Books by Heloisa Helena Siqueira Correia

Humanos e outros-que-humanos nas narrativas amazônicas
Esta coletânea reúne pesquisadoras e pesquisadores dedicados a
explorar, no âmbito da região amaz... more Esta coletânea reúne pesquisadoras e pesquisadores dedicados a
explorar, no âmbito da região amazônica, a multiplicidade de vivências
e saberes ecológicos críticos que emergem das relações entre os
humanos e os seres outros-que-humanos, visíveis e invisíveis, presentes
em diversos contextos sociais amazônicos, urbanos e rurais, escritos e
orais, indígenas e não indígenas, modernos e tradicionais.
A perspectiva biocultural aqui adotada abre caminho para que a
ecocrítica contribua com seu olhar sobre as relações entre humanos
e outros-que-humanos (animais, plantas, microorganismos, artefatos,
narrativas, paisagens, espíritos, monstros, bichos e muitos outros),
proporcionando novas possibilidades de vida – tanto de formas de vida
quanto de modos de viver – no meio ambiente.
Os saberes “ecológicos” que daí brotam apontam continuidades
ou complexas interações entre natureza e cultura tanto em narrativas
mítico-literárias indígenas, orais, escritas, publicadas ou não, quanto nos
conhecimentos nativos em nível regional coletados etnograficamente,
levando em consideração o estreito vínculo entre culturas, cosmologias,
histórias e práticas sociais nativas em seu engajamento com os seres
outros-que-humanos com os quais compartilhamos o(s) mundo(s).
Representação animal nos Estudos Literários, 2015
Navegações, 2017
Este artigo pretende analisar a obra Solidão Continental, do escritor contemporâneo
João Gilberto... more Este artigo pretende analisar a obra Solidão Continental, do escritor contemporâneo
João Gilberto Noll, e caracterizar seu personagem-narrador: João Bastos. Considerando-se que
este é revestido de uma roupagem com traços literários filosóficos existencialistas. Isso exige
uma busca, na filosofia de Sartre e Nietzsche, de elementos que deem embasamento à hipótese
posta. Assim, se procedeu à análise crítica a partir das características mais íntimas, os aspectos
psicológicos, para os elementos visíveis, que estão realmente à mostra, como seu agir moral.
Identificou-se uma busca, pelo personagem, de algo que o preencha, retirando-o de seu dilema
existencial e que o complete, antes que seu tempo finde.
Palavras-chaves: João Gilberto Noll; Literatura brasileira contemporânea; Existencialismo;
Niilismo
Vertentes do Insólito e do Fantástico: LEITURAS, 2017
Literatura Indígena Brasileira Contemporânea, 2018
Revista Tenso Diagonal , 2016
O texto estuda o fantástico construído por Jorge Luis Borges no conto "La lotería en Babilonia" e... more O texto estuda o fantástico construído por Jorge Luis Borges no conto "La lotería en Babilonia" em termos do que se denomina fantástico metafísico. Para tanto, leva em consideração que a literatura borgeana trabalha com a filosofia levando em conta os problemas que envolvem a metafísica na contemporaneidade, transformando, metafísica e crítica da metafísica, em material estético para criação de seu modo particular de criar o fantástico. Palavras-chave: Jorge Luis Borges, Fantástico metafísico, Nietzsche, Morte de Deus, Metafísica.

Revista Labirinto, 2017
Acontecimentos insólitos latejam nas raízes da realidade, sejam elas históricas, culturais, mitol... more Acontecimentos insólitos latejam nas raízes da realidade, sejam elas históricas, culturais, mitológicas ou estéticas em sentido amplo. Quer as raízes tenham se diluído, caso flutuem ou estejam enterradas, o insólito não existe pronto. Muitas vezes vem à existência de modo efêmero, em outras, sua durabilidade o aproxima do mistério desafiador que há tempos não se rende. Há momentos em que também deixa de existir, isso acontece principalmente quando é substituído por uma explicação racional, dada por novos conhecimentos. Guardadas suas qualidades, o insólito não permite que o tratemos como absoluto, e isso se deve a sua relação estreita com o olhar de seu receptor. Este lhe incute vida ao se surpreender, se auto questionar, se descobrir em susto, espanto ou inquietação. Também pode não notá-lo, pois que o insólito, tantas vezes banalizado, se naturaliza como aparentemente algo usual ou comum. A história e a literatura, em nosso contexto, ainda não denominado a contento, assumem cada vez mais o enfrentamento ou o encontro com o caráter insólito da existência. O trânsito nômada, a imigração forçada, a fuga de espaços tornados impossíveis são insólitos. O encurralamento social ou ideológico, o isolamento cultural ou religioso, a prisão étnica ou de gênero, a perda de liberdade e o controle milimetricamente examinado, auscultado e vigiado de cada indivíduo ou grupo são insólitos. A violência e a intolerância, que se espalham pulverizadas e penetrantes em variados espaços, são insólitas. A vida, ameaçada a todo momento, na linha limítrofe da existência, é insólita. O homem UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CENTRO INTERDISCIPLINAR DE
Configuracionaes del desvío. Estudios sobre lo fantástico en la literatura latinoamericana, 2017
Narratives of Environmental Challenges in Brazil and India: losing nature, 2019
Texto pulicado em Dossiê organizado por Zélia M. Bora e Murali Sivaramakrishnan.

Revista Florestan, 2019
O presente trabalho objetiva analisar aspectos do romance Um rio chamado tempo, uma casa chamad... more O presente trabalho objetiva analisar aspectos do romance Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (2003), de Mia Couto, e o conto "O búfalo", de Clarice Lispector, tendo como foco a troca de olhares entre humanos e animais e o que essa experiência causa/desperta nas personagens humanas. Procederemos a uma análise ancorada principalmente em Jacques Derrida que, na obra O animal que logo sou (2002), relata a experiência de ter se surpreendido por seu gato o observando nu. Diante do olhar animal, o filósofo questiona a si mesmo e confessa sentir vergonha. No mesmo sentido, as personagens de Couto e Lispector vivenciam encontros intensos com a animalidade. A partir da leitura de Derrida questiona-se: o que essa experiência causa nas personagens? A reflexão que se desenvolve relaciona-se com as teorias da narrativa, particularmente lançando mão das contribuições dos textos O ponto de vista na ficção (2002), de Norman Friedman, e A ascensão do romance (1990), de Ian Watt. Dialoga-se, ainda, com considerações teóricas específicas de pesquisas sobre a presença animal na literatura, em particular com o trabalho de Maria Esther Maciel (2011). PALAVRAS-CHAVE : Animal; Olhar; Literatura; Mia Couto; Clarice Lispector; Jacques Derrida.

Revista Eutomia, 2019
No esforço de encontrar um diálogo possível entre determinadas reflexões do filósofo Friedrich Ni... more No esforço de encontrar um diálogo possível entre determinadas reflexões do filósofo Friedrich Nietzsche e narrativas de Jorge Luis Borges, objetiva-se tatear a configuração do problema dos valores em contexto pós morte de Deus em ambos os registros, filosófico e literário. O texto atravessa dinamicamente as fronteiras da filosofia e da literatura percorrendo caminhos de mão dupla inaugurados pela extinção do essencialismo e pelo perspectivismo, que fomenta a percepção da manipulação de valores que foram tradicionalmente atrelados ao Bem ou ao Mal. Para tanto, aborda aspectos do pensamento nietzscheano que explicitam a historicidade dos valores e a semelhança entre valores aparentemente contrários, além de identificar a inversão de valores como uma estratégia de poder. E narrativas borgeanas cujas personagens praticam ações furta-cor, a um só tempo ações infames e heroicas, o que desemboca no alerta ao leitor, no que diz respeito aos perigos éticos que o envolvem. Envolviam-no quando o leitor se balizava pelo Bem e Mal tomados como verdades absolutas e o envolvem agora, quando reconhece a transita pelo perspectivismo dos valores.

Revista Abusões, 2019
O texto objetiva acompanhar o processo textual/cultural que se afasta do território do mito, pres... more O texto objetiva acompanhar o processo textual/cultural que se afasta do território do mito, preservando os seres não humanos (e míticos) em suas culturas próprias, ao passo que, respeitadas as fronteiras (que não se fundem), promove a criação de personagens ficcionais extraordinários/ maravilhosos. Os personagens em foco são, ambos, habitantes da obra de Jorge Luis Borges. O minotauro de La casa de Asterión (1994, p.569-570), cuja característica antiga é o hibridismo (corpo de homem e cabeça de touro) sobrevive no mito grego,
enquanto a literatura cria um personagem ambíguo, maravilhoso, melancólico e solitário; e o jaguar de La escritura del Dios (1994, p.596-599), animal natural e sagrado que vive na cultura de variadas etnias sul americanas, enquanto a literatura cria um personagem extraordinário, excepcional, depositário dos signos divinos. A direção de leitura, portanto, demonstra que a cultura universal do escritor não interfere na cultura nativa, e para isso retoma momentos diversos dos contos. O texto defende, ainda, que literatura e mito não se fundem, antes a literatura trabalha para o mito, nos obrigando a ir em busca da memória da cultura de origem, no caso a grega e a sul-americana. Dialoga-se com autores como Rosalba Campra (2016), Maria João Simões (2018), Leonardo Padura (1989), Sérgio Medeiros (2007) e Federico Naraverrete (2006), entre outros.
Palavras-chave: Ser não humano; Personagem maravilhosa; Cultura nativa; Literatura; Jorge Luis Borges

Revista Sínteses, 2007
Este trabalho estuda a metáfora enquanto tropo, procedimento da leitura e procedimento da escritu... more Este trabalho estuda a metáfora enquanto tropo, procedimento da leitura e procedimento da escritura para rastrear a existência da "metafísica fantástica" na obra de Borges, e seu possível desdobramento quando se encontra com a obra de Nietzsche. Para tanto, leva em consideração que a literatura borgeana trabalha com a filosofia levando em conta os problemas que envolvem a metafísica na contemporaneidade, transformando, metafísica e crítica da metafísica, em material estético para suas ficções. A crítica à metafísica está presente nas reflexões de Borges e de Nietzsche. Ambos autores parecem desprezar diferenças definitivas entre filosofia e literatura, produzindo textos que desafiam uma leitura que privilegie apenas o trato conceitual ou apenas o trato imagético de temas, personagens e questões. Soma-se a crítica, realizada por ambos autores, à suposta objetividade do mundo e à crença de que um Ser tenha criado esse mundo independente dos sujeitos e o garanta, o ordene, o organize etc. A "metafísica fantástica" borgeana sugere algumas idéias ao leitor, entre elas, a ideia de experimentar a pretensa semelhança de metáforas presentes nas duas obras, pertencentes, a princípio, a áreas diversas: filosofia e literatura. Tal encontro de figuras talvez sugira um outro modo de a "metafísica fantástica" se desdobrar.

Letras em Revista, 2017
As narrativas de Mia Couto unem o mundo "real" e os elementos míticos para compor o cotidiano fic... more As narrativas de Mia Couto unem o mundo "real" e os elementos míticos para compor o cotidiano ficcional de Moçambique, são obras que espantam e ao mesmo tempo chamam o leitor para a reflexão sobre o mundo que o cerca. Além do diálogo constante com mitos tradicionais ou, ainda, apropriações e empréstimos da matéria mítica, é possível afirmar que a obra do escritor moçambicano também produz mitos que fazem pensar, o que se pode notar nas três narrativas selecionadas, todas elas presentes na coletânea Contos do nascer da terra (2014), a saber: O último voo do tucano, A luavezinha e Raízes. Nas narrativas estão presentes humanos, animais e plantas em diversos tipos de relações, desde um ritual de nascimento até a criação de um mito pelas próprias personagens da narrativa. Dialogando com o estudioso do mito Mircea Eliade e leitores da obra de Mia Couto, procederemos à leitura das narrativas selecionadas em direção ao fazer reflexivo e questionador. Palavras-chave: Mia Couto. Conto. Terra. Mito. Mircea Eliade.
Este trabalho objetiva refletir sobre o fantástico metafísico ou metafísica fantástica engendrada... more Este trabalho objetiva refletir sobre o fantástico metafísico ou metafísica fantástica engendrada pelo escritor argentino Jorge Luis Borges quando, ao desrespeitar as fronteiras, burlar as vigilâncias disciplinares e invadir o território da metafísica, inaugura, nas fronteiras entre literatura e filosofia, um novo terreno estético. Percebe-se que tal terreno renova a ficção fantástica porque ao mesmo tempo em que pressupõe pactos de leitura já vivenciados pelos autores e leitores do fantástico tradicional e pelos rigorosos leitores da metafísica, frustra tais pactos, inventando, assim, um novo leitor. Palavras-Chave: fantástico; metafísica; leitor, Borges.
Reúnem-se aqui os trabalhos apresentados nos Grupos de Trabalho durante o I Congresso ... more Reúnem-se aqui os trabalhos apresentados nos Grupos de Trabalho durante o I Congresso Métodos Fronteiriços: objetos míticos, insólitos e imaginários realizado na cidade de Porto Velho de 08 a 10 de Abril de 2015. O evento foi promovido pelo Grupo de Pesquisa em Estudos Literários, Centro de Estudos Interdisciplinares sobre o Imaginário Social, Grupo de Pesquisas Mapa Cultural -Centro Interdisciplinar de Estudos em Cultura e Artes, Programa de Mestrado em Estudos Literários e Programa de Mestrado em História e Estudos Culturais da Universidade Federal de Rondônia. Articulados à proposta do Congresso, os GTs proporcionaram a reunião de estudantes, professores, pesquisadores e demais interessados no debate sobre temas urgentes em contexto amazônico.

MÉTODOS FRONTEIRIÇOS: IMAGINÁRIO, NATUREZA E MEMÓRIA, 2019
Neste trabalho estão os textos, propostas e discussões apresentados no II Congresso Métodos Fron... more Neste trabalho estão os textos, propostas e discussões apresentados no II Congresso Métodos Fronteiriços: imaginário, natureza e memória, ocorrido de 28 de agosto a 1 de setembro de 2017; que assume a perspectiva de desdobramento do encontro de partida, o I Congresso Métodos Fronteiriços: objetos míticos, insólitos e imaginários, realizado em 2015. Ao início da discussão acerca dos objetos e relações míticas na Amazônia, soma-se a aprendizagem dos saberes tradicionais das comunidades ribeirinha, indígena e quilombola do Estado de Rondônia. Agregam-se aí as relações entre humanos e não humanos, que cotidianamente nos são apresentadas em meio social, e sua marcante e decisiva presença subjacente aos fundamentos da racionalidade, da técnica e da política ocidental. A mesma que estipula quem são os animais humanos que importam, reservando uma vasta borda deserta para os considerados não humanos, oriundos de variadas dimensões: do silêncio midiático, da invisibilidade e das minorias sociais, das matas e rios, das migrações e dos seringais, entre outros.

Outra travessia, 2016
As reflexões que se seguem abordam a monstruosidade a partir da concepção segundo a qual o monstr... more As reflexões que se seguem abordam a monstruosidade a partir da concepção segundo a qual o monstruoso é o "caos" da forma. O texto tem por objetivo aproximar-se da monstruosidade presente na obra de Jorge Luis Borges que não foi incluída pelo autor em seu bestiário. Para tanto, parte-se da monstruosidade divina, em seguida, opera-se a identificação mundana de alguns objetos e seres monstruosos observando a particularidade de suas monstruosidades e, por fim, encontra-se com os perigos inerentes às personagens Funes e Hitler. A realização de tal percurso implica o diálogo pontual com autores como Theodor Adorno, Michel Foucault, Maria Esther Maciel, Júlio Jeha e Sergio Bellei. Percebe-se, então, a necessidade da assunção e da convivência com a monstruosidade manifesta ao modo de qualidades, faculdades, conceitos e objetos, caminho possível para o respeito às diferenças. Palavras-chave: monstruosidade; Jorge Luis Borges; personagens; objetos; conceitos.

Revista Estação Literária, 2016
Objetiva-se investigar as relações entre as personagens animais e humanas nos poemas "Cave canem"... more Objetiva-se investigar as relações entre as personagens animais e humanas nos poemas "Cave canem" e "Encontro no jardim", reunidos na obra Jaula (2006), da poetisa e ficcionista Astrid Cabral. Enfocando a outridade animal e a linguagem poética que a acompanha, analisam-se os modos e formas como o eu lírico dos poemas desenha as interações entre o ser humano e não humano: são relações de afastamento e de fusão, revelam a irredutibilidade do animal, ao mesmo tempo em que, em determinados momentos, produzem a fusão animal-homem. Dialoga-se com o pensamento de Maciel A percepção do filósofo Friedrich Nietzsche acerca da situação do homem diante do poder que estaria prestes a assumir motiva seu leitor, o filósofo Martin Heidegger, a escrever a obra ¿Qué significa pensar. Nela Heidegger afirma: "Esel instante en que elhombre se dispone a asumireldominio sobre latierraensutotalidad" (2005: 44). O homem em questão, aquele denominado por Nietzsche (2001) como além-do-homem, não teme a aparentemente extraordinária tarefa que coloca a si mesmo, sabe-se em um mundo em que não pode recorrer a Deus, e que agora se trata-de uma vez por todas-de ser fiel à Terra.

Literatura e ensino: reflexões, diálogos e interdisciplinaridade., 2016
Esta breve apresentação objetiva realizar um intervalo reflexivo sobre a literatura, suas frontei... more Esta breve apresentação objetiva realizar um intervalo reflexivo sobre a literatura, suas fronteiras, a convivência com seus outros e sua capacidade de pulsação na vida social, para pensar em que medida os outros da literatura carregam a possibilidade de sua revivescência, de uma outra e nova vida da literatura. Não trataremos da relação entre a literatura e outros saberes ou artes ocidentais, importam por ora as possíveis relações da literatura de matriz ocidental com determinada literatura e conhecimento de matriz não ocidental, e os modos literários de convivência de todos o seres em solo planetário. Em termos literários, lembremos, primeiramente, que a literatura (cuja leitura se cultiva nas academias) perdeu seu lugar político em nossa sociedade, ao passo que os profissionais da área de Letras procuram pela paixão e práxis que outrora a literatura uma vez já provocou, quando a experiência do leitor e o sentido da obra eram mais importantes que a estrutura, os mecanismos, as categorias textuais etc.
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Books by Heloisa Helena Siqueira Correia
explorar, no âmbito da região amazônica, a multiplicidade de vivências
e saberes ecológicos críticos que emergem das relações entre os
humanos e os seres outros-que-humanos, visíveis e invisíveis, presentes
em diversos contextos sociais amazônicos, urbanos e rurais, escritos e
orais, indígenas e não indígenas, modernos e tradicionais.
A perspectiva biocultural aqui adotada abre caminho para que a
ecocrítica contribua com seu olhar sobre as relações entre humanos
e outros-que-humanos (animais, plantas, microorganismos, artefatos,
narrativas, paisagens, espíritos, monstros, bichos e muitos outros),
proporcionando novas possibilidades de vida – tanto de formas de vida
quanto de modos de viver – no meio ambiente.
Os saberes “ecológicos” que daí brotam apontam continuidades
ou complexas interações entre natureza e cultura tanto em narrativas
mítico-literárias indígenas, orais, escritas, publicadas ou não, quanto nos
conhecimentos nativos em nível regional coletados etnograficamente,
levando em consideração o estreito vínculo entre culturas, cosmologias,
histórias e práticas sociais nativas em seu engajamento com os seres
outros-que-humanos com os quais compartilhamos o(s) mundo(s).
João Gilberto Noll, e caracterizar seu personagem-narrador: João Bastos. Considerando-se que
este é revestido de uma roupagem com traços literários filosóficos existencialistas. Isso exige
uma busca, na filosofia de Sartre e Nietzsche, de elementos que deem embasamento à hipótese
posta. Assim, se procedeu à análise crítica a partir das características mais íntimas, os aspectos
psicológicos, para os elementos visíveis, que estão realmente à mostra, como seu agir moral.
Identificou-se uma busca, pelo personagem, de algo que o preencha, retirando-o de seu dilema
existencial e que o complete, antes que seu tempo finde.
Palavras-chaves: João Gilberto Noll; Literatura brasileira contemporânea; Existencialismo;
Niilismo
enquanto a literatura cria um personagem ambíguo, maravilhoso, melancólico e solitário; e o jaguar de La escritura del Dios (1994, p.596-599), animal natural e sagrado que vive na cultura de variadas etnias sul americanas, enquanto a literatura cria um personagem extraordinário, excepcional, depositário dos signos divinos. A direção de leitura, portanto, demonstra que a cultura universal do escritor não interfere na cultura nativa, e para isso retoma momentos diversos dos contos. O texto defende, ainda, que literatura e mito não se fundem, antes a literatura trabalha para o mito, nos obrigando a ir em busca da memória da cultura de origem, no caso a grega e a sul-americana. Dialoga-se com autores como Rosalba Campra (2016), Maria João Simões (2018), Leonardo Padura (1989), Sérgio Medeiros (2007) e Federico Naraverrete (2006), entre outros.
Palavras-chave: Ser não humano; Personagem maravilhosa; Cultura nativa; Literatura; Jorge Luis Borges
explorar, no âmbito da região amazônica, a multiplicidade de vivências
e saberes ecológicos críticos que emergem das relações entre os
humanos e os seres outros-que-humanos, visíveis e invisíveis, presentes
em diversos contextos sociais amazônicos, urbanos e rurais, escritos e
orais, indígenas e não indígenas, modernos e tradicionais.
A perspectiva biocultural aqui adotada abre caminho para que a
ecocrítica contribua com seu olhar sobre as relações entre humanos
e outros-que-humanos (animais, plantas, microorganismos, artefatos,
narrativas, paisagens, espíritos, monstros, bichos e muitos outros),
proporcionando novas possibilidades de vida – tanto de formas de vida
quanto de modos de viver – no meio ambiente.
Os saberes “ecológicos” que daí brotam apontam continuidades
ou complexas interações entre natureza e cultura tanto em narrativas
mítico-literárias indígenas, orais, escritas, publicadas ou não, quanto nos
conhecimentos nativos em nível regional coletados etnograficamente,
levando em consideração o estreito vínculo entre culturas, cosmologias,
histórias e práticas sociais nativas em seu engajamento com os seres
outros-que-humanos com os quais compartilhamos o(s) mundo(s).
João Gilberto Noll, e caracterizar seu personagem-narrador: João Bastos. Considerando-se que
este é revestido de uma roupagem com traços literários filosóficos existencialistas. Isso exige
uma busca, na filosofia de Sartre e Nietzsche, de elementos que deem embasamento à hipótese
posta. Assim, se procedeu à análise crítica a partir das características mais íntimas, os aspectos
psicológicos, para os elementos visíveis, que estão realmente à mostra, como seu agir moral.
Identificou-se uma busca, pelo personagem, de algo que o preencha, retirando-o de seu dilema
existencial e que o complete, antes que seu tempo finde.
Palavras-chaves: João Gilberto Noll; Literatura brasileira contemporânea; Existencialismo;
Niilismo
enquanto a literatura cria um personagem ambíguo, maravilhoso, melancólico e solitário; e o jaguar de La escritura del Dios (1994, p.596-599), animal natural e sagrado que vive na cultura de variadas etnias sul americanas, enquanto a literatura cria um personagem extraordinário, excepcional, depositário dos signos divinos. A direção de leitura, portanto, demonstra que a cultura universal do escritor não interfere na cultura nativa, e para isso retoma momentos diversos dos contos. O texto defende, ainda, que literatura e mito não se fundem, antes a literatura trabalha para o mito, nos obrigando a ir em busca da memória da cultura de origem, no caso a grega e a sul-americana. Dialoga-se com autores como Rosalba Campra (2016), Maria João Simões (2018), Leonardo Padura (1989), Sérgio Medeiros (2007) e Federico Naraverrete (2006), entre outros.
Palavras-chave: Ser não humano; Personagem maravilhosa; Cultura nativa; Literatura; Jorge Luis Borges