Books by Pedro Valinho Gomes

Do we still need inspiration? Scriptures and theology, 2023
[p. 183] 1. Introduction There is a theological problem with the traditional concept of the inspi... more [p. 183] 1. Introduction There is a theological problem with the traditional concept of the inspiration of Scripture. It is twofold: on one hand, the traditional concept of inspiration may lead to an inadequate sense of human possession of the truth; on the other hand, paradoxically, inspiration emphasizes an idea of the presence of God that tends to erase the presence of the human witness. In an attempt to address this twofold problem, this paper seeks to incorporate the notion of inspiration into the larger structure of the process of God's revelation. We intend to show that the traditional concept of inspiration is one-sided, and that therefore it must be conceived of alongside the complementary concept of expiration. Both concepts together form what we believe to be a more accurate and complete understanding of the process of revelation. This process is what we would like to call the respiration of Scriptures. Inspiration has often been used as a concept through which communities claimed to know God's truth directly from God's action objectified in the text, with little to no awareness of mediations and their corollary: interpretations. However, (1) epistemologically there is a radical difference between owning the truth, as if we directly possessed God's point of view, and believing in God's truth, from the point of view of the knowledge of faith; and (2) the Scriptures can hardly be defined as God's directly accessible truth, without mediations and human interpretations. As we will see, that is what the incarnation of the Word as well as the history of the churches show us. In this paper, we shall therefore define as follows the proposed set of concepts: Inspiration: a collective reception of that which the community believes to be God's word, through the fragility and plurality of given testimonies; Expiration: the collective and finite testimony of that which the community believes to have received as God's word; Respiration: the inseparable dynamic of inspirations and expirations of these testimonies, inwards and outwards, through which God's self-giving takes place. To display this structure, in what follows we shall first question, with Karl Barth, the identification of the Scriptures with the word of God, thereby recalling an impor-[p. 184]tant warning about any temptation to see inspiration as a confirmation of our own mastery of the truth. Then, once the political aspects of the redaction of the biblical text and the correlative claim of its inspiration have been illustrated through the brief presentation of two examples (1 Tim 2:11-13 and John 21), we will present the biological metaphor of respiration (inspiration and expiration) from which we will draw the elements of a critique of any theological attempt to possess the truth, and we will present the structure of the process of a mediated revelation. 2. The canon and the claim of the truth Who said the Scriptures were inspired? And who can claim it? The simple statement of these questions demonstrates that any talk about inspiration can quickly become a very political question. The history of faith communities has also been one of many divisions and disagreements about what ought or ought not to be considered as inspired in the Scriptures. Behind this, the real matter at hand concerns the relationship between the Scriptures and the word of God. It is God's word that is ultimately sought by the communities, and the significance of inspiration is to understand in what respect the Scriptures can or cannot be identified with or related to it. We argue here that it would certainly be an undue theological reductio to directly identify God with the text. We therefore start by presenting a precise distinction between God's word and the biblical text, before drawing consequences from this initial distinction. In his Dogmatics (§4), Karl Barth proposes the necessary distinction by explaining how, just like the prophets or the apostles, the Bible is essentially a witness of God's revelation. Briefly put, as God is not reduceable or containable, the Bible must not therefore be seen in itself as the pure word of God, but only inasmuch as it orients readers towards God's revelation. 1 Barth conceived of the word of God in three interrelated forms: preached, written, and revealed. Although these forms cannot be separated, they cannot be confused either. Specifically, the insistence of Barth on the distinction between God's revelation ("in the Son," Heb 1:2) and the Scriptures, strongly underlines the aspect of human and community interpretation of the Scriptures. And this, along with the refusal of the reductio argument about God, is the central point for us. When one comes to scrutinize the Scriptures [p. 185] closely in their materiality and in the history of their constitution, it can be seen clearly that matters of context, the history

Universidade Católica Editora, 2013
Pensar o perdão é fazer uma navegação às profundezas da falta e descobrir a marca do absurdo com ... more Pensar o perdão é fazer uma navegação às profundezas da falta e descobrir a marca do absurdo com que ela sela a vida humana. E, desde esse fundo tenebroso, reinventar uma vida. Se de todo ele é possível, o perdão será dom transbordante no seio de uma dívida dolorosa. Mas não se chega da dívida ao dom sem passar pela reinvenção do sentido. Porque o passado é irreversível. O que resta é a leitura com que ele é olhado, que pode ser recriada. E recriadora. Face ao irreversível e ao imperdoável, o perdão representará uma reconfiguração na história de uma vida. Dom desproporcional, excessivo, transcendente, o perdão mostra-se como renarração, luto, promessa, reconhecimento e hospitalidade. Dá-se como caminho de acolhimento do outro, do outro inimigo, do outro culpado, na recriação de uma vida e do viver juntos. Talvez só nele se dê o milagre de fazer do inimigo um amigo.
Texto completo online e em open access: https://openbooks.ucp.pt/ucp/catalog/book/151
Book Chapters by Pedro Valinho Gomes
Brotéria, 2024
Colocar a hipótese do perdão significa interrogar até às raízes a própria lógica da equivalência ... more Colocar a hipótese do perdão significa interrogar até às raízes a própria lógica da equivalência com que medimos as relações humanas: a amizade mas também a justiça, a política, a economia ou a educação. A lógica do perdão, se ele existe de facto e se chega a ser dado na vulnerabilidade ferida das nossas histórias, é a lógica do dom incondicionado e gratuito. A expressão matemática com que o evangelho cristão o traduz denuncia que a pergunta sobre quantas vezes se há de visitar o perdão, se até sete vezes, é desadequada. A questão urgente não é sobre a quantidade, mas sobre a necessidade e a possibilidade do perdão. 70x7 é hipérbole de uma paradoxal expressão que desconstrói
as nossas questões pretensiosamente generosas de medir o perdão.

Pedro Valinho Gomes, ed., Segredo: liturgia de palavra, silêncio e testemunho. Aproximações polissémicas ao segredo de Fátima, Santuário de Fátima, Fátima 2018., 2018
Publicado em Pedro Valinho Gomes, org., Segredo: liturgia de palavra, silêncio e testemunho. Apro... more Publicado em Pedro Valinho Gomes, org., Segredo: liturgia de palavra, silêncio e testemunho. Aproximações polissémicas ao segredo de Fátima, Santuário de Fátima, Fátima 2018.] «O que estás a ver, Jeremias?» Jer 1,11 «... mas isso é segredo». Francisco Marto I. PARADOXOS DA ALIANÇA «E os vossos jovens terão visões». Jl 3,1 Na senda da Aliança: quando o Mistério se anuncia na intimidade A intimidade com Deus nem sempre encontra palavras com que se traduza. O essencial é frequentemente indizível, guardado apenas como tesouro em vasos de barro (2Cor 4,7), como luz que transparece naquele que dela se alimenta. Ainda que a intimidade com Deus se faça palavra com a qual se há de fermentar a história humana, é no segredo das biografias que se entregam à conversão que essa fermentação se dá, demorada, mas constante, fiel, até que frutifique na esperança e no amor. Habitadas pela novidade de Jesus, pela sua promessa de vida, pelo seu dom permanente e incondicional, as palavras de Fátima dizem o (in)dizível do Evangelho. São palavras habitadas pelo Mistério de Deus. E a digestão de uma palavra habitada faz-se em silêncio. Assim foi com os discípulos de Jesus que, depois da visão da transfiguração do Filho predileto, «guardaram silêncio e, naqueles dias, nada contaram a ninguém do que tinham visto» (Lc 9,36). E com que palavras haveriam de contar? Que palavras traduziriam plenamente essa epifania da Palavra transfigurada em síntese da lei -Moisés -e da profecia -Elias -e, portanto, síntese do verbo com que se conjuga a relação de Deus com o seu povo? E como não guardar silêncio para que essa Palavra ganhe corpo naquele que é testemunha do acontecimento do Verbo? E como não desejar acariciar na sua intimidade inviolável a alegria transbordante daquele encontro inaudito e inesperado? Assim também com os pastores de Fátima. Quando o Francisco pergunta à irmã e à prima pelas palavras do Anjo, elas pedem-lhe ainda silêncio, imersas que estão na pesada glória de Deus 1 , não se dando sequer «conta da própria existência». O silêncio impõe-se de si: «Nesta aparição, nenhum pensou em falar nem em recomendar o segredo. Ela de si se impôs. Era 1 Veja-se o termo hebraico kabodh, «glória», que tem o sentido de «gravidade» ou «grande peso». A sensação de peso que as crianças de Fátima sentem após as aparições do Anjo não é distante da perceção judaica do que significaria imergir na glória de Deus.
Eu vim para que tenham vida. A vida que brota de Deus no acontecer da História, 2017
«Assim como nós perdoamos». Esboço de um (im)possível manual de reparação da vida", coord. José E... more «Assim como nós perdoamos». Esboço de um (im)possível manual de reparação da vida", coord. José Eduardo Borges de Pinho, Eu vim para que tenham vida. A vida que brota de Deus no acontecer da História, Santuário de Fátima, Fátima 2017, 151-166.
Manuel Sumares - Helena Catalão - Pedro Valinho Gomes, ed., Religiosidade, o seu Carácter Irreprimível: Perspectivas Contemporâneas (Publicações da Faculdade de Filosofia), 2010
"Sacrum Facere: A Cidade dos Dons Sacrificiais", in: Manuel Sumares -Helena Catalão - Pedro Valin... more "Sacrum Facere: A Cidade dos Dons Sacrificiais", in: Manuel Sumares -Helena Catalão - Pedro Valinho Gomes, ed., Religiosidade, o seu Carácter Irreprimível: Perspectivas Contemporâneas, Publicações da Faculdade de Filosofia de Braga, Braga 2010.
Paper presented at the I Symposium of Philosophy and Science of Religion, in the Faculty of Philosophy (Braga) of the Catholic University of Portugal.
Papers by Pedro Valinho Gomes
Sacrum facere. A cidade dos dons sacrificiais
Nombreux sont ceux qui voient dans le don sacrificiel de la vie elle-même non seulement l'évé... more Nombreux sont ceux qui voient dans le don sacrificiel de la vie elle-même non seulement l'événement éthique par excellence, le modèle d'action éthique, voire le seul geste véritablement éthique, mais aussi la réalisation du bien suprême, de l'atteinte du bonheur dont Aristote nous parle dans L'éthique à Nicomaque. La perception du don sacrificiel comme modèle éthique par excellence est liée à certaines caractéristiques que des auteurs comme Emmanuel Levinas, Jacques Derrida et d'autres penseurs récents de l'éthique se sont empressés d'esquisser et qui correspondent à une interrogation sur la pureté du don dans sa phénoménologie. Dans cet article nous interrogeons cette critériologie à l'appuis des travaux de Paul Ricoeur
O que estás a ver, igreja? A condição batismal a partir da simbólica de Fátima. Desafios eclesiológicos
Un exercice en herméneutique théologique à partir de la narrative du "Secret de Fatima"... more Un exercice en herméneutique théologique à partir de la narrative du "Secret de Fatima" nous place devant la condition baptismal du chrétien et relève des enjeux ecclesiologiques importantes

Dever de lembrar, direito de esquecer. Elementos para uma ética da memória
L'interrogation qui tourmente l'univers de la mémoire dans le contexte des tragédies huma... more L'interrogation qui tourmente l'univers de la mémoire dans le contexte des tragédies humaines est double : D'une part, il est proclamé qu'il y a un besoin de témoigner, pour que la mémoire de la tragédie perdure et ne se répète pas à l'avenir, ou que les victimes ne disparaissent pas complètement (et doublement, dans l'oubli) ; ce désir (ou ce besoin) d'extraire un sens de l'absurdité de l'événement se fonde sur le fait qu'un génocide ou une autre tragédie similaire provoque chez ses victimes et ses témoins un certain engourdissement de la raison du fait de cette absurdité reconnue dans l'événement ; c'est ce besoin de retrouver un sens qui pose la question du devoir de mémoire. D'autre part, le traumatisme de cette absurdité entraîne un désir intérieur d'oublier, car le mal passé reste un mal présent. Ne devrions-nous pas aussi parler d'un devoir d'oubli ? Ne devrions-nous pas au moins parler du droit à l'oubli fac...
«Assim como nós perdoamos». Esboço de um (im)possível manual de reparação da vida
Le pardon donne à penser. Autant que le mal et précisément à partir de ce passage à travers les p... more Le pardon donne à penser. Autant que le mal et précisément à partir de ce passage à travers les profondeurs de la faute. Tout discours sur le pardon qui n'est pas un simple palliatif doit faire face à l'absurdité avec laquelle le mal affecte la vie. C'est de ce fond scabreux que doit jaillir la parole (im)possible qui rêve de réparer la vie. C'est le premier paradoxe du pardon : du sein de la dette vient le don. Gratuit. Inconditionnel. Permanent. (Im)pensable

Segredo: liturgia de palavra, silêncio e testemunho. Aproximações polissémicas ao segredo de Fátima
Le témoignage croyant est toujours un témoignage d'affection, référence à une intimité, parol... more Le témoignage croyant est toujours un témoignage d'affection, référence à une intimité, parole sur la Parole. Et, par conséquent, tout commence là, dans la Parole, dans l'intimité, dans l'affection. Le témoin est avant tout un auditeur, une personne intime, aimée. Alors, le témoin devient voix et corps et acte, mais sa genèse est une explosion de l'Autre au sein de celui qui s'ouvre à la révélation, joie expansive et irrépressible, lumière et chaleur qui dissipe le crépuscule de la peur et de l'incertitude. Et pour que cette explosion devienne voix et corps et acte, elle doit encore passer par le silence avec lequel le pain fermente et le vin mûrit, jusqu'à ce que la Parole offerte dans l'intimité de l'affection imprègne la chair et le sang, l'air et l'identité qui font la vie du croyant. La visite de la Parole prend corps dans le temps de l'attente jusqu'à ce qu'elle transparaisse à travers la peau
What's love got to do with it? Cristo e o casamento
Tina Turner, la théologienne pop de service qui nous a donné la devise de la réflexion, a bien co... more Tina Turner, la théologienne pop de service qui nous a donné la devise de la réflexion, a bien compris la question, mais elle a peu à ajouter dans les couplets de sa musique. Elle termine son refrain en se demandant : "Qui a besoin d'un coeur quand un coeur peut être brisé ? Je réponds : Tina, les chrétiens savent que le cœur est brisé dans les relations. C'est avec cet amour que s'écrit l'histoire de ce peuple étrange qu'est l'église. C'est cet amour, qui est brisé et rompu sur une croix, pour que la vie soit réparée et soit féconde, que le mariage en Christ témoigne. Tina, merci de nous le rappeler
Do homem-só ao Homem-habitado. O encontro como estilo crente
Nous diagnostiquons chez l'homme contemporain le drame de la solitude inhabitée, qui se manif... more Nous diagnostiquons chez l'homme contemporain le drame de la solitude inhabitée, qui se manifeste par les blessures sociales les plus disparates : la désintégration des liens familiaux ; l'augmentation galopante des logements solitaires ; la marginalisation des pauvres dans un monde riche. Ce trait de contemporanéité ne sera pas dissonant pour ceux qui se perçoivent comme les héritiers du mythe moderne de la plus haute individualité, qui a progressivement absorbé les tonalités sombres de la solitude, de la fragmentation, de la peur d'exister. Dans cet article, on essaye un parcours biblique sur la catégorie du "rencontre"
A Ética do Vulnerável: Elementos Hermenêuticos para uma Perspectiva Cristã
La vulnérabilité, marque indélébile de la condition humaine, se révèle, aux frontières du possibl... more La vulnérabilité, marque indélébile de la condition humaine, se révèle, aux frontières du possible, comme une lamentation. Dans ce bref essai, nous proposons de passer en revue, dans un cadre herméneutique, quelques textes bibliques fondamentaux qui offrent un éclairage sur le thème de la vulnérabilité humaine. Au cours de ce voyage herméneutique, nous serons surpris par une transformation qui, selon nous, est appropriée dans une perspective chrétienne. Cette transformation est la métamorphose d'une tentation agonisante d'invulnérabilité en une sphère éthique confiante, dans laquelle la sollicitude et le don occupent un rôle central, à l'image du phénomène christique
The gift of forgiveness. From the abyss to the hymn
Une révision de l'exchange sur le pardon chez Paul Ricoeur et Jacques Derrida
Missão Espiritana, 2017
This Article is brought to you for free and open access by Duquesne Scholarship Collection. It ha... more This Article is brought to you for free and open access by Duquesne Scholarship Collection. It has been accepted for inclusion in Missão Espiritana by an authorized editor of Duquesne Scholarship Collection.
L'impératif de l'indicatif : revisiter l' éthique christologique de Karl Barth
De Deus (in)definido Reflexões sobre a revelação como linguagem do impossível necessário "Estai s... more De Deus (in)definido Reflexões sobre a revelação como linguagem do impossível necessário "Estai sempre prontos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pede." (1Ped 3,15) Humanística e Teologia. 32:2 (2011) 95-104 * Doutorado em Filosofia da Religião na Faculdade de Filosofia de Braga (U.C.P.), investigador do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos.

A sarça, o gago e o seu povo. A tradição bíblica como testemunho do (in)dizível pedro vAlinho goM... more A sarça, o gago e o seu povo. A tradição bíblica como testemunho do (in)dizível pedro vAlinho goMeS* «Quem tem ouvidos, oiça» (Mt 11,15) «Para que ao ouvir, oiçam e não compreendam» (Mc 4,12) O relato da revelação do Nome de Deus, no Horeb, é o pretexto para esboçar um itinerário hermenêutico em busca da atitude do crente que escuta o texto da Revelação. Devemos deter-nos em três etapas desse itinerário: primeiro, diante da sarça, a escuta; depois, na voz do gago, o testemunho; para finalmente, contemplar o paradoxo do léxico e do disléxico, como quem oferece uns traços incertos e verdadeiramente despretensiosos para um caminho cristológico da interpretação. I. DIANTE DA SARÇA, A ESCUTA «Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único!» (Dt 6,4). Eis a palavra com que se inaugura o estilo crente. Aprendemos de Paul Ricoeur que o texto bíblico está dinamizado por uma vitalidade própria da revelação: escutar o poema bíblico é tornar-se ouvinte da revelação de Deus, referente último da narrativa poética que ali se manifesta como dom inesperado e imponderável. É esse o pressuposto de que parte o crente. Aprendemos de Ricoeur que "nomear a Deus, antes de ser um ato de

A esperança do perdão: uma abordagem a partir da obra de Paul Ricoeur
Pensar o perdão é fazer uma navegação às profundezas da falta e descobrir a marca do absurdo com ... more Pensar o perdão é fazer uma navegação às profundezas da falta e descobrir a marca do absurdo com que ela sela a vida humana. E, desde esse fundo tenebroso, reinventar uma vida. Se de todo ele é possível, o perdão será dom transbordante no seio de uma dívida dolorosa. Mas não se chega da dívida ao dom sem passar pela reinvenção do sentido. Porque o passado é irreversível. O que resta é a leitura com que ele é olhado, que pode ser recriada. E recriadora. Face ao irreversível e ao imperdoável, o perdão representará uma reconfiguração na história de uma vida. Dom desproporcional, excessivo, transcendente, o perdão mostra-se como renarração, luto, promessa, reconhecimento e hospitalidade. Dá-se como caminho de acolhimento do outro, do outro inimigo, do outro culpado, na recriação de uma vida e do viver juntos. Talvez só nele se dê o milagre de fazer do inimigo um amigo.
Uploads
Books by Pedro Valinho Gomes
Texto completo online e em open access: https://openbooks.ucp.pt/ucp/catalog/book/151
Book Chapters by Pedro Valinho Gomes
as nossas questões pretensiosamente generosas de medir o perdão.
Paper presented at the I Symposium of Philosophy and Science of Religion, in the Faculty of Philosophy (Braga) of the Catholic University of Portugal.
Papers by Pedro Valinho Gomes
Texto completo online e em open access: https://openbooks.ucp.pt/ucp/catalog/book/151
as nossas questões pretensiosamente generosas de medir o perdão.
Paper presented at the I Symposium of Philosophy and Science of Religion, in the Faculty of Philosophy (Braga) of the Catholic University of Portugal.