Books by João Batista Toledo Prado

Humanitas, 2019
De 08 a 10 de julho de 2015 organizamos o V Colóquio Internacional “Visões da Antiguidade Clássic... more De 08 a 10 de julho de 2015 organizamos o V Colóquio Internacional “Visões da Antiguidade Clássica”, dedicado à poesia augustana (Augustan Poetry: New Trends and Revaluations), em São Paulo, a fim de discutir novas abordagens e reavaliar as antigas, reunindo nomes que são referência no estudo de Horácio, Ovídio, Propércio e Virgílio, das mais diversas universidades. Do evento resultou este livro por cujas contribuições esperamos que os estudos sobre poesia augustana possam se renovar e aumentar (augere). A imagem augusta do princeps, perpetuada por mais de dois mil anos, com sua grauitas, eternamente jovem, continuará ainda, queiramos ou não, a se fazer presente, ano a ano, sob o nome do mês que o celebra: agosto. Reunidos por ele, um deus na terra, os poetas aqui discutidos, que o eternizam, também se perpetuam (non omnis moriar), crescendo e renovando-se (crescam recens), pelas novas abordagens, pelo cuidadoso trabalho filológico e pelas discussões proporcionadas pelos autores (autores) deste livro que vem assim organizado em três grandes partes.
Papers by João Batista Toledo Prado
Intertexto, Dec 31, 2021
Este artigo procura mostrar em que medida a concepção desenvolvida por Alceu Dias Lima, a partir ... more Este artigo procura mostrar em que medida a concepção desenvolvida por Alceu Dias Lima, a partir dos estudos linguísticos e semióticos aplicados ao latim, é ao mesmo tempo atual e reveladora do quanto esse idioma antigo ainda tem a nos dizer. Ao longo de sua carreira, o docente e pesquisador tem aprofundado uma reflexão sobre a linguagem que permite criar uma consciência sobre o latim como língua viva do passado, isto é, como a língua materna dos antigos romanos. Essa perspectiva acarreta importantes implicações para os estudos de tradução e de poética.

The study starts from two analogous works, a book and a pamphlet, produced in the 16 th century, ... more The study starts from two analogous works, a book and a pamphlet, produced in the 16 th century, which portray Nicolas Durand de Villegagnon as the Cyclops Polyphemus, a figure established by classical texts such as the Odyssey by Homer and Cyclops by Euripides. Through this unusual comparison between a mythological monster and Résumé L'étude part de deux ouvrages analogues, un livre et un pamphlet, publiés au XVI e siècle. Ils présentent Nicolas Durand de Villegagnon comme le Cyclope Polyphème, figure mythologique établie par des textes classiques tels que l'Odyssée et le Cyclope d'Euripide. Avec cette comparaison insolite entre un monstre mythologique et le chevalier CAIRUS, PRADO & JARDIM | Um Ciclope francês... de Guanabara. Nessa ocasião, Villegagnon ficou conhecido como vice-rei do Brasil, apesar de esse título não ter realmente existido . É bem conhecido que, em 1557, durante o empreendimento da França Antártica, um pequeno grupo de calvinistas franceses veio ao Brasil, esperando estabelecer uma colônia protestante permanente que os protegesse da intolerância que sofriam na Europa . No entanto, o que no início se apresentou como uma relação amistosa entre os huguenotes e Villegagnon, em menos de um mês era abalado pelas divergências religiosas sobre a Eucaristia , resultando em uma perseguição a quem não seguia, como Villegagnon, o Catolicismo. Registraram historicamente a ocupação francesa às margens da Baía de Guanabara Jean de Léry, autor de Viagens à terra do Brasil, de 1578, e André Thevet, com seu livro Singularidades da França Antártica, de 1557. De fato, os dois cronistas franceses vieram ao Brasil naquele século, embora não se tenham encontrado. O primeiro comenta brevemente o caráter de Villegagnon, afinado com a visão crítica de Richer, ambos protestantes e, portanto, concordes com a mesma perspectiva acerca da transubstanciação e da consubstanciação. Thevet, um frei católico, aproxima-se, por sua vez, da perspectiva do cavaleiro de Malta pela religião, e aprova a forma com que exerce sua autoridade. Embora autores viajantes como Thevet e de Léry "monstrificassem" com mais frequência os nativos americanos, eles também davam a alguns europeus representações teratológicas alegorizadas. Tal monstrificação do europeu pelo europeu fazia quase sempre parte de uma estratégia discursiva de vilanização do inimigo, e, mais raramente, exaltava a potência ameaçadora do próprio europeu que, tal qual um Héracles, deve ser um monstro na lida com outros monstros. Nem sempre os monstros são épicos ou trágicos; por vezes, são cômicos, como no drama satírico O Ciclope, de Eurípides, em que o filho de Poseidon é alvo de troça por sua falha moral e ética, caracterizando-o como selvagem. Guilherme de Farias Rodrigues, em sua dissertação de mestrado , apresenta uma vasta argumentação de como o caráter cômico do personagem está associado à selvageria e à lascívia. Polifemo não é um ser da pólis, explica, mas um ser distante da cultura, de hábitos distantes não só da civilização, mas da própria cultura . Tanto a peça de Eurípides e a Odisseia, quanto a gravura de Richer, apresentam um Ciclope incivilizado, incapaz de viver em um governo organizado, que maldiz as leis, antropófago, mas conhecedor da prática de cocção da carne, e com dificuldade em lidar com bebidas alcoólicas. A falta de hospitalidade das duas figuras, Polifemo e Villegagnon, seria mais um ponto em comum, pois Jean de Léry, em suas Viagens à terra do Brasil, registra que o cavaleiro da Ordem de Malta recebe belicosamente os franceses protestantes recémchegados à América.

Intertexto, Dec 31, 2021
Porque é uma criação do homem e para o homem, o mito representa uma realidade sagrada e verdadeir... more Porque é uma criação do homem e para o homem, o mito representa uma realidade sagrada e verdadeira que reflete, segundo o Roland Barthes de Mitologias (1989), as características sócio-históricas da sociedade em que ele tem existência e, uma vez estabelecido como prática religiosa e cultural, tem também a capacidade de adquirir novos significados que se renovam a cada uso sem esgotar seu discurso primeiro. Por isso, o presente trabalho tem como objetivo contextualizar o processo da reatualização mítica, com base nos estudos de Mircea Eliade, de Mito e Realidade (1986), observando como tal fenômeno ocorre desde a Antiguidade Clássica, a partir da delimitação do campo de observação na esfera das obras clássicas grecolatinas, uma vez que o mito na Antiguidade tinha valor sacro e, embora tenha tido variados graus de adesão, também era experimentado como instância viva e concreta. Assim sendo, a presente investigação toma em estudo o mito de Medeia, a fim de compreender os aspectos que o constroem e constituem tanto em uma epístola de Ovídio contida n'As Heroides, como nas tragédias homônimas de Eurípides e Sêneca, levando em consideração como o contexto sócio-histórico desencadeia o processo de reatualização mítica, e o modo com que o gênero literário concretiza esse movimento.

Calíope: Presença Clássica, 2007
Finalmente, em 1537, a Universidade começa a funcionar em Coimbra, no mês de março. Importantes p... more Finalmente, em 1537, a Universidade começa a funcionar em Coimbra, no mês de março. Importantes professores acorreram, então, ao chamado de D. João III, dentre eles os espanhóis Azpilcueta Navarro e o teólogo Martinho de Ledesma. Fundaram-se a partir de então os necessários Colégios para que os estudantes das ordens religiosas pudessem freqüentar os cursos da Universidade: o do Carmo em 1540; o de S. Pedro em 1543; o de Santo Tomás, em 1546 e muitos mais, como o de S. Jerônimo e o de S. Bernardo. Dando prosseguimento à implantação da Universidade em Coimbra, o rei concebe a idéia de fundar um Colégio que pudesse garantir o ensino preparatório à Universidade. Surge, assim, a idéia do Colégio das Artes, imaginado em 1542, mas fundado somente em 1548, como preparatório para a Universidade. Muitos dos homens que vimos, aliás, como estudantes ou professores no Colégio de Santa Bárbara virão agora trazidos por André de Gouveia -então principal do Colégio da Guiena, incumbido por D. João III de dirigir a instituição recém-fundada -para lecionar em Coimbra. Com André de Gouveia, falecido aliás pouco depois, em 9 de junho de 1548, vieram mestres franceses e portugueses como Elias Vinet, Nicolau Grouchy, Guilherme de Guérente, Antonio Mendes de Carvalho, João da Costa, futuro principal, Jorge Buchanan e Diogo de Teive, acima referidos e, fi nalmente, dois que já se achavam em Portugal, Marcial de Gouveia e Mestre Eusébio, além de Arnaldo Fabrício, que proferira a oração inaugural em 21 de fevereiro de 1548, conhecida por De liberalium artium studio, editada em Coimbra no mesmo ano. Esses professores serão, no entanto, logo a seguir, em sua maioria, perseguidos e afastados pela exacerbação da Inquisição, contraditoriamente, por sinal, instaurada em Portugal pelo próprio D. João III, sob a alegação, vaga, de que "não sentiam bem da fé". Malogrou-se, então, a última grande iniciativa de D. João III, o Piedoso, que no dizer de Joaquim de Carvalho "se temeu da própria obra" e o Colégio das Artes será fi nalmente entregue em 1555 aos padres da Companhia de Jesus. Crescia, no entanto, a cada dia o número daqueles que, infl amados pelo orgulho dos feitos portugueses, percebiam claramente esse momento épico vivido pela pátria, já presente na obra de Cataldo Sículo. A consciência da grandeza nacional dobrada da admiração pelo mundo antigo gerou uma literatura novilatina bastante grande, se comparada -guarda-
Revista de Letras, 1995
UMA LEITURA INTERTEXTUAL DA PHAEDRA, DE SENECA ... RESUMO: Atrav?s de an?lise das tr?s personagen... more UMA LEITURA INTERTEXTUAL DA PHAEDRA, DE SENECA ... RESUMO: Atrav?s de an?lise das tr?s personagens do assim chamado "c?rculo tr?gico" (Fedra, Hip?lito ... PALAVRAS-CHAVE: Phaedra] Hip?lito; Teseu; S?neca; intertextualidade; Heroides; Ovidio.

Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos, Feb 2, 2015
A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitali... more A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos. Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença. Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s) título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do respetivo autor ou editor da obra. Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por este aviso.
Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos, Feb 3, 2015
Letras Escreve, Sep 5, 2021

From the recognition that long and short syllables mutually (cor)respond in a system of basic opp... more From the recognition that long and short syllables mutually (cor)respond in a system of basic oppositions, it is essential to verify which role is played by them in the phonosyntactic chains that form metric feet, a function that they only perform through psychological values invested in the hierarchically organized structures of the verse, which are generated from the basic opposition they have started. Such values are the combinatorial properties permited by the next level segments in a phonological chain, which are the poetic meters followed by the metric feet that they perform or integrate, then the verse itself and eventually the whole stanza, so as to provide structure to the whole poem. Since this process always consists of a concatenation of elements, the set thus formed tends to generate orientation, that is, meaning, which is, in principle, a certain poetic rhythm. The rhythm, however, is influenced by other occurrences along the phonosyntactic chain, such as the caesuras...
Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos, Dec 15, 2008

De 08 a 10 de julho de 2015 organizamos o V Colóquio Internacional “Visões da Antiguidade Clássic... more De 08 a 10 de julho de 2015 organizamos o V Colóquio Internacional “Visões da Antiguidade Clássica”, dedicado à poesia augustana (Augustan Poetry: New Trends and Revaluations), em São Paulo, a fi m de discutir novas abordagens e reavaliar as antigas, reunindo nomes que são referência no estudo de Horácio, Ovídio, Propércio e Virgílio, das mais diversas universidades. Do evento resultou este livro por cujas contribuições esperamos que os estudos sobre poesia augustana possam se renovar e aumentar (augere). A imagem augusta do princeps, perpetuada por mais de dois mil anos, com sua grauitas, eternamente jovem, continuará ainda, queiramos ou não, a se fazer presente, ano a ano, sob o nome do mês que o celebra: agosto. Reunidos por ele, um deus na terra, os poetas aqui discutidos, que o eternizam, também se perpetuam (non omnis moriar), crescendo e renovando-se (crescam recens), pelas novas abordagens, pelo cuidadoso trabalho fi lológico e pelas discussões proporcionadas pelos autores (auctores) deste livro que vem assim organizado em três grandes partes.
Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos, 2020
I wish to thank FAPESP (São Paulo Research Foundation, Brazil) for the granting of a scholarship ... more I wish to thank FAPESP (São Paulo Research Foundation, Brazil) for the granting of a scholarship that allowed me to develop a post-doctoral research in France of which the fi nal form of this text is one of the many results. 1 Dupont (1985, 402).
Terra Roxa e Outras Terras: Revista de Estudos Literários, 2016
Como sabemos a tragedia Octauia e o unico exemplar de um texto dramatico com tematica historica... more Como sabemos a tragedia Octauia e o unico exemplar de um texto dramatico com tematica historica, que a literatura latina legou a posteridade, assim como ocorre com a tragedia Os Persas de Esquilo na literatura grega. Essa peca seria representante de um genero dramatico proprio da tradicao literaria romana e que foi cultivado por varios autores desde o periodo republicano ate o inicio da era imperial, mas desses so temos os nomes e parcos fragmentos. E justamente pela sua singularidade pretendemos observar como se estrutura a construcao de seu discurso historico atraves do texto "O discurso da historia" de Roland Barthes.

revisoes criticas de metodos de ensino de linguas antigas tem-se tornado cada vez mais frequentes... more revisoes criticas de metodos de ensino de linguas antigas tem-se tornado cada vez mais frequentes, em particular quando se trata do ensino de latim, cujos metodos mais recentes propoem atualizacoes formais e de estrategias didaticas, como, por exemplo, aqueles criados para funcionar em plataformas eletronicas, instalados em microcomputadores ou acessiveis em sistemas on-line atraves da Internet, e os que pretendem empregar formulacoes didatico-pedagogicas tipicas do ensino de linguas modernas, como sao os assim chamados metodos calcados na abordagem comunicativa do idioma. No Brasil e em particular na Unesp de Araraquara, o ensino de latim conta ja ha decadas, com propostas de descricao e ensino pautadas no aporte de ideias tomadas a Linguistica saussureana e pos-saussureana, de que muito se tem beneficiado as linguas modernas, mas nao, em geral, as linguas antigas, provavelmente devido a nao mais serem atualizadas no presente. Apos tantos anos de pesquisa e experimentacao do metodo...

A obra Fragments d'un discours amoureux , de Roland Barthes, publicada no ano de 1977, fruto ... more A obra Fragments d'un discours amoureux , de Roland Barthes, publicada no ano de 1977, fruto do trabalho realizado durante os dois seminarios de pesquisa, oferecidos consecutivamente pelo autor nos anos de 1974 e 1975 na Ecole pratique des hautes etudes de Paris, ainda hoje suscita muito interesse pelo fato de ser capaz de simular, mesmo que por meio da sucessao de figuras fragmentarias, o discurso amoroso em ato, ao inves de simplesmente descreve-lo. O presente artigo propoe-se a tracar um paralelo entre os Fragmentos de Barthes e os desenvolvimentos mais recentes da semiotica francesa, voltados as investigacoes fenomenologicas e sensiveis e ao estudo da tensividade, cujos fundamentos podem ser encontrados, respectivamente, na ultima fase de Greimas (2002), bem como no conjunto da obra de Claude Zilberberg, de modo a buscar a construcao de uma gramatica amorosa, a partir dos intervalos, dissonâncias e descontinuidades proprias do discurso apaixonado.

The construction and suggestion of images, whether they have the degree of vividness delivered by... more The construction and suggestion of images, whether they have the degree of vividness delivered by ekphrasis or not, are resources profusely used in almost all Latin poetry. Therefore, not even Tibullus and his well-known conciseness and simplicity could have overlooked the elaboration of “pictures made of words” and verbal scenes that establish, collaborate or broaden the poetic nature of his poems. After all, the idea enunciated by Simonides that “poetry is talking painting and painting is silent poetry” seems to have been common since the ancient times, and the Horatian ut pictura poesis is perhaps its most memorable and celebrated reflection. It is also noteworthy to observe that some of the modern concepts on the same matter corroborate the perceptions and intuitions of ancient writers in a seemingly perfect way. For example, to the Greimasian semiotics, figurative signs are transportable to and translatable into any natural language, (because it is an attribute of this – and of...
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