Marcello Peres Zanfra

Universidade de São Paulo, FFLCH - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Former doctorate student

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Doutor em Letras Clássicas (FFLCH/USP), com o estudo das práticas retóricas de recepção e legitimação empregadas por São Jerônimo sobre a vida e obra de Públio Terêncio Afro.

Mestre em Letras pela FFLCH/USP desde 2018, com a tradução e análise interpretativa da comédia "Adelfos" de Terêncio. Também Bacharel e Licenciado no mesmo curso pela FFLCH e FEUSP, respectivamente, em 2015.

Desde a iniciação científica, desenvolve pesquisas sobre comédia latina, sua recepção por autores cristãos e sua tradução para o português brasileiro contemporâeno, lidando com obras de Plauto e, sobretudo, Terêncio. Tem artigos e capítulos de livros publicados no campo das letras clássicas, da tradução do latim e da filosofia e metodologia do ensino de literatura canônica para o ensino médio.

É um dos autores da obra "Histórias em Língua Geral da Amazônia" (2018), organizado por Eduardo Navarro e Marcel Twardóvski Ávila, com tradução de fábula de Fedro do latim para o Nheengatu.

Está no prelo a publicação do livro "Os Adelfos de Terêncio em estudo e tradução: uma comédia de pais e irmãos", pela editora Appris, com previsão de lançamento para agosto de 2021.

Formado também em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Professor concursado das disciplinas de Linguagem, Trabalho e Tecnologia e Língua Portuguesa, Literatura e Comunicação Profissional no Centro Paula Souza.

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Papers by Marcello Peres Zanfra

Jerome’s persona satirica and the Reception of Terence’s Comedy

Vulgata in dialogue: a biblical online review, 2023

This paper discusses the traditional label of satiricus that has been applied to Jerome’s l... more This paper discusses the traditional label of satiricus that has been applied to Jerome’s literary persona through the centuries because of his inquisitive and moralizing posture through laughter in many texts. We propose an alternative interpretation that suggests that his well-humoured criticisms, intended to moralize society, often reflect another literary genre: that of comedy. Through the analysis of three cases of Jerome’s reception of, and intertextuality with, Terence, we show that being compared to a comic writer and to the specific model of Terence can be supported by Jeromian texts. Terence, in fact,ranks as a moralizer and one of the four greatest poets from Antiquity. Indeed, according to its reception in Jerome’s texts, the specific “Terentian way of writing” seems more elevated and softer for correcting society than the approach of a satirist who might be excessive and hurtful. So, the theatrum mundi common-place is present in many works of our writer: the world is pictured as like a vicious comic stage that must be morally fixed by an author who, despite being a Christian, recreates the ludic comic mechanism to defend his opinion and provoke his readers to avoid being as ridiculous as comic characters.

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Horácio Sat. 1.4, a comédia de Terêncio e a filiação do gênero satírico

O presente artigo consiste na analise e interpretacao da satira 1.4 de Horacio tomando-a em persp... more O presente artigo consiste na analise e interpretacao da satira 1.4 de Horacio tomando-a em perspectiva com as tres primeiras do livro. Nossa leitura e que 1.4 sintetiza, num momento programatico e de definicao da genealogia da, satira, questoes poeticas e tematicas trazidas anteriormente. Nesse processo, Horacio se distancia de Lucilio e de seu modelo de repreensao dos vicios, a comedia antiga, adotando como modelo a comedia nova - fabula palliata - por ser coerente com sua persona construida em 1.4 que tem interesse em expor os vicios universais humanos em personagens tipificados e sem o riso excessivo. Por fim, Horacio adota Terencio como modelo comico para sua satira, por meio da representacao de seu pai emulando Demea, de Adelphoe . Gracejando na satira sobre os defeitos do mundo e de si mesmo, Horacio adota um riso menos invectivo e mais anodino que permite ao satirista demonstrar maior consciencia sobre os vicios humanos.

A educação dos jovens entre a liberdade e a autoridade: reflexões pedagógicas sobre "Os Adelfos" de Terêncio

A educação em verso e reverso: dos aportes normativos aos aspectos operacionais - 5, 2021

This paper intends to make an analysis of the structure of the play and the feature of the main c... more This paper intends to make an analysis of the structure of the play and the feature of the main characters from the comedy Adelphoe, presented by Terence in Rome in 160 B.C.E. Through a careful and comparative textual analysis, this text is dedicated as well to the resemblances between the educational thoughts of the comedy with modern theories about education, like those in the works of Hannah Arendt, particularly, about the freedom, authority and unpredictability of the educational process. Dealing with parental and fraternal confl icts, Adelphoe is constructed upon, among other subjects, the best way for raising a son, by control and severity, or by confi dence and relative freedom. We shall demonstrate also, dealing with a comic play, and not a philosophical treatise, that the risible, human and fl awed aspects, essential to the genre and to the author, can’t be forgotten. Indeed, the mix of these levels comic and pedagogical levels leads to new possibilities of interpretations that highlight the imperfection of the educational process, and the need for a balance between severity and freedom.

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The moral education through laughing in St. Jerome: a case study about the reception of Terence’s Eunuchus, v. 251-252 in the Epistle 22.

Academia Letters, 2021

Many of Jerome's epistles represent a didactical relationship between himself and those less vers... more Many of Jerome's epistles represent a didactical relationship between himself and those less versed in the Christian thought. In several of these occurrences, the author satirically[1] paints a portrait of a corrupt society that his pupils should avoid or even, by the example of his own moral strength, reform. Thus, in this really short article, I intend to show a case study about how this Christian moralizing program of St. Jerome's letters uses the reception of Roman comedy as pleasurable instrument.[2] These aspects might help us to look closely at how Jerome uses Terence in his Christian moral texts, a controversial practice in his time, according to his Apologia and other writings. Jerome's Epistle 22 always received special attention by the scholars and by the author himself, who published it separately. It was conceived as a libellus that would put him in a position of moral mentor, and of a champion of the ascetic way of life. Dedicated to Eustochium, but aiming at a wider audience, the letter instructed how a noble woman should preserve her virginity in a society that, according to Jerome, would try to make her fail to do so. Neil Adkin, in a brief footnote in his article,[3] writes that, in Ep. 22.24.1, Jerome would be making a reference to Eun. 251-3. However, he doesn't offer further explanations or interpretations, things that we propose to do here.[4] In fact, in another paper, he discusses this use of the comedy's verses, but only from a rhetorical point of view, even saying that Jerome didn't care for the place from where the lines he quoted were taken.[5] Let's start with Eun. V. 251-253: Whatever they say, I make a compliment, if they say the opposite, I make a compliment again. If they say "no", I say "no" too, If they say "yes", I say "yes" as

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Cânone, tradição e responsabilidade do professor: uma abordagem pela perspectiva de Hannah Arendt

Literatura e Autoritarismo, 2015

O propósito desse artigo é refletir sobre a noção de cânone literário, sobretudo a partir de cons... more O propósito desse artigo é refletir sobre a noção de cânone literário, sobretudo a partir de considerações de Roberto Reis, Idelber Avelar e Harold Bloom pela perspectiva da pensadora alemã Hannah Arendt, considerando suas reflexões a respeito de como a tradição e o mundo público se relacionam com o sentido da educação e a utilização do cânone em sala de aula. Dentro dessa perspectiva, o cânone pode ser uma ferramenta de estudo do passado e da tradição, desde que não se torne algo que planifique a visão de mundo e anule a pluralidade de visões que são a marca essencial do mundo público arendtiano. A tradição como centro do processo educativo não significa sua reprodução acrítica, mas impedir que caia no esquecimento a fim de que os estudantes não se vejam entregues, unicamente, a suas próprias possibilidades e ferramentas. Nesse sentido, a responsabilidade do professor, por sua abordagem do texto, tem um papel central.

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"Os Adelfos" de Terêncio segundo o "De Ira" de Sêneca: uma "tragicomédia" da ira

CODEX - Revista de Estudos Clássicos, 2019

O presente artigo busca apontar pontos convergentes entre a reflexão filosófica sobre a paixão da... more O presente artigo busca apontar pontos convergentes entre a reflexão filosófica sobre a paixão da ira pela perspectiva de Sêneca em seu tratado e a caracterização cômica desse vício na comédia Os Adelfos de Terêncio. Guiados pela teorização senequiana, Dêmea, um pater iratus típico, é imediatamente associado ao vício da ira, porém o mesmo tratado possibilita que entendamos Micião como alguém atingido por esse páthos, afinal, quando secundária a outros vícios, diz Sêneca, a ira pode ser momentaneamente escondida ou se manifestar de formas menos estridentes. A leitura de um Micião iracundo e orgulhoso elucida o término da peça, uma vez que Micião, que tinha uma atitude relativamente positiva para educar seu filho, vê-se abandonado por ele ao encerramento da comédia. Entendendo o senex como alguém preso à ira, sentimento que nada traz além de destruição, clareia-se sua criação de uma persona leniente e arrogante para lidar com o irmão, o que desperta o desejo de vingança neste. Dotado de uma falha pontual que o faz perder tudo, Micião, de certa forma, assemelha-se a uma personagem trágica apropriada às tragédias de Sêneca, num registro cômico menor.

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Horácio Sat. 1.4, a comédia de Terêncio e a filiação do gênero satírico

PHAOS - Revista de Estudos Clássicos da UNICAMP, 2017

O presente artigo consiste na análise e interpretação da sátira 1.4 de Horácio tomando-a em persp... more O presente artigo consiste na análise e interpretação da sátira 1.4 de Horácio tomando-a em perspectiva com as três primeiras do livro. Nossa leitura é que 1.4 sintetiza, num momento programático e de definição da genealogia da sátira, questões poéticas e temáticas trazidas anteriormente. Nesse processo, Horácio se distancia de Lucílio e de seu modelo de repreensão dos vícios, a comédia antiga, adotando como modelo a fabula palliata – apropriação criativa romana do legado da comédia nova grega – por ser coerente com sua persona construída em 1.4, que tem interesse em expor os vícios universais humanos em personagens tipificados e sem o riso invectivo. Por fim, Horácio adota Terêncio como modelo cômico para sua sátira, por meio da representação de seu pai emulando Dêmea, de Adelphoe. Gracejando na sátira sobre os defeitos do mundo e de si mesmo, Horácio adota um riso menos invectivo, que permite ao satirista demonstrar maior consciência sobre os vícios humanos.

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Novas Armas e Barões Assinalados: épica camoniana e possibilidades de ensino no século XXI

MELPE - Revista de Metodologia de Ensino de Línguas Portuguesa e Estrangeiras, 2018

O presente trabalho visa a refletir sobre o ensino da poesia épica de Luís de Camões, Os Lusíadas... more O presente trabalho visa a refletir sobre o ensino da poesia épica de Luís de Camões, Os Lusíadas, no primeiro ano do ensino médio de uma escola da rede estadual de São Paulo e como as referências contemporâneas trazidas pelos alunos podem auxiliar em seu ensino e aprendizado. Para tanto, foram acompanhadas três turmas de primeiro ano por três meses e desenvolvido um projeto de ensino que contemplou as especificidades do gênero poético de Camões e os temas de Os Lusíadas. O eixo temático que permitiu a aproximação com o universo dos alunos foi a noção de heroísmo à época do poema e atualmente. A experiência de projeto no estágio demonstrou que o uso das referências contemporâneas dos alunos é um importante instrumento de ensino da literatura canônica e de desenvolvimento do senso crítico dos estudantes.

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Jerome’s persona satirica and the Reception of Terence’s Comedy

Vulgata in dialogue: a biblical online review, 2023

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Horácio Sat. 1.4, a comédia de Terêncio e a filiação do gênero satírico