Master's thesis by Nathan Gomes

A pesquisa tem como objetivo principal discutir o papel das representações visuais de Maria Quité... more A pesquisa tem como objetivo principal discutir o papel das representações visuais de Maria Quitéria de Jesus (1792?-1853) na formação do imaginário nacional brasileiro. O primeiro capítulo discute a gênese da iconografia da combatente na produção de artistas viajantes britânicos. Os dois capítulos seguintes – que enfeixam a primeira parte do trabalho – discutem os contextos de produção e circulação das imagens de outras heroínas que emergiram no século XIX, como a voluntária da guerra contra o Paraguai (1864- 1870), Jovita Alves Feitosa (1848-1867) e a “mártir” da guerra de independência, Joana Angélica de Jesus (1761-1822). A segunda parte da dissertação abre com um capítulo que analisa o processo de institucionalização do culto cívico a Maria Quitéria entre o fim do Segundo Reinado (1840-1889) e a Primeira República (1889-1930), tendo como objetos de análise um conjunto de ações levadas a cabo pelo Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e o Museu Paulista. O quinto capítulo e último analisa as reelaborações da memória de Maria Quitéria a partir do seu centenário de morte em 1953. Nesse período, houve um espraiamento da imagem da combatente por meio da articulação entre o poder público (governo civil e militares) e setores da sociedade civil. O capítulo conclui analisando a escolha do Movimento Feminino pela Anistia, atuante no fim da ditadura civil-militar (1964-1985), de transformar Maria Quitéria num símbolo da anistia e contra o autoritarismo.
Chapter books by Nathan Gomes
Bahia, 2 de Julho: uma guerra pela Independência do Brasil, 2023
Entre 1823 e 1979, a imagem e a trajetória de Maria Quitéria foram construídas e remodeladas de d... more Entre 1823 e 1979, a imagem e a trajetória de Maria Quitéria foram construídas e remodeladas de diferentes maneiras e atendendo a objetivos distintos, a depender da conjuntura em que essas apropriações ocorriam. Nessa perspectiva de longa duração, é possível apontar que a invenção da sua mitologia foi marcada pelo desejo de construir uma memória da Independência alternativa àquela fixada pela narrativa do “grito do Ipiranga” em 7 de setembro de 1822.
Uma história do Brasil, 2022
Programada para a reabertura do Museu do Ipiranga em 2022, a exposição Uma História do Brasil mos... more Programada para a reabertura do Museu do Ipiranga em 2022, a exposição Uma História do Brasil mostra o verdadeiro "teatro da memória" realizado por Afonso Taunay por ocasião das comemorações do centenário do Museu, em 1922. Os artigos deste livro apresentam diferentes aspectos de sua concepção. Já em seu título, parte-se da compreensão que essa é apenas uma das versões possíveis para narrar a história do Brasil, e que é bastante questionada atualmente.
Articles by Nathan Gomes

MODOS: Revista de História da Arte, 2022
Entre 1885 e 1887, Antônio Firmino Monteiro pintou no seu ateliê parisiense "Joana Angélica ou a ... more Entre 1885 e 1887, Antônio Firmino Monteiro pintou no seu ateliê parisiense "Joana Angélica ou a mártir da Independência", que foi apresentada tão logo retornou ao Brasil, em exposições no Rio de Janeiro e em Salvador. O artigo examina aspectos relativos aos contextos de produção, circulação, recepção crítica e aquisição da tela. O trabalho também analisa a escolha do tema do martírio cívico, visando a entender como Firmino Monteiro articulou um programa iconográfico ligado aos temas históricos enquanto manuseava códigos-chave da cultura visual cristã. A pesquisa busca ainda compreender como a representação da morte da heroína da Independência do Brasil na Bahia se inseria no projeto de afirmação de Firmino Monteiro enquanto um pintor de história no final do século XIX. Por fim, faz alguns apontamentos acerca da recepção dessa imagem de Joana Angélica no contexto do culto cívico-religioso dedicado a ela na Bahia.
Revista de História da Arte e da Cultura, 2021
As imagens de voluntárias da pátria, vivandeiras e enfermeiras, atuantes na guerra contra o Parag... more As imagens de voluntárias da pátria, vivandeiras e enfermeiras, atuantes na guerra contra o Paraguai, constituem fontes inestimáveis para compreender as estratégias e os modos pelos quais mulheres de distintos estratos sociais e raciais atuaram na esfera pública na segunda metade do século XIX no Brasil. O artigo analisa um conjunto de fotografias, pinturas e litografias, além de correspondências e artigos publicados na imprensa, como fontes que testemunham uma movimentação discreta, mas expressiva, da conquista do espaço público pelas mulheres.
Revue Interdisciplinaire de Travaux sur les Amériques, 2019
O artigo tem como objetos de análise os retratos de Maria Quitéria de Jesus, mulher que combateu ... more O artigo tem como objetos de análise os retratos de Maria Quitéria de Jesus, mulher que combateu tropas portuguesas na Guerra de Independência do Brasil. As obras foram produzidas por Augustus Earle em 1824 e por Domenico Failutti em 1920. Discutiremos os modos pelos quais essas imagens suscitam problemas de gênero e etnicidade na construção visual da nação brasileira.
Conference proceedings by Nathan Gomes
Actas V Encuentro de Jóvenes Investigadores en Teoría e Historia de las Artes, 2022
O retrato. Teoria, prática e ficção. De Francisco de Holanda a Susan Sontag, 2022
O artigo analisa um conjunto de retratos fotográficos de Jovita Alves Feitosa (1848-1867), volunt... more O artigo analisa um conjunto de retratos fotográficos de Jovita Alves Feitosa (1848-1867), voluntária brasileira da guerra contra o Paraguai (1864-1870), considerando aspectos relativos à produção, circulação e consumo dessas cartes-de-visite. Imagens que operaram como instrumentos de propaganda para a guerra. Polissêmicas, revelam também um processo de redefinição da cidadania feminina no Brasil.
Actas del IV Encuentro de Jóvenes Investigadores en Teoría e Historia de las Artes, 2020
El artículo reconstruye la conformación y circulación del retrato de la heroína brasileña Maria ... more El artículo reconstruye la conformación y circulación del retrato de la heroína brasileña Maria Quitéria en el marco de los procesos de independencia y consolidación nacional. En su narración, se cruzan aspectos vinculados con la caracterización de la retratada como mujer y militar en relación con las tensiones suscitadas en torno a su representación problematizada mediante el concepto de “actos performativos” de Judith Butler.
Anais do XVI Encontro de História da Arte da Unicamp, 2020
Comunicação apresentada no XIV Encontro de História da Arte da Unicamp, 2019. Aborda os retratos ... more Comunicação apresentada no XIV Encontro de História da Arte da Unicamp, 2019. Aborda os retratos de Maria Quitéria de Jesus, combatente na Guerra de Independência na Bahia, produzidos por artistas viajantes britânicos na década 1820. O trabalho busca demonstrar como a participação britânica na independência do Brasil se estendeu também à produção de uma iconografia heroicizante e nacionalista, que pudesse narrar visualmente o processo de emancipação brasileira.
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