Papers by Luísa Valentini
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Dec 31, 2022
No presente número do Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, damos continuida... more No presente número do Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, damos continuidade à publicação do dossiê "Antropologia, arqueologia e linguística no Alto Xingu", com seis artigos, de autoria de Autaki Waurá, Emilienne

Jornal de Psicanálise, Dec 1, 2016
Quem lê em 2017 o ensaio "Psicanálise do cafuné" atravessa um caminho intenso de familiaridades, ... more Quem lê em 2017 o ensaio "Psicanálise do cafuné" atravessa um caminho intenso de familiaridades, estranhamentos e inquietações que, quase oitenta anos após a redação original, se mantêm oportunos tanto para as ciências sociais quanto para a psicanálise. Sua republicação no Jornal de Psicanálise nos oferece, assim, um ponto de contato por onde podemos ver se formarem as faíscas desta espécie de eletricidade estática produzida em encontros diferenciais. O texto de Roger Bastide se constrói, a título de exploração metodológica, numa conjunção corajosa de encontros tensos. O recorte por ele proposto põe em circuito, entre outras polaridades, as dos afetos e erotismos europeus e tropicais, de metrópole e ex-colônia, e do pensamento do século XX com a memória da escravidão. No próprio instrumental do autor e no contexto de escrita deste ensaio, é possível distinguir ainda o manejo de outros pares assimétricos: não só da psicanálise com as ciências sociais; mas também de ambas, gestadas numa Europa industrializada e burguesa, com o Brasil, sua diversidade e seus impasses; e, por que não, do homem observador com as mulheres cujos afetos, embora já distantes no tempo, o mobilizam de modo sensível. Os leitores do texto não terão dificuldade de perceber nele ainda mais cintilações e trocas, cuja listagem seria um exercício fútil diante da sua potência. Vale, contudo, passearmos um pouco pelas inquietações de estranhamento e de familiaridade produzidas em nosso próprio encontro com a cena aí armada, pois elas se situam em lugares inesperados e, por isso mesmo, reveladores. O cafuné esmiuçado por Bastide não é bem aquele que experimentamos hoje e trocamos regular e prazerosamente entre familiares, amigos e namorados. O cafuné de Bastide é, antes de tudo, um cafuné estranho. Trata-se de um cafuné histórico e sociológico, tanto pelo seu contexto bem demarcado, o das fazendas do Brasil colonial, quanto pela sua construção como objeto, quase desprovida de densidade sensorial. Quem já recebeu, recebe e faz cafunés contemporâneos chega a se indagar indiscretamente do contato do próprio Bastide com esse carinho, o prazer do toque no couro cabeludo e do entregar-se ao colo e às mãos de alguém. O distanciamento sociológico e a estratégia de se tratar o cabelo e a cabeça como símbolos fálicos, a remissão à funcionalidade prática de catação de piolhos -que é hoje, para nós mesmos, uma experiência distante -parecem um acesso muito mediado a uma experiência que nos é muito direta,
VALENTINI, L. Archives of the future: relations, pathways and tendance in the preliminary arrange... more VALENTINI, L. Archives of the future: relations, pathways and tendance in the preliminary arrangement of the personal files of anthropologists. Tese (Doutorado).
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas

Review about Koch, Gisela Cánepa e Ingrid Kummels (org.). 2018. Fotografia en América Latina: imá... more Review about Koch, Gisela Cánepa e Ingrid Kummels (org.). 2018. Fotografia en América Latina: imágenes e identidades a través del tiempo y el espacio. Lima: Instituto de Estudios Peruanos. Edited in English as: Photography in Latin America: Images and Identities Across Time and Space. Bielefeld: transcript, 2016. Fotografia en América Latina (2018), the book edited by Gisela Cánepa Koch and Ingrid Kummels, gathers a series of articles regarding different photographic collections produced in Latin American contexts, and the relations embedded in producing each of them. The book offers a panoramic view of the proximity and gaps among different historical periods, different perspectives provided by anthropologists and their research collaborators through time, and different traditions of Latin American cultural and anthropological studies.Resenha de Cánepa Koch, Gisela e Ingrid Kummels, orgs. 2018. Fotografía en América Latina: imágenes e identidades a través del tiempo y el esp...
Humanas e Humanidades; resumos, 2006
Propriedades em Transformação: Abordagens Multidisciplinares sobre a Propriedade no Brasil, 2018

Revista De Antropologia, 2012
Agosto de 2011 foi um mes memoravel para a antropologia brasileira. Seis diferentes universidades... more Agosto de 2011 foi um mes memoravel para a antropologia brasileira. Seis diferentes universidades, espalhadas por todo o pais, receberam o antropologo norte-americano Roy Wagner. Passando por Belo Horizonte, Manaus, Florianopolis, Rio de Janeiro, Brasilia e Sao Paulo, Wagner realizou conferencias sobre temas variados e participou de debates, alguns deles contando com a presenca de indios brasileiros. Na UFAM, em Manaus, integrou uma mesa com tres intelectuais indigenas: Bonifacio Baniwa, Joao Paulo Tukano e Higino Tuyuka, todos eles habitantes do alto Rio Negro. No Museu Nacional, no Rio de Janeiro, participou de um debate com Davi Kopenawa Yanomami e Mauricio Ye’cuana, ambos da organizacao Hutukara (Roraima).1 Nas duas ocasioes, Wagner teve a oportunidade de discutir aspectos fundamentais das cosmologias indigenas ao abordar temas como mitologia e xamanismo, fazendo jus ao carater dialogico que povoa seus escritos.
Campos - Revista de Antropologia, 2018
Lévi-Strauss fala sobre o uso de fichas e fichários como artefatos mediadores de sistematizações... more Lévi-Strauss fala sobre o uso de fichas e fichários como artefatos mediadores de sistematizações antropológicas desde a sua vinda a São Paulo em 1935 até a fundação do Laboratório de Antropologia Social em 1960. Suas diferentes figurações deste artefato de papel oferecem uma perspectiva rica sobre a produção do saber antropológico, de suas modalidades de hipotetização e teste, e de sua institucionalidade, e figuram a ele, reciprocamente, não apenas como grande autor, mas como homem de instituição. Uma aproximação à noções peircianas de signo e de abdução permite, ainda, vislumbrar uma abordagem genética sobre o conhecimento antropológico, e convidar à consideração do uso de artefatos de papel na produção da evidenciação e do rigor na disciplina.
Cadernos de Campo (São Paulo 1991), 2018
Neste texto, Roger Bastide elabora uma análise sobre a noção de pessoa em África e suas bases fil... more Neste texto, Roger Bastide elabora uma análise sobre a noção de pessoa em África e suas bases filosóficas, estabelecendo comparações com o Ocidente e suas formas filosóficas de pensar identidade e alteridade.
Ponto Urbe, 2015
Revista do núcleo de antropologia urbana da USP 17 | 2015
Review about Koch, Gisela Canepa e Ingrid Kummels (org.). 2018. Fotografia en America Latina: ima... more Review about Koch, Gisela Canepa e Ingrid Kummels (org.). 2018. Fotografia en America Latina: imagenes e identidades a traves del tiempo y el espacio. Lima: Instituto de Estudios Peruanos. Edited in English as: Photography in Latin America: Images and Identities Across Time and Space. Bielefeld: transcript, 2016. Fotografia en America Latina (2018), the book edited by Gisela Canepa Koch and Ingrid Kummels, gathers a series of articles regarding different photographic collections produced in Latin American contexts, and the relations embedded in producing each of them. The book offers a panoramic view of the proximity and gaps among different historical periods, different perspectives provided by anthropologists and their research collaborators through time, and different traditions of Latin American cultural and anthropological studies.
Jornal de Psicanálise, 2016
Comentário ao texto "Psicanálise do cafuné", de Roger Bastide, republicado em 2016 pelo Jornal de... more Comentário ao texto "Psicanálise do cafuné", de Roger Bastide, republicado em 2016 pelo Jornal de Psicanálise.

Anais da VI REACT, 2017
O recurso a artefatos digitais de documentacao esta hoje disseminado entre antropologos, seus int... more O recurso a artefatos digitais de documentacao esta hoje disseminado entre antropologos, seus interlocutores de pesquisa e no poder publico, e a publicizacao de documentos a partir de recentes legislacoes nacionais suscita novas redes de producao e de circulacao que incidem diretamente sobre a garantia de direitos e sobre a nossa etica e procedimentos de pesquisa. As peculiaridades dessas redes emergentes de producao e circulacao de documentos tambem suscitam questoes de grande importância para pensarmos as outras modalidades de producao e concepcao da memoria e do esquecimento junto as quais operamos e produzimos o conhecimento antropologico: a extensao do acesso a informacao, as eticas do silencio articuladas pelas interlocutores, o recurso da memoria na construcao da politica, as novas modalidades de desaparecimento e de publicizacao de dados sigilosos ou sensiveis? Este Seminario Tematico pretende reunir pesquisadores as voltas com questoes tecnicas, eticas, esteticas e politica...
History of Anthropology Newsletter, 2018
Campos - Revista de Antropologia, 2018
Lévi-Strauss fala sobre o uso de fichas e fichários como artefatos mediadores de sistematizações... more Lévi-Strauss fala sobre o uso de fichas e fichários como artefatos mediadores de sistematizações antropológicas desde a sua vinda a São Paulo em 1935 até a fundação do Laboratório de Antropologia Social em 1960. Suas diferentes figurações deste artefato de papel oferecem uma perspectiva rica sobre a produção do saber antropológico, de suas modalidades de hipotetização e teste, e de sua institucionalidade, e figuram a ele, reciprocamente, não apenas como grande autor, mas como homem de instituição. Uma aproximação à noções peircianas de signo e de abdução permite, ainda, vislumbrar uma abordagem genética sobre o conhecimento antropológico, e convidar à consideração do uso de artefatos de papel na produção da evidenciação e do rigor na disciplina.
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Papers by Luísa Valentini
processo – parece se desdobrar no pensamento de Pedro Agostinho
como um conceito-matriz, articulando de modo decisivo o itinerário, os
interesses, e as práticas de conhecimento desenvolvidos por esse antropólogo e professor da Universidade Federal da Bahia. As inflexões dessa noção, observadas a partir do trabalho sobre o Fundo Pedro Agostinho, em processo de doação à UFBA, permitem-nos reconhecer dimensões importantes dos horizontes e da prática da etnologia dos povos ameríndios no Brasil desde a década de 1960, bem como uma inclinação e um estilo pessoais no ofício antropológico.