Papers by Christian Dunker
Teoría y Crítica de la Psicología, 2019
Revista de Psicanálise Stylus, Nov 11, 2011

Constelaciones. Revista de Teoría Crítica, 2014
mo e Falência da Crítica (Boitempo, 2008). Mas agora podemos ver como sua força está na articulaç... more mo e Falência da Crítica (Boitempo, 2008). Mas agora podemos ver como sua força está na articulação entre três frentes de problemas: a tradição crítica de Adorno a Honneth, a filosofia hegeliana e a psicanálise de Freud a Lacan. A formulação de uma teoria do sujeito que seja ao mesmo tempo crítica do individualismo e da antropologia humanista e política ou clinicamente útil. A reconstrução da teoria do reconhecimento é uma leitura alternativa do sujeito moderno e sua patologia auto-referente baseada na paixão da identidade. Este sujeito dividido desde o inconsciente e do sujeito político e seu sofrimento tematizado pelos déficits de reconhecimento social. Vê-se agora como uma ontologia negativa, que se insinuava nos primeiros estudos de Safatle, desdobra-se em uma filosofia da história baseada na relação do sujeito com o tempo que contemple o infinito, o indeterminado e o porvir. Tempo lógico e o tempo histórico articulados de forma tensa e negativa em um tempo transversal capaz de reiventar o passado necessário para um futuro imprevisível. Ela desdobra-se também em crítica da antropologia de base que vem povoando a filosofia do sujeito, desde o século XIX, com frágeis e erráticas suposições sobre o desenvolvimento cognitivo da criança, observação comparada dos povos primitivos e a psicopatologia do sofrimento individual. Aqui surge um diagnóstico de época relativamente original. Sofremos porque não conseguirmos nos instalar como indivíduos, sofremos com o excesso de experiências improdutivas de controle, alienação e determinação, seja na família, nas instituições, seja na figura maior do Estado. Mas sofremos ainda mais quando não podemos reconhecer que sofremos também pelo fechamento da vida em formas pré-constituídas e super-determinadas. Sofremos, neste caso, ao sermos tomados e aos nos tomarmos apenas como um indivíduo, ocluindo o valor da liberdade contida nas experiências de indeterminação para além do que pode ser captado pelas formas jurídicas e pelos dispositivos normativos de identificação. Entre o ainda não um indivíduo, e o apenas um indivíduo, arma-se uma complexa rede conceitual de extração hegeliana: finito e infinito, determinação e indeterminação, fronteira interna e fronteira externa. Contra o universalismo monadológico, vemos se erguer um novo tipo de relação entre o universal e o existencial, aliás extremamente elucidativo de um dos aspectos mais controversos da teoria de Lacan: as fórmulas quânticas da sexuação. É este tipo de articulação transversal que ressoa na sua combinação de fontes, tan-

Teresa, Feb 23, 2017
Você demonstrou, em muitas ocasiões, interesse, ao longo de suas experiências como pesquisador na... more Você demonstrou, em muitas ocasiões, interesse, ao longo de suas experiências como pesquisador na área de psicanálise, em analisar e interpretar textos literários brasileiros. De acordo com suas experiências de estudo, como você poderia elaborar sua perspectiva com relação a articulações entre literatura e psicanálise? As relações entre literatura e psicanálise são, por assim dizer, imanentes e originárias. Freud considerava que a literatura, assim como a história das religiões e dos mitos, fazia parte obrigatória da formação do psicanalista, não apenas porque esta antecipa os achados clínicos, mas também porque em certa medida os condiciona e cria. Aprendemos a amar assim como aprendemos a sofrer, por meio dos discursos. Lacan radicalizou esta intuição ao abordar a literatura clássica, seja do teatro grego, seja das tragédias modernas, para fundamentar a ética da psicanálise. Os diferentes modelos metapsicológicos, destes e de muitos outros autores, retornam, recorrentemente, a esta hipótese da subjetividade como "máquina de linguagem". Aqui está a hipótese da escritura, a teoria das afasias, o inconsciente estruturado como linguagem, a teoria da letra, do traço e do significante, até mesmo a concepção lógica de linguagem. Aqui estão as figuras da censura, do palimpsesto, da outra cena e da carta roubada. Mas a psicanálise não é apenas uma anatomia da linguagem como sistema formal ou lógico, ela é uma experiência transformativa, ela é linguagem em ação. Por isso há uma afinidade de terceiro tipo, quero crer mais interessante que a propedêutica formativa ou a fundamentação epistemológica, a saber: a afinidade eletiva entre a invenção de novas experiências de linguagem e novas modalidades de sofrimento, tarefa na qual psicanalistas e literatos se engajam de maneira paralela e mutuamente contributiva. Quando vemos, ainda hoje, os estudos lacanianos se concentrarem em Joyce, Duras, ou até mesmo na poesia chinesa de François Cheng, há certo espírito hagiográfico rondando essa operação. Penso que o interesse de Lacan pelo nouveau roman ou pela controvérsia entre Jean Paulan e Maurice Blanchot, sobre o papel da literatura na política, pode ser atribuído a uma homologia entre o declínio da forma romance e o declínio das narrativas clássicas descritas por Freud, nos termos das neuroses histérica, obsessiva e fóbica. Formas sociais e formas estéticas mantêm entre si uma relação que é especialmente relevante para as políticas
Revista Neurociências, Apr 30, 1999
Hermann eBooks, Feb 22, 2023
Affectio Societatis, Jun 29, 2022
Este artigo é fruto da conclusão de pesquisa qualitativa de revisão realizada no IP-USP entre os ... more Este artigo é fruto da conclusão de pesquisa qualitativa de revisão realizada no IP-USP entre os anos de 2019 e 2021 para obtenção do título de pós doutor por João Ezequiel Grecco sob a orientação de Christian I. L. Dunker. 2 Psicanalista e supervisor clínico. Pós-doutor em Psicologia clínica pelo IP-USP. Doutor em Psicologia Social e Mestre em Psicologia clínica pela PUC-SP. Especialista em Psicoterapia do adulto e do adolescente pelo Instituto Sedes Sapientiae.
Routledge eBooks, Feb 25, 2022
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Papers by Christian Dunker
intolerância.
Neste artigo partimos da hipótese de que a psicanálise de Lacan constitui um discurso que retoma o exercício crítico da ontologia como defesa contra a metafísica, tanto na ciência quanto na filosofia. O esquecimento desta posição leva à reaparição de temas metafísicos na psicanálise lacaniana da atualidade. Tais tendências envolvem a consideração do real como categoria fora do tempo, a perspectiva idealista de consideração do conceito de significante, a naturalização da noção de gozo, a positivação da noção de ser e a fetichização da prática da transmissão da psicanálise.