Book Reviews by Teresa Di Somma
La scrittrice australiana Zoë Boccabella riscopre le sue origini italiane in un autobiografico ra... more La scrittrice australiana Zoë Boccabella riscopre le sue origini italiane in un autobiografico racconto di due viaggi in Abruzzo e Calabria. In questa recensione, svelo come, a mio avviso, le sue esperienze vengano filtrate da una lente neo-colonialista ed esotizzante, carica di pregiudizi anti-meridionali.
Papers by Teresa Di Somma

Revista Igarapé, 2018
No dia 22 de setembro de 2016, o fotógrafo Sebastião Salgado recebeu na Universidade Federal do A... more No dia 22 de setembro de 2016, o fotógrafo Sebastião Salgado recebeu na Universidade Federal do Acre (UFAC), o título de doutor honoris causa, e ministrou uma palestra, com o título “Sebastião Salgado – Uma História de Vida”. Neste trabalho, pretendemos discutir de forma crítica o papel de Salgado. Inicialmente, analisaremos o ritual performático de preparação da palestra, sustentando a hipótese de que esse ritual tenha uma função liminar, instrumental à entrada do público em uma dimensão transcendental, onde, conforme a formulação do carnavalesco proposta por Bakhtin, questionamentos, críticas e dúvidas são suspensas. Secundariamente, a partir da palestra de Salgado na UFAC, problematizaremos a discrepância entre as posturas esquerdistas que ele promove e o seu envolvimento em projetos corporativos de imenso impacto negativo, tanto ambiental quanto humano. Outrossim, com foco no trabalho de Gerson Albuquerque et al, tentaremos identificar o amazonialismo estereotipado e essencialista contido no discurso de Salgado. Finalmente, nos concentraremos no trabalho fotográfico e audiovisual apresentado ao final do evento, após a palestra: em particular, questionaremos a sexualização e a racialização dos sujeitos indígenas que comparecem nas fotos. Com base nos estudos de Jameson sobre a lógica do capitalismo tardio, concluiremos que Salgado, usurpando códigos e signos que pertencem à esfera simbólica da decolonialidade, se impõe violentamente como tardo perpetrador/promotor de uma opressão colonial que persiste há 500 anos.

Uwa’kürü - dicionário analítico, vol. 2, 2017
Redigimos esse texto na cidade de Rio Branco, no Estado do Acre, a capital mais ocidental do Bras... more Redigimos esse texto na cidade de Rio Branco, no Estado do Acre, a capital mais ocidental do Brasil, situada na Região Norte. Contudo, para aproximar-nos tanto ao Ocidente quanto ao Norte globais sem ultrapassar a fronteira nacional, precisaríamos percorrer vários milhares de quilômetros em direção sul-oriental, até chegar ao Sudeste Metropolitano, centro nevrálgico do país. E depois, desde esse “embrião de uma futura megalópole”, onde “se localiza o maior parque industrial da América Latina”, teríamos a opção de viajar por 8.000 km rumo a nordeste, para finalmente chegar à Europa, cuja cultura, conforme um livro para as escolas que chegou às nossas mãos, “é ocidental, baseada no alfabeto latino, nas religiões judaico-cristãs e na idéia de progresso ou desenvolvimento material”.
Por um lado, somos continuamente mobilizados para combater as guerras (simbólicas, políticas, ou até concretas) desse dito Ocidente, e por outro lado somos continuamente excluídos da superioridade moral que parece caracterizar quem consegue caber dentro dele.
Antes de tentar estabelecer um diálogo, e antes de nos desencadear e de fagocitar o Ocidente, precisamos desagregá-lo, fragmentá- -lo simbolicamente. Somente a partir dos seus pedaços, das suas migalhas desvinculadas dessa ambição de normatizar e impor desejos e obrigações, confinar, policiar, domesticar e assepsiar o Outro, poderemos começar um diálogo que seja verdadeiramente decolonial.

Anais do X Simpósio Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental, 2016
In questo articolo analizzo le questioni de razza e genere affrontate nella canzone hip-hop/dubst... more In questo articolo analizzo le questioni de razza e genere affrontate nella canzone hip-hop/dubstep N.E.G.R.A., composta da Lorenzo Lombardi Dallamano e interpretata da Cécile Vanessa Ngo Noug, nota al pubblico come Cecile. La cantante, nata a Roma da madre comerunense, partecipa al Festival di Sanremo nel 2016. La canzone viene eliminata al primo turno della selezione nella categoria giovani, tanto tramite il televoto del pubblico, quanto dal voto della sala stampa. Nell’articolo menziono alcune polemiche sui social network, blog e riviste online (tra cui, una critica della scrittrice italo-somala Igiaba Scego), e realizzo una analisi semantica del testo della canzone di Cecile, la quale probabilmente affronta argomenti troppo controversi per la giuria e per il pubblico sanremese, ovvero, la denuncia della razializzazione e sessualizzazione subite nella sua vita in Italia in quanto donna nera. Argomentando sopra questioni di razza e genere, dialogo con le letture di autori come Jospeh Pugliese e Gaia Giuliani a proposito della razializzazione in vigore nella società italiana. Inoltre, nell’articolo realizzo una speculazione sulle possibili ragioni dell’eliminazione di Cecile al primo turno, e suggerisco che sia avvenuta sulla base di questioni non necessariamente collegate alle sue capacitá artistiche, ma come conseguenza di atteggiamenti razzisti di white fragility (cf DiAngelo), mascherati da accuse di populismo, “vittimismo strategico” e cattivo gusto della cantante.

Revista Tropos: Comunicação, Sociedade e Cultura, 2017
On 22 April 2017, while rehearsing a musical performance for talent show " Amici di Maria De Fili... more On 22 April 2017, while rehearsing a musical performance for talent show " Amici di Maria De Filippi " , female singer Emma Marrone was repeatedly molested and groped by a male dancer as part of a prank orchestrated by the TV team. During the broadcast, cast members and guest stars laughed at Marrone " s irritated reactions to the " simulated " sexual assaults of the dancer. The episode was then normally broadcast and promoted as a hilarious prank. While totally partaking in the general indignation and outrage that this episode has brought about in international media and in national anti-abuse organisations, we want to focus on Marrone " s positionality as a diasporic Southern Italian woman, which has largely gone overlooked in the diffused reactions to the episode. In this work, we proceed to unearth the often-silenced histories of mass rapes against Southern women committed during the Italian Unification period and in the final stages of World War II, in order to expose the exploitation of female bodies as military trophies, perpetrated by occupying (Italian and international) forces. We then situate the episode involving Emma Marrone and " Amici di Maria de Filippi " within the perverse dynamics of contemporary Italy as a scopic regime that claims continuity with these histories of racialised sexual violence.
Books by Teresa Di Somma

Transitando entre as Amazônias a Oriente e a Ocidente, no desde aqui-lá de nossos cotidianos acad... more Transitando entre as Amazônias a Oriente e a Ocidente, no desde aqui-lá de nossos cotidianos acadêmicos, das poéticas de nossas ruas e matas, nossas cidades/florestas/rios, em diálogos que ultrapassam fronteiras, apresentamos o segundo volume de Uwa’kürü – Dicionário Analítico, com verbetes de autores de diferentes localidades e com diferentes abordagens, refletindo a boa aceitação e o impacto causado pelo lançamento do volume 1 deste projeto coletivo, no ano de 2016. Nessa direção, feito as águas de nossos rios, igarapés e paranãs, que se encontram em turbulentas e, às vezes, mansas correntes para formar o grande Amazonas e desaguar no oceano, esta publicação é um ponto de encontro de nossas incertas certezas, nossas buscas de respostas e caminhos para as indagações, problemáticas e formas de intervenção políticas. Uma publicação que reflete nossos diálogos: francos, em encontros acadêmico-culturais realizados em diferentes lugares; silenciosos e profundos, na opacidade cotidiana das localidades onde nos exercitamos como parte do todo-o-mundo. Este é um livro que possibilita partilhar o que temos. Uma partilha simbolicamente espelhada na prática cultural amazônica do ato de vizinhar, que proporciona diferentes formas de encontros e ampliação dos horizontes de sobrevivência, hospitalidade, amizade e resistências individuais/coletivas. No ato de vizinhar cada pessoa procura levar à outra, sua vizinha mais próxima, a melhor parte de sua caça, pescaria, colheita. Também, por intermédio desse vizinhar são estabelecidas reciprocidades em meio às necessidades do dia-a-dia, com intercâmbios de pequenas porções de café, açúcar, sal, farinha, arroz... Uma prática constituída em laços profundos, uma espécie de economia moral que se estabeleceu no interior das florestas e se manteve entre as famílias de trabalhadoras e trabalhadores que foram deslocadas para as vilas e cidades da região, possibilitando a vida em meio aos processos de exclusão e segregação impostos pela economia de mercado. No âmago de Uwa’kürü – Dicionário Analítico encontram-se parcerias e intercâmbios que, inspirados nesse vizinhar, produzem um tipo de partilha onde cada autor ou autora participa com o melhor de si, de suas leituras e reflexões expressas em verbetes individuais, para formar um todo, isto é, um conjunto de verbetes resultantes de pesquisas, vivências, experiências e lutas em diferentes localidades, vivenciadas por diferentes mulheres e homens que dão o que têm e recebem o que não o têm. Vizinhamos compreendendo que, se as fronteiras foram produzidas para nos separar, somos capazes de transformá-las em limiares, que nos possibilitem transitar de um lugar a outro, de uma Amazônia à outra, de sul pra sul, mas também de sul pro norte, de norte pra sul e em outras direções, na perspectiva de que “o limiar não faz só separar dois territórios (como a fronteira), mas permite a transição, de duração variável, entre dois territórios. Ele pertence à ordem do espaço, mas também, essencialmente, à do tempo” (GAGNEBIN, J. M. Limiar, aura e rememoração: ensaios sobre Walter Benjamin. São Paulo: Editora 34, 2014, p. 36.). Pensamos em tempo como categoria de espaço e nossos tempos/espaços são múltiplos, como nossas culturas, saberes e conhecimentos que dão sentido à nossa necessidade de ouvir/ ler o “outro” em nossa eterna condição de diferentes/iguais ou iguais/diferentes. Enfim, como afirmamos no primeiro volume deste dicionário, o que apresentamos é um projeto em aberto – em todos os sentidos – ou, como preferimos, um projeto a ser escrito e re-escrito infinitamente, porque somos habitantes de mundos que se transformam ao se encontrarem com outros mundos. Nesse contínuo enlace, não temos receios do inesperado ou das diferentes pessoas, comunidades, culturas e línguas que possam nos trazer o que não temos, nos dizer o que não sabemos, nos inspirar a descobrir a poética da vida, nos possibilitar a alegria do encontro mesmo quando nos desencontramos na secularidade de nossas experiências, fazeres e afazeres cotidianos.
Vol. 5, N.2, 2017 by Teresa Di Somma

In this work, we focus on the travel memoir Mezza Italiana (2011), written by Italian-Australian ... more In this work, we focus on the travel memoir Mezza Italiana (2011), written by Italian-Australian author Zoë Boccabella. Partly of Abruzzese and partly of Calabrian origins, she spends most of her trips to Italy in Abruzzo, only to stay very shortly in the Calabrian town of Palmi. Boccabella’s narration of Calabria offers contestable representations of the region, as she conceals a sense of uneasiness at her own white privilege over Calabrians by means of a superficial and paternalistic outlook. Furthermore, taking Boccabella’s journey as a starting point, we observe how Abruzzese identity is troubled by a desire to disavow its historical, cultural and linguistic affinities with the South of Italy, and by an urge to be considered part of the Centre. By recognising herself as mainly Abruzzese and minimising her Calabrian roots, we contend, Boccabella aims to “acquire full citizenship” not only within the Italian nation, but also within Australia
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Papers by Teresa Di Somma
Por um lado, somos continuamente mobilizados para combater as guerras (simbólicas, políticas, ou até concretas) desse dito Ocidente, e por outro lado somos continuamente excluídos da superioridade moral que parece caracterizar quem consegue caber dentro dele.
Antes de tentar estabelecer um diálogo, e antes de nos desencadear e de fagocitar o Ocidente, precisamos desagregá-lo, fragmentá- -lo simbolicamente. Somente a partir dos seus pedaços, das suas migalhas desvinculadas dessa ambição de normatizar e impor desejos e obrigações, confinar, policiar, domesticar e assepsiar o Outro, poderemos começar um diálogo que seja verdadeiramente decolonial.
Books by Teresa Di Somma
Vol. 5, N.2, 2017 by Teresa Di Somma
Por um lado, somos continuamente mobilizados para combater as guerras (simbólicas, políticas, ou até concretas) desse dito Ocidente, e por outro lado somos continuamente excluídos da superioridade moral que parece caracterizar quem consegue caber dentro dele.
Antes de tentar estabelecer um diálogo, e antes de nos desencadear e de fagocitar o Ocidente, precisamos desagregá-lo, fragmentá- -lo simbolicamente. Somente a partir dos seus pedaços, das suas migalhas desvinculadas dessa ambição de normatizar e impor desejos e obrigações, confinar, policiar, domesticar e assepsiar o Outro, poderemos começar um diálogo que seja verdadeiramente decolonial.