamos com Gilles Deleuze e Félix Guattari a apreensão de uma ética a partir de Outrem capaz de contribuir com a criação de outros mundos possíveis na passagem da literatura colonial para a literatura decolonial. Na relação entre os personagens observamos uma experiência de mundo mediada por uma troca horizontal. Sexta-feira e Robinson compõem outra existência ética a ser experienciada. O que desnaturaliza todo o ethos cultural europeu (de matriz colonizadora) responsável por estabelecer aquilo que é, ou não, civilizado.
Este trabalho coloca em evidência a maneira como Oliveira Viana informa o conteúdo dos conceitos,... more Este trabalho coloca em evidência a maneira como Oliveira Viana informa o conteúdo dos conceitos, das metáforas e das expressões psicológicas que mobiliza em Populações meridionais do Brasil (1920). Por investigar as formas mentis da experiência histórica nacional consideramos pertinente esta indagação: Populações pode ser considerado um ensaio de história das mentalidades? Acompanhamos esse movimento intelectual através dos sentidos e dos significados que o problema do insolidarismo assume na obra. Por fim, fazemos uma aproximação entre o livro em questão e as condicionantes epistêmicas que sustentam a tradição ensaística brasileira nas primeiras décadas republicanas.

Este artigo reabilita as prescrições historiográficas de um estudioso esquecido pelos círculos de... more Este artigo reabilita as prescrições historiográficas de um estudioso esquecido pelos círculos de leitores de História da Historiografia brasileira. Falamos de Olegário Herculano de Aquino e Castro, presidente do (IHGB) e do (STF) no alvorecer republicano. Acredita-se que Olegário Herculano teve papel de destaque na defesa das atividades do IHGB em um momento de profundas incertezas, pois era capaz de moderar a herança do passado monárquico e as expectativas republicanas. É possível dizer que o seu discurso oficial, considerado uma fala autorizada e percebido em suas alocuções presidenciais, seja produto e produtor da experiência historiográfica vivida no IHGB das primeiras décadas republicanas. Apesar de não serem consensuais, as suas prescrições sinalizavam para os interesses de uma parcela significativa dos sócios da agremiação carioca. Em suma, o nosso artigo pretende abordar os contextos epistêmicos (e políticos) que enredavam as reflexões de Olegário Herculano, bem como apresentar ao público em geral esse homem de letras e de Estado ainda pouco conhecido.
Este artigo deslinda as dinâmicas da historiografia conforme pensada pelo historiador brasileiro ... more Este artigo deslinda as dinâmicas da historiografia conforme pensada pelo historiador brasileiro Manoel Luiz Salgado Guimarães. Historiografia assume, nos escritos do nosso autor, o lugar do que chamamos, hoje, de história da historiografia. Ambicionamos elencar as principais problemáticas acionadas por Salgado para esse campo pari passu com a descrição das experiências do tempo moderna e contemporânea - ambas tematizadas por ele. O caminho deste artigo vai das formas relativas de legitimação e de identificação da historiografia até as suas agendas de pesquisa em potencial no limiar dos anos 2000. Não deixa de ser uma preocupação implicada em nossa reflexão enviar ao futuro os escritos de Manoel Salgado como uma espécie de herança disciplinar possível junto ao nosso espaço de trabalho.

Revista História da Historiografia, 2021
O presente ensaio apresenta a série de artigos "A ciência da história", material publicado por Fa... more O presente ensaio apresenta a série de artigos "A ciência da história", material publicado por Fausto Cardoso na Revista Brasileira, no decorrer do ano de 1895. Objetiva-se colocar em evidência a sua reflexão acerca dos fundamentos da prática científica, bem como do estatuto científico da história. É nossa pretensão contextualizar os escritos de Cardoso junto aos horizontes do cientificismo brasileiro. Tomamos as suas reflexões como indícios das transformações pelas quais o contexto epistêmico-historiográfico das décadas finais do século XIX atravessou. Ao estudarmos os artigos do intelectual sergipano, temos a possibilidade, ainda, de reelaborar a memória disciplinar da história da historiografia brasileira, que por muito tempo sustentou que o seu foco de análise era o progresso da pesquisa histórica científica. Assim sendo, os textos de Fausto Cardoso mostram-se úteis para intensificarmos a descrição dos planos de historicidade que envolvem as formas possíveis de legitimação da disciplina história em nosso país.
Revista Ciência & trópico, 2020
O discurso de posse de Oliveira Viana no IHGB serve de pretexto para investigarmos as transformaç... more O discurso de posse de Oliveira Viana no IHGB serve de pretexto para investigarmos as transformações epistemológicas que afetam o conhecimento histórico nos anos 1920. Viana parece ter uma aguda consciência acerca dos desafios colocados aos espaços de trabalho do historiador. Este estudo evidencia quais as rupturas e quais as continuidades epistemológicas estão presentes neste discurso diante das pressões e das exigências contextuais. Acreditamos que a posição de Oliveira Viana seja demandada por parte significativa dos sócios do IHGB que pretendem superar a prática historiográfica até então operada na instituição. Esta peça discursiva é, além do mais, oportuna por proporcionar um novo olhar sobre as formas como Oliveira Viana, importante intérprete do Brasil, constrói as suas obras na referida ambiência.
Revista TEMPORALIDADES, 2021
O presente trabalho evidencia os principais eixos argumentativos que estruturam a obra A América ... more O presente trabalho evidencia os principais eixos argumentativos que estruturam a obra A América Latina: males de origem, publicada pelo médico e educador sergipano Manoel Bomfim no ano de 1905. Após visualizarmos que os "males de origem" dos países sul-americanos não são inatos, mas constituídos historicamente através do parasitismo social, destacamos o objetivo de Bomfim em inseri-los no cosmopolitismo periférico, em que a ideia de civilização aparece como diretora no concerto das nações. O processo civilizador ao qual Bomfim quer submeter o Brasil e as Repúblicas vizinhas é de matriz iluminista. É esta mesma matriz civilizacional, iluminista, que guia o intelectual no caminho para a redenção dos "problemas americanos", qual seja, a educação ilustrada.
Revista Expedições: teoria e história da historiografia, 2020
O presente artigo percebe os modos de apropriação empregados pelo jurista Pedro Lessa junto ao p... more O presente artigo percebe os modos de apropriação empregados pelo jurista Pedro Lessa junto ao pecúlio historiográfico de dois importantes historiadores do período imperial: João Francisco Lisboa e Francisco Adolfo de Varnhagen. Os modos de leitura empreendidos por Lessa evidenciam dois modelos historiográficos que se intercambiam diante das exigências colocadas por seu contexto epistêmico. Assim, este texto compreende as formas pelas quais Lessa atualiza os referidos historiadores. Por fim, como provocação historiográfica, se aborda o perfil ideal do historiador de Lessa e a sua atitude perante a experiência da história que subsidia o contexto das primeiras décadas republicanas.
Revista TEMPORALIDADES, 2019
O presente escrito se constitui na transcrição do texto Como se deve escrever a hist... more O presente escrito se constitui na transcrição do texto Como se deve escrever a história do Brasil, de autoria de José Rodrigues Leite e Oiticica (1882-1957), publicado na Revista Americana em quatro partes ao longo do primeiro semestre do ano de 1910. Estabelecendo um diálogo aberto com a Dissertaçãohomônima de Karl Von Martius o texto propõe uma nova normatividade para a prática historiográfica em virtude dos debates, acirrados na virada do século XIX para o XX no Brasil, sobre a cientificidade do conhecimento histórico, e da necessidade de se determinar um sentido para a história do Brasil após a Proclamação da República em 1889. A transcrição segue a grafia original e as notas contidas no texto são do seu autor.

Revista TEMPORALIDADES, 2010
O presente artigo objetiva investigar os principais traços da historiografia literária ... more O presente artigo objetiva investigar os principais traços da historiografia literária produzida no Brasil oitocentista. No desenvolvimento deste trabalho verificar-se-á que narrar a história da literatura tornou-se componente fundamental no processo de temporalização da experiência nacional, pois dotava a prática literária de um caráter eminentemente histórico. No limite, observa-se certa primazia da literatura enquanto documento autorizado para a representação da nascente nação, agora independente de Portugal. Dessa maneira, constatamos que através das histórias literárias realizaram-se as primeiras tentativas de síntese da formação histórica brasileira, ou seja, coube a historiografia literária desvendar qual o sentido da trajetória do Brasil no tempo. Para além destas questões, propõe-se, em um primeiro momento, uma rápida discussão sobre as possibilidades investigativas oferecidas pela história da historiografia.
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Papers by Piero Detoni
Nietzsche no Brasil. A digitalização de acervos históricos é examinada, assim como o impacto dessas tecnologias no acesso e na pesquisa histórica, incorporando métodos como mineração de dados e processamento de linguagem natural. O estudo destaca como a história digital pode alterar a pesquisa histórica, explorando padrões e contextos
em torno da recepção de Nietzsche através de um levantamento de acervos digitais, demonstrando uma abordagem que equilibra métodos quantitativos e qualitativos. Na primeira parte do texto apresentamos um
sistema de filtros como instrumento heurístico. Na segunda analisamos os recortes produzidos através desse sistema. Por último, procuramos analisar como um determinado autor, José Oiticica, concebeu Nietzsche ao longo da vida. O intuito é operar, com essa investigação, movimentos
sincrônicos e diacrônicos tendo como base de dados as leituras de Nietzsche localizadas na Revista do IHGB e na Revista Americana na Primeira República.
temas: o embate na duração entre o “espírito americano” e as “forças autoritárias” movimentadas desde a colonização; as marcas do processo civilizador e o silenciamento das culturas não-ocidentais; por fim, a sua proposta de união pan-americana. A principal tese deste trabalho é que a História de Rocha Pombo suprime a diferença através de uma proposta de conciliação entre passado e presente, não havendo reparação ante os males da conquista/colonização em prol de um pan-americanismo capitaneado pelos EUA.
Book chapters by Piero Detoni
Nietzsche no Brasil. A digitalização de acervos históricos é examinada, assim como o impacto dessas tecnologias no acesso e na pesquisa histórica, incorporando métodos como mineração de dados e processamento de linguagem natural. O estudo destaca como a história digital pode alterar a pesquisa histórica, explorando padrões e contextos
em torno da recepção de Nietzsche através de um levantamento de acervos digitais, demonstrando uma abordagem que equilibra métodos quantitativos e qualitativos. Na primeira parte do texto apresentamos um
sistema de filtros como instrumento heurístico. Na segunda analisamos os recortes produzidos através desse sistema. Por último, procuramos analisar como um determinado autor, José Oiticica, concebeu Nietzsche ao longo da vida. O intuito é operar, com essa investigação, movimentos
sincrônicos e diacrônicos tendo como base de dados as leituras de Nietzsche localizadas na Revista do IHGB e na Revista Americana na Primeira República.
temas: o embate na duração entre o “espírito americano” e as “forças autoritárias” movimentadas desde a colonização; as marcas do processo civilizador e o silenciamento das culturas não-ocidentais; por fim, a sua proposta de união pan-americana. A principal tese deste trabalho é que a História de Rocha Pombo suprime a diferença através de uma proposta de conciliação entre passado e presente, não havendo reparação ante os males da conquista/colonização em prol de um pan-americanismo capitaneado pelos EUA.