Papers by Paulo Victor Sousa Lima
Complexitas, Jan 23, 2020
This research seeks to analyze a group of collective actions that resulted in the creation of the... more This research seeks to analyze a group of collective actions that resulted in the creation of the Marine Extractive Reserve Caeté-Taperaçu, Bragança-PA. Qualitative research aided by primary and secondary sources. From semistructured interviews, memory started to be used as a theoretical and methodological tool. The creation of the reserve does not result in the end of the struggle for social rights of this population, on the contrary, it is a continuous process articulated between small victories and constant struggle, such as the conquest of public policies.
Brazilian Journal of Development, 2021
RESUMO O artigo apresenta uma análise do Programa Bolsa Verde em duas Unidades de Conservação de ... more RESUMO O artigo apresenta uma análise do Programa Bolsa Verde em duas Unidades de Conservação de Uso Sustentável localizadas no litoral do estado do Pará: a Reservas Extrativistas de São João da Ponta e a Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu. Partiu-se da percepção das bolsistas do programa, caracterizando a implantação, os conflitos em torno de sua partilha e o impacto do programa. Observou-se que em ambas Unidades de Conservação, as bolsas têm papel relevante na dinamização local, via transferência de renda, contribuindo para a conservação ambiental, destacando-se a

Revista Movimentos Sociais e Dinâmicas Espaciais, 2021
Este artigo busca compreender o processo de institucionalização da Reserva Extrativista Marinha C... more Este artigo busca compreender o processo de institucionalização da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu, localizada no município de Bragança, no litoral do estado do Pará. A pesquisa é qualitativa, a partir da análise de fontes primárias e secundárias, atrelada a realização de entrevistas com roteiros semiestruturados. Argumenta-se que a Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu é fruto de mobilizações protagonizadas por povos e comunidades de extrativistas costeiros-marinhos, que viram na criação deste modelo de Unidade de Conservação, uma alternativa aos conflitos socioambientais decorrentes da incorporação do litoral paraense à agenda desenvolvimentista. No entanto, a institucionalização da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu não resultou no fim da luta por reconhecimento de direitos ligados à terra, ao mangue e ao mar – em outras palavras, ao maretório.

Nova Revista Amazônica, 2018
Este artigo realiza uma análise sociológica sobre os efeitos da implantação do Programa de Apoio ... more Este artigo realiza uma análise sociológica sobre os efeitos da implantação do Programa de Apoio à Conservação Ambiental Bolsa Verde (PBV), uma política pública socioambiental de nível federal. Nosso enfoque é sobre a percepção dos atores locais, residentes na Reserva Extrativista MarinhaCaeté-Taperaçu, localizada no município de Bragança, no estado do Pará. Ressalta-se nesse estudo de base qualitativa, a compreensão dos moradores e usuários da Unidade de Conservação sobre os propósitos dessa política que se sustenta em dois eixos: a conservação ambiental e o combate à pobreza. Os resultados evidenciam a percepção da melhoria na qualidade de vida através do acesso à renda e o entendimento de que as práticas de conservação ambiental não foram alteradas pela política. O auto reconhecimento como cidadãos deriva de seu pertencimento ao território atrelado às suas práticas socioeconômicas. Conflitos, conquistas e desafios fazem parte do processo de conquista de direitos e políticas públi...

Sousa; V. Araos, F.; Alencar, E. Reservas extrativistas costeiras e marinhas, povos tradicionais extrativistas costeiros e marinhos e a defesa dos maretórios na Amazônia brasileira, 2023
Neste artigo analisamos de forma exploratória o processo de institucionalização das Reservas Extr... more Neste artigo analisamos de forma exploratória o processo de institucionalização das Reservas Extrativistas (RESEX) Costeiras e Marinhas na região litorânea do estado do Pará. Com base numa revisão bibliográfica e documental sobre tema, buscamos identificar os conflitos socioambientais associados a práticas, ações, políticas e iniciativas que caracterizam fenômeno do ocean grabbing na região. Argumentamos que esse processo deu origem a organizações comunitárias locais protagonizadas por pescadores (as) artesanais, marisqueiras, extrativistas, pequenos (as) agricultores (as) dentre outros. Essas estratégias de resistência chamaram a atenção de ONGs, ambientalistas, técnicos (as), pesquisadores (as), religiosos (as) e políticos (as) locais que atuavam na região, que conjuntamente protagonizaram mobilizações políticas que culminaram na reivindicação para a criação de áreas protegidas no litoral do Pará.

Sousa, V. Maretório: o giro ecoterritoiral dos povos extrativistas costeiro-marinhos do litoral da Amazônia paraense? Dissertação (Mestrado em Sociologia e Antropologia), Universidade Federal do Pará, 2022, 2022
Esta dissertação apresenta uma reflexão sobre a construção socioantropológica da
identidade dos ... more Esta dissertação apresenta uma reflexão sobre a construção socioantropológica da
identidade dos povos extrativistas costeiro-marinhos do litoral da Amazônia paraense.
Tendo isso em vista, o estudo teve como objetivo compreender como as lideranças
da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos
Extrativistas Costeiros e Marinhas (CONFREM) de Reservas Extrativistas (RESEXs)
Costeiro-Marinhas do litoral do Pará dão sentido ao maretório, que ao mobilizá-lo pelo
reconhecimento de uma identidade singular, a de extrativistas costeiro-marinhos, vai
desenhando um conceito na prática – enquanto um giro ecoterritorial. Constitui-se
numa pesquisa de caráter exploratório de cunho qualitativo, que envolve um conjunto de técnicas e procedimentos metodológicos que incluem, pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e entrevistas com roteiros semiestruturados. Este material foi analisado em diálogo com uma proposta de visão conceitual do campo teórico dos movimentos sociais. Contudo, dadas as especificidades das lutas socioambientais no contexto do litoral da Amazônia paraense, houve a necessidade de incorporação de outras categorias analíticas, tais como conflitos socioambientais e expropriação do mar. Atualmente existem 30 RESEXs Costeiro-Marinhas decretadas entre os anos de 1992 e 2018, e 13, estão localizadas no litoral do estado do Pará. As mobilizações protagonizadas por povos extrativistas costeiro-marinho exigiram a criação dessas Unidades de Conservação de Uso Sustentável foram originadas em função dos conflitos socioambientais desencadeados pela incorporação do litoral da Amazônia paraense a uma agenda composta por ações, políticas e iniciativas, descrições pela literatura como expropriação mar. Os resultados da pesquisa apontam que somente em 2008, isto é, pouco mais de uma década após a institucionalização da primeira RESEXs Costeiro-Marinhas no Brasil, é que surgiu a ideia de formar uma organização para representar o movimento socioambiental, que viria a ser conhecida pela sigla CONFREM. Ao longo dos anos o CONFREM foi ampliando sua janela de atuação e conquistando o reconhecimento do Estado e da Sociedade como um todo. As principais orientações defendidas pela CONFREM envolvem a demanda e o acompanhamento dos processos de criação de novas Unidades de Conservação, bem como, o acesso a políticas que atendem e reconheçam as especificidades da categoria. Em diferentes espaços de participação como encontros, fóruns e seminários, essas lideranças do CONFREM de RESEXs Costeiro-Marinhas do litoral do Pará apresentam uma demanda direcionada à academia: a construção do conceito maretório. A partir dessas orientações foi possível compreender que o maretório, enquanto um conceito, caracterizar-se-ia como as lentes possíveis para aqueles e aqueles que desejam compreender a dinâmica socioambiental, que ocorre no litoral da Amazônia paraense, do segmento populacional autodenominado “povos extrativistas costeiro-marinhos”, que está atrelado à singularidade de um modo de vida pautado na reprodução cultural, política e econômica em meio a fluidez dos processos de apropriação e usos dos recursos comuns dos ambientes e ecossistemas costeiros e marinhos.
Este artigo busca compreender o processo de institucionalização da Reserva Extrativista
Marinha C... more Este artigo busca compreender o processo de institucionalização da Reserva Extrativista
Marinha Caeté-Taperaçu, localizada no município de Bragança, no litoral do estado do Pará. A pesquisa é qualitativa, a partir da análise de fontes primárias e secundárias, atrelada a realização de entrevistas com roteiros semiestruturados. Argumenta-se que a Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu é fruto de mobilizações protagonizadas por povos e comunidades de extrativistas costeiros-marinhos, que viram na criação deste modelo de Unidade de Conservação, uma alternativa aos conflitos socioambientais decorrentes da incorporação do litoral paraense à agenda desenvolvimentista. No entanto, a institucionalização da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu não resultou no fim da luta por reconhecimento de direitos ligados à terra, ao mangue e ao mar – em outras palavras, ao maretório.

Sousa. V. & Ribeiro. 2021. O Maretório: a ressignificação de um conceito como categoria política por populações pesqueiras e extrativistas do litoral do Pará. In: III Seminario Internacional América Latina. 2021, Belém-PA.GT 4 -Pensamento social latino-americano e epistemologias para pensar o amanhã, 2021
Busca-se apresentar ao debate, um olhar sociológico em torno de um conceito, ora em construção, q... more Busca-se apresentar ao debate, um olhar sociológico em torno de um conceito, ora em construção, que também consiste em objeto de demanda do movimento de populações pesqueiras e extrativistas que vivem em reservas extrativistas do litoral brasileiro: o "maretório". A reflexão parte da experiência empírica junto as resex's localizadas no litoral do estado Pará, junto a lideranças e representantes locais da Comissão Nacional para o Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas (Confrem). As observações apontam que esses grupos sociais reivindicam que os territórios das reservas situados no litoral paraense, devam ser denominados "maretórios". Uma vez que, a palavra "território" não daria conta de expressar as especificidades locais, atreladas a um modo de vida de subsistir e de se reproduzir social, política e economicamente. Argumenta-se que perceber esses espaços como "maretórios" é compreendê-los como um tipo de território socialmente constituído por uma dinâmica de uso e apropriação dos recursos naturais entre a terra, o mangue e o mar. Fluidez, a qual, as políticas socioambientais não conseguem abarcar em sua especificidade.
Palavras-chave: Amazônia; Maretório; Reserva Extrativista Marinha; Socioambientalismo

SOUSA, Victor P. L. A minha terra é o mar: a trajetória de um movimento socioambiental no litoral da Amazônia. 2019, 84f. Trabalho de Conclusão de Curso. (Licenciatura em Ciências Sociais), Faculdade de Ciências Sociais. Universidade Federal do Pará. 2019, 2019
4 AGRADECIMENTO A conclusão desta monografia marca uma etapa importante no percurso que, acredito... more 4 AGRADECIMENTO A conclusão desta monografia marca uma etapa importante no percurso que, acredito eu, tive o privilégio de escolher trilhar. Um caminho que por mais que tenha sido árduo, se tornou mais leve com o encontrar de pessoas inspiradoras, companheiras e amigas, que direta ou indiretamente fazem parte dessa trajetória. Eu acredito que está trajetória teve início em 2015, quando matriculado no cursinho pré-vestibular da Prefeitura de Ananindeua iniciei meus estudos para prestar vestibular para o curso de Ciências Sociais, na Universidade Federal do Pará. Mal sabia eu, ouvir o meu nome no listão do vestibular da UFPA-2016, mudaria tanto a minha vida. Dessa forma, gostaria de externalizar os meus mais profundos agradecimentos a duas pessoas muito importante nesse processo, o seu Paulo e a dona Neide, meus pais. Tenho o maior orgulho de dizer que sou filho desses dois feirantes que literalmente viram a noite trabalhando para sustentar seus quatro filhos. À minha mãe, que acreditou no meu sonhou, acreditou em mim quando disse "esse ano meu filho estuda, não se preocupa eu vou trabalhar com seu pai". Ao meu pai, que encher os olhos ao dizer "meus dois filhos fazem UFPA". Agradeço às minhas irmãs. E em especial, a Paula Sousa, ou mana, como é conhecida. Ela é outra filha que conseguiu ingressar na universidade. Obrigado mana, pelo carinho e abrigo. À Vaulene Monteiro, minha comadre, também faz parte dessa família, uma verdade amiga, com quem sempre posso contar. À Tulipa de Jesus, minha afilhada. Aos amigos e amigas que me acompanham nessa trajetória e que comemoram comigo cada vitória. Os que me acompanham desde o ensino médio . As amizades que fiz na universidade e que quero levar para vida toda Carla Moreira, Cláudia Pessoa, Débora Alves, Laena Lima, Lais Gama, Talita Silva, Victor Chermont e Wanessa Oliveira. Obrigado meus amigos, por todo o carinho. Ao Núcleo de Pesquisa Ação Pública, Território e Ambiente. Em especial a Profª. Tânia Guimarães Ribeiro, minha orientadora. Não tenho palavras para
MEMÓRIAS, IDENTIDADES, ESTRATÉGIAS E CONFLITOS: A TRAJETÓRIA DE UM MOVIMENTO SOCIOAMBIENTAL NO LITORAL DO ESTADO DO PARÁ, 2019
Esta pesquisa busca analisar um conjunto de ações coletivas que resultou na criação da Reserva Ex... more Esta pesquisa busca analisar um conjunto de ações coletivas que resultou na criação da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu, Bragança-PA. Pesquisa de caráter qualitativo auxiliada por fontes primárias e secundárias. A partir de entrevistas semiestruturadas a memória passou a ser utilizada como instrumento teórico-metodológico. A criação da reserva não resulta no fim do processo de luta por direitos sociais desta população, pelo contrário, é um processo continuado articulado em entre pequenas vitórias e luta constante, como a conquista de políticas públicas.

RIBEIRO e SOUSA. 2018. CIDADANIA, RENDA E CONSERVAÇÃO. PERCEPÇÕES SOBRE UMA POLÍTICA SOCIOAMBIENTAL NA AMAZÔNIA, 2018
Este artigo realiza uma análise sociológica sobre os efeitos da implantação do Programa de Apoio ... more Este artigo realiza uma análise sociológica sobre os efeitos da implantação do Programa de Apoio à Conservação Ambiental Bolsa Verde (PBV), uma política pública socioambiental de nível federal. Nosso enfoque é sobre a percepção dos atores locais, residentes na Reserva Extrativista Marinha
Caeté-Taperaçu, localizada no município de Bragança, no estado do Pará. Ressalta-se nesse estudo de base qualitativa, a compreensão dos moradores e usuários da Unidade de Conservação sobre os propósitos dessa política que se sustenta em dois eixos: a conservação ambiental e o combate à pobreza. Os resultados evidenciam a percepção da melhoria na qualidade de vida através do acesso à renda e o entendimento de que as práticas de conservação ambiental não foram alteradas pela política. O auto reconhecimento como cidadãos deriva de seu pertencimento ao território atrelado às suas práticas socioeconômicas. Conflitos, conquistas e desafios fazem parte do processo de conquista de direitos e políticas públicas que consolidem o território.
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Papers by Paulo Victor Sousa Lima
identidade dos povos extrativistas costeiro-marinhos do litoral da Amazônia paraense.
Tendo isso em vista, o estudo teve como objetivo compreender como as lideranças
da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos
Extrativistas Costeiros e Marinhas (CONFREM) de Reservas Extrativistas (RESEXs)
Costeiro-Marinhas do litoral do Pará dão sentido ao maretório, que ao mobilizá-lo pelo
reconhecimento de uma identidade singular, a de extrativistas costeiro-marinhos, vai
desenhando um conceito na prática – enquanto um giro ecoterritorial. Constitui-se
numa pesquisa de caráter exploratório de cunho qualitativo, que envolve um conjunto de técnicas e procedimentos metodológicos que incluem, pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e entrevistas com roteiros semiestruturados. Este material foi analisado em diálogo com uma proposta de visão conceitual do campo teórico dos movimentos sociais. Contudo, dadas as especificidades das lutas socioambientais no contexto do litoral da Amazônia paraense, houve a necessidade de incorporação de outras categorias analíticas, tais como conflitos socioambientais e expropriação do mar. Atualmente existem 30 RESEXs Costeiro-Marinhas decretadas entre os anos de 1992 e 2018, e 13, estão localizadas no litoral do estado do Pará. As mobilizações protagonizadas por povos extrativistas costeiro-marinho exigiram a criação dessas Unidades de Conservação de Uso Sustentável foram originadas em função dos conflitos socioambientais desencadeados pela incorporação do litoral da Amazônia paraense a uma agenda composta por ações, políticas e iniciativas, descrições pela literatura como expropriação mar. Os resultados da pesquisa apontam que somente em 2008, isto é, pouco mais de uma década após a institucionalização da primeira RESEXs Costeiro-Marinhas no Brasil, é que surgiu a ideia de formar uma organização para representar o movimento socioambiental, que viria a ser conhecida pela sigla CONFREM. Ao longo dos anos o CONFREM foi ampliando sua janela de atuação e conquistando o reconhecimento do Estado e da Sociedade como um todo. As principais orientações defendidas pela CONFREM envolvem a demanda e o acompanhamento dos processos de criação de novas Unidades de Conservação, bem como, o acesso a políticas que atendem e reconheçam as especificidades da categoria. Em diferentes espaços de participação como encontros, fóruns e seminários, essas lideranças do CONFREM de RESEXs Costeiro-Marinhas do litoral do Pará apresentam uma demanda direcionada à academia: a construção do conceito maretório. A partir dessas orientações foi possível compreender que o maretório, enquanto um conceito, caracterizar-se-ia como as lentes possíveis para aqueles e aqueles que desejam compreender a dinâmica socioambiental, que ocorre no litoral da Amazônia paraense, do segmento populacional autodenominado “povos extrativistas costeiro-marinhos”, que está atrelado à singularidade de um modo de vida pautado na reprodução cultural, política e econômica em meio a fluidez dos processos de apropriação e usos dos recursos comuns dos ambientes e ecossistemas costeiros e marinhos.
Marinha Caeté-Taperaçu, localizada no município de Bragança, no litoral do estado do Pará. A pesquisa é qualitativa, a partir da análise de fontes primárias e secundárias, atrelada a realização de entrevistas com roteiros semiestruturados. Argumenta-se que a Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu é fruto de mobilizações protagonizadas por povos e comunidades de extrativistas costeiros-marinhos, que viram na criação deste modelo de Unidade de Conservação, uma alternativa aos conflitos socioambientais decorrentes da incorporação do litoral paraense à agenda desenvolvimentista. No entanto, a institucionalização da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu não resultou no fim da luta por reconhecimento de direitos ligados à terra, ao mangue e ao mar – em outras palavras, ao maretório.
Palavras-chave: Amazônia; Maretório; Reserva Extrativista Marinha; Socioambientalismo
Caeté-Taperaçu, localizada no município de Bragança, no estado do Pará. Ressalta-se nesse estudo de base qualitativa, a compreensão dos moradores e usuários da Unidade de Conservação sobre os propósitos dessa política que se sustenta em dois eixos: a conservação ambiental e o combate à pobreza. Os resultados evidenciam a percepção da melhoria na qualidade de vida através do acesso à renda e o entendimento de que as práticas de conservação ambiental não foram alteradas pela política. O auto reconhecimento como cidadãos deriva de seu pertencimento ao território atrelado às suas práticas socioeconômicas. Conflitos, conquistas e desafios fazem parte do processo de conquista de direitos e políticas públicas que consolidem o território.
identidade dos povos extrativistas costeiro-marinhos do litoral da Amazônia paraense.
Tendo isso em vista, o estudo teve como objetivo compreender como as lideranças
da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos
Extrativistas Costeiros e Marinhas (CONFREM) de Reservas Extrativistas (RESEXs)
Costeiro-Marinhas do litoral do Pará dão sentido ao maretório, que ao mobilizá-lo pelo
reconhecimento de uma identidade singular, a de extrativistas costeiro-marinhos, vai
desenhando um conceito na prática – enquanto um giro ecoterritorial. Constitui-se
numa pesquisa de caráter exploratório de cunho qualitativo, que envolve um conjunto de técnicas e procedimentos metodológicos que incluem, pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e entrevistas com roteiros semiestruturados. Este material foi analisado em diálogo com uma proposta de visão conceitual do campo teórico dos movimentos sociais. Contudo, dadas as especificidades das lutas socioambientais no contexto do litoral da Amazônia paraense, houve a necessidade de incorporação de outras categorias analíticas, tais como conflitos socioambientais e expropriação do mar. Atualmente existem 30 RESEXs Costeiro-Marinhas decretadas entre os anos de 1992 e 2018, e 13, estão localizadas no litoral do estado do Pará. As mobilizações protagonizadas por povos extrativistas costeiro-marinho exigiram a criação dessas Unidades de Conservação de Uso Sustentável foram originadas em função dos conflitos socioambientais desencadeados pela incorporação do litoral da Amazônia paraense a uma agenda composta por ações, políticas e iniciativas, descrições pela literatura como expropriação mar. Os resultados da pesquisa apontam que somente em 2008, isto é, pouco mais de uma década após a institucionalização da primeira RESEXs Costeiro-Marinhas no Brasil, é que surgiu a ideia de formar uma organização para representar o movimento socioambiental, que viria a ser conhecida pela sigla CONFREM. Ao longo dos anos o CONFREM foi ampliando sua janela de atuação e conquistando o reconhecimento do Estado e da Sociedade como um todo. As principais orientações defendidas pela CONFREM envolvem a demanda e o acompanhamento dos processos de criação de novas Unidades de Conservação, bem como, o acesso a políticas que atendem e reconheçam as especificidades da categoria. Em diferentes espaços de participação como encontros, fóruns e seminários, essas lideranças do CONFREM de RESEXs Costeiro-Marinhas do litoral do Pará apresentam uma demanda direcionada à academia: a construção do conceito maretório. A partir dessas orientações foi possível compreender que o maretório, enquanto um conceito, caracterizar-se-ia como as lentes possíveis para aqueles e aqueles que desejam compreender a dinâmica socioambiental, que ocorre no litoral da Amazônia paraense, do segmento populacional autodenominado “povos extrativistas costeiro-marinhos”, que está atrelado à singularidade de um modo de vida pautado na reprodução cultural, política e econômica em meio a fluidez dos processos de apropriação e usos dos recursos comuns dos ambientes e ecossistemas costeiros e marinhos.
Marinha Caeté-Taperaçu, localizada no município de Bragança, no litoral do estado do Pará. A pesquisa é qualitativa, a partir da análise de fontes primárias e secundárias, atrelada a realização de entrevistas com roteiros semiestruturados. Argumenta-se que a Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu é fruto de mobilizações protagonizadas por povos e comunidades de extrativistas costeiros-marinhos, que viram na criação deste modelo de Unidade de Conservação, uma alternativa aos conflitos socioambientais decorrentes da incorporação do litoral paraense à agenda desenvolvimentista. No entanto, a institucionalização da Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu não resultou no fim da luta por reconhecimento de direitos ligados à terra, ao mangue e ao mar – em outras palavras, ao maretório.
Palavras-chave: Amazônia; Maretório; Reserva Extrativista Marinha; Socioambientalismo
Caeté-Taperaçu, localizada no município de Bragança, no estado do Pará. Ressalta-se nesse estudo de base qualitativa, a compreensão dos moradores e usuários da Unidade de Conservação sobre os propósitos dessa política que se sustenta em dois eixos: a conservação ambiental e o combate à pobreza. Os resultados evidenciam a percepção da melhoria na qualidade de vida através do acesso à renda e o entendimento de que as práticas de conservação ambiental não foram alteradas pela política. O auto reconhecimento como cidadãos deriva de seu pertencimento ao território atrelado às suas práticas socioeconômicas. Conflitos, conquistas e desafios fazem parte do processo de conquista de direitos e políticas públicas que consolidem o território.