Papers by Adriana Meinberg

Este trabalho reflete sobre a canção vertida e cantável (do português para o inglês e do inglês p... more Este trabalho reflete sobre a canção vertida e cantável (do português para o inglês e do inglês para o português), entendendo que considerá-la somente com base na letra seria tirar dela toda a poesia, uma vez que seu valor poético está cravado de sentimentos que a música vem acordar. Minha proposta é oferecer uma nova escuta para a versão cantável de canções populares, partindo do princípio de que são criadas para serem cantadas, por serem uma combinação de letra e música, passando assim a intercambiarem uma teia sempre renovável de significações. Além disso, mostrar que essa teia de significações é criada e articulada não somente pelo versionista, mas também pelo cantor e pelo arranjador, que atuam como coautores. Para tanto, o corpus da pesquisa faz um recorte que seleciona canções vertidas do português para o inglês no disco Brasil (1987), gravado pelo grupo vocal americano The Manhattan Transfer, com canções brasileiras de Ivan Lins, Djavan, Milton Nascimento e Gilberto Gil. O trabalho também se apoia, para efeito de comparação, em um breve estudo das versões do inglês para o português criadas por Carlos Rennó. Apliquei à escuta e ao cotejo dessas canções a abordagem teórica oferecida principalmente pelo Princípio do Pentatlo de Peter Low e por Klaus Kaindl em sua perspectiva sociossemiótica.

Este trabalho reflete sobre a cancao vertida e cantavel (do portugues para o ingles e do ingles p... more Este trabalho reflete sobre a cancao vertida e cantavel (do portugues para o ingles e do ingles para o portugues), entendendo que considera-la somente com base na letra seria tirar dela toda a poesia, uma vez que seu valor poetico esta cravado de sentimentos que a musica vem acordar. Minha proposta e oferecer uma nova escuta para a versao cantavel de cancoes populares, partindo do principio de que sao criadas para serem cantadas, por serem uma combinacao de letra e musica, passando assim a intercambiarem uma teia sempre renovavel de significacoes. Alem disso, mostrar que essa teia de significacoes e criada e articulada nao somente pelo versionista, mas tambem pelo cantor e pelo arranjador, que atuam como coautores. Para tanto, o corpus da pesquisa faz um recorte que seleciona cancoes vertidas do portugues para o ingles no disco Brasil (1987), gravado pelo grupo vocal americano The Manhattan Transfer, com cancoes brasileiras de Ivan Lins, Djavan, Milton Nascimento e Gilberto Gil. O t...

Este trabalho reflete sobre a canção vertida e cantável (do português para o inglês e do inglês p... more Este trabalho reflete sobre a canção vertida e cantável (do português para o inglês e do inglês para o português), entendendo que considerá-la somente com base na letra seria tirar dela toda a poesia, uma vez que seu valor poético está cravado de sentimentos que a música vem acordar. Minha proposta é oferecer uma nova escuta para a versão cantável de canções populares, partindo do princípio de que são criadas para serem cantadas, por serem uma combinação de letra e música, passando assim a intercambiarem uma teia sempre renovável de significações. Além disso, mostrar que essa teia de significações é criada e articulada não somente pelo versionista, mas também pelo cantor e pelo arranjador, que atuam como coautores. Para tanto, o corpus da pesquisa faz um recorte que seleciona canções vertidas do português para o inglês no disco Brasil (1987), gravado pelo grupo vocal americano The Manhattan Transfer, com canções brasileiras de Ivan Lins, Djavan, Milton Nascimento e Gilberto Gil. O trabalho também se apoia, para efeito de comparação, em um breve estudo das versões do inglês para o português criadas por Carlos Rennó. Apliquei à escuta e ao cotejo dessas canções a abordagem teórica oferecida principalmente pelo Princípio do Pentatlo de Peter Low e por Klaus Kaindl em sua perspectiva sociossemiótica.

Quanto mais a mim se revelam os inúmeros significados da palavra 'juramentada', tanto mais os ado... more Quanto mais a mim se revelam os inúmeros significados da palavra 'juramentada', tanto mais os adornos do manto (Benjamin: 2008) da promessa prestada a mim se tornam visíveis, desfilando cruéis e impunemente ao asseverarem minha dívida, minha missão, minha tarefa (Derrida: 2006) e, por conseguinte, minha angústia. Como que em vigília, passo a empreender uma breve investigação, refletindo acerca do meu ofício de Tradutora Juramentada. Coloco-me a examinar a relação que se estabeleceu entre mim, a lei e o texto original. Em várias ocasiões a literatura relativa aos estudos da tradução faz constar adjetivos atribuíveis àquele que traduz, descrevendo-o penosamente como o que trai, transgride, violenta o texto (Rajagopalan: 2000), faz o espírito humano passar de um povo para outro [1] (Hugo apud Venuti: 2005), um sujeito que se acha imediatamente endividado pela existência do original (...), obrigado a fazer alguma coisa pelo original e sua sobrevida (Benjamin apud Derrida:?). Blanchot (1997), por sua vez, descreve o (hábil) tradutor como aquele que preserva um sentimento de imperfeita comunicação e, em L'Amitié (1971), segue afirmando "... Le traducteur est un homme étrange, nostalgique, qui ressent, à titre de manque, dans sa propre langue (...)". Assim, com a estranheza de um forasteiro, vejo todos estes traços ratificarem meu estado de angústia perante a atividade tradutória e tudo o que ela engendra.
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