Papers by Karen Torres da Rosa

A presente dissertação tem como objetivo analisar em que medida os documentos com características... more A presente dissertação tem como objetivo analisar em que medida os documentos com características testamentárias da Gália merovíngia refletem estratégias de transmissão de bens, ou seja, as ações planejadas pelos testadores para definir o caminho que devem tomar seus bens após sua morte, no reino merovíngio entre os séculos VI e VIII. A transmissão de bens é um ato importante da vida em sociedade. Para estudá-la, são analisados 12 testamentos do período, ou seja, todos os que sobreviveram até os dias de hoje, além da fórmula 17 do livro II do Formulário de Marculfo, que variam tanto no tempo quanto no espaço. A princípio, essa análise nos ajuda a visualizar as semelhanças entre os testamentos laicos e episcopais. Assim, podemos nos aproximar da compreensão dessas práticas legais no período, bem como da organização dos grupos sociais. A análise dessa documentação com o auxílio da historiografia é importante para que também notemos as variações dos testamentos ao longo do tempo e do e...
O artigo lanca um olhar sobre a Vida de Sao Cesario , inserindo-a nas estrategias de transmissao... more O artigo lanca um olhar sobre a Vida de Sao Cesario , inserindo-a nas estrategias de transmissao de bens e salvaguarda dos bens episcopais e da diocese de Arles na familia vinculada ao Mosteiro de Sao Joao. Tal problematica auxilia na compreensao da importância do mosteiro como espaco de transmutacao dos lacos consanguineos em espirituais, capazes de tornar o mosteiro e suas monjas herdeiros legitimos do bispo Cesario. Neste sentido, o artigo tambem fornece uma reflexao sobre como a autoridade episcopal se fortalece pela posse de bens e aproximacao com fundamentos monasticos.
Anais do Colóquio de História Medieval LEME/UFMG, 2013
Devido ao aumento do interesse da historiografia a partir da segunda metade do século XX questões... more Devido ao aumento do interesse da historiografia a partir da segunda metade do século XX questões que envolviam bens na Idade Média, há, consequentemente, um maior interesse pelos testamentos merovíngios. Esta apresentação terá por objetivo discutir como os testamentos, em especial os episcopais, eram utilizados para essas transmissões de bens para notar, assim, quais eram as relações do bispo com esses bens. Para isso, será analisado o testamento do bispo Cesário de Arles, de meados do século VII. Neste podemos notar certa ambiguidade nas relações do testador com os bens discriminados no documento, uma vez que não são explicitadas essas relações ou mesmo se esses bens pertenciam ao bispo ou à Igreja.

Anais do Workshop "Perspectivas de Estudo em História Medieval no Brasil", 2012
RESUMO A historiografia preocupa-se desde o século XIX com a compreensão das relações de poder na... more RESUMO A historiografia preocupa-se desde o século XIX com a compreensão das relações de poder na Idade Média, sendo que a partir de meados do século XX os historiadores passaram a considerar o acúmulo de bens como uma forma de poder. Isso permitiu que as relações do episcopado e da Igreja com seus bens fossem discutidas como relações de poder. Assim, este será o objeto de estudo deste trabalho que analisará e comparará dois testamentos episcopais: o de Cesário de Arles, da metade do século VI, e o de Bertrand de Mans, de 616. Relacionar esses dois documentos e os Concílios Merovíngios também será imprescindível, uma vez que são encontrados vários cânones que pretendem normatizar o tratamento dado pelos bispos aos bens, referindo-se, em grande parte, à proteção dos bens eclesiásticos. Dessa forma, o foco estará na compreensão da existência ou não de conflitos em torno dos bens, auxiliado pelo estudo do problema da ambiguidade das relações entre os bens dos bispos e das igrejas, ou seja, por aquele em que há a preocupação com uma separação entre tais bens.

Anais Eletrônicos do IX Encontro Internacional de Estudos Medievais: O Ofício do Medievalista, 2011
O campo de estudos sobre os bens na Idade Média tem se desenvolvido bastante nas últimas décadas.... more O campo de estudos sobre os bens na Idade Média tem se desenvolvido bastante nas últimas décadas. Isso se deve ao interesse de alguns historiadores que, na metade do século XX, passaram a discutir e debater afirmações feitas por autores do século XIX, como Fustel de Coulanges. Até então, elas não haviam sido problematizadas. Estas afirmações sobre a Idade Média eram baseadas em pressupostos modernos e partiam da idéia de que o poder só poderia ser adquirido pela autoridade pública. A partir dos estudos sobre a relação entre a propriedade e a Igreja 1 , realizados com o auxílio de documentos eclesiásticos 2 , encontra-se uma questão pertinente ao estudo das estruturas de poder do período: da ambigüidade das relações entre os bens dos bispos e das igrejas. Na Gália dos séculos VI e VII, essa questão é bastante confusa para o historiador que, ao analisar os documentos provenientes deste lugar e período, encontra divergências e semelhanças.
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