Papers by Ernesto Giusti
Guairacá - Revista de Filosofia, 2017
Tradução e revisão de Evandro O. Brito (UNICENTRO), Ernesto M. Giusti (UNICENTRO) e
Camila Bozz... more Tradução e revisão de Evandro O. Brito (UNICENTRO), Ernesto M. Giusti (UNICENTRO) e
Camila Bozzo Moreira (USP), com textos alemão e latino.
Pretendemos aqui apresentar o texto de 1846, a História das Categorias, de Adolf Trendelenburg, o... more Pretendemos aqui apresentar o texto de 1846, a História das Categorias, de Adolf Trendelenburg, oferecendo uma interpretação que permita situar o autor no contexto do surgimento da filosofia contemporânea. Neste artigo apresentamos a hipótese de Trendelenburg sobre o fio condutor para a formulação das categorias aristotélicas. Trendelenburg defende a tese de que tal fio condutor foi a gramática grega, que determinou assim de modo decisivo a metafísica e a lógica de Aristóteles. Esta tese foi determinante não apenas no contexto da Aristoteles-Renaissance do século XIX mas, igualmente, para a constituição da assim chamada Virada Linguística, ou Semântica. Ela se encontra assim na origem da filosofia contemporânea. Este artigo constitui ainda a tentativa de resgate de um autor pouco estudado hoje.

resumo Este artigo defende que, na Investigação sobre os princípios da teologia natural e da Mora... more resumo Este artigo defende que, na Investigação sobre os princípios da teologia natural e da Moral, o conceito de "sentido interno" é central à reflexão kantiana sobre a matemática. Ele não deve ser entendido em sua acepção crítica, mas corresponde antes àquela derivada de Locke, pelo intermédio de Crusius, e se resume a uma reflexão mental sobre figuras e conceitos matemáticos. Ao incluir no sentido interno a dimensão simbólica do conhecimento matemático, Kant podia ainda ignorar um dos problemas centrais de sua reflexão madura sobre a matemática, a saber, como a inspeção de objetos matemáticos particulares permite formular provas e leis de caráter universal. Isto acentua diferenças, muitas vezes ignoradas, entre a filosofia da matemática crítica e pré-crítica. palavras-chave Kant -Filosofia da Matemática -Sentido interno -Período pré-crítico 61 doispontos, Curitiba, São Carlos, vol. 2, n. 2, p.61-75, outubro, 2005 Recebido em janeiro de 2005.Aceito em junho de 2005.
Resumo: Este texto apresenta alguns problemas relativos ao conceito de existência na filosofia co... more Resumo: Este texto apresenta alguns problemas relativos ao conceito de existência na filosofia contemporânea. Com efeito, as afirmações de existência da linguagem comum não podem ser analisadas através do instrumental da lógica aristotélica. Esta limitação é solucionada na lógica contemporânea pelo recurso aos quantificadores. O filósofo alemão Frege foi o criador desse novo operador lógico, mas as críticas ao tratamento da existência como um predicado na linguagem comum já podem ser encontradas em Kant, inclusive em um escrito de seu período pré-crítico, como buscaremos mostrar. Palavras-chave: Kant, Frege, existência, lógica.

A filosofia de Brentano marca decisivamente o final do século
XIX e, em seus desdobramentos, vári... more A filosofia de Brentano marca decisivamente o final do século
XIX e, em seus desdobramentos, várias correntes da filosofia
contemporânea. Sob vários aspectos isto ainda não é suficientemente
compreendido, já que Brentano ainda não é tão presente
nas histórias da filosofia como deveria ser. Muitos autores interpretam
a filosofia de Brentano como sendo essencialmente
uma ontologia, e isso ajudaria a explicar sua ausência da filosofia
do século XX. A filosofia analítica, no seu impulso inicial, em
que a instância antimetafísica oriunda da “filosofia científica”
advogada pelo Círculo de Viena marcava decisiva presença,
negava-se resolutamente a ser uma tal ontologia. Foi necessário
esperar a segunda geração de filósofos analíticos para que
a ontologia, com W. O. V. Quine e Roderick Chisholm, para
citar apenas dois, retomasse seu lugar devido como disciplina
filosófica. Nesse contexto, a doutrina brentaniana de todos e
partes volta a ser uma teoria na ordem do dia. Contudo, ela é pouco conhecida, e os comentadores hesitam onde classificá-la: Barry Smith (1994, cap. 2, passim) a considera uma ontologia,
enquanto Liliana Albertazzi (2006, p. 128) a trata como um
capítulo da filosofia da mente brentaniana. Neste artigo, apresentamos
brevemente a mereologia brentaniana e, a partir dela,
esboçamos alguns apontamentos para possíveis interpretações
de seu papel no conjunto da filosofia de Brentano. Aqui nos
limitamos a analisar os apontamentos presentes nos textos
reunidos sob o nome Psicologia descritiva, datados dos anos 1890-
1891 (doravante PD). Não focaremos nos textos anteriores e
ignoraremos os posteriores, que representam refinamentos e
aplicações importantes da mereologia, já que este exame deverá
ser feito em outra ocasião.
-chave: Frege. Kant. Filosofia da matemática. Filosofia da geometria.. A compreensão precisa acer... more -chave: Frege. Kant. Filosofia da matemática. Filosofia da geometria.. A compreensão precisa acerca de como se relacionam interesses matemáticos e interesses filosóficos na obra de Frege tem sido um tema constante na recente literatura sobre

O objetivo desta apresentação será definir a tarefa da epistemologia moral, conceituando seu âmbi... more O objetivo desta apresentação será definir a tarefa da epistemologia moral, conceituando seu âmbito e seus principais problemas. Em seguida, serão caracterizadas algumas constantes dentro da epistemologia moral, para confrontá-las com duas formas antagônicas mas, cada uma a seu modo, extremas, de posicionar-se no espectro do conhecimento moral, o ceticismo, que será mais detidamente examinado, e o realismo morais. Será defendido que nenhuma das duas pode ser satisfatória, por serem exigentes demais em suas teses, isto é, por colocarem requisitos tais que a própria moralidade se tornaria impossível ou inútil. Uma tal posição acarreta certas dificuldades, que serão aqui apresentadas, e que exigem argumentos suficientemente fortes para a rejeição de ambos. Embora não seja aqui o lugar para uma avaliação da própria epistemologia moral, o tom geral das observações aponta decididamente mais para dificuldades que para o sucesso de sua proposta. Finalmente, será defendida uma forma de ética não cognitivista, em que a impossibilidade de estabelecermos crenças morais verdadeiras e justificadas não implica de modo algum que nossas crenças morais não possam receber diversos graus de justificação, que não necessariamente envolvem atitudes cognitivas quanto a fatos ou valores morais, embora envolvam atitudes cognitivas quanto a fatos tout court (como qualquer prática humana).
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Non ridere, non lugere, neque detestari, sed intelligere -Spinoza Há duas razões principais ... more Non ridere, non lugere, neque detestari, sed intelligere -Spinoza Há duas razões principais uma lógica/epistemológica uma psicológica/biológica
Tradução / Translation by Ernesto Giusti
A filosofia deve protestar contra a divisão das ciências em especulativas e exatas, e a legitimaç... more A filosofia deve protestar contra a divisão das ciências em especulativas e exatas, e a legitimação desse protesto está no direito de sua própria existência.
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Guairacá Revista de Filosofia, 2018
Resumo: Franz Brentano não foi uma figura solitária que propôs sua filosofia isolada de outros fi... more Resumo: Franz Brentano não foi uma figura solitária que propôs sua filosofia isolada de outros filósofos contemporâneos na Alemanha, tal como alguns neo-brentanianos reivindicaram nos últimos anos. O objetivo deste artigo é corrigir tais concepções equivocadas estabelecendo que Brentano desenvolveu sua psicologia filosófica engajado ativamente no rico contexto histórico-intelectual e acadêmico de seu tempo-em particular, sob a influência de Hermann Lotze. Especificamente, Brentano: (i) adota de Lotze a ideia de que juízo não é apenas uma associação de ideias, mas uma asserção do conteúdo; (ii) também adota a ideia de Lotze de que o conteúdo da percepção é algo dado; (iii) a noção brentaniana de intencionalidade também foi herdada de Lotze, (iv) bem como o método da psicologia descritiva; (v) finalmente, Lozte e Brentano concordaram ao admitir que percepção e conhecimento estão intrinsicamente conectados às emoções. Ao mesmo tempo, há ao menos dois pontos nos quais Brentano discorda de Lotze: (i) ele critica a teoria da percepção do signo local, bem como o atomismo de Lotze. Estas eram claramente teorias 1. Este trabalho está sendo publicado concomitantemente como " Hermann Lotze and Franz Brentano " em Philosophical Readings X.2 (2018), pp.115-122 (DOI: 10.5281/zenodo.1209453). Esta tradução para a língua portuguesa foi realizada membros do Grupo
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Camila Bozzo Moreira (USP), com textos alemão e latino.
XIX e, em seus desdobramentos, várias correntes da filosofia
contemporânea. Sob vários aspectos isto ainda não é suficientemente
compreendido, já que Brentano ainda não é tão presente
nas histórias da filosofia como deveria ser. Muitos autores interpretam
a filosofia de Brentano como sendo essencialmente
uma ontologia, e isso ajudaria a explicar sua ausência da filosofia
do século XX. A filosofia analítica, no seu impulso inicial, em
que a instância antimetafísica oriunda da “filosofia científica”
advogada pelo Círculo de Viena marcava decisiva presença,
negava-se resolutamente a ser uma tal ontologia. Foi necessário
esperar a segunda geração de filósofos analíticos para que
a ontologia, com W. O. V. Quine e Roderick Chisholm, para
citar apenas dois, retomasse seu lugar devido como disciplina
filosófica. Nesse contexto, a doutrina brentaniana de todos e
partes volta a ser uma teoria na ordem do dia. Contudo, ela é pouco conhecida, e os comentadores hesitam onde classificá-la: Barry Smith (1994, cap. 2, passim) a considera uma ontologia,
enquanto Liliana Albertazzi (2006, p. 128) a trata como um
capítulo da filosofia da mente brentaniana. Neste artigo, apresentamos
brevemente a mereologia brentaniana e, a partir dela,
esboçamos alguns apontamentos para possíveis interpretações
de seu papel no conjunto da filosofia de Brentano. Aqui nos
limitamos a analisar os apontamentos presentes nos textos
reunidos sob o nome Psicologia descritiva, datados dos anos 1890-
1891 (doravante PD). Não focaremos nos textos anteriores e
ignoraremos os posteriores, que representam refinamentos e
aplicações importantes da mereologia, já que este exame deverá
ser feito em outra ocasião.
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Camila Bozzo Moreira (USP), com textos alemão e latino.
XIX e, em seus desdobramentos, várias correntes da filosofia
contemporânea. Sob vários aspectos isto ainda não é suficientemente
compreendido, já que Brentano ainda não é tão presente
nas histórias da filosofia como deveria ser. Muitos autores interpretam
a filosofia de Brentano como sendo essencialmente
uma ontologia, e isso ajudaria a explicar sua ausência da filosofia
do século XX. A filosofia analítica, no seu impulso inicial, em
que a instância antimetafísica oriunda da “filosofia científica”
advogada pelo Círculo de Viena marcava decisiva presença,
negava-se resolutamente a ser uma tal ontologia. Foi necessário
esperar a segunda geração de filósofos analíticos para que
a ontologia, com W. O. V. Quine e Roderick Chisholm, para
citar apenas dois, retomasse seu lugar devido como disciplina
filosófica. Nesse contexto, a doutrina brentaniana de todos e
partes volta a ser uma teoria na ordem do dia. Contudo, ela é pouco conhecida, e os comentadores hesitam onde classificá-la: Barry Smith (1994, cap. 2, passim) a considera uma ontologia,
enquanto Liliana Albertazzi (2006, p. 128) a trata como um
capítulo da filosofia da mente brentaniana. Neste artigo, apresentamos
brevemente a mereologia brentaniana e, a partir dela,
esboçamos alguns apontamentos para possíveis interpretações
de seu papel no conjunto da filosofia de Brentano. Aqui nos
limitamos a analisar os apontamentos presentes nos textos
reunidos sob o nome Psicologia descritiva, datados dos anos 1890-
1891 (doravante PD). Não focaremos nos textos anteriores e
ignoraremos os posteriores, que representam refinamentos e
aplicações importantes da mereologia, já que este exame deverá
ser feito em outra ocasião.