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Marco Bucaioni

University of Lisbon, Faculdade Letras, Post-Doc

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University of Lisbon

Pessoa Plural―A Journal of Fernando Pessoa Studies

Marcello Stella

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Silvia Melo-Pfeifer

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Enrique Rodrigues-Moura

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Papers by Marco Bucaioni

Verticalidade e horizontalidade entre centro(s) e periferia(s) : as literaturas africanas de língua portuguesa em inglês, alemão e italiano

Études romanes de Brno, 2022

As literaturas africanas de língua portuguesa são produzidas num espaço de dupla perifericidade, ... more As literaturas africanas de língua portuguesa são produzidas num espaço de dupla perifericidade, na encruzilhada entre o espaço africano e o sistema literário de língua portuguesa, que não é considerada uma das línguas-fonte centrais da literatura mundial. Esta dupla perifericidade cria uma forte tendência para ver a tradução como arma de afirmação e como prémio em si e a circulação das obras em importantes mercados do Norte global como um objectivo fundamental. Neste artigo vamos visar a estrutura dos corpora de traduções para três línguas alvo: inglês (hiper-central), alemão (central) e italiano (semi-periférico). Pretendemos mostrar como a literatura-mundo, salvaguardando a visão hierárquica e anglocentrada (mas não necessariamente anglocêntrica), é um espaço extremamente fragmentado em que o relativo peso de sistemas literários (semi-)periféricos continua a exercer um papel importante nas trocas literárias horizontais, o que em parte compensa a verticalidade das relações mediadas pelo inglês.

Between nation, post-empire, and world-literature

Neohelicon

African Lusophone literatures are largely a Portuguese product: the very construction of literary... more African Lusophone literatures are largely a Portuguese product: the very construction of literary corpora though book editing and printing was mainly led by Portuguese publishers before and after independence. Other non-African institutions (universities, literary agents, critics) were largely responsible for that process of canonization in the Portuguese-speaking world, with repercussions in Africa itself.In the worlding of these already constituted African literary archives through translation, the grip of European agencies is even stronger: more than half of the published translation passes through the mediation of a single, Frankfurt-based literary agency. More than half of these books were funded by a translation support programme paid for by the Portuguese state.In this state of affairs, this article wishes to carry out a reflection on the institutional situation in which such literatures are produced, appear in book form and travel inside and outside the Portuguese-language l...

Realizar a modernidade: Pesar o legado modernista na prosa contemporânea de língua portuguesa

Cadernos de Literatura Comparada

No centenário da Semana de Arte Moderna de São Paulo e do lançamento em volume do Ulysses de Jame... more No centenário da Semana de Arte Moderna de São Paulo e do lançamento em volume do Ulysses de James Joyce, este artigo visa animar uma reflexão sobre o legado do(s) modernismo(s) no panorama contemporâneo das literaturas de língua portuguesa, incidindo no género do romance, consagrado cada vez mais no último século como género central da modernidade literária mundial. O objectivo desta reflexão será questionar e eventualmente redefinir o conceito de modernidade literária aplicado à prosa em português, considerando as linhas de força que surgem das experiências modernistas nacionais e internacionais. As perguntas cen-trais deste artigo serão: como e em que medida a contemporânea prosa longa em português é devedora dos movimentos modernistas português e brasileiro? Até que ponto está ligada a um eventual modernismo in-ternacional que, irradiando das línguas centrais do Sistema Literário Mundial, iria dialogar separadamente com as várias (semi-)periferias? E, por fim: qual é a voz disti...

Traduzir as cenas do ódio e o «cio do mundo» modernistas: anotações sobre o caso d’A Cena do Ódio e de Mima Fataxa de Almada Negreiros

Morlacchi Editore eBooks, 2019

Notas sobre a poesia-pintura de Almada Negreiros PedRo eiRAs Almada: como se inventa a infância s... more Notas sobre a poesia-pintura de Almada Negreiros PedRo eiRAs Almada: como se inventa a infância sARA AFonso FeRReiRA Boxe: um cartaz-manifesto da revolução de «Orpheu» RAquel HenRiques dA silVA Lisboa no cais da partida: os frescos de Almada Negreiros nas gares marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbidos VinCenzo FARinellA Un omaggio a Luca Signorelli: Almada Negreiros e l'Italia simão PAlmeiRim CostA-PedRo FReitAs A Matemática na obra de Almada Negreiros Modernismi _________________ VAleRiA toCCo Quale modernismo per Almada Negreiros? mARiAnA Pinto dos sAntos O modernismo de Almada Negreiros-o lugar da narrativa gráfica elleF PRestsaeteR Ultimatum: Almada vs Pessoa RitA mARnoto Um ponto no i do Futurismo steFAniA steFAnelli Almada e il Futurismo italiano Dal palco allo schermo ____________ osVAldo mAnuel silVestRe Almada, o «indispensável contemporâneo», segundo Ernesto de Sousa PedRo sobRAdo Acertar com o chão. O devir teatral de Nome de Guerra, de Almada Negreiros sílViA lAuReAno CostA «Vou meditar porque será que eu morro de vez em quando»: notas à volta da peça de teatro O Público em Cena mARtA bARbARo Mitologie clownesche nel Futurismo europeo Cartografie almadiane _______________ gustAVo Rubim Ver no mapa: arte e eurocentrismo em Almada Negreiros VinCenzo Russo Almada Negreiros e la Histoire du Portugal par coeur: per una filosofia della storia per tracce FRAnCesCo CoRAl soARes Almada e l'Africa: le radici disperse mAnuelA PARReiRA dA silVA Almada Negreiros e Sarah Affonso: conversas em família (algumas cartas inéditas) "Hosting" Almada elleF PRestsaeteR Translating Transmedia: From A Invenção do Dia Claro to Oppfinnelsen av den lyse dagen AndReA RAgusA Tra Antigone e Almada: variazioni su un aggettivo mAnuele mAsini A voz e o signo: horizontes metafísicos na poesia de Almada Negreiros mARCo buCAioni Traduzir as cenas do ódio e o «cio do mundo» modernistas. Anotações sobre o caso d'A Cena do Ódio e de Mima Fataxa de Almada Negreiros niColás bARbosA lóPez De Menino a Niño: a Poesia Enquanto Origem da Língua Múltipla Almadiana Note a margine di un'esposizione sARA AFonso FeRReiRA-mARiAnA Pinto dos sAntos Almada Negreiros, artista prismatico

A huge debt to 20th century Modernism? António Lobo Antunes’s prose style and his models

Morlacchi Editore eBooks, 2019

The famous remark made to Macaulay-"Young man, the more I consider the less can I conceive where ... more The famous remark made to Macaulay-"Young man, the more I consider the less can I conceive where you pick up that style"-might with advantage have been saved for Mr. Faulkner. For if one thing is more outstanding than another about Mr. Faulkner-some readers find it so outstanding, indeed, that they never get beyond it-it is the uncompromising and almost hypnotic zeal with which he insists upon having a style, and, especially of late, the very peculiar style which he insists upon having. Perhaps to that one should add that he insists when he remembers-he can write straightforwardly enough when he wants to; he does so often in the best of his short stories (and they are brilliant), often enough, too, in the novels. But that style is what he really wants to get back to; and get back to it he invariably does. And what a style it is, to be sure! The exuberant and tropical luxuriance of sound which Jim Europe's Jazz Band use to exhale like a jungle of rank creepers and ferocious blooms taking shape before one's eyes-magnificently endlessly intervolved, glisteningly and ophidianly emotion, coil sliding over coil, and leaf and flower forever magically interchanging-was scarcely more bewildering, in its sheer inexhaustible fecundity, than Mr. Faulkner's style. Small wonder if even the most passionate of Mr. Faulkner's admirers-among whom the present writer honors himself by enlisting-must find, with each new novel, that the first fifty pages are always the hardest, that each time one must learn all over again how to read these strangely fluid and slippery and heavily mannered prose, and that one is even, like a kind of Laocoön, sometimes tempted to give it up (Aiken 1966: 46). 1. ALA himself has observed: 'pelo menos para mim, cada livro serve para corrigir o anterior. No fundo, o que tenho escrito, livro a livro, é uma Memória de

Uma escritora em trânsito das margens da periferia subalterna para o centro do sistema literário mundial: em torno do caso de Paulina Chiziane

Left-wing solidarity as a literary translation agency from the Portuguese- Writing Africa into Italian and German before the Fall of the Berlin Wall

Le Letterature dell'Africa Lusofona: panoramica storico-culturale e critico-letteraria

Translating Portuguese-Writing Africa Into Italian

Traducción y sostenibilidad cultural, 2019

Entre inércia do Cânone Literário e ataques à “italianidade” contribuições para um estado da arte em Itália

Cadernos de Literatura Comparada, 2020

Theoretical reflections from recent decades on literary canons’ formation and the necessity of th... more Theoretical reflections from recent decades on literary canons’ formation and the necessity of their re-formulation arrived also in Italy. The reception of these ideas, however, seems to be particularly weak in that country, to the extent that we can say that these strategies, in general, failed to reach their objective. A more prudential attitude – if not an openly conservative one – in maintaining the traditional canons has triumphed. The main objective of this article will be to provide and problematize elements on canon reno-vation in Italy and to contribute to a discussion on the necessity of and the resistance to canon renovation.

José de Almada Negreiros: Poesia

Quem constrói o “cânone internacional” das Literaturas Africanas em Português? Tradução, instituições e assimetrias norte/sul

Este artigo visa apresentar alguns dados sobre a dimensao e a estrutura da traducao de obras de l... more Este artigo visa apresentar alguns dados sobre a dimensao e a estrutura da traducao de obras de literatura africana do portugues para as principais linguas europeias, para depois problematizar estes resultados a luz de algumas ferramentas teoricas: o conceito-chave de literatura-mundo, assim como enquadrado, por um lado, pelo Warwick Research Collective (Combined and Uneven Development) e, por outro, por Pascale Casanova na Republica Mundial das Letras. Recolhendo tambem a heranca do Cultural Turn dos Estudos de Traducao (Andre Lefevere e Lawrence Venuti), vemos como a troca literaria a partir da Africa de lingua portuguesa segue linhas determinadas por uma reescrita promovida em boa medida por agencias baseadas em Portugal. O que nos leva ao discurso das instituicoes que estabelecem os cânones literarios, tal como enquadradas por Stefan Helgesson e Pieter Vermeulen em Institutions of World-Literature e pelo trabalho de Claire Ducournau sobre a instituicao das literaturas africanas ...

Traduzir (ou não) João Paulo Borges Coelho. Tradução e recepção da tradução da obra ficcional fora do espaço de língua portuguesa

Revista Mulemba, 2018

Este artigo propõe-se fazer o ponto de situação sobre as traduções publicadas da obra ficcional d... more Este artigo propõe-se fazer o ponto de situação sobre as traduções publicadas da obra ficcional de João Paulo Borges Coelho (que, de momento, são três, todas para o italiano), situando a obra ficcional de tal autor nos estudos críticos de recepção sobre autores africanos de língua portuguesa, dentro e fora do espaço de língua portuguesa. Analisa-se brevemente o panorama desses estudos, efetuando um apelo para que certas instâncias dos Estudos de Tradução sejam incluídas na análise crítica da recepção e circulação literária, abrangendo também as traduções para outras línguas, os seus paratextos e contextos e a sua recepção nos respetivos sistemas literários. Analisa-se depois mais de perto o caso das três traduções para italiano, focando a agenda dos tradutores e dos editores, os textos, os paratextos e o contexto, tentando instituir um modelo de trabalho para eventuais futuros estudos deste género.

A Transnational Canon of African Literatures in Portuguese?: Mia Couto, José Eduardo Agualusa and the Circulation of Lusophone African Literature

The Cambridge Journal of Postcolonial Literary Inquiry

African literatures in Portuguese were first canonized in the 1970s. During and in the wake of de... more African literatures in Portuguese were first canonized in the 1970s. During and in the wake of decolonization, the main force driving their internationalization was the solidarity with the struggle for liberation. This trend weakened, however, after the fall of the Berlin Wall in 1989. At the same time, the 1990s marked a turn in the process of literary production that also corresponded with a shift in style, themes, and aesthetic inclination by a younger generation of writers. A few of these names became standard reference in the translational canon of these literatures: notably Mia Couto and José Eduardo Agualusa, the two most prominent beneficiaries of this system, alongside Paulina Chiziane, Germano Almeida, Pepetela, and Ondjaki. Offering a comparative mapping of this transnational canon alongside the publication and reception of these literatures in the Portuguese-speaking world will give us a better understanding of their relationship to world literature and of the functionin...

La poesia nella rivista Nova Águia e il Portogallo “incompiuto”

Hebenon. Rivista internazionale di letteratura. n. 3-4. Torino, pp. 75-82, 2009

Traduzir as cenas do ódio e o «cio do mundo» modernistas. Anotações sobre o caso d’A Cena do Ódio e de Mima Fataxa de Almada Negreiros

Almada Negreiros, un trait d’union tra arti e culture, 2019

A comunicação centra-se na tradução para italiano de dois grandes poemas de Almada: A Cena do Ódi... more A comunicação centra-se na tradução para italiano de dois grandes poemas de Almada: A Cena do Ódio e Mima-Fataxa – Sinfonia Cosmopolita e Apologia do Triângulo Feminino. Fora do cenáculo e do período vanguardista-modernista, não é frequente encontrar composições poéticas ou prósicas com a veemência duma Cena do Ódio, ou com o entusiasmo duma entrega carnal tão explícita como é o caso de Mima Fataxa. Com certeza, este género de composições tem paralelo em outras vozes do grupo de «Orpheu», nomeadamente em certos poemas de Fernando Pessoa/Álvaro de Campos, como a Ode Marítima («cio do mundo, ebriedade do diverso») ou certos ataques violentos do mesmo heterónimo pessoano. Aqui pretende-se analisar o uso dalgumas palavras e dalguns núcleos conceptuais infrquentes e marcantes do movimento modernista.

Translating Portuguese-Writing Africa into Italian: Sketching a Hostile Environment Traduciendo África del portugués al italiano: esbozando un ambiente hostil

proceedings, 2019

The Italian literary space has proved to be very curious about translating and publishing works f... more The Italian literary space has proved to be very curious about translating and publishing works from Portuguese-Writing Africa, with the highest number of translations among the various western language-areas. However, its structure-with a deep interconnection between scholars/translators and small presses in the field of Portuguese-and the conservativeness of the public and of certain academic sectors cast doubts on the actual reach of these publications. The Italian reception of Postcolonial Studies is peculiar: many sources refer a delay, a fragmentation and even open hostility to its penetration into the Italian cultural field. The bulk of Italianists in Italy express their fears about perceived threats against the Italian literary canon.

TRADUZIR (OU NÃO) JOÃO PAULO BORGES COELHO TRADUÇÃO E RECEPÇÃO DA TRADUÇÃO DA OBRA FICCIONAL FORA DO ESPAÇO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Mulemba. Rio de Janeiro: UFRJ., 2018

Este artigo propõe-se fazer o ponto de situação sobre as traduções publicadas da obra fic-cional ... more Este artigo propõe-se fazer o ponto de situação sobre as traduções publicadas da obra fic-cional de João Paulo Borges Coelho (que, de momento, são três, todas para o italiano), situando a obra ficcional de tal autor nos estudos críticos de recepção sobre autores africanos de língua portuguesa, dentro e fora do espaço de língua portuguesa. Analisa-se brevemente o panorama desses estudos, efetuando um apelo para que certas instâncias dos Estudos de Tradução sejam incluídas na análise crítica da recepção e circulação literária, abrangendo também as traduções para outras línguas, os seus paratextos e contextos e a sua recepção nos respetivos sistemas lite-rários. Analisa-se depois mais de perto o caso das três traduções para italiano, focando a agenda dos tradutores e dos editores, os textos, os paratextos e o contexto, tentando instituir um modelo de trabalho para eventuais futuros estudos deste género.

La Província Ultramarina nell’ordinamento dell’Estado Novo e la nascita della poesia negritudinista nell’Africa portoghese: tra nuova pratica coloniale e pensiero anticoloniale.

Impossível Descolonização – Para um novo enquadramento das literaturas da África Lusófona: perspectivas críticas

Giochi di specchi. Modelli, tradizioni, contaminazioni e dinamiche interculturali nei e tra i paesi di lingua portoghese, 2016

1. Delimitação e definição do espaço pós-colonial português o conjunto dos actuais países de líng... more 1. Delimitação e definição do espaço pós-colonial português o conjunto dos actuais países de língua oficial portuguesa, mais ou menos agrupados na cPlP, por um lado não coincide com a totalida-de dos territórios e regiões do mundo que foram " frequentados " pelos portugueses nos cerca de cinco séculos da sua experiência ultramarina, por outro lado, esse conjunto integra países e territórios muito diferen-tes entre si pelo que diz respeito a superfície, população, clima, posi-ção geográfica e " penetração " da própria língua portuguesa no tecido sócio-cultural local. dentro deste " ultramar " lusófono pós-colonial, a primeira distin-ção importante é a que se pode traçar entre três áreas: 1) o Brasil, 2) os países africanos de língua oficial portuguesa e 3) os territórios orientais (Goa, macau e timor leste) 1 ; isto é, entre uma potência regional em desenvolvimento, que sozinha abarca mais do que oitenta por cento dos falantes da língua no globo e dois grupos de países e territórios dispersos entre dois continentes, a África e a Ásia, muitos dos quais estando numa situação económica e de desenvolvimento humano trá-gica e com enormes diferenças dentro do próprio conjunto. além de todas as diferenças geo-políticas actuais, temos que acrescentar que o Brasil " se libertou " da afiliação político-colonial com Portugal na pri-meira metade do século XiX (1822), enquanto todas as outras colónias obtiveram a rescisão dos laços de dependência política de Portugal só na segunda metade do século XX (entre 1961 e 1999, com a maioria dos territórios, os africanos, a obterem a independência entre 1974 e 1975). além disso, se na África há cinco países que têm o português como língua oficial e em que esta língua domina o sistema de ensino, o panorama literário e o uso no dia-a-dia, mesmo que nalguns casos como língua segunda, no oriente temos três reduzidos territórios, dois dos quais são englobados dentro de estados enormes e com o portu-guês num estado de co-oficialidade com outras línguas locais, ou sem oficialidade sequer. quando se fala de espaço pós-colonial português, muitos deixam de fora o Brasil, talvez pelas distinções acima refe-1 esta distinção em três zonas recalca as três " épocas " do colonialismo português, tal como identificadas pelo historiador britânico charles Boxer (1977).

Verticalidade e horizontalidade entre centro(s) e periferia(s) : as literaturas africanas de língua portuguesa em inglês, alemão e italiano

Études romanes de Brno, 2022

As literaturas africanas de língua portuguesa são produzidas num espaço de dupla perifericidade, ... more As literaturas africanas de língua portuguesa são produzidas num espaço de dupla perifericidade, na encruzilhada entre o espaço africano e o sistema literário de língua portuguesa, que não é considerada uma das línguas-fonte centrais da literatura mundial. Esta dupla perifericidade cria uma forte tendência para ver a tradução como arma de afirmação e como prémio em si e a circulação das obras em importantes mercados do Norte global como um objectivo fundamental. Neste artigo vamos visar a estrutura dos corpora de traduções para três línguas alvo: inglês (hiper-central), alemão (central) e italiano (semi-periférico). Pretendemos mostrar como a literatura-mundo, salvaguardando a visão hierárquica e anglocentrada (mas não necessariamente anglocêntrica), é um espaço extremamente fragmentado em que o relativo peso de sistemas literários (semi-)periféricos continua a exercer um papel importante nas trocas literárias horizontais, o que em parte compensa a verticalidade das relações mediadas pelo inglês.

Between nation, post-empire, and world-literature

Neohelicon

African Lusophone literatures are largely a Portuguese product: the very construction of literary... more African Lusophone literatures are largely a Portuguese product: the very construction of literary corpora though book editing and printing was mainly led by Portuguese publishers before and after independence. Other non-African institutions (universities, literary agents, critics) were largely responsible for that process of canonization in the Portuguese-speaking world, with repercussions in Africa itself.In the worlding of these already constituted African literary archives through translation, the grip of European agencies is even stronger: more than half of the published translation passes through the mediation of a single, Frankfurt-based literary agency. More than half of these books were funded by a translation support programme paid for by the Portuguese state.In this state of affairs, this article wishes to carry out a reflection on the institutional situation in which such literatures are produced, appear in book form and travel inside and outside the Portuguese-language l...

Realizar a modernidade: Pesar o legado modernista na prosa contemporânea de língua portuguesa

Cadernos de Literatura Comparada

No centenário da Semana de Arte Moderna de São Paulo e do lançamento em volume do Ulysses de Jame... more No centenário da Semana de Arte Moderna de São Paulo e do lançamento em volume do Ulysses de James Joyce, este artigo visa animar uma reflexão sobre o legado do(s) modernismo(s) no panorama contemporâneo das literaturas de língua portuguesa, incidindo no género do romance, consagrado cada vez mais no último século como género central da modernidade literária mundial. O objectivo desta reflexão será questionar e eventualmente redefinir o conceito de modernidade literária aplicado à prosa em português, considerando as linhas de força que surgem das experiências modernistas nacionais e internacionais. As perguntas cen-trais deste artigo serão: como e em que medida a contemporânea prosa longa em português é devedora dos movimentos modernistas português e brasileiro? Até que ponto está ligada a um eventual modernismo in-ternacional que, irradiando das línguas centrais do Sistema Literário Mundial, iria dialogar separadamente com as várias (semi-)periferias? E, por fim: qual é a voz disti...

Traduzir as cenas do ódio e o «cio do mundo» modernistas: anotações sobre o caso d’A Cena do Ódio e de Mima Fataxa de Almada Negreiros

Morlacchi Editore eBooks, 2019

Notas sobre a poesia-pintura de Almada Negreiros PedRo eiRAs Almada: como se inventa a infância s... more Notas sobre a poesia-pintura de Almada Negreiros PedRo eiRAs Almada: como se inventa a infância sARA AFonso FeRReiRA Boxe: um cartaz-manifesto da revolução de «Orpheu» RAquel HenRiques dA silVA Lisboa no cais da partida: os frescos de Almada Negreiros nas gares marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbidos VinCenzo FARinellA Un omaggio a Luca Signorelli: Almada Negreiros e l'Italia simão PAlmeiRim CostA-PedRo FReitAs A Matemática na obra de Almada Negreiros Modernismi _________________ VAleRiA toCCo Quale modernismo per Almada Negreiros? mARiAnA Pinto dos sAntos O modernismo de Almada Negreiros-o lugar da narrativa gráfica elleF PRestsaeteR Ultimatum: Almada vs Pessoa RitA mARnoto Um ponto no i do Futurismo steFAniA steFAnelli Almada e il Futurismo italiano Dal palco allo schermo ____________ osVAldo mAnuel silVestRe Almada, o «indispensável contemporâneo», segundo Ernesto de Sousa PedRo sobRAdo Acertar com o chão. O devir teatral de Nome de Guerra, de Almada Negreiros sílViA lAuReAno CostA «Vou meditar porque será que eu morro de vez em quando»: notas à volta da peça de teatro O Público em Cena mARtA bARbARo Mitologie clownesche nel Futurismo europeo Cartografie almadiane _______________ gustAVo Rubim Ver no mapa: arte e eurocentrismo em Almada Negreiros VinCenzo Russo Almada Negreiros e la Histoire du Portugal par coeur: per una filosofia della storia per tracce FRAnCesCo CoRAl soARes Almada e l'Africa: le radici disperse mAnuelA PARReiRA dA silVA Almada Negreiros e Sarah Affonso: conversas em família (algumas cartas inéditas) "Hosting" Almada elleF PRestsaeteR Translating Transmedia: From A Invenção do Dia Claro to Oppfinnelsen av den lyse dagen AndReA RAgusA Tra Antigone e Almada: variazioni su un aggettivo mAnuele mAsini A voz e o signo: horizontes metafísicos na poesia de Almada Negreiros mARCo buCAioni Traduzir as cenas do ódio e o «cio do mundo» modernistas. Anotações sobre o caso d'A Cena do Ódio e de Mima Fataxa de Almada Negreiros niColás bARbosA lóPez De Menino a Niño: a Poesia Enquanto Origem da Língua Múltipla Almadiana Note a margine di un'esposizione sARA AFonso FeRReiRA-mARiAnA Pinto dos sAntos Almada Negreiros, artista prismatico

A huge debt to 20th century Modernism? António Lobo Antunes’s prose style and his models

Morlacchi Editore eBooks, 2019

The famous remark made to Macaulay-"Young man, the more I consider the less can I conceive where ... more The famous remark made to Macaulay-"Young man, the more I consider the less can I conceive where you pick up that style"-might with advantage have been saved for Mr. Faulkner. For if one thing is more outstanding than another about Mr. Faulkner-some readers find it so outstanding, indeed, that they never get beyond it-it is the uncompromising and almost hypnotic zeal with which he insists upon having a style, and, especially of late, the very peculiar style which he insists upon having. Perhaps to that one should add that he insists when he remembers-he can write straightforwardly enough when he wants to; he does so often in the best of his short stories (and they are brilliant), often enough, too, in the novels. But that style is what he really wants to get back to; and get back to it he invariably does. And what a style it is, to be sure! The exuberant and tropical luxuriance of sound which Jim Europe's Jazz Band use to exhale like a jungle of rank creepers and ferocious blooms taking shape before one's eyes-magnificently endlessly intervolved, glisteningly and ophidianly emotion, coil sliding over coil, and leaf and flower forever magically interchanging-was scarcely more bewildering, in its sheer inexhaustible fecundity, than Mr. Faulkner's style. Small wonder if even the most passionate of Mr. Faulkner's admirers-among whom the present writer honors himself by enlisting-must find, with each new novel, that the first fifty pages are always the hardest, that each time one must learn all over again how to read these strangely fluid and slippery and heavily mannered prose, and that one is even, like a kind of Laocoön, sometimes tempted to give it up (Aiken 1966: 46). 1. ALA himself has observed: 'pelo menos para mim, cada livro serve para corrigir o anterior. No fundo, o que tenho escrito, livro a livro, é uma Memória de

Uma escritora em trânsito das margens da periferia subalterna para o centro do sistema literário mundial: em torno do caso de Paulina Chiziane

Left-wing solidarity as a literary translation agency from the Portuguese- Writing Africa into Italian and German before the Fall of the Berlin Wall

Le Letterature dell'Africa Lusofona: panoramica storico-culturale e critico-letteraria

Translating Portuguese-Writing Africa Into Italian

Traducción y sostenibilidad cultural, 2019

Entre inércia do Cânone Literário e ataques à “italianidade” contribuições para um estado da arte em Itália

Cadernos de Literatura Comparada, 2020

Theoretical reflections from recent decades on literary canons’ formation and the necessity of th... more Theoretical reflections from recent decades on literary canons’ formation and the necessity of their re-formulation arrived also in Italy. The reception of these ideas, however, seems to be particularly weak in that country, to the extent that we can say that these strategies, in general, failed to reach their objective. A more prudential attitude – if not an openly conservative one – in maintaining the traditional canons has triumphed. The main objective of this article will be to provide and problematize elements on canon reno-vation in Italy and to contribute to a discussion on the necessity of and the resistance to canon renovation.

José de Almada Negreiros: Poesia

Quem constrói o “cânone internacional” das Literaturas Africanas em Português? Tradução, instituições e assimetrias norte/sul

Este artigo visa apresentar alguns dados sobre a dimensao e a estrutura da traducao de obras de l... more Este artigo visa apresentar alguns dados sobre a dimensao e a estrutura da traducao de obras de literatura africana do portugues para as principais linguas europeias, para depois problematizar estes resultados a luz de algumas ferramentas teoricas: o conceito-chave de literatura-mundo, assim como enquadrado, por um lado, pelo Warwick Research Collective (Combined and Uneven Development) e, por outro, por Pascale Casanova na Republica Mundial das Letras. Recolhendo tambem a heranca do Cultural Turn dos Estudos de Traducao (Andre Lefevere e Lawrence Venuti), vemos como a troca literaria a partir da Africa de lingua portuguesa segue linhas determinadas por uma reescrita promovida em boa medida por agencias baseadas em Portugal. O que nos leva ao discurso das instituicoes que estabelecem os cânones literarios, tal como enquadradas por Stefan Helgesson e Pieter Vermeulen em Institutions of World-Literature e pelo trabalho de Claire Ducournau sobre a instituicao das literaturas africanas ...

Traduzir (ou não) João Paulo Borges Coelho. Tradução e recepção da tradução da obra ficcional fora do espaço de língua portuguesa

Revista Mulemba, 2018

Este artigo propõe-se fazer o ponto de situação sobre as traduções publicadas da obra ficcional d... more Este artigo propõe-se fazer o ponto de situação sobre as traduções publicadas da obra ficcional de João Paulo Borges Coelho (que, de momento, são três, todas para o italiano), situando a obra ficcional de tal autor nos estudos críticos de recepção sobre autores africanos de língua portuguesa, dentro e fora do espaço de língua portuguesa. Analisa-se brevemente o panorama desses estudos, efetuando um apelo para que certas instâncias dos Estudos de Tradução sejam incluídas na análise crítica da recepção e circulação literária, abrangendo também as traduções para outras línguas, os seus paratextos e contextos e a sua recepção nos respetivos sistemas literários. Analisa-se depois mais de perto o caso das três traduções para italiano, focando a agenda dos tradutores e dos editores, os textos, os paratextos e o contexto, tentando instituir um modelo de trabalho para eventuais futuros estudos deste género.

A Transnational Canon of African Literatures in Portuguese?: Mia Couto, José Eduardo Agualusa and the Circulation of Lusophone African Literature

The Cambridge Journal of Postcolonial Literary Inquiry

African literatures in Portuguese were first canonized in the 1970s. During and in the wake of de... more African literatures in Portuguese were first canonized in the 1970s. During and in the wake of decolonization, the main force driving their internationalization was the solidarity with the struggle for liberation. This trend weakened, however, after the fall of the Berlin Wall in 1989. At the same time, the 1990s marked a turn in the process of literary production that also corresponded with a shift in style, themes, and aesthetic inclination by a younger generation of writers. A few of these names became standard reference in the translational canon of these literatures: notably Mia Couto and José Eduardo Agualusa, the two most prominent beneficiaries of this system, alongside Paulina Chiziane, Germano Almeida, Pepetela, and Ondjaki. Offering a comparative mapping of this transnational canon alongside the publication and reception of these literatures in the Portuguese-speaking world will give us a better understanding of their relationship to world literature and of the functionin...

La poesia nella rivista Nova Águia e il Portogallo “incompiuto”

Hebenon. Rivista internazionale di letteratura. n. 3-4. Torino, pp. 75-82, 2009

Traduzir as cenas do ódio e o «cio do mundo» modernistas. Anotações sobre o caso d’A Cena do Ódio e de Mima Fataxa de Almada Negreiros

Almada Negreiros, un trait d’union tra arti e culture, 2019

A comunicação centra-se na tradução para italiano de dois grandes poemas de Almada: A Cena do Ódi... more A comunicação centra-se na tradução para italiano de dois grandes poemas de Almada: A Cena do Ódio e Mima-Fataxa – Sinfonia Cosmopolita e Apologia do Triângulo Feminino. Fora do cenáculo e do período vanguardista-modernista, não é frequente encontrar composições poéticas ou prósicas com a veemência duma Cena do Ódio, ou com o entusiasmo duma entrega carnal tão explícita como é o caso de Mima Fataxa. Com certeza, este género de composições tem paralelo em outras vozes do grupo de «Orpheu», nomeadamente em certos poemas de Fernando Pessoa/Álvaro de Campos, como a Ode Marítima («cio do mundo, ebriedade do diverso») ou certos ataques violentos do mesmo heterónimo pessoano. Aqui pretende-se analisar o uso dalgumas palavras e dalguns núcleos conceptuais infrquentes e marcantes do movimento modernista.

Translating Portuguese-Writing Africa into Italian: Sketching a Hostile Environment Traduciendo África del portugués al italiano: esbozando un ambiente hostil

proceedings, 2019

The Italian literary space has proved to be very curious about translating and publishing works f... more The Italian literary space has proved to be very curious about translating and publishing works from Portuguese-Writing Africa, with the highest number of translations among the various western language-areas. However, its structure-with a deep interconnection between scholars/translators and small presses in the field of Portuguese-and the conservativeness of the public and of certain academic sectors cast doubts on the actual reach of these publications. The Italian reception of Postcolonial Studies is peculiar: many sources refer a delay, a fragmentation and even open hostility to its penetration into the Italian cultural field. The bulk of Italianists in Italy express their fears about perceived threats against the Italian literary canon.

TRADUZIR (OU NÃO) JOÃO PAULO BORGES COELHO TRADUÇÃO E RECEPÇÃO DA TRADUÇÃO DA OBRA FICCIONAL FORA DO ESPAÇO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Mulemba. Rio de Janeiro: UFRJ., 2018

Este artigo propõe-se fazer o ponto de situação sobre as traduções publicadas da obra fic-cional ... more Este artigo propõe-se fazer o ponto de situação sobre as traduções publicadas da obra fic-cional de João Paulo Borges Coelho (que, de momento, são três, todas para o italiano), situando a obra ficcional de tal autor nos estudos críticos de recepção sobre autores africanos de língua portuguesa, dentro e fora do espaço de língua portuguesa. Analisa-se brevemente o panorama desses estudos, efetuando um apelo para que certas instâncias dos Estudos de Tradução sejam incluídas na análise crítica da recepção e circulação literária, abrangendo também as traduções para outras línguas, os seus paratextos e contextos e a sua recepção nos respetivos sistemas lite-rários. Analisa-se depois mais de perto o caso das três traduções para italiano, focando a agenda dos tradutores e dos editores, os textos, os paratextos e o contexto, tentando instituir um modelo de trabalho para eventuais futuros estudos deste género.

La Província Ultramarina nell’ordinamento dell’Estado Novo e la nascita della poesia negritudinista nell’Africa portoghese: tra nuova pratica coloniale e pensiero anticoloniale.

Impossível Descolonização – Para um novo enquadramento das literaturas da África Lusófona: perspectivas críticas

Giochi di specchi. Modelli, tradizioni, contaminazioni e dinamiche interculturali nei e tra i paesi di lingua portoghese, 2016

1. Delimitação e definição do espaço pós-colonial português o conjunto dos actuais países de líng... more 1. Delimitação e definição do espaço pós-colonial português o conjunto dos actuais países de língua oficial portuguesa, mais ou menos agrupados na cPlP, por um lado não coincide com a totalida-de dos territórios e regiões do mundo que foram " frequentados " pelos portugueses nos cerca de cinco séculos da sua experiência ultramarina, por outro lado, esse conjunto integra países e territórios muito diferen-tes entre si pelo que diz respeito a superfície, população, clima, posi-ção geográfica e " penetração " da própria língua portuguesa no tecido sócio-cultural local. dentro deste " ultramar " lusófono pós-colonial, a primeira distin-ção importante é a que se pode traçar entre três áreas: 1) o Brasil, 2) os países africanos de língua oficial portuguesa e 3) os territórios orientais (Goa, macau e timor leste) 1 ; isto é, entre uma potência regional em desenvolvimento, que sozinha abarca mais do que oitenta por cento dos falantes da língua no globo e dois grupos de países e territórios dispersos entre dois continentes, a África e a Ásia, muitos dos quais estando numa situação económica e de desenvolvimento humano trá-gica e com enormes diferenças dentro do próprio conjunto. além de todas as diferenças geo-políticas actuais, temos que acrescentar que o Brasil " se libertou " da afiliação político-colonial com Portugal na pri-meira metade do século XiX (1822), enquanto todas as outras colónias obtiveram a rescisão dos laços de dependência política de Portugal só na segunda metade do século XX (entre 1961 e 1999, com a maioria dos territórios, os africanos, a obterem a independência entre 1974 e 1975). além disso, se na África há cinco países que têm o português como língua oficial e em que esta língua domina o sistema de ensino, o panorama literário e o uso no dia-a-dia, mesmo que nalguns casos como língua segunda, no oriente temos três reduzidos territórios, dois dos quais são englobados dentro de estados enormes e com o portu-guês num estado de co-oficialidade com outras línguas locais, ou sem oficialidade sequer. quando se fala de espaço pós-colonial português, muitos deixam de fora o Brasil, talvez pelas distinções acima refe-1 esta distinção em três zonas recalca as três " épocas " do colonialismo português, tal como identificadas pelo historiador britânico charles Boxer (1977).

ASAUK 2018 The circulation through translation of Portuguese-Written African Literatures in Europe Data and Issues

Presentation

Le Letterature dell’Africa Lusofona: panoramica storico-culturale e critico-letteraria

Capitolina Entrevista Marco Bucaioni

Revista Capitolina Books 6, 2020