Artigos e capítulos de livros by Gustavo Velloso
[Capítulo de livro publicado em 2021] In: Manuel F. Fernández Chaves & Rafael M. Pérez García (co... more [Capítulo de livro publicado em 2021] In: Manuel F. Fernández Chaves & Rafael M. Pérez García (coordinadores). Tratas atlánticas y esclavitudes en América, siglos XVI-XIX. Sevilla: EUS, 2021, p. 271-188.

Revista Historia de América, 2020
[Artigo publicado em 2020] O objetivo central do presente artigo é discutir o papel fundante e es... more [Artigo publicado em 2020] O objetivo central do presente artigo é discutir o papel fundante e estrutural que a exploração do trabalho indígena desempenhou na formação histórica da região de São Paulo, fronteira colonial da América Portuguesa. Partindo de um balanço historiográfico sobre o problema, cinco episódios históricos concretos (extraídos de documentos tais como cartas de missionários, pleitos judiciais e registros parlamentares) serão expostos e apresentados como representativos de uma variedade de situações conjunturais peculiares que, não obstante, podem ser lidos como momentos de um mesmo processo de longa duração: a proliferação e permanência do trabalho compulsório indígena nos mecanismos regionais de reprodução social. Com base em uma demarcação conceitual até agora não explorada pela historiografia americanista (a qual procura distinguir as categorias de “regime”, “sistema” e “modalidade” de trabalho), sugere-se uma periodização da história colonial paulista tendo como critério privilegiado os diferentes padrões de emprego do braço indígena. Conclui-se que a escravidão indígena em São Paulo teria sido uma espécie de instituição “elástica” que, ao longo de quatro séculos de história, sofreu inúmeras transformações de ordem jurídica, política e social, mas que nunca deixou de apresentar-se como parte integrante das relações hegemônicas de sociabilidade na região.

[Artigo publicado em 2018] O artigo procura contribuir para o conhecimento e a difusão do conteúd... more [Artigo publicado em 2018] O artigo procura contribuir para o conhecimento e a difusão do conteúdo e das ideias contidas nos assim chamados “Cadernos Etnológicos” de Karl Marx, que apenas nos últimos anos se tornaram objeto de atenção por parte de alguns antropólogos e historiadores brasileiros. O leitor encontrará nas páginas que seguem tanto uma apresentação panorâmica quanto uma interpretação circunstanciada das anotações marxianas sobre a obra prima de um dos mais notáveis e conhecidos homens eruditos de sua época: o banqueiro e cientista britânico John Lubbock. Expressivas de um momento em que a disciplina antropológica dava os primeiros passos rumo à consolidação de sua autonomia frente aos estudos históricos e às ciências naturais, as notas de Marx sobre Lubbock (produzidas em 1882) apontam para os limites da razão evolucionista então vigente e sugerem, direta ou indiretamente, uma consciência concreta e transformadora sobre a historicidade das formações sociais não capitalistas.
[Artigo publicado em 2011, em co-autoria com Eni Samara]
O presente trabalho propõe uma discussão... more [Artigo publicado em 2011, em co-autoria com Eni Samara]
O presente trabalho propõe uma discussão acerca da listagem da população paulista produzida em 1729, por ocasião da cobrança do Donativo Real, como fonte possível para o estudo da escravidão colonial na região concernente à cidade de São Paulo e seu termo. Sem escapar do tema norteador da análise – o processo de substituição da mão de obra escrava indígena pela africana busca-se, em primeiro lugar, apontar as perspectivas de trabalho que esta fonte documental oferece e, em segundo, propor uma interpretação que considere não apenas aquelas informações inscritas em suas páginas, mas também os silêncios e as omissões produzidos por seus autores.
[Artigo publicado em 2015, em co-autoria com Carlos Zeron]
O artigo pretende lançar luz sobre uma... more [Artigo publicado em 2015, em co-autoria com Carlos Zeron]
O artigo pretende lançar luz sobre uma fonte documental, pouco estudada pela historiografia, que reporta e analisa a situação dos indígenas que trabalhavam no colégio dos jesuítas em São Paulo: o “Memorial” escrito pelo Padre Luigi Vicenzo Mamiani, S.J., em visita àquele colégio por volta de 1700. Após situá-lo em seu particular contexto social, demográfico e intelectual, apresentamos resumida e criticamente sua matéria, explorando algumas aberturas analíticas possíveis. Destacamos existir no texto um uso particular de categorias de cunho temporal para caracterizar e intervir sobre as estruturas materiais da região paulista e, junto a isso, uma vinculação peculiar entre economia, moral e religião. A transcrição da fonte documental segue apensa, ao final do trabalho.
Resenhas by Gustavo Velloso
[Resenha publicada em 2023] GIUDICELLI, Christophe & HAVARD, Gilles (eds.). Les révoltes indienne... more [Resenha publicada em 2023] GIUDICELLI, Christophe & HAVARD, Gilles (eds.). Les révoltes indiennes : Amériques, XVIe-XXIe siècle. Paris: Les Indes Savantes, 2021.
[Resenha publicada em 2017] MARX, Karl. Os Despossuídos. São Paulo: Boitempo, 2016.
[Resenha publicada em 2013]
ARRUDA, José Jobson de Andrade. São Paulo nos séculos XVI-XVII.
(Cole... more [Resenha publicada em 2013]
ARRUDA, José Jobson de Andrade. São Paulo nos séculos XVI-XVII.
(Coleção História Geral do Estado de São Paulo, v.1.
Coordenação Geral: Marco Antonio Villa). São Paulo:
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/POIESIS, 2011.
[Resenha publicada em 2016]
TIBLE, Jean. Marx Selvagem. São Paulo: Annablume, 2013.
[Resenha publicada em 2016]
GRUZINSKI, Serge. As quatro partes do mundo. São Paulo: Edusp; Edufmg... more [Resenha publicada em 2016]
GRUZINSKI, Serge. As quatro partes do mundo. São Paulo: Edusp; Edufmg, 2014.
Livros autorais e organizados by Gustavo Velloso

[Livro publicado em 2020] Realizado em maio de 2018 no Departamento de História da Universidade d... more [Livro publicado em 2020] Realizado em maio de 2018 no Departamento de História da Universidade de São Paulo, o “Seminário História e Historiografia do Trabalho Escravo no Brasil” contou com a participação de estudiosos de múltiplas vertentes e universidades brasileiras. Seu objetivo foi aproveitar a efeméride dos 130 anos da aprovação da Lei Áurea, que extinguiu oficialmente a escravidão no Brasil, para debater os avanços e êxitos, bem como os impasses e as dificuldades da historiografia produzida desde então sobre a escravidão e sua abolição em nosso país.
Reunindo contribuições de alguns participantes do evento, este livro é, em primeiro lugar, uma pequena amostra das questões fundamentais que norteiam hoje as pesquisas sobre a escravidão no Brasil. É, também, uma tentativa de apontar certos impasses historiográficos e delimitar os campos que ainda necessitam ser melhor investigados. Por último, constitui uma modesta contribuição ao registro do atual estágio de desenvolvimento da pesquisa histórica sobre os temas abordados.

[Livro publicado em 2018]
Prêmios História Social (2016-2017) e Fernão Mendes Pinto (2017)
Os ... more [Livro publicado em 2018]
Prêmios História Social (2016-2017) e Fernão Mendes Pinto (2017)
Os europeus encontraram no sul do continente americano um número considerável de grupos nativos que, a despeito da sua diversidade, compartilhavam semelhantes padrões de assentamento e expectativas relacionadas ao trabalho produtivo, envolvendo os ideais de “esforço conveniente” (na ausência de mercado e trabalho especializado) e “recomeço” – ambas sintetizadas na narrativa tupi-guarani sobre uma terra onde a obtenção de alimentos prescindiria do trabalho humano: yvy marane’ ỹ. Progressivamente, as expectativas daqueles índios foram sendo inviabilizadas pelo estranhamento decorrente de sua incorporação numa complexa estrutura de produção de excedentes de cujos controle, sentido e ritmos de trabalho eles se encontravam, grosso modo, alienados. Tentativas de restabelecimento da situação anterior estavam na origem de suas reações violentas, bem como nas fugas individuais e coletivas que realizaram em momentos cruciais da história colonial paulista.
[Obra coletiva publicada em 2015]
Tese não editada by Gustavo Velloso

[Tese defendida em novembro de 2022, em regime de dupla titulação entre a Universidade de São Pau... more [Tese defendida em novembro de 2022, em regime de dupla titulação entre a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidad de Sevilla (US)]. Em meados do século XVII, uma sublevação indígena de extraordinárias proporções abalou as áreas de ocupação colonial hispânica no centro-sul do Chile, então província do vice-reino do Peru, e desencadeou a ira dos moradores da cidade de Concepción contra as autoridades coloniais instituídas. Naquele tempo, as diferentes comunidades mapuches da região atravessavam o momento crucial de um processo de sociogênese que se expressava na articulação cada vez mais ampla e coesa de laços de aliança política e cooperação guerreira. O Império espanhol, ao contrário, colapsava na esteira do esgotamento de seu antigo modelo de exploração colonial e da ascensão de potências marítimas de novo estilo que começavam a fazer-lhe sombra em meio a um contexto internacional revolucionário. A simultaneidade desses dois movimentos produziu no âmbito local uma crise de sociabilidade e gerou graves impasses para a reprodução da vida na colônia. Foi no interior dessa conjuntura repleta de tensões que milhares de indivíduos com procedências, microetnias, situações jurídicas e ocupações laborais diversas adotaram a alternativa da insurreição conjunta. O presente trabalho se debruça sobre tal acontecimento e procura interpretá-lo em sua complexidade imanente, situando-o na intersecção de um complexo múltiplo e contraditoriamente estruturado de crises sociais.
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Artigos e capítulos de livros by Gustavo Velloso
O presente trabalho propõe uma discussão acerca da listagem da população paulista produzida em 1729, por ocasião da cobrança do Donativo Real, como fonte possível para o estudo da escravidão colonial na região concernente à cidade de São Paulo e seu termo. Sem escapar do tema norteador da análise – o processo de substituição da mão de obra escrava indígena pela africana busca-se, em primeiro lugar, apontar as perspectivas de trabalho que esta fonte documental oferece e, em segundo, propor uma interpretação que considere não apenas aquelas informações inscritas em suas páginas, mas também os silêncios e as omissões produzidos por seus autores.
O artigo pretende lançar luz sobre uma fonte documental, pouco estudada pela historiografia, que reporta e analisa a situação dos indígenas que trabalhavam no colégio dos jesuítas em São Paulo: o “Memorial” escrito pelo Padre Luigi Vicenzo Mamiani, S.J., em visita àquele colégio por volta de 1700. Após situá-lo em seu particular contexto social, demográfico e intelectual, apresentamos resumida e criticamente sua matéria, explorando algumas aberturas analíticas possíveis. Destacamos existir no texto um uso particular de categorias de cunho temporal para caracterizar e intervir sobre as estruturas materiais da região paulista e, junto a isso, uma vinculação peculiar entre economia, moral e religião. A transcrição da fonte documental segue apensa, ao final do trabalho.
Resenhas by Gustavo Velloso
ARRUDA, José Jobson de Andrade. São Paulo nos séculos XVI-XVII.
(Coleção História Geral do Estado de São Paulo, v.1.
Coordenação Geral: Marco Antonio Villa). São Paulo:
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/POIESIS, 2011.
GRUZINSKI, Serge. As quatro partes do mundo. São Paulo: Edusp; Edufmg, 2014.
Livros autorais e organizados by Gustavo Velloso
Reunindo contribuições de alguns participantes do evento, este livro é, em primeiro lugar, uma pequena amostra das questões fundamentais que norteiam hoje as pesquisas sobre a escravidão no Brasil. É, também, uma tentativa de apontar certos impasses historiográficos e delimitar os campos que ainda necessitam ser melhor investigados. Por último, constitui uma modesta contribuição ao registro do atual estágio de desenvolvimento da pesquisa histórica sobre os temas abordados.
Prêmios História Social (2016-2017) e Fernão Mendes Pinto (2017)
Os europeus encontraram no sul do continente americano um número considerável de grupos nativos que, a despeito da sua diversidade, compartilhavam semelhantes padrões de assentamento e expectativas relacionadas ao trabalho produtivo, envolvendo os ideais de “esforço conveniente” (na ausência de mercado e trabalho especializado) e “recomeço” – ambas sintetizadas na narrativa tupi-guarani sobre uma terra onde a obtenção de alimentos prescindiria do trabalho humano: yvy marane’ ỹ. Progressivamente, as expectativas daqueles índios foram sendo inviabilizadas pelo estranhamento decorrente de sua incorporação numa complexa estrutura de produção de excedentes de cujos controle, sentido e ritmos de trabalho eles se encontravam, grosso modo, alienados. Tentativas de restabelecimento da situação anterior estavam na origem de suas reações violentas, bem como nas fugas individuais e coletivas que realizaram em momentos cruciais da história colonial paulista.
Tese não editada by Gustavo Velloso
O presente trabalho propõe uma discussão acerca da listagem da população paulista produzida em 1729, por ocasião da cobrança do Donativo Real, como fonte possível para o estudo da escravidão colonial na região concernente à cidade de São Paulo e seu termo. Sem escapar do tema norteador da análise – o processo de substituição da mão de obra escrava indígena pela africana busca-se, em primeiro lugar, apontar as perspectivas de trabalho que esta fonte documental oferece e, em segundo, propor uma interpretação que considere não apenas aquelas informações inscritas em suas páginas, mas também os silêncios e as omissões produzidos por seus autores.
O artigo pretende lançar luz sobre uma fonte documental, pouco estudada pela historiografia, que reporta e analisa a situação dos indígenas que trabalhavam no colégio dos jesuítas em São Paulo: o “Memorial” escrito pelo Padre Luigi Vicenzo Mamiani, S.J., em visita àquele colégio por volta de 1700. Após situá-lo em seu particular contexto social, demográfico e intelectual, apresentamos resumida e criticamente sua matéria, explorando algumas aberturas analíticas possíveis. Destacamos existir no texto um uso particular de categorias de cunho temporal para caracterizar e intervir sobre as estruturas materiais da região paulista e, junto a isso, uma vinculação peculiar entre economia, moral e religião. A transcrição da fonte documental segue apensa, ao final do trabalho.
ARRUDA, José Jobson de Andrade. São Paulo nos séculos XVI-XVII.
(Coleção História Geral do Estado de São Paulo, v.1.
Coordenação Geral: Marco Antonio Villa). São Paulo:
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo/POIESIS, 2011.
GRUZINSKI, Serge. As quatro partes do mundo. São Paulo: Edusp; Edufmg, 2014.
Reunindo contribuições de alguns participantes do evento, este livro é, em primeiro lugar, uma pequena amostra das questões fundamentais que norteiam hoje as pesquisas sobre a escravidão no Brasil. É, também, uma tentativa de apontar certos impasses historiográficos e delimitar os campos que ainda necessitam ser melhor investigados. Por último, constitui uma modesta contribuição ao registro do atual estágio de desenvolvimento da pesquisa histórica sobre os temas abordados.
Prêmios História Social (2016-2017) e Fernão Mendes Pinto (2017)
Os europeus encontraram no sul do continente americano um número considerável de grupos nativos que, a despeito da sua diversidade, compartilhavam semelhantes padrões de assentamento e expectativas relacionadas ao trabalho produtivo, envolvendo os ideais de “esforço conveniente” (na ausência de mercado e trabalho especializado) e “recomeço” – ambas sintetizadas na narrativa tupi-guarani sobre uma terra onde a obtenção de alimentos prescindiria do trabalho humano: yvy marane’ ỹ. Progressivamente, as expectativas daqueles índios foram sendo inviabilizadas pelo estranhamento decorrente de sua incorporação numa complexa estrutura de produção de excedentes de cujos controle, sentido e ritmos de trabalho eles se encontravam, grosso modo, alienados. Tentativas de restabelecimento da situação anterior estavam na origem de suas reações violentas, bem como nas fugas individuais e coletivas que realizaram em momentos cruciais da história colonial paulista.