INTRODUÇÃO Este, como todos os livros, tem uma história. E a história como se sabe não é apenas f... more INTRODUÇÃO Este, como todos os livros, tem uma história. E a história como se sabe não é apenas feita a partir de uma deliberação única. A história tem um sentido, mas este sentido não é forçosamente apenas o resultado de uma decisão preliminar, seguida sem tropeços. Um livro tanto pode ser concebido de forma unitária, como pode ser resultado da união de esforços, cuja origem é múltipla. A unidade porém vem da ideia que está por trás desses esforços. E o caso deste volume. Nosso interesse pela questão da globalização é antigo, o que pode ser evidenciado em trabalhos con cluídos nos anos 70 e 80, como O Espaço Dividido (1975) e Pensando o Espaço do Homem (1982), onde esta noção já era objeto de análise, aí incluída a ideia de uma globalização do espaço. O mesmo se pode dizer do antigo intitulado "A Renovação de uma Disciplina Ameaçada", que em 1984, publicamos na Revista Internacional de Ciências Sociais da Unesco, v. 36, n.° 4. Outros ensaios, tanto teóricos quanto empíricos, se ocuparam desta questão, do mesmo modo que alguns cursos que ministramos na Pós-Graduação em Geografia na Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Universidade de São Paulo. Entre nossos estudantes de Pós-Graduação, a esmagadora maioria dos temas de tese e dissertação também teve esta orientação. Como se vê, a partir de uma mesma ideia, foi possível ir alimentando um debate sobre a questão. Ao longo desses anos e a partir de oportunidades diversas é que os ensaios reunidos nesse volume foram sendo produzidos. Conforme escreveu Bachelard, em Lê Nouvel Esprit Scientifique, mesmo o pensamento mais humilde aparece como uma preparação à teoria quando, através do registro da experiência, busca, no mundo científico, uma verificação. Esses ensaios têm duas ênfases centrais; a primeira é a de considerar o presente período histórico como algo que pode ser definido como um sistema temporal coerente, cuja explicação exige que sejam levadas em conta as características atuais dos sistemas técnicos e as suas relações com a realização histórica. É evidente que a técnica está longe de ser uma explicação da história, mas ela constitui uma condição fundamental. Daí a nossa insistência, relativamente a este fator. Enquanto geógrafo, acreditamos que a laboração, da realidade espacial tenha dependência estreita com as técnicas. Daí uma outra ênfase neste conjunto de ensaios, dada pelo fato de que, no presente período histórico, o 2
INTRODUÇÃO Este, como todos os livros, tem uma história. E a história como se sabe não é apenas f... more INTRODUÇÃO Este, como todos os livros, tem uma história. E a história como se sabe não é apenas feita a partir de uma deliberação única. A história tem um sentido, mas este sentido não é forçosamente apenas o resultado de uma decisão preliminar, seguida sem tropeços. Um livro tanto pode ser concebido de forma unitária, como pode ser resultado da união de esforços, cuja origem é múltipla. A unidade porém vem da ideia que está por trás desses esforços. E o caso deste volume. Nosso interesse pela questão da globalização é antigo, o que pode ser evidenciado em trabalhos con cluídos nos anos 70 e 80, como O Espaço Dividido (1975) e Pensando o Espaço do Homem (1982), onde esta noção já era objeto de análise, aí incluída a ideia de uma globalização do espaço. O mesmo se pode dizer do antigo intitulado "A Renovação de uma Disciplina Ameaçada", que em 1984, publicamos na Revista Internacional de Ciências Sociais da Unesco, v. 36, n.° 4. Outros ensaios, tanto teóricos quanto empíricos, se ocuparam desta questão, do mesmo modo que alguns cursos que ministramos na Pós-Graduação em Geografia na Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Universidade de São Paulo. Entre nossos estudantes de Pós-Graduação, a esmagadora maioria dos temas de tese e dissertação também teve esta orientação. Como se vê, a partir de uma mesma ideia, foi possível ir alimentando um debate sobre a questão. Ao longo desses anos e a partir de oportunidades diversas é que os ensaios reunidos nesse volume foram sendo produzidos. Conforme escreveu Bachelard, em Lê Nouvel Esprit Scientifique, mesmo o pensamento mais humilde aparece como uma preparação à teoria quando, através do registro da experiência, busca, no mundo científico, uma verificação. Esses ensaios têm duas ênfases centrais; a primeira é a de considerar o presente período histórico como algo que pode ser definido como um sistema temporal coerente, cuja explicação exige que sejam levadas em conta as características atuais dos sistemas técnicos e as suas relações com a realização histórica. É evidente que a técnica está longe de ser uma explicação da história, mas ela constitui uma condição fundamental. Daí a nossa insistência, relativamente a este fator. Enquanto geógrafo, acreditamos que a laboração, da realidade espacial tenha dependência estreita com as técnicas. Daí uma outra ênfase neste conjunto de ensaios, dada pelo fato de que, no presente período histórico, o 2
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