Papers by Cristina Martins Fargetti

Educação: Teoria e Prática, Dec 11, 2023
O livro de Fabiano Moraes, apesar de ter tido origem em sua dissertação de mestrado em Estudos Li... more O livro de Fabiano Moraes, apesar de ter tido origem em sua dissertação de mestrado em Estudos Linguísticos, portanto, em um contexto acadêmico, é uma obra de leitura muito agradável a amplo público de leitores, das áreas de linguística, literatura, educação e psicologia, por exemplo. Publicado em 2022, em primeira edição, ele antecipa as comemorações do primeiro registro escrito da história Chapeuzinho Vermelho: em 2023, comemoram-se os mil anos de existência registrada desse conto. Ele já existia bem antes do registro medieval, de 1023, feito por Egberto de Liège? Não sabemos, mas podemos imaginar que sim e podemos nos questionar: o que esse conto tem que o faz tão conhecido ao longo de tanto tempo? Uma pergunta para o livro de Fabiano Moraes. Nossa memória remete o conto a Perrault e aos irmãos Grimm, respectivamente, séculos XVII e XIX. Saber de seu registro medieval e das múltiplas versões que passou a ter é algo que o livro de Moraes nos proporciona e nos aguça a curiosidade. De nossa infância ouvindo "Pela estrada afora eu vou bem sozinha…", pela coleção "Disquinho", recuperamos a lembrança das

Liames, May 16, 2012
This paper presents methodological considerations related to the study of the plant lexicon of th... more This paper presents methodological considerations related to the study of the plant lexicon of the Juruna ethnic group, an indigenous people of the Xingu Indigenous Park, Mato Grosso State, Brazil. The language of this ethnic group, along with that spoken by the Xipaya, belongs to the Juruna family of the Tupi stock. It is a tonal language with SOV syntactic structure (Fargetti 1992, 2007), and presents interesting processes of reduplication (Fargetti 1997). Part of our broader research project on the lexicology and lexicography of the language, research on the Juruna plant lexicon is still in development, together with studies of other semantic fields such as birds, material culture, and kinship relations. However, it is already possible to see interesting linguistic issues involving word formation, as well as issues of the relationship between language and culture (especially those related to "perspectivism"). These issues are presented in this paper.

Liames, Jun 20, 2022
We present a survey of indigenous sign languages (or possible languages) found today in use in Br... more We present a survey of indigenous sign languages (or possible languages) found today in use in Brazil. It is known that in addition to Libras, Brazil has at least two indigenous sign languages that could be minimally analyzed in its structure: the Ka'apor sign language (Kakumasu 1968; Ferreira-Brito 1984) and the Terena sign language (Sumaio 2014; Fargetti, Soares 2016; Soares 2018). In this work, we do not adopt the concept of emerging language but we adopt our classification in: sign languages and possible sign languages. This classification respects them as linguistic systems, no matter the situation they are in. About the "possible" languages that are being studied, we quote in this article: signs of the Sateré-Mawé, Guarani signs, Kaingang signs of the village (SKA), the Paiter-Suruí signs, the signs of the Akwe-Xerente, sign languages of the deaf Pataxó from the south of Bahia, signs used by students living in peripheral areas of Belém (Amazon region) and Ororubá. In addition, we want to emphasize that these deaf Indians must have their linguistic and educational rights guaranteed, and that research is already being produced on this theme.
Revista Brasileira de Linguística Antropológica, Feb 26, 2016
Este artigo trata, à luz da Teoria da Metáfora Conceptual, defendida por Lakoff e Johnson (2002),... more Este artigo trata, à luz da Teoria da Metáfora Conceptual, defendida por Lakoff e Johnson (2002), duas questões cruciais para aqueles que se dedicam à interpretação e tradução de outras línguas e culturas: a) se as metáforas realmente existem e nos apercebemos delas como tais, como compreendemos realmente as metáforas provenientes de cultura/língua diferentes das nossas? e b) em que medida estamos autorizados, como pesquisadores, a estender uma metáfora, feita em outra cultura/língua, para a compreensão de sistemas complexos de pensamento? Palavras-chave: Metáfora. Sistemas complexos de pensamentos. Línguas Indígenas.

Revista Letras Raras, Dec 31, 2016
Este trabalho busca discutir questões de política linguística no Brasil e a exposição na mídia de... more Este trabalho busca discutir questões de política linguística no Brasil e a exposição na mídia de assuntos linguísticos, refletindo, inclusive, sobre preconceito. De Pombal aos dias de hoje, algumas decisões governamentais sobre língua(s) e variedades linguísticas são aqui abordadas. Pouco conhecidas pelo público geral, apontam, contudo, para formas de preconceito, e/ou silenciamento, de minorias e, nos tempos modernos, podem ou não contar com algum tipo de divulgação. Discutimos o caso de veto presidencial ocorrido a um Projeto de Lei, que causou polêmica nos meios acadêmicos, em especial entre os linguistas, embora tal veto tenha tido pouca abordagem na mídia. Ele tratava de medidas para o ensino bilíngue, entre as comunidades indígenas brasileiras, valorizando suas línguas e culturas. Contudo, a mídia pode divulgar muito um assunto de interesse linguístico, como o que mencionamos de uma polêmica sobre um livro didático, apresentando, via de regra, posicionamentos preconceituosos. Assim, algumas razões são apontadas para a heterogeneidade, na mídia, no tratamento de assuntos políticos ligados à linguagem, de forma geral.

Moara, Dec 31, 2018
RESUMO: As línguas indígenas brasileiras têm recebido maior atenção da Linguística nos últimos an... more RESUMO: As línguas indígenas brasileiras têm recebido maior atenção da Linguística nos últimos anos, contudo, estamos longe de dar a elas um tratamento condizente com a necessidade de seu conhecimento e de sua documentação. Assim, no intuito de contribuir para o desenvolvimento da área, o grupo LINBRA tem realizado um amplo trabalho de pesquisa, cujos frutos têm surgido dentro de temáticas diversificadas. Este trabalho buscou contribuir para um projeto maior de construir um banco de dados do léxico de línguas indígenas de diversos campos semânticos, e também analisar a fragilidade sistemática do trabalho dos dicionaristas ao registrarem em suas obras complexos termos de parentesco de modo bastante inconsistente. Portanto, pretendemos contribuir para o conhecimento dos estudos nessa área específica, apontando possibilidades para novos caminhos. PALAVRAS-CHAVE: Línguas indígenas. Banco de dados. Parentesco indígena. ABSTRACT:.Brazilian indigenous languages have received an increasing attention from Linguistics in recent years, however, it is not suficiente in relation to the needs of their knowledge and documentation. Thus, in order to contribute to the development of the field, the LINBRA group has carried out an extensive research work, whose fruits have arisen within diverse themes. This work tried to contribute to a project of construction of a database of the lexicon of indigenous languages of diverse semantic fields, as well as to analyze the systematic fragility of the work of lexicographers by registering in their works complex terms of kinship
Estudos da Língua(gem), Jun 30, 2006

Revista Letras Raras, Dec 31, 2016
RESUMO Este artigo apresenta um breve estudo sobre a crença na homogeneidade linguística no Brasi... more RESUMO Este artigo apresenta um breve estudo sobre a crença na homogeneidade linguística no Brasil. Nesse sentido, o objetivo foi analisar se a pluralidade linguística brasileira estava sendo ou não abordada nos materiais didáticos de ensino fundamental e médio e de que maneira as informações sobre o assunto estavam sendo apresentadas aos seus públicos alvos. Focalizamos, exclusivamente, as línguas indígenas de nosso país, embora saibamos que a diversidade linguística vai além delas, incluindo as línguas de imigração (e suas variedades), as línguas de sinais (e suas variedades) e as variedades do português. Nossa escolha, portanto, não esgota o assunto, embora aponte tendências que devam ser tratadas em pesquisa de maior abrangência, mostrando as atitudes presentes nos materiais didáticos, em relação ao conhecimento do que sempre foi marginalizado e discriminado, de maneira geral. O estudo foi feito através da leitura de artigos, livros, entrevistas e da análise desses materiais e de um material eletrônico. PALAVRAS-CHAVE: Plurilinguismo. Materiais didáticos. Línguas indígenas.

DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals), Jul 1, 2008
RESUMO: O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de reconstrução das consoantes do pro... more RESUMO: O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de reconstrução das consoantes do proto-juruna, baseando-nos na análise de 297 cognatos entre xipaya e juruna 3 , coletados pelas autoras com informantes das línguas, e dados coletados anteriormente por outros autores. Xipaya e juruna são as duas línguas sobreviventes da família juruna, que também contava com o manitsawá, já extinto. A primeira língua é estudada por Carmen Rodrigues desde 1988 e a segunda por Cristina Fargetti desde 1989. Os estudos feitos pelas autoras constituem primeira abordagem lingüística a respeito, pois os materiais anteriores constituíam, em sua maioria, apenas listas de palavras (com exceção da breve descrição gramatical do xipaya feita por Nimuendaju (1923) e de um esboço de fonologia juruna feito por Louro(1979)). Neste trabalho apresentamos: informações sobre os falantes de ambas as línguas nos dias de hoje; classifi cação da família lingüística juruna e o status de xipaya e juruna hoje (línguas ou dialetos?); discussão de hipótese sobre a divisão populacional xipaya-juruna; breve descrição da metodologia utilizada para análise de nossos dados, bem como de dados de outros autores; sumário fonológico, com as consoantes das duas línguas hoje; reconstrução do proto-sistema de consoantes, com os processos diacrônicos envolvidos; lista dos cognatos utilizados. PALAVRAS-CHAVE: Consoantes. Proto-sistema. Família juruna. Tronco tupi. Os xipaya e os juruna hoje O povo xipaya localiza-se, em sua maioria, na cidade de Altamira, no Pará. Conta atualmente com 595 indivíduos, aproximadamente (censo de 2002, em PATRÍCIO, 2003), mas com somente quatro falantes 4 da língua, sendo a mais fl uente Iawaidu Xipaya (ou Maria Xipaya). As crianças não aprendem mais a língua, falam apenas português. Há algumas pessoas que possuem algum conhecimento da língua, mas não em profundidade como Iawaidu, que hoje já tem mais de 70
Impulso (Piracicaba), 2006
... Nana@pii)@)_há he. ... Segundo Tarinu e Kadu, o ano começa quando Kanápi (Cruzeiro do Sul) ap... more ... Nana@pii)@)_há he. ... Segundo Tarinu e Kadu, o ano começa quando Kanápi (Cruzeiro do Sul) apare-ce no céu mergulhando ao sul, isto é, quando observado pouco antes do amanhecer na direção sul até o amanhecer, a constelação vai sumindo no horizonte, como se ...
Revista Brasileira de Linguística Antropológica, Jun 10, 2017
Resumo: O presente artigo apresenta os resultados obtidos da análise do acento em Tupi Antigo uti... more Resumo: O presente artigo apresenta os resultados obtidos da análise do acento em Tupi Antigo utilizando-se como base o corpus de 10 poemas escritos em língua Tupi pelo jesuíta Pe. José de Anchieta. Para tal estudo foi desenvolvida uma metodologia nova, que visa facilitar a localização do acento em textos poéticos rigidamente metrificados. Este método mostrou-se eficaz não somente na análise do Tupi Antigo, mas também em estudos que levam em conta material escrito em forma de poesia, de épocas passadas, quando gravações sonoras ainda não existiam.
Liames, Sep 7, 2015
We present a reanalysis of Juruna numerals and present new data related to previous work (Fargett... more We present a reanalysis of Juruna numerals and present new data related to previous work (Fargetti 2007), which is compared to data from previous written records of the language. We briefly discuss current knowledge of the numeral systems of Brazilian indigenous languages, the factors that have led to their great differentiation, and the known possibilities for expansion. KEYWORDS: Numeral systems; Juruna; Brazilian indigenous languages. RESUMO: Apresentamos uma reanálise dos numerais da língua juruna, trazendo dados novos em relação ao trabalho anterior (Fargetti 2007), também comparados a dados de registros escritos anteriores da língua. Discutimos brevemente o conhecimento atual sobre sistemas numéricos de línguas indígenas brasileiras, os fatores que levariam a sua grande diferenciação, e as possibilidades conhecidas de expansões.
LIAMES: Línguas Indígenas Americanas
Resenha do livro da autora Pimentel da Silva, Maria do Socorro (2021) Fundamentos e práticas de A... more Resenha do livro da autora Pimentel da Silva, Maria do Socorro (2021) Fundamentos e práticas de Alfabetização de crianças pelos conhecimentos indígenas. 1a ed. Campinas: Pontes Editores. 122p.Procuramos apresentar a obra, mostrando sua contribuição ao ensino bilíngue intercultural, embasado no percurso docente e de contato direto com etnias brasileiras que a autora teve ao longo de toda sua vida, dedicada aos povos indígenas brasileiros.
Revista Brasileira de Linguística Antropológica, Dec 29, 2021
Resumo Neste texto, fruto de observações etnográficas, apresento o mito juruna sobre a Lua, em po... more Resumo Neste texto, fruto de observações etnográficas, apresento o mito juruna sobre a Lua, em português e em língua indígena, o simbolismo da Lua para esta cultura, com seus rituais e importância na vida cotidiana, fazendo uma breve comparação com outros povos, entre os quais se observa uma relação entre Sol e Lua. Contudo, para os Juruna, essa relação não existiria. O Sol, kuadï, tem seu mito totalmente desvinculado do mito da Lua, mãdïka, como será abordado. As fases da Lua são apresentadas, com suas diferenças de caracterização em relação às nossas. Uma interpretação pela psicologia analítica é esboçada ao final. Palavras-chave: Lua. mito. Juruna. astronomia nas culturas. Jung.
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