Thesis Chapters by Mariana de Lima e Silva

Pela Persistência da Diferença, 2007
A presente dissertação se propõe a analisar o tipo específico de racismo ideológico que se aprese... more A presente dissertação se propõe a analisar o tipo específico de racismo ideológico que se apresenta subjacente às narrativas sobre identidade nacional e sobre a ideia de brasilidade no que diz respeito ao convívio entre os diferentes povos que habitam o Brasil. Trata-se de uma crítica à tradição sociológica nacional que veio minimizando o impacto do racismo em prol de criar e positivar uma ideia de nação e de povo brasileiro. A dissertação analisa algumas dessas narrativas demonstrando as falácias embutidas nesse pensamento, até então, dominante sobre a ideia de nação. Para isso, foram pesquisadas algumas das narrativas contemporâneas sobre o racismo com maior destaque na mídia de massa e seus contrapontos nas Ciências Sociais. Investigaram-se também as ideias de nacionalismo brasileiro a partir das assimetrias entre os dois eixos divergentes de narrativas que ora se opõem, demonstrando as consequências na distribuição de audibilidade e representatividade dessas narrativas concorrentes sobre um mesmo cenário racial, o brasileiro. Por fim, ela aponta para algumas consequências subjetivas de cada uma dessas perspectivas.
Palavras-chave: Racismo; Identidade nacional; Mídia; Narrativa; Assimetria; Comunicação de Massa

O presente estudo buscou privilegiar uma análise biográfica das experiências de membros de uma ca... more O presente estudo buscou privilegiar uma análise biográfica das experiências de membros de uma categoria particular de praticantes do candomblé, quais sejam, as filhas e filhos do òrìṣà Logun Edé (Lóògùn Ẹdẹ, Oloogun Ede). O propósito dessa investigação é o de elucidar as formas dos vínculos que elas e eles estabelecem com a divindade. A relação da pessoa com o òrìṣà não me parece ser uma experiência isolável do conjunto da vida da adepta (ou adepto), mas uma constante integração entre ambos que permite, por vezes, a confusão entre os seus limites.
Para estudar essa relação, propus aos meus interlocutores que desenvolvêssemos uma apreciação retrospectiva sob a perspectiva da vida de santo e da culminação no sacerdócio – meus interlocutores são mães e pais de santo. Procurei assim encontrar subsídios para uma teorização mais adequada do relacionamento entre a pessoa e sua divindade e que fizesse justiça às diversas dimensões que o òrìṣà assume no cotidiano de seus filhos.
Há aí a noção primordial, no meu entendimento, de que o òrìṣà é; ou seja, de que ele existe em si, não somente como um arquétipo ou um repertório de imagens para o povo de santo com os quais se identifica, mas que a adepta a ele se relaciona como uma alteridade com agência e com a qual se comunica.
As interpretações e acionamentos dos adeptos admitem sempre variabilidade pois são acionados pelas experiências subjetivas. Nos processos de identificação e relacionamento, os adeptos conflituam, negociam e reinterpretam. A variabilidade dos acionamentos dos adeptos em relação aos òrìṣà, depende não apenas da variabilidade das experiências subjetivas mas das características estruturais do repertório cosmológico dos òrìṣà que admite plasticidade e inconsistência.
Dadas as intensas articulações entre a vida cotidiana e a vida religiosa, as negociações com os òrìṣà produzem-se também como um “cuidado de si”.
Palavras-chave: Religiões Afro-Brasileiras; Noção de Pessoa; Subjetividade; Cuidado de si; Economia Simbólica; Resistência cultural
Papers by Mariana de Lima e Silva

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de A... more Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, 2007.Esta dissertação visa abordar dois discursos políticos e seus lugares de emissão. É uma análise crítica do poder de voz e, portanto, audibilidade pública iniquânime sobre racismo e ações afirmativas no Brasil. Nos últimos anos, a discussão em torno de cotas raciais tem se multiplicado e, ao mesmo tempo, dividido em posicionamentos. O debate se tornou público e intenso, ganhando atenção da mídia e de intelectuais. Faço uma análise crítica de dois autores contemporâneos que se posicionaram contras as ações afirmativas para negros. Para tanto, busco a trajetória intelectual sobre a qual esses argumentos foram construídos e se mantiveram, por décadas, apontando também uma interpretação crítica a dois autores que identifico como seus precursores. ________________________________________________________________________________...

O presente artigo analisa o trabalho fotográfico de Mario Cravo Neto a partir de sua relação semâ... more O presente artigo analisa o trabalho fotográfico de Mario Cravo Neto a partir de sua relação semântica e dialógica com o universo religioso de sua devoção, o candomblé soteropolitano. A expressão artística de sua fotografia e a sua religiosidade entrelaçam-se por meio de forças misteriosas que constroem uma atmosfera enigmática, sedutora e simbólica que elucida o delicado diálogo político e sagrado encenado na vida corriqueira da cidade de Salvador. Mario Cravo Neto produz sua arte estendendo ao mundo visível uma linguagem que constitui a própria rotina da vida litúrgica, aquela forma iniciática na qual parte do aprendizado está não no dito, não no apontado, mas no sugerido, no que é insinuado. Dessa forma, é num rico e complexo diálogo característico da linguagem litúrgica da vida de santo que o artista convida o mundo público a um contato com aquilo que há de mais secreto, íntimo e sagrado, sendo exuberante e ao mesmo tempo discreto. Por meio de seu trabalho engajado e investido de prática religiosa, tem-se uma fotografia capaz de ser deliberada e meramente referencial. Trata-se, neste artigo, de analisar essa linguagem peculiar que é, tanto a marca própria do artista, quanto linguagem intimamente coerente com a vida sagrada que é coletiva e característica do aprendizado da vida de santo.
Palavras-chave: Fotografia; Candomblé; Sagrado

O presente artigo analisa o trabalho fotográfico de Mario Cravo Neto a partir de sua relação semâ... more O presente artigo analisa o trabalho fotográfico de Mario Cravo Neto a partir de sua relação semântica e dialógica com o universo religioso de sua devoção, o candomblé soteropolitano. A expressão artística de sua fotografia e a sua religiosidade entrelaçam-se por meio de forças misteriosas que constroem uma atmosfera enigmática, sedutora e simbólica que elucida o delicado diálogo político e sagrado encenado na vida corriqueira da cidade de Salvador. Mario Cravo Neto produz sua arte estendendo ao mundo visível uma linguagem que constitui a própria rotina da vida litúrgica, aquela forma iniciática na qual parte do aprendizado está não no dito, não no apontado, mas no sugerido, no que é insinuado. Dessa forma, é num rico e complexo diálogo característico da linguagem litúrgica da vida de santo que o artista convida o mundo público a um contato com aquilo que há de mais secreto, íntimo e sagrado, sendo exuberante e ao mesmo tempo discreto. Por meio de seu trabalho engajado e investido de prática religiosa, tem-se uma fotografia capaz de ser deliberada e meramente referencial. Trata-se, neste artigo, de analisar essa linguagem peculiar que é, tanto a marca própria do artista, quanto linguagem intimamente coerente com a vida sagrada que é coletiva e característica do aprendizado da vida de santo.
Palavras-chave: Fotografia; Candomblé; Sagrado.
Uploads
Thesis Chapters by Mariana de Lima e Silva
Palavras-chave: Racismo; Identidade nacional; Mídia; Narrativa; Assimetria; Comunicação de Massa
Para estudar essa relação, propus aos meus interlocutores que desenvolvêssemos uma apreciação retrospectiva sob a perspectiva da vida de santo e da culminação no sacerdócio – meus interlocutores são mães e pais de santo. Procurei assim encontrar subsídios para uma teorização mais adequada do relacionamento entre a pessoa e sua divindade e que fizesse justiça às diversas dimensões que o òrìṣà assume no cotidiano de seus filhos.
Há aí a noção primordial, no meu entendimento, de que o òrìṣà é; ou seja, de que ele existe em si, não somente como um arquétipo ou um repertório de imagens para o povo de santo com os quais se identifica, mas que a adepta a ele se relaciona como uma alteridade com agência e com a qual se comunica.
As interpretações e acionamentos dos adeptos admitem sempre variabilidade pois são acionados pelas experiências subjetivas. Nos processos de identificação e relacionamento, os adeptos conflituam, negociam e reinterpretam. A variabilidade dos acionamentos dos adeptos em relação aos òrìṣà, depende não apenas da variabilidade das experiências subjetivas mas das características estruturais do repertório cosmológico dos òrìṣà que admite plasticidade e inconsistência.
Dadas as intensas articulações entre a vida cotidiana e a vida religiosa, as negociações com os òrìṣà produzem-se também como um “cuidado de si”.
Palavras-chave: Religiões Afro-Brasileiras; Noção de Pessoa; Subjetividade; Cuidado de si; Economia Simbólica; Resistência cultural
Papers by Mariana de Lima e Silva
Palavras-chave: Fotografia; Candomblé; Sagrado
Palavras-chave: Fotografia; Candomblé; Sagrado.
Palavras-chave: Racismo; Identidade nacional; Mídia; Narrativa; Assimetria; Comunicação de Massa
Para estudar essa relação, propus aos meus interlocutores que desenvolvêssemos uma apreciação retrospectiva sob a perspectiva da vida de santo e da culminação no sacerdócio – meus interlocutores são mães e pais de santo. Procurei assim encontrar subsídios para uma teorização mais adequada do relacionamento entre a pessoa e sua divindade e que fizesse justiça às diversas dimensões que o òrìṣà assume no cotidiano de seus filhos.
Há aí a noção primordial, no meu entendimento, de que o òrìṣà é; ou seja, de que ele existe em si, não somente como um arquétipo ou um repertório de imagens para o povo de santo com os quais se identifica, mas que a adepta a ele se relaciona como uma alteridade com agência e com a qual se comunica.
As interpretações e acionamentos dos adeptos admitem sempre variabilidade pois são acionados pelas experiências subjetivas. Nos processos de identificação e relacionamento, os adeptos conflituam, negociam e reinterpretam. A variabilidade dos acionamentos dos adeptos em relação aos òrìṣà, depende não apenas da variabilidade das experiências subjetivas mas das características estruturais do repertório cosmológico dos òrìṣà que admite plasticidade e inconsistência.
Dadas as intensas articulações entre a vida cotidiana e a vida religiosa, as negociações com os òrìṣà produzem-se também como um “cuidado de si”.
Palavras-chave: Religiões Afro-Brasileiras; Noção de Pessoa; Subjetividade; Cuidado de si; Economia Simbólica; Resistência cultural
Palavras-chave: Fotografia; Candomblé; Sagrado
Palavras-chave: Fotografia; Candomblé; Sagrado.