Papers by Newton Amusquivar
O presente artigo propõe interpretar o discurso Das três transmutações pela perspectiva do que Ni... more O presente artigo propõe interpretar o discurso Das três transmutações pela perspectiva do que Nietzsche denomina de "transvaloração de todos os valores". Para isso, inicialmente é realizada uma investigação sobre a origem, os sentidos desse termo e sua relação com a obra Assim falou Zaratustra. Posteriormente pretendo mostrar que a transvaloração de todos os valores está nesse discurso: o camelo possui o significado de obediência aos valores instituídos durante séculos; o leão representa o espírito de negação dos valores estabelecidos, constituindo uma noção de liberdade; e a criança é a criação de valores que afirma dionisiacamente a vida e tudo o que os valores estabelecidos negaram. Palavras-chave: Transvaloração de todos os valores. Nietzsche. Zaratustra.
www.revistaleca.org 85 conception of overhuman, which does not have an evolutionary sense, but ra... more www.revistaleca.org 85 conception of overhuman, which does not have an evolutionary sense, but rather a resumption of our animality and nature without morality.

Agradeço primeiramente à minha família pelo apoio e incentivo que sempre deram: minha mãe, Angela... more Agradeço primeiramente à minha família pelo apoio e incentivo que sempre deram: minha mãe, Angela Vitória Braguieri Amusquivar, meu pai, Newton Pereira Amusquivar e minha irmã, Solange Braguieri Amusquivar. Ao professor Oswaldo Giacoia Junior o qual tenho grande admiração e ainda até hoje tenho o grande privilégio de aprender com suas aulas; agradeço pelos anos de orientação, apoio e avaliação do meu trabalho. Agradeço ao professor Roberto Bolzani e à professora Maria Lucia Cacciola pelas contribuições no exame de qualificação e também por comporem a banca de defesa. Ao meu amigo Fernando Rodriguez por me ajudar com a língua alemã a compreensão e tradução de textos. Aos meus amigos Mateus Masiero, Rafael Carneiro, Lucas Lazarini, Gabriel Valladão, Gleisy Picoli, Felipe Durante que me ajudaram acompanhando meu trabalho e estudos sobre Nietzsche e Schopenhauer. Aos funcionários do IFCH, em especial a Maria Rita Gandara e Sônia Cardoso, por me auxiliarem sempre com atenção e disponibilidade. À CAPES pelo auxílio financeiro concebido para a pesquisa. viii ix A dissertação tem por núcleo uma análise da interpretação dos fragmentos de Anaximandro e Heráclito pelo jovem Nietzsche, tendo sobretudo por base textual o ensaio A filosofia na era trágica dos gregos e o manuscrito Os filósofos pré-platônicos. Essa análise tem como objetivo geral reconstituir os termos da oposição filosófica que, de acordo com Nietzsche, vige entre esses dois pensadores, buscando, ao mesmo tempo, mostrar também como Nietzsche aproxima Anaximandro e Schopenhauer. Essa aproximação é importante para compreender a polêmica de Nietzsche com pessimismo schopenhaueriano, assim como sua identificação com os aspectos essenciais da filosofia de Heráclito. Para Nietzsche, os vínculos entre o pensamento de Anaximandro e o pessimismo de Schopenhauer são tecidos a partir dos seguintes elementos principais: o devir é um sacrilégio perpetrado contra o ser; toda existência, que resulta do devir porta consigo uma culpa originária; a morte é a expiação dessa culpa; o devir é uma injustiça, o ser eterno indefinido é a justiça e a existência determinada do ente é um sacrilégio contra o indefinido. Por oposição a esses elementos, Nietzsche vê em Heráclito uma posição filosófica que: nega o ser eterno e imóvel, para afirmar o puro devir; o devir é pura inocência, destituído de culpa e significação moral; o uno é a própria multiplicidade; justiça é guerra entre os opostos, e a existência é um jogo lúdico de criança. Uma questão central que nos importa é: nessa oposição entre Anaximandro e Heráclito já não estaria prefigurada no jovem Nietzsche uma proposta de superação do pessimismo representado por Schopenhauer e Anaximandro, para estabelecer uma filosofia trágica ligada mais ao pensamento de Heráclito? A oposição entre Anaximandro e Heráclito apontada na interpretação de Nietzsche antecipa a polêmica filosófica entre Nietzsche e Schopenhauer sobre o valor moral da existência? Até que ponto a polêmica entre pessimismo e trágico se inicia na análise de Nietzsche sobre Anaximandro e Heráclito? O que dessa polêmica depois se aprofundará na filosofia madura de Nietzsche?

A proposta de pesquisa tem como objetivo principal investigar a retomada do pensamento de Herácli... more A proposta de pesquisa tem como objetivo principal investigar a retomada do pensamento de Heráclito na filosofia de Nietzsche. Para isso, buscamos três aspectos de convergência entre Nietzsche e Heráclito, apontados pelo próprio filósofo alemão em Ecce homo. O primeiro aspecto é a concepção de uma filosofia dionisíaca em Nietzsche que pode ser remetido a Heráclito por conta da tese de que tudo flui (πάντα ῥεῖ), e que, portanto, afirma o devir. O segundo aspecto é do combate (πόλεμος) como princípio universal, pelo qual podemos notar convergência com a noção nietzschiana de vontade de poder, tendo em vista que este conceito é tomado como uma luta constante sem um equilíbrio final. O terceiro aspecto de convergência está relacionado com o fogo (πῦρ) de Heráclito. Tomado como princípio cosmológico, o fogo é a base para a tese estoica de conflagração (ἐκπύρωσις) cósmica, com a qual afirma-se que o mundo periodicamente se destruirá e renascerá pelo fogo a cada grande ano do devir. Nesse sentido, buscamos relacionar a doutrina nietzschiana do eterno retorno com uma interpretação da Stoa sobre Heráclito que atribui ao filósofo pré-socrático a tese da conflagração cósmica.

Viso, Mar 14, 2019
Campinas (SP) CADERNOS DE ESTÉTICA APLICADA N°25 RESUMO A náusea de Hamlet: uma interpretação de ... more Campinas (SP) CADERNOS DE ESTÉTICA APLICADA N°25 RESUMO A náusea de Hamlet: uma interpretação de Hamlet segundo O nascimento da tragédia de Nietzsche A partir da relação entre o personagem Hamlet e o homem dionisíaco apresentada na seção sete de O nascimento da tragédia, o presente artigo pretende interpretar a tragédia homônima de Shakespeare por meio de conceitos elaborados na mencionada obra de Nietzsche. Nesse sentido, buscamos entender a peça Hamlet como uma tragédia dionisíaca moderna, que conteria em si tanto o pathos dionisíaco quanto a aparência apolínea. Assim, nós propomos uma análise nietzschiana de Hamlet por meio de elementos dados pelo próprio filósofo alemão. Nesse percurso, poderemos compreender, ainda, de maneira profunda o que significa o homem dionisíaco, a sua náusea, o seu pathos, a sabedoria dionisíaca, a necessidade da aparência apolínea, dentre outros conceitos encontrados em O nascimento da tragédia.
Problemata, May 1, 2018
Resumo: Na obra A Filosofia na Era Trágica dos Gregos e no manuscrito Os Filósofos Pré-Platônicos... more Resumo: Na obra A Filosofia na Era Trágica dos Gregos e no manuscrito Os Filósofos Pré-Platônicos, Nietzsche realiza uma aproximação entre Anaximandro e Schopenhauer, evidenciando em ambos uma filosofia pessimista. Tendo como base essa perspectiva de Nietzsche sobre esses dois pensadores, o presente artigo pretende evidenciar e aprofundar essa afinidade filosofia, mostrando nos dois uma concepção ética, metafísica e cosmológica atada com o pessimismo.
Revista Limiar, Mar 24, 2019
Resumo: Na filosofia transcendental de Kant e Schopenhauer se fundamenta a moral através do conce... more Resumo: Na filosofia transcendental de Kant e Schopenhauer se fundamenta a moral através do conceito metafísico de liberdade inteligível. Em Humano, demasiado humano, Nietzsche rompe com a metafísica da vontade e critica o conceito de liberdade inteligível. Busco mostrar nesse artigo como esse conceito de liberdade é fundamental para a constituição da moral de Kant e Schopenhauer e também como essa crítica de Nietzsche à liberdade inteligível constitui uma primeira posição contra a moral ao afirmar uma inocência e irresponsabilidade das ações humanas.

Agradeço primeiramente à minha família pelo apoio e incentivo que sempre deram: minha mãe, Angela... more Agradeço primeiramente à minha família pelo apoio e incentivo que sempre deram: minha mãe, Angela Vitória Braguieri Amusquivar, meu pai, Newton Pereira Amusquivar e minha irmã, Solange Braguieri Amusquivar. Ao professor Oswaldo Giacoia Junior o qual tenho grande admiração e ainda até hoje tenho o grande privilégio de aprender com suas aulas; agradeço pelos anos de orientação, apoio e avaliação do meu trabalho. Agradeço ao professor Roberto Bolzani e à professora Maria Lucia Cacciola pelas contribuições no exame de qualificação e também por comporem a banca de defesa. Ao meu amigo Fernando Rodriguez por me ajudar com a língua alemã a compreensão e tradução de textos. Aos meus amigos Mateus Masiero, Rafael Carneiro, Lucas Lazarini, Gabriel Valladão, Gleisy Picoli, Felipe Durante que me ajudaram acompanhando meu trabalho e estudos sobre Nietzsche e Schopenhauer. Aos funcionários do IFCH, em especial a Maria Rita Gandara e Sônia Cardoso, por me auxiliarem sempre com atenção e disponibilidade. À CAPES pelo auxílio financeiro concebido para a pesquisa. viii ix A dissertação tem por núcleo uma análise da interpretação dos fragmentos de Anaximandro e Heráclito pelo jovem Nietzsche, tendo sobretudo por base textual o ensaio A filosofia na era trágica dos gregos e o manuscrito Os filósofos pré-platônicos. Essa análise tem como objetivo geral reconstituir os termos da oposição filosófica que, de acordo com Nietzsche, vige entre esses dois pensadores, buscando, ao mesmo tempo, mostrar também como Nietzsche aproxima Anaximandro e Schopenhauer. Essa aproximação é importante para compreender a polêmica de Nietzsche com pessimismo schopenhaueriano, assim como sua identificação com os aspectos essenciais da filosofia de Heráclito. Para Nietzsche, os vínculos entre o pensamento de Anaximandro e o pessimismo de Schopenhauer são tecidos a partir dos seguintes elementos principais: o devir é um sacrilégio perpetrado contra o ser; toda existência, que resulta do devir porta consigo uma culpa originária; a morte é a expiação dessa culpa; o devir é uma injustiça, o ser eterno indefinido é a justiça e a existência determinada do ente é um sacrilégio contra o indefinido. Por oposição a esses elementos, Nietzsche vê em Heráclito uma posição filosófica que: nega o ser eterno e imóvel, para afirmar o puro devir; o devir é pura inocência, destituído de culpa e significação moral; o uno é a própria multiplicidade; justiça é guerra entre os opostos, e a existência é um jogo lúdico de criança. Uma questão central que nos importa é: nessa oposição entre Anaximandro e Heráclito já não estaria prefigurada no jovem Nietzsche uma proposta de superação do pessimismo representado por Schopenhauer e Anaximandro, para estabelecer uma filosofia trágica ligada mais ao pensamento de Heráclito? A oposição entre Anaximandro e Heráclito apontada na interpretação de Nietzsche antecipa a polêmica filosófica entre Nietzsche e Schopenhauer sobre o valor moral da existência? Até que ponto a polêmica entre pessimismo e trágico se inicia na análise de Nietzsche sobre Anaximandro e Heráclito? O que dessa polêmica depois se aprofundará na filosofia madura de Nietzsche?

Orientador: Oswaldo Giacoia JuniorTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto... more Orientador: Oswaldo Giacoia JuniorTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências HumanasResumo: A proposta de pesquisa tem como objetivo principal investigar a retomada do pensamento de Heraclito na filosofia de Nietzsche. Para isso, buscamos tres aspectos de convergencia entre Nietzsche e Heraclito, apontados pelo proprio filosofo alemao em Ecce homo. O primeiro aspecto e a concepcao de uma filosofia dionisiaca em Nietzsche que pode ser remetido a Heraclito por conta da tese de que tudo flui (¿Î.¿Ë¿Ñ¿¿ .¿Ã.), e que, portanto, afirma o devir. O segundo aspecto e do combate (¿Î.¿É¿Ã¿Ê¿Í.) como principio universal, pelo qual podemos notar convergencia com a nocao nietzschiana de vontade de poder, tendo em vista que este conceito e tomado como uma luta constante sem um equilibrio final. O terceiro aspecto de convergencia esta relacionado com o fogo (¿Î.¿Ï) de Heraclito. Tomado como principio cosmologico, o fogo e a base para a tese estoica de co...

Orientador: Oswaldo Giacoia JuniorDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Ins... more Orientador: Oswaldo Giacoia JuniorDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências HumanasResumo: A dissertação tem por núcleo uma análise da interpretação dos fragmentos de Anaximandro e Heráclito pelo jovem Nietzsche, tendo sobretudo por base textual o ensaio A filosofia na era trágica dos gregos e o manuscrito Os filósofos pré-platônicos. Essa análise tem como objetivo geral reconstituir os termos da oposição filosófica que, de acordo com Nietzsche, vige entre esses dois pensadores, buscando, ao mesmo tempo, mostrar também como Nietzsche aproxima Anaximandro e Schopenhauer. Essa aproximação é importante para compreender a polêmica de Nietzsche com pessimismo schopenhaueriano, assim como sua identificação com os aspectos essenciais da filosofia de Heráclito. Para Nietzsche, os vínculos entre o pensamento de Anaximandro e o pessimismo de Schopenhauer são tecidos a partir dos seguintes elementos principais: o devir é um sacrilégio perpetr...

Voluntas, 2021
The objective of the paper is to analyze Heidegger's interpretation of Nietzsche's eterna... more The objective of the paper is to analyze Heidegger's interpretation of Nietzsche's eternal return, placing the issue of time as a central problem. For Heidegger, the philosopher of Zarathustra continues to be metaphysical, but it also constitutes the finishing of metaphysics. The eternal return has fundamental importance in this end of metaphysics, since thinking the instant as eternal, metaphysics is suppressed from within. In the lectures by Nietzsche I , the interpretation of the eternal return is intertwined with this end of metaphysics and inversion of Platonism, thereby revealing a conception of time contrary to metaphysics. On the other hand, in the 1950s, in W ho is Nietzsche's Zarathustra? and the lecture What does it mean to think ? , Heidegger expands further into the interpretation of the eternal return and time, seeing in nietzschean philosophy not only the finish of metaphysics, but also the possibility of the passage to the poetic.

A dissertacao tem por nucleo uma analise da interpretacao dos fragmentos de Anaximandro e Heracli... more A dissertacao tem por nucleo uma analise da interpretacao dos fragmentos de Anaximandro e Heraclito pelo jovem Nietzsche, tendo sobretudo por base textual o ensaio A filosofia na era tragica dos gregos e o manuscrito Os filosofos pre-platonicos. Essa analise tem como objetivo geral reconstituir os termos da oposicao filosofica que, de acordo com Nietzsche, vige entre esses dois pensadores, buscando, ao mesmo tempo, mostrar tambem como Nietzsche aproxima Anaximandro e Schopenhauer. Essa aproximacao e importante para compreender a polemica de Nietzsche com pessimismo schopenhaueriano, assim como sua identificacao com os aspectos essenciais da filosofia de Heraclito. Para Nietzsche, os vinculos entre o pensamento de Anaximandro e o pessimismo de Schopenhauer sao tecidos a partir dos seguintes elementos principais: o devir e um sacrilegio perpetrado contra o ser; toda existencia, que resulta do devir porta consigo uma culpa originaria; a morte e a expiacao dessa culpa; o devir e uma inj...
O artigo propoe um estudo sobre a critica a dualidade entre fenomeno e coisa em si realizada por ... more O artigo propoe um estudo sobre a critica a dualidade entre fenomeno e coisa em si realizada por Nietzsche em Humano, demasiado humano, em especial no aforismo 16. Pretendo mostrar que a critica a dualidade entre fenomeno e coisa em si, realizada por Nietzsche, tem como fundamento uma investigacao anti-metafisica e fisiologica da genese do pensamento.
Nesse texto analisarei o dialogo entre Hegel e Marx numaspecto central para a compreensao do segu... more Nesse texto analisarei o dialogo entre Hegel e Marx numaspecto central para a compreensao do segundo: o trabalho. O debateem relacao ao tema do trabalho esta interligado com a posicao de Hegelna dialetica do reconhecimento e como Marx por um lado absorve epor outro lado critica o mesmo filosofo nesse ponto teorico, chegandonisso a uma base para sua teoria da emancipacao.
Na obra A Filosofia na Era Tragica dos Gregos e no manuscrito Os Filosofos Pre-Platonicos, Nietzs... more Na obra A Filosofia na Era Tragica dos Gregos e no manuscrito Os Filosofos Pre-Platonicos, Nietzsche realiza uma aproximacao entre Anaximandro e Schopenhauer, evidenciando em ambos uma filosofia pessimista. Tendo como base essa perspectiva de Nietzsche sobre esses dois pensadores, o presente artigo pretende evidenciar e aprofundar essa afinidade filosofia, mostrando nos dois uma concepcao etica, metafisica e cosmologica atada com o pessimismo.

A proposta de pesquisa tem como objetivo principal investigar a retomada do pensamento de Herácli... more A proposta de pesquisa tem como objetivo principal investigar a retomada do pensamento de Heráclito na filosofia de Nietzsche. Para isso, buscamos três aspectos de convergência entre Nietzsche e Heráclito, apontados pelo próprio filósofo alemão em Ecce homo. O primeiro aspecto é a concepção de uma filosofia dionisíaca em Nietzsche que pode ser remetido a Heráclito por conta da tese de que tudo flui (πάντα ῥεῖ), e que, portanto, afirma o devir. O segundo aspecto é do combate (πόλεμος) como princípio universal, pelo qual podemos notar convergência com a noção nietzschiana de vontade de poder, tendo em vista que este conceito é tomado como uma luta constante sem um equilíbrio final. O terceiro aspecto de convergência está relacionado com o fogo (πῦρ) de Heráclito. Tomado como princípio cosmológico, o fogo é a base para a tese estoica de conflagração (ἐκπύρωσις) cósmica, com a qual afirma-se que o mundo periodicamente se destruirá e renascerá pelo fogo a cada grande ano do devir. Nesse sentido, buscamos relacionar a doutrina nietzschiana do eterno retorno com uma interpretação da Stoa sobre Heráclito que atribui ao filósofo pré-socrático a tese da conflagração cósmica.

O objetivo do artigo é analisar a interpretação de Heidegger sobre o eterno retorno de Nietzsche,... more O objetivo do artigo é analisar a interpretação de Heidegger sobre o eterno retorno de Nietzsche, colocando como questão central a problemática do tempo. Para Heidegger, o filósofo de Zaratustra continua sendo metafísico, mas nele se constitui também o acabamento da metafísica. O eterno retorno tem importância fundamental nesse fim da metafísica, pois pensando o instante como algo eterno, se suprime a metafísica por dentro. Nas preleções de Nietzsche I, a interpretação sobre o eterno retorno se interliga com esse fim da metafísica e inversão do platonismo. Com isso, se revela uma concepção de tempo contrária à metafísica. Por outro lado, na década de 1950, em Quem é Zaratustra de Nietzsche? e a preleção O que significa pensar?, Heidegger aprofunda mais a interpretação do eterno retorno e de tempo, vendo na filosofia nietzschiana não só o acabamento da metafísica, mas também a possibilidade da passagem ao o poético.

O presente artigo tem como objetivo principal analisar a relação entre filosofia e saúde no pensa... more O presente artigo tem como objetivo principal analisar a relação entre filosofia e saúde no pensamento de Nietzsche. Para isso, trata-se de dois momentos diferentes: a concepção do filósofo como médico da cultura nos fragmentos póstumos entre 1872 e 1874; e a relação fecunda entre filosofia e saúde no prefácio de A gaia ciência. Assim, na primeira parte é abordado o que é filosofia e cultura. Também se investiga qual a relação entre filosofia e cultura para justificar essa denominação. Por fim, fornece uma solução para a ambiguidade nos escritos de Nietzsche sobre o filósofo ser ou não um médico da cultura ou do povo. Na segunda parte, a análise se centra no prefácio de A gaia ciência, mostrando que Nietzsche compreende a relação entre filosofia e saúde por meio da vivência do indivíduo filosófico, de tal modo que a saúde não exclui a doença, mas ambos estão na afirmação do corpo. Desse modo, o artigo mostra rupturas e uma continuidade na relação entre filosofia e saúde em Nietzsche, a saber, a necessidade do trágico em uma filosofia.
Viso: Cadernos de estética aplicada
A partir da relação entre o personagem Hamlet e o homem dionisíaco apresentada na seção sete de O... more A partir da relação entre o personagem Hamlet e o homem dionisíaco apresentada na seção sete de O nascimento da tragédia, o presente artigo pretende interpretar a tragédia homônima de Shakespeare por meio de conceitos elaborados na mencionada obra de Nietzsche. Nesse sentido, buscamos entender a peça Hamlet como uma tragédia dionisíaca moderna, que conteria em si tanto o pathos dionisíaco quanto a aparência apolínea. Assim, nós propomos uma análise nietzschiana de Hamlet por meio de elementos dados pelo próprio filósofo alemão. Nesse percurso, poderemos compreender, ainda, de maneira profunda o que significa o homem dionisíaco, a sua náusea, o seu pathos, a sabedoria dionisíaca, a necessidade da aparência apolínea, dentre outros conceitos encontrados em O nascimento da tragédia.
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Anaximandro e Heráclito pelo jovem Nietzsche, tendo sobretudo por base textual o
ensaio A filosofia na era trágica dos gregos e o manuscrito Os filósofos pré-platônicos.
Essa análise tem como objetivo geral reconstituir os termos da oposição filosófica que,
de acordo com Nietzsche, vige entre esses dois pensadores, buscando, ao mesmo tempo,
mostrar também como Nietzsche aproxima Anaximandro e Schopenhauer. Essa
aproximação é importante para compreender a polêmica de Nietzsche com pessimismo
schopenhaueriano, assim como sua identificação com os aspectos essenciais da filosofia
de Heráclito. Para Nietzsche, os vínculos entre o pensamento de Anaximandro e o
pessimismo de Schopenhauer são tecidos a partir dos seguintes elementos principais: o
devir é um sacrilégio perpetrado contra o ser; toda existência, que resulta do devir porta
consigo uma culpa originária; a morte é a expiação dessa culpa; o devir é uma injustiça,
o ser eterno indefinido é a justiça e a existência determinada do ente é um sacrilégio
contra o indefinido. Por oposição a esses elementos, Nietzsche vê em Heráclito uma
posição filosófica que: nega o ser eterno e imóvel, para afirmar o puro devir; o devir é
pura inocência, destituído de culpa e significação moral; o uno é a própria
multiplicidade; justiça é guerra entre os opostos, e a existência é um jogo lúdico de
criança. Uma questão central que nos importa é: nessa oposição entre Anaximandro e
Heráclito já não estaria prefigurada no jovem Nietzsche uma proposta de superação do
pessimismo representado por Schopenhauer e Anaximandro, para estabelecer uma
filosofia trágica ligada mais ao pensamento de Heráclito? A oposição entre
Anaximandro e Heráclito apontada na interpretação de Nietzsche antecipa a polêmica
filosófica entre Nietzsche e Schopenhauer sobre o valor moral da existência? Até que
ponto a polêmica entre pessimismo e trágico se inicia na análise de Nietzsche sobre
Anaximandro e Heráclito? O que dessa polêmica depois se aprofundará na filosofia
madura de Nietzsche?