Papers by Enrique Staschower
Even3 Publicações eBooks, 2023

MÉTIS: HISTÓRIA & CULTURA, Feb 17, 2020
Este artigo apresenta as mudanças ocorridas no Vale do Anhangabaú, na cidade de
São Paulo, nas p... more Este artigo apresenta as mudanças ocorridas no Vale do Anhangabaú, na cidade de
São Paulo, nas primeiras décadas do século XX, a partir de uma perspectiva simbólico-literária, e tem por objetivo analisar as mudanças urbanas ocorridas entre olhares e visões que levaram à transformação de uma cidade de taipa em uma cidade industrial.
Personagens históricas, envolvidas no processo de reforma urbana, unem-se a personagens literárias, criadas por autores brasileiros que trataram de representar
simbolicamente a nossa realidade, para assim compor um painel da época. Desta forma, através de uma metodologia interdisciplinar, onde história, literatura e urbanismo se unem, forma-se um mosaico multifacetado, capaz de lançar análises sobre um momento e ampliá-lo, na sua reverberação e alcance, nas diferenças entre o que se busca olhar e o que realmente se vê.
Ao transpor-se a barreira temporal, buscou-se mostrar por meio das intervenções urbanas, mesmo após cem anos, que ainda reproduzem segregações e injustiças espaciais.

Cadernos PROMUSPP, 2022
Podemos entender que grande parte das cidades brasileiras poderiam ser, a priori, descritas forma... more Podemos entender que grande parte das cidades brasileiras poderiam ser, a priori, descritas formalmente como descontínuas, desiguais e fragmentadas; elas apresentam-se esparsas distanciando trabalho e moradia, obrigando seus habitantes a deslocamentos diários, consumindo saúde, dinheiro e energias - principalmente daqueles que pouco as dispõem. Essas cidades apresentam-se divididas e injustas, expressas através de segregações e injustiças sociais e territoriais.
Nossas cidades conformam-se em lógicas de aglomeração – expressas em centralidades plenamente atendidas, plenas de estruturas e tecnologias, porém, com baixa densidade populacional – que se contrapõem às lógicas de dispersão - com baixa densidade de oferta de infraestruturas e equipamentos urbanos, com alta densidade populacional. Conforma-se um modelo centro - periferia, que não se dá somente na esfera geográfica, mas nas diversas manifestações, práticas e nos desequilíbrios sociais, econômicos e culturais, que se manifestam na conformação urbana. (BRENNER, 2018)
Trata-se, ora por aqui, de abrir, através deste texto, uma discussão1 sobre as possibilidades de superação dos processos de segregação e injustiça espacial, presentes nas cidades brasileiras, constituídos em práticas político-culturais, impostas através do aparato estatal, que representam a preponderância de um grupo hegemônico que busca esconder, suprimir, cancelar ou marginalizar a representação espacial de grupos subalternos.
Revista Raízes, 2021
Paisagens, pontes e caminhos nos ligam à memória coletiva "O viajante reconhece o pouco que é seu... more Paisagens, pontes e caminhos nos ligam à memória coletiva "O viajante reconhece o pouco que é seu, descobrindo o muito que não teve e o que não terá." Ítalo Calvino (Cidades Invisíveis) Declaramo-nos habitantes de cidades. Conhecemos sua história, já que partilhamos de heranças, interesses e espaços comuns, que nos ligam a territórios, por meio de ideais, de cidadania e pertencimentos. Porém, talvez não nos demos conta de que, de fato, habitamos residências; aquele ambiente privado que nos permite, se quisermos, andar em roupas íntimas, acumulando traquitanas e, nas noites insones, ouvir os suspiros ritmados da nossa geladeira. Por isso, nas cidades somos atores urbanos-civis civitatis-exercendo uma urbanidade compartilhada.

Revista Raízes, 2020
O amanhecer do dia 25 de junho de 1918 apresentou uma situação inédita nas várzeas do Rio Tamandu... more O amanhecer do dia 25 de junho de 1918 apresentou uma situação inédita nas várzeas do Rio Tamanduateí e do Córrego dos Meninos. Aquele início de inverno revelara-se inesperadamente frio. As baixas temperaturas somaram-se às notícias vindas da Europa, devastada por uma guerra cruel que arruinaria territórios, economias e, principalmente, muitas, muitas vidas, havia 4 anos. Agora, este conflito avançava sobre os subúrbios de São Paulo, uma vez que, desde fins do ano anterior, envolvia o Brasil, com sentimentos divididos entre os imigrantes europeus e descendentes aqui nascidos, no Bairro de São Caetano.
Dentre moradores e operários, aqueles que acordaram cedo, rumando para o trabalho nas, ainda poucas, fábricas instaladas no Bairro da Ponte, nas várzeas do Tamanduateí, puderam ver uma camada branca de geada que se espalhava, junto com o frio de -3º C. Esse cenário, gélido e branco, era inédito. As poucas poças d’água, no caminho entre as calçadas de parcos pavimentos, estavam congeladas. Juntar coragem para enfrentar a mais baixa temperatura registrada na história de São Paulo, somava-se à rotina do trabalho em fábricas do setor químico, de resíduos, ou de produtos nocivos. No trajeto ao trabalho, estes operários cruzavam com as últimas roças e plantações de uva e batatas, o apito da fábrica rapidamente substituíra o cantar do galo.
REvista Raízes, 2021
Memória e história não podem ser considerados sinônimos. Enquanto a história é regida pelos regis... more Memória e história não podem ser considerados sinônimos. Enquanto a história é regida pelos registros e documentações, a memória é um processo vívido, de forma inconsciente, conduzido de forma individual ou por grupos, em permanente evolução, já que busca um caráter de identidade ou de recompensa. A memória trata, estrategicamente, de transformar a realidade para torná-la compreensível, organizando nossa relação com o passado, para se apropriar de um sentimento de identidadeaquele sentimento de monumentum e patrimonium (monumento e patrimônio)-como resgate de um passado.

Revista Uniítalo, 2018
"Assim – dizem alguns – confirma-se a hipótese de que cada
pessoa tem em mente uma cidade feita e... more "Assim – dizem alguns – confirma-se a hipótese de que cada
pessoa tem em mente uma cidade feita exclusivamente de
diferenças, uma cidade sem figuras e sem forma, preenchida
pelas cidades particulares” A cidade de Zoé. As Cidades e os
símbolos. "As cidades invisíveis, Ítalo Calvino
Ítalo Calvino, em seu livro, narra cidades invisíveis, mas ao leitor
são perceptíveis, basta imaginá-las. O livro descreve as impressões de
um viajante à uma autoridade imperial sobre as cidades de seu território – as visões de estranhamento e reconhecimento que um estrangeiro pode transmitir ao senhor de coisas e seres, a descrição da
grandiosidade do império asiático de Kublai Khan pelos olhos do
veneziano Marco Polo. O dono não conhece o que possui, enquanto o
estrangeiro transcende de imprecisos sentidos para narrar uma
multifacetada realidade.
Trata-se aqui, a partir desta narrativa, do mito de intérpretes (verdadeiros ou não) da realidade urbana, que traduzem uma faceta de
cidades em falas, ritmos ou gingados. Tal como um argonauta em busca do velo (ou a me desvelar), busca-se a forma das cidades por meio de relatos de vários Marcos Polo, que de alguma forma desagregam-se dos semelhantes, estrangeiros à realidade que veem, em que apontam e sinalizam as diferenças de uma cidade – tal qual Ítalo Calvino. Narrativa de mitos, jactando-se de digressões, já que, segundo Fernando Pessoa, “o mito é um nada que é tudo”.

Revista Raízes, 2020
A história local não é uma história de protagonistas, mas de coadjuvantes" José de Souza Martins-... more A história local não é uma história de protagonistas, mas de coadjuvantes" José de Souza Martins-"Subúrbio" O amanhecer do dia 25 de junho de 1918 apresentou uma situação inédita nas várzeas do Rio Tamanduateí e do Córrego dos Meninos. Aquele início de inverno revelou-se inesperadamente frio. As baixas temperaturas somaram-se às notícias vindas da Europa, devastada por uma guerra cruel que arruinava territórios, economias e, principalmente, muitas, muitas vidas, havia 4 anos. Esse conflito avançava sobre os subúrbios de São Paulo, uma vez que, desde fins do ano anterior, envolvia o Brasil, com sentimentos divididos entre os imigrantes europeus e descendentes aqui nascidos, no Bairro de São Caetano. Dentre os moradores, aqueles operários que acordaram cedo, rumando para o trabalho nas, ainda poucas, fábricas instaladas no Bairro da Ponte, nas várzeas do Tamanduateí, puderam ver uma camada branca de geada que se espalhava-os jornais de São Paulo noticiariam o frio de-3º C (três graus Celsius negativos). Esse cenário, gélido e branco, era inédito no Bairro. As poucas poças d'água, no caminho entre as calçadas de parcos pavimentos, estavam congeladas. Juntar coragem para enfrentar a mais baixa temperatura registrada na história de São Paulo, somavase à rotina do trabalho em fábricas do setor químico, de resíduos, ou de produtos nocivos. No trajeto até o trabalho, esses operários cruzavam com as últimas roças, plantações de uva e batatas, o apito da fábrica rapidamente substituíra o cantar do galo. Se esse operário rumasse em direção à Igreja, para trabalhar na antiga Fábrica de Sabão e Graxa Pamplona 1 , recentemente comprada por Francesco Matarazzo, certamente ele subiria a Rua Um, posteriormente chamada Rua Rui Barbosa 2 , emblematicamente deixando para trás a Chácara do "João Português". Esse caminho em aclive desde as margens do Tamanduateí, em terra batida, sem árvores, ladeado por casas simples e geminadas, moradia de operários, tais como ele-provavelmente italiano ou descendente, como Matarazzo, mas seus trajetos seguramente seriam distintos.
REVISTA AMÉRICA, 2020
This article aims to address the formation and installation of Industrialization areas on the ou... more This article aims to address the formation and installation of Industrialization areas on the outskirts of the city of São Paulo and later in its exit and the consequences for the urban fabric, and effects on urbanity, citizenship, and socialization of the surrounding, from a spacetime perspective. The paper focuses specifically on the territory of the former Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo (I.R.F. Matarazzo) at the interface of the municipalities of São Paulo and São Caetano do Sul. At the end, the paper tries to establish a brief dialogue
between possible approaches that point out to future intervention recommendations.

This analysis looks at transformations of industrial space in the twentieth century tries to esta... more This analysis looks at transformations of industrial space in the twentieth century tries to establish a link between the permanence and alternation of the factory forms, through their materialization in the relation time-space. It aims to analyse how the technical apparatus employed in the industry conformed urban spaces, and this apparatus, once overcome, leaves its inheritance in the closing of an industrial cycle, in the environmental and social impact, in underused or neglected urban areas. Through historical documentation, sought to analyse how the suppression, accumulation and superposition of factory works conform "rugosidades”, which according to the vision of Milton Santos, are manifested in the rivers Tamanduatei and Meninos, the tracks of the train, a religious building and industrial chimneys. These crystallizations of space-time presented in Sao Caetano do Sul (SP), suburb of Sao Paulo, are a potential reference for the transformation of urban space, the arrival o...
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Papers by Enrique Staschower
São Paulo, nas primeiras décadas do século XX, a partir de uma perspectiva simbólico-literária, e tem por objetivo analisar as mudanças urbanas ocorridas entre olhares e visões que levaram à transformação de uma cidade de taipa em uma cidade industrial.
Personagens históricas, envolvidas no processo de reforma urbana, unem-se a personagens literárias, criadas por autores brasileiros que trataram de representar
simbolicamente a nossa realidade, para assim compor um painel da época. Desta forma, através de uma metodologia interdisciplinar, onde história, literatura e urbanismo se unem, forma-se um mosaico multifacetado, capaz de lançar análises sobre um momento e ampliá-lo, na sua reverberação e alcance, nas diferenças entre o que se busca olhar e o que realmente se vê.
Ao transpor-se a barreira temporal, buscou-se mostrar por meio das intervenções urbanas, mesmo após cem anos, que ainda reproduzem segregações e injustiças espaciais.
Nossas cidades conformam-se em lógicas de aglomeração – expressas em centralidades plenamente atendidas, plenas de estruturas e tecnologias, porém, com baixa densidade populacional – que se contrapõem às lógicas de dispersão - com baixa densidade de oferta de infraestruturas e equipamentos urbanos, com alta densidade populacional. Conforma-se um modelo centro - periferia, que não se dá somente na esfera geográfica, mas nas diversas manifestações, práticas e nos desequilíbrios sociais, econômicos e culturais, que se manifestam na conformação urbana. (BRENNER, 2018)
Trata-se, ora por aqui, de abrir, através deste texto, uma discussão1 sobre as possibilidades de superação dos processos de segregação e injustiça espacial, presentes nas cidades brasileiras, constituídos em práticas político-culturais, impostas através do aparato estatal, que representam a preponderância de um grupo hegemônico que busca esconder, suprimir, cancelar ou marginalizar a representação espacial de grupos subalternos.
Dentre moradores e operários, aqueles que acordaram cedo, rumando para o trabalho nas, ainda poucas, fábricas instaladas no Bairro da Ponte, nas várzeas do Tamanduateí, puderam ver uma camada branca de geada que se espalhava, junto com o frio de -3º C. Esse cenário, gélido e branco, era inédito. As poucas poças d’água, no caminho entre as calçadas de parcos pavimentos, estavam congeladas. Juntar coragem para enfrentar a mais baixa temperatura registrada na história de São Paulo, somava-se à rotina do trabalho em fábricas do setor químico, de resíduos, ou de produtos nocivos. No trajeto ao trabalho, estes operários cruzavam com as últimas roças e plantações de uva e batatas, o apito da fábrica rapidamente substituíra o cantar do galo.
pessoa tem em mente uma cidade feita exclusivamente de
diferenças, uma cidade sem figuras e sem forma, preenchida
pelas cidades particulares” A cidade de Zoé. As Cidades e os
símbolos. "As cidades invisíveis, Ítalo Calvino
Ítalo Calvino, em seu livro, narra cidades invisíveis, mas ao leitor
são perceptíveis, basta imaginá-las. O livro descreve as impressões de
um viajante à uma autoridade imperial sobre as cidades de seu território – as visões de estranhamento e reconhecimento que um estrangeiro pode transmitir ao senhor de coisas e seres, a descrição da
grandiosidade do império asiático de Kublai Khan pelos olhos do
veneziano Marco Polo. O dono não conhece o que possui, enquanto o
estrangeiro transcende de imprecisos sentidos para narrar uma
multifacetada realidade.
Trata-se aqui, a partir desta narrativa, do mito de intérpretes (verdadeiros ou não) da realidade urbana, que traduzem uma faceta de
cidades em falas, ritmos ou gingados. Tal como um argonauta em busca do velo (ou a me desvelar), busca-se a forma das cidades por meio de relatos de vários Marcos Polo, que de alguma forma desagregam-se dos semelhantes, estrangeiros à realidade que veem, em que apontam e sinalizam as diferenças de uma cidade – tal qual Ítalo Calvino. Narrativa de mitos, jactando-se de digressões, já que, segundo Fernando Pessoa, “o mito é um nada que é tudo”.
between possible approaches that point out to future intervention recommendations.
São Paulo, nas primeiras décadas do século XX, a partir de uma perspectiva simbólico-literária, e tem por objetivo analisar as mudanças urbanas ocorridas entre olhares e visões que levaram à transformação de uma cidade de taipa em uma cidade industrial.
Personagens históricas, envolvidas no processo de reforma urbana, unem-se a personagens literárias, criadas por autores brasileiros que trataram de representar
simbolicamente a nossa realidade, para assim compor um painel da época. Desta forma, através de uma metodologia interdisciplinar, onde história, literatura e urbanismo se unem, forma-se um mosaico multifacetado, capaz de lançar análises sobre um momento e ampliá-lo, na sua reverberação e alcance, nas diferenças entre o que se busca olhar e o que realmente se vê.
Ao transpor-se a barreira temporal, buscou-se mostrar por meio das intervenções urbanas, mesmo após cem anos, que ainda reproduzem segregações e injustiças espaciais.
Nossas cidades conformam-se em lógicas de aglomeração – expressas em centralidades plenamente atendidas, plenas de estruturas e tecnologias, porém, com baixa densidade populacional – que se contrapõem às lógicas de dispersão - com baixa densidade de oferta de infraestruturas e equipamentos urbanos, com alta densidade populacional. Conforma-se um modelo centro - periferia, que não se dá somente na esfera geográfica, mas nas diversas manifestações, práticas e nos desequilíbrios sociais, econômicos e culturais, que se manifestam na conformação urbana. (BRENNER, 2018)
Trata-se, ora por aqui, de abrir, através deste texto, uma discussão1 sobre as possibilidades de superação dos processos de segregação e injustiça espacial, presentes nas cidades brasileiras, constituídos em práticas político-culturais, impostas através do aparato estatal, que representam a preponderância de um grupo hegemônico que busca esconder, suprimir, cancelar ou marginalizar a representação espacial de grupos subalternos.
Dentre moradores e operários, aqueles que acordaram cedo, rumando para o trabalho nas, ainda poucas, fábricas instaladas no Bairro da Ponte, nas várzeas do Tamanduateí, puderam ver uma camada branca de geada que se espalhava, junto com o frio de -3º C. Esse cenário, gélido e branco, era inédito. As poucas poças d’água, no caminho entre as calçadas de parcos pavimentos, estavam congeladas. Juntar coragem para enfrentar a mais baixa temperatura registrada na história de São Paulo, somava-se à rotina do trabalho em fábricas do setor químico, de resíduos, ou de produtos nocivos. No trajeto ao trabalho, estes operários cruzavam com as últimas roças e plantações de uva e batatas, o apito da fábrica rapidamente substituíra o cantar do galo.
pessoa tem em mente uma cidade feita exclusivamente de
diferenças, uma cidade sem figuras e sem forma, preenchida
pelas cidades particulares” A cidade de Zoé. As Cidades e os
símbolos. "As cidades invisíveis, Ítalo Calvino
Ítalo Calvino, em seu livro, narra cidades invisíveis, mas ao leitor
são perceptíveis, basta imaginá-las. O livro descreve as impressões de
um viajante à uma autoridade imperial sobre as cidades de seu território – as visões de estranhamento e reconhecimento que um estrangeiro pode transmitir ao senhor de coisas e seres, a descrição da
grandiosidade do império asiático de Kublai Khan pelos olhos do
veneziano Marco Polo. O dono não conhece o que possui, enquanto o
estrangeiro transcende de imprecisos sentidos para narrar uma
multifacetada realidade.
Trata-se aqui, a partir desta narrativa, do mito de intérpretes (verdadeiros ou não) da realidade urbana, que traduzem uma faceta de
cidades em falas, ritmos ou gingados. Tal como um argonauta em busca do velo (ou a me desvelar), busca-se a forma das cidades por meio de relatos de vários Marcos Polo, que de alguma forma desagregam-se dos semelhantes, estrangeiros à realidade que veem, em que apontam e sinalizam as diferenças de uma cidade – tal qual Ítalo Calvino. Narrativa de mitos, jactando-se de digressões, já que, segundo Fernando Pessoa, “o mito é um nada que é tudo”.
between possible approaches that point out to future intervention recommendations.