
Roberta Meira
Bacharel e licenciada em Historia pela Universidade Federal Fluminense (2005), mestrado e doutorado em História Econômica pela Universidade de São Paulo. Docente do Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade da Universidade da Região de Joinville - Univille. Tem experiência na área de História do Brasil, com estudos no campo do patrimônio ambiental e políticas agrícolas.
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Papers by Roberta Meira
marcada pela adoção de fábricas modernas e novas formas de cultivo pensadas pelas ciências agronômicas.
Os grandes engenhos fizeram parte do avanço da ocupação do território nos núcleos coloniais recémcriados
e foram implantados nas regiões outrora consumidoras e nas antigas áreas de tradição açucareira.
A cristalização da nova paisagem açucareira brasileira e argentina, ao mesmo tempo que foi marcada
pelo discurso do progresso, resultou na destruição de vastas áreas de floresta. É o caso, por exemplo, dos
engenhos construídos nos diferentes espaços açucareiros de Campos dos Goytacazes (RJ), Joinville (SC),
ambos no Brasil, e Tucumán, na Argentina. Este artigo busca analisar os discursos que trazem dados
sobre as questões ambientais e que ainda carecem de maiores investigações no campo da história agrária,
da história ambiental e da história comparativa.
pelos membros da umbanda. Buscou-se compreender a realidade das pessoas ao
acessar lugares e paisagens não condicionados à sede onde ocorrem os atos litúrgicos
do terreiro. Esses espaços onde se cultivam plantas, ervas e frutas, além de resistirem
em meio às edificações residenciais, são referenciais de memória popular e de saberes
tradicionais de membros e consulentes da umbanda. Eles contribuem
significativamente para a realização das atividades curativas, uma vez que todas as
entidades de umbanda são useiras em procedimentos com plantas, frutas e flores.
Analisamos as redes de solidariedade que se estabelecem entre assistidos e terreiros e
a importância dos sujeitos que cooperam com bens provenientes de seus quintais
produtivos. O trabalho propõe uma discussão centrada na relação dinâmica e
interdisciplinar entre assistência e entidades do terreiro, por meio da etnografia.
dos sistemas colonial e patriarcal de que o corpo
humano de cidadãos considerados inferiores socialmente,
entre eles mulheres, pobres e grupos étnicos
não brancos, pode ser objetificado em prol do modelo
capitalista vigente. Logo, por meio da análise das histórias
de duas personagens, Luciana e Frau Herta, do
romance Ciranda de pedra, de Lygia Fagundes Telles,
verifica-se que são percebidos em falas e atitudes dos
que convivem com essas duas mulheres vestígios oriundos
da herança escravocrata. Atenta-se também para
o trabalho doméstico como muitas vezes a única perspectiva
ou oportunidade de atuação de mulheres com
pouco estudo ou em condições mais vulneráveis, como
é o caso das personagens em foco aqui. Constata-se,
pelo assujeitamento dos corpos, por si próprios ou por
outrem, com frequência com o único intuito a sobrevivência,
que a lógica dominante se baseia na violência
contra esses corpos desde os tempos mais remotos
cultural e o patrimônio alimentar do povo Macuxi, com base nas memórias
afetivas do cotidiano indígena. A comunidade macuxi está localizada
na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no extremo norte de Roraima,
Brasil, no bioma amazônico. As literaturas indígenas podem ser pensadas
como fontes documentais que expressam o dia a dia de diversas comunidades.Este artigo analisa as práticas alimentares do povo Macuxi de acordo
com a obra A árvore da vida, de Carmézia Emiliano, tecendo um diálogo
com a literatura indígena Eremi’u Rupa (Lugar de minha comida), do povo
Zo’é. O povo Zo’é pertence a uma pequena comunidade do norte do Pará,
no Brasil, e é considerado um dos últimos grupos intactos de contato na
Amazônia. Ambos os povos têm a mandioca como elemento central de sua
dieta, e é por meio dela que os saberes e os fazeres são colocados nas mesas,
no centro da aldeia. Em relação a A árvore da vida foram analisadas três
obras: Damurida, As índias preparando pajuaru, e Artesanato. Na literatura
Eremi’u Rupa se analisou a fala de Kubi’euhu, jovem liderança, no desenho
U’i Apoha (Fazendo farinha), que retrata as práticas alimentares do povo
Zo’é. As fontes documentais literárias foram analisadas metodologicamente
pelo viés das relações entre Literatura e Sociedade retratadas na obra de
Antônio Cândido (2006). Em ambas as literaturas é possível perceber que
a mandioca ocupa um elemento central nas dietas do povo Macuxi e do
povo Zo’é, e que o seu processamento exige saberes e tecnologias específicas.
É importante ressaltar também o papel e o tempo que as mulheres
dedicam ao processamento da mandioca
indígenas, apresentou uma carta à imprensa para denunciar a inoperância do Estado brasileiro com
relação à invasão do garimpo e ao descaso com a saúde e a vida do povo Yanomami. A carta foi
apresentada por Dario Kopenawa Yanomami, filho de Davi Kopenawa Yanomami. Davi é presidente da
HAY e protagonista de A queda do céu, um marco na literatura indígena contemporânea e um
manifesto em defesa da vida e da floresta. Os resultados do entrecruzamento dos dados demonstraram
que em 2021 o território Yanomami, demarcado e homologado desde 1992, se encontra rasgado
brutalmente pelo garimpo – a população de 27 mil Yanomamis divide seu território com 20 mil
garimpeiros ilegais. Os rios da região estão contaminados pelo mercúrio, o que compromete a
segurança alimentar de toda a comunidade. Este artigo propõe-se a refletir pelo olhar da história
ambiental e da história indígena sobre as ideias de Davi Kopenawa, entrelaçando a análise do texto
literário com os dados apresentados pelo Instituto Socioambiental, com fotografias de Cláudia Andujar
e imagens da revista da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia no período da ditadura
marcada pela adoção de fábricas modernas e novas formas de cultivo pensadas pelas ciências agronômicas.
Os grandes engenhos fizeram parte do avanço da ocupação do território nos núcleos coloniais recémcriados
e foram implantados nas regiões outrora consumidoras e nas antigas áreas de tradição açucareira.
A cristalização da nova paisagem açucareira brasileira e argentina, ao mesmo tempo que foi marcada
pelo discurso do progresso, resultou na destruição de vastas áreas de floresta. É o caso, por exemplo, dos
engenhos construídos nos diferentes espaços açucareiros de Campos dos Goytacazes (RJ), Joinville (SC),
ambos no Brasil, e Tucumán, na Argentina. Este artigo busca analisar os discursos que trazem dados
sobre as questões ambientais e que ainda carecem de maiores investigações no campo da história agrária,
da história ambiental e da história comparativa.
pelos membros da umbanda. Buscou-se compreender a realidade das pessoas ao
acessar lugares e paisagens não condicionados à sede onde ocorrem os atos litúrgicos
do terreiro. Esses espaços onde se cultivam plantas, ervas e frutas, além de resistirem
em meio às edificações residenciais, são referenciais de memória popular e de saberes
tradicionais de membros e consulentes da umbanda. Eles contribuem
significativamente para a realização das atividades curativas, uma vez que todas as
entidades de umbanda são useiras em procedimentos com plantas, frutas e flores.
Analisamos as redes de solidariedade que se estabelecem entre assistidos e terreiros e
a importância dos sujeitos que cooperam com bens provenientes de seus quintais
produtivos. O trabalho propõe uma discussão centrada na relação dinâmica e
interdisciplinar entre assistência e entidades do terreiro, por meio da etnografia.
dos sistemas colonial e patriarcal de que o corpo
humano de cidadãos considerados inferiores socialmente,
entre eles mulheres, pobres e grupos étnicos
não brancos, pode ser objetificado em prol do modelo
capitalista vigente. Logo, por meio da análise das histórias
de duas personagens, Luciana e Frau Herta, do
romance Ciranda de pedra, de Lygia Fagundes Telles,
verifica-se que são percebidos em falas e atitudes dos
que convivem com essas duas mulheres vestígios oriundos
da herança escravocrata. Atenta-se também para
o trabalho doméstico como muitas vezes a única perspectiva
ou oportunidade de atuação de mulheres com
pouco estudo ou em condições mais vulneráveis, como
é o caso das personagens em foco aqui. Constata-se,
pelo assujeitamento dos corpos, por si próprios ou por
outrem, com frequência com o único intuito a sobrevivência,
que a lógica dominante se baseia na violência
contra esses corpos desde os tempos mais remotos
cultural e o patrimônio alimentar do povo Macuxi, com base nas memórias
afetivas do cotidiano indígena. A comunidade macuxi está localizada
na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, no extremo norte de Roraima,
Brasil, no bioma amazônico. As literaturas indígenas podem ser pensadas
como fontes documentais que expressam o dia a dia de diversas comunidades.Este artigo analisa as práticas alimentares do povo Macuxi de acordo
com a obra A árvore da vida, de Carmézia Emiliano, tecendo um diálogo
com a literatura indígena Eremi’u Rupa (Lugar de minha comida), do povo
Zo’é. O povo Zo’é pertence a uma pequena comunidade do norte do Pará,
no Brasil, e é considerado um dos últimos grupos intactos de contato na
Amazônia. Ambos os povos têm a mandioca como elemento central de sua
dieta, e é por meio dela que os saberes e os fazeres são colocados nas mesas,
no centro da aldeia. Em relação a A árvore da vida foram analisadas três
obras: Damurida, As índias preparando pajuaru, e Artesanato. Na literatura
Eremi’u Rupa se analisou a fala de Kubi’euhu, jovem liderança, no desenho
U’i Apoha (Fazendo farinha), que retrata as práticas alimentares do povo
Zo’é. As fontes documentais literárias foram analisadas metodologicamente
pelo viés das relações entre Literatura e Sociedade retratadas na obra de
Antônio Cândido (2006). Em ambas as literaturas é possível perceber que
a mandioca ocupa um elemento central nas dietas do povo Macuxi e do
povo Zo’é, e que o seu processamento exige saberes e tecnologias específicas.
É importante ressaltar também o papel e o tempo que as mulheres
dedicam ao processamento da mandioca
indígenas, apresentou uma carta à imprensa para denunciar a inoperância do Estado brasileiro com
relação à invasão do garimpo e ao descaso com a saúde e a vida do povo Yanomami. A carta foi
apresentada por Dario Kopenawa Yanomami, filho de Davi Kopenawa Yanomami. Davi é presidente da
HAY e protagonista de A queda do céu, um marco na literatura indígena contemporânea e um
manifesto em defesa da vida e da floresta. Os resultados do entrecruzamento dos dados demonstraram
que em 2021 o território Yanomami, demarcado e homologado desde 1992, se encontra rasgado
brutalmente pelo garimpo – a população de 27 mil Yanomamis divide seu território com 20 mil
garimpeiros ilegais. Os rios da região estão contaminados pelo mercúrio, o que compromete a
segurança alimentar de toda a comunidade. Este artigo propõe-se a refletir pelo olhar da história
ambiental e da história indígena sobre as ideias de Davi Kopenawa, entrelaçando a análise do texto
literário com os dados apresentados pelo Instituto Socioambiental, com fotografias de Cláudia Andujar
e imagens da revista da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia no período da ditadura
O Dicionário é composto por 50 capítulos escritos por 61 especialistas. Cada capítulo possui 6 páginas, escritas em linguagem acessível, e que fazem referência a 50 temas essenciais para quem busca compreender o regime Vargas e seus desdobramentos entre os anos de 1930 a 1954.