Papers by Evelyn Schuler Zea

Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Apr 1, 2008
Busca-se neste artigo um deslocamento teórico da tradução dos antropólogos para a tradução dos na... more Busca-se neste artigo um deslocamento teórico da tradução dos antropólogos para a tradução dos nativos, destacando neste trânsito diferenças menos nos pontos de partida ou de eventual chegada que nas modalidades de aproximação. O marco etnográfico desta escolha é configurado por imagens de pensamento dos Waiwai, em particular da comunidade de Jatapuzinho (RR), onde realizei minhas pesquisas de campo. Constelações culturais tais como a busca dos Waiwai pelos 'povos não-vistos' (enîhni komo), sua noção de 'alma-olho' (yewru yekatî) ou seus rituais em relação a diferentes animais e seus respectivos 'donos' ou 'donos-de-roupas' (ponoyosomo) constituem elaborações ou ensaios (sem deixar de lado as conotações reflexivas) sobre a tradução. Sua descrição motiva a introdução de conceitos como a 'ressonância', a 'redundância' e a 'repetição' (aquela que gera diferenças) e deixa entrever pautas culturais maiores como o 'rodeio' e a 'impropriedade'. A atenção às variações e oscilações do suposto original através de suas diferentes versões se conecta com posições da atual reflexão interdisciplinar sobre a tradução. Entre elas as idéias de Walter Benjamin em torno da sobrevivência do original através da tradução; os efeitos de transformação através da tradução apontados por Jacques Derrida; e a viabilidade, segundo Talal Asad, de traduções culturais que, avançando por outros registros, transbordam o discurso etnográfico clássico. Estas convergências induzem a questionar em que medida a concepção de tradução está ligada à concepção de relação e em que medida uma pode ser repensada a partir da outra.
Ilha Revista de Antropologia, 2011
Ilha Revista de Antropologia, 2010
This article extends the project of cultural reconfiguration proposed by Roy Wagner in, amongst o... more This article extends the project of cultural reconfiguration proposed by Roy Wagner in, amongst other texts, Symbols that Stand for Themselves. It deals, in particular, with the implications involved in attributing to analogy the role of "organizational principal". Through a series of indirections, it calls upon motifs of Saussure, Marx and Wallace Stevens so as to delineate, through contrast, the reach of Wagner's analogical principle. Referring to certain conceptual figures amongst the Waiwai of North Amazonia, certain modes of certainty are shown to extend beyond the genealogy of that principle. On a supplementary note, it questions the "illusion of having" as the submerged part of the will of a principle.

, during a period of fieldwork in Northern Amazonia. The telephone rings in the public phone boot... more , during a period of fieldwork in Northern Amazonia. The telephone rings in the public phone booth that has recently been installed in Anauá, a Waiwai village close to the border between Brazil and Guyana.[1] It rings loudly many times, but nobody stops to pick it up. A Waiwai man passes by, then another one; none shows the slightest interest. The phone continues to ring until a child finally approaches and picks it up. I am watching this scene from an outhouse close to the umana, the Waiwai ceremonial house and collective meeting place. I imagine the probable reaction of the employees that brought the phone here only a few weeks ago in fulfillment of Brazil's Law 9.472/97, Decree 4.769/03, which requires that at least one public telephone be installed in every locality of at least one hundred inhabitants. They would look at the villagers' lack of enthusiasm and interest with perplexity. Among the Waiwai, however, it is not the medium of communication per se that matters, but, rather, the ways in which signs circulate through it, the way to go not seeming to be the same as the way to come back. At the beginning, Anauá's new telephone is a rather enigmatic and confusing object. [2] It stands as a provisional composition, open to the fusion of diverse possibilities of cultural elaboration, all diverging from the conventional meaning granted by the State. What is at stake here is not an operational question, since the Waiwai have, from the start, perfectly understood how to use their public telephone, but, rather, a relational one. Diverging modes of conceiving relationships and dealing with them are elicited by the new object. The phone and its communicative possibilities cannot be taken for granted, in their immediate fluidity; relatedness always requires cultural elaboration. This ethnographic vignette brings me to differentiate to differentiate two modes of conceiving relationships among the Waiwai. One mode, which
GIS - Gesto, Imagem e Som - Revista de Antropologia
De onde o movimento recebe impulso? Seja numa performance ou intervenção ou no discurso, de onde ... more De onde o movimento recebe impulso? Seja numa performance ou intervenção ou no discurso, de onde vem sua motivação? E mesmo: quanto movimento há no movimento? Essas e outras questões são mobilizadas no ensaio que segue em circunstâncias de sua aparente privação ou impossibilidade: os silêncios do discurso, a imobilidade das pedras ou os desafios da morte.
Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, 2010
January 2008, during a period of fieldwork in Northern Amazonia. The telephone rings in the publi... more January 2008, during a period of fieldwork in Northern Amazonia. The telephone rings in the public phone booth that has recently been installed in Anaua, a Waiwai village close to the border between Brazil and Guyana.[1] It rings loudly many times, but nobody stops to pick it up. A Waiwai man passes by, then another one; none shows the slightest interest. The phone
Performance Research, 2020
Lingüística y Literatura, 2016
pdf. Agradecemos a la autora y a la revista la autorización para realizar esta traducción.
Revista da ABRALIN, 2019
Junto ao sentido genérico de movimento, deslocamentos também sugerem, eventualmente, mudanças no ... more Junto ao sentido genérico de movimento, deslocamentos também sugerem, eventualmente, mudanças no movimento, movimentos no movimento, que podem levar a um lugar impensado ou, inclusive, situar algo fora do lugar. O texto que se segue foca neste modo imprevisível do movimento, priorizando correntes alternas em detrimento das contínuas, buscando dessa forma reativar os efeitos políticos talvez diminuídos em modalidades lineares. O seguimento destas potências políticas do deslocamento atravessa os campos da etnografia, da tradução e da linguística.

Cadernos de Tradução, 2016
http://dx.doi.org/10.5007/2175-7968.2016v36n3p192 ... more http://dx.doi.org/10.5007/2175-7968.2016v36n3p192 De forma cada vez mais notória, a tradução aparece como processo, dispositivo ou configuração não limitada à dimensão textual, mas inserida no âmbito mais amplo de trocas rituais, sociais e técnicas. Eis um momento de transbordamento ou expansão da tradução que demanda uma atenção específica. Tal acontecer extratextual da tradução é tomado aqui como motivo para repensar a prática e a conceituação da tradução sob a figura da iniciação xamânica. Concretamente, se trata de elaborar articulações do evento da iniciação xamânica narrada em A queda do céu (Kopenawa & Albert, 2010, 2013, 2015), destacando questões do acesso à alteridade, a interlocução com ela e as vias da transformação que atravessam o duplo campo da antropologia e da tradução.

Cadernos de Tradução, 2012
Em julho de 2012 foi realizado em Viena (Áustria) o 54º Congresso Internacional de Americanistas ... more Em julho de 2012 foi realizado em Viena (Áustria) o 54º Congresso Internacional de Americanistas (ICA), cujo tema foi a "Construção de diálogos nas Américas". A construção de um diálogo implica por definição um movimento tanto de transposição de informação quanto de transferência de significados que no movimento mesmo entre um e outro experimenta um processo de transcodificação. Esta dinâmica transcodificadora constitui crucialmente a tarefa de duas disciplinas, a Antropologia e a Tradução, que, apesar de terem estado sempre intimamente ligadas "em campo", ou seja, tanto na vida real como na prática profissional, foram desenvolvendo-se como áreas acadêmicas separadas, uma no âmbito das Ciências Sociais, a outra no seio da Filologia, seja vinculada à área da literatura comparada, seja vinculada à lingüística. Apenas nas últimas décadas que as zonas de contato entre ambas as disciplinas estão sendo (re)animadas. Uma obra já clássica do ponto de vista desta convergência disciplinar é a de James Clifford & Geor

Abstract: This article seeks a theoretical shift from the translation of anthropologists to the t... more Abstract: This article seeks a theoretical shift from the translation of anthropologists to the translation of natives, emphasizing in this transit the differences rather in the modes of approximations than of departing or eventually arriving points. The ethnographic basis of this choice is configured by conceptual images of Amerindians known as Waiwai, especially in the community of Jatapuzinho (RR), where my fieldwork began to be carried out. Cultural constellations as the Waiwai search for the ‘unseen people’ ( enihni komo ), their conception of ‘eye soul’ or ‘eye vitality’ ( yewru yekati ) or their rituals in relation to different animals or their respective ‘owners’ or ‘cloth-owners’ ( ponoyosomo ) constitute elaborations or essays (without denying the reflexive connotations) about translation. Their description motivates the introduction of concepts such as ‘resonance’, ‘redundancy’ and ‘repetition’ (the one that generates difference) and points to wider cultural topics such a...
Cadernos De Traducao, 2012
A partir do processo de composição de La chute du ciel, o livro de Davi Kopenawa e Bruce Albert, ... more A partir do processo de composição de La chute du ciel, o livro de Davi Kopenawa e Bruce Albert, busco circunscrever nas tarefas do tradutor e do antropólogo os alcances de uma fórmula que, adotando diversas figuras, converte reiteradamente a relação em uma forma de unidade. Como alternativa, tendo em vista outras passagens do mesmo texto, onde os termos resistem à sua dissolução em uma relação, aponto através dos momentos da inquietude e do clamor para uma eventual lógica das partes como modo diferente de articulação. Por último, apresento algumas notas sobre o potencial efeito político desta distinção. palavras-chave: tradução etnográfica, lógica das partes, La chute du ciel.
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências …, 2008
Busca-se neste artigo um deslocamento teórico da tradução dos antropólogos para a tradução dos na... more Busca-se neste artigo um deslocamento teórico da tradução dos antropólogos para a tradução dos nativos, destacando neste trânsito diferenças menos nos pontos de partida ou de eventual chegada que nas modalidades de aproximação. O marco etnográfico desta escolha é ...

Cadernos de Tradução, 2015
http://dx.doi.org/10.5007/2175-7968.2015v35n2p388Este artigo focaliza questões relativas a sincro... more http://dx.doi.org/10.5007/2175-7968.2015v35n2p388Este artigo focaliza questões relativas a sincronização de movimentos; coreografia e performance, bem como a técnicas corporais que abordam temáticas de integração e perturbação (dessincronização, “Out of Sync”). Partindo de questões políticas e sociais da atualidade, levantadas pela transposição de fronteiras e por movimentos migratórios, o presente artigo relaciona o tema das “sincronizações” a reflexões sobre tradução e entrelaçamentos de culturas de movimento “a serem traduzidos”. Situações de dentro e fora de sincronia, “In and Out of Sync”, bem como dinâmicas e ritmos de movimento, expostos ao final como um “rite de passage” entre vida e morte, são apresentados a partir de exemplos de diferentes performances de dança, nas quais formas divergentes de conhecimento corporal se sincronizam com técnicas de movimento. À luz da instalação “Orfeu” (2015), de Susanne Kennedy, coloca-se em discussão a relevância da zona liminar do “entr...
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 2007
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Cadernos de Tradução, 2012
Cadernos de Tradução, 2012
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Papers by Evelyn Schuler Zea
Kaingang e Laklãnõ Xokleng em foco, com a publicação de trabalhos de conclusão de curso fruto de pesquisas realizadas por estudantes da segunda turma (2016-2020) do Curso Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da Universidade Federal de Santa Catarina.
Pesquisadoras/es Guarani, Kaingang e Laklãnõ-Xokleng nos guiam através de suas próprias experiências a uma reflexão crítica sobre estes conceitos, ferramenta preciosa ao permitir abrir um campo de possibilidades para as práticas pedagógicas nas escolas das aldeias e nos cursos específicos de formação técnica e superior, renovando permanentemente as perspectivas a partir das experiências singulares que se espalham e florescem pelo mundo afora.
Kaingang e Laklãnõ Xokleng em foco, com a publicação de trabalhos de conclusão de curso fruto de pesquisas realizadas por estudantes da segunda turma (2016-2020) do Curso Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da Universidade Federal de Santa Catarina.
Pesquisadoras/es Guarani, Kaingang e Laklãnõ-Xokleng nos guiam através de suas próprias experiências a uma reflexão crítica sobre estes conceitos, ferramenta preciosa ao permitir abrir um campo de possibilidades para as práticas pedagógicas nas escolas das aldeias e nos cursos específicos de formação técnica e superior, renovando permanentemente as perspectivas a partir das experiências singulares que se espalham e florescem pelo mundo afora.