Papers by Marcos César Seneda

Kant e-prints, 2022
O presente texto parte do pressuposto de que a radical irredutibilidade da estética às representa... more O presente texto parte do pressuposto de que a radical irredutibilidade da estética às representações lógicas está no limiar do programa de pesquisa de Kant anunciado como uma filosofia transcendental. Valendo-nos de Newton da Costa, tentaremos mostrar, primeiramente, as condições de contorno que balizavam essa discussão, e o modo como Leibniz e Newton as interpretaram e construíram suas respectivas teorias. Na sequência, tentaremos indicar que na gênese dessa descoberta de Kant tem papel relevante um fato cognitivo singular, as contrapartidas incongruentes, sem o qual a solução não poderia ser encontrada da maneira como se deu. Nosso objetivo, em decorrência disso, será mostrar as determinações que possibilitaram diferentes interpretações metateóricas de um mesmo fato cognitivo: a concepção do espaço. No entanto, nosso interesse principal não será validar uma dessas concepções (a de Kant, ou a de Leibniz, ou a de Newton) em face das outras, como se se tratasse de um juízo disjuntiv...

Principia: an international journal of epistemology, 2021
Abstract: The aim of this paper is to present the copy principle from execution of the principle ... more Abstract: The aim of this paper is to present the copy principle from execution of the principle of separability for the purpose of elucidating the discussions conducted by Hume in understanding the composition of space and its implications for the sciences that operate with spatial constructions. The particular epistemic gain here is to do this within a model of empiricism. Given that there are several irregularities in the manner of analyzing a complex and extracting simple elements from it, as will be demonstrated here, we seek to show that separating a complex considering its simple qualities and decomposing a complex to determine its simple quantities is completely different. Thus, we seek to show how Hume needed to recreate his own cognitive model, strongly based on noting our perceptions, to be able to use it to conceive the composition of space and the operations of geometry that must make reference to it.
Resumo: Esse artigo pretende apresentar o princípio da cópia a partir da execução do princípio da separabilidade, com o objetivo de dilucidar as discussões levadas a cabo por Hume na compreensão da composição do espaço e de suas implicações para as ciências que operam com construções espaciais. O ganho epistêmico singular aqui está em se fazer isso no interior de um modelo de empirismo. Posto que há vários descompassos no modo de analisar o complexo e dele extrair seus elementos simples, como será exemplificado aqui, procuraremos mostrar que é inteiramente diferente separar o complexo em vista de suas qualidades simples, e decompor o complexo para se determinar suas quantidades simples. Por conseguinte, procuraremos mostrar como Hume precisou recriar o seu próprio modelo cognitivo, fortemente embasado no registro de nossas percepções, para poder conceber com ele a composição do espaço e as operações da geometria que têm de lhe fazer referência.

Revista Estudos Hum(e)anos, 2020
Nosso objetivo, no presente trabalho, está circunscrito à Seção IV da Parte II do Livro I do Trat... more Nosso objetivo, no presente trabalho, está circunscrito à Seção IV da Parte II do Livro I do Tratado da natureza humana, em que Hume examina a teoria do contínuo e da infinita divisibilidade das partes do extenso. Mais particularmente, desejamos nos ater à afirmação de Hume, à primeira vista um tanto enigmática em relação à geometria, em que assim descreve o que considera que lhe incumbe: “Minha tarefa neste momento deve ser, por isso, defender as definições e refutar as demonstrações” (T I, II, IV, 8). Essa afirmação de Hume é forte, programática, feita em um parágrafo de pouco mais de cinco linhas. Nada o prepara, e Hume não explica em pormenor suas intenções na sequência imediata desse texto. Por isso, tomamos essa questão como foco da análise. Inicialmente examinaremos esse problema em Bayle, destacando passagens que possam lançar luz às críticas feitas por Hume e tornar compreensíveis as discussões que empreendeu. A seguir, a partir de duas respostas dadas por Hume a esse problema, colhido dentro do Tratado, procuraremos explicitar o que Hume entende por definições, o que designa por demonstrações, e por qual modo julga que isso lhe permitiria tratar os fundamentos da geometria de modo mais consequente do que aquele pelo qual estes tinham sido compreendidos no interior de uma longa tradição.

Crítica da sociologia da religião e recepção da obra Vaivém autenticamente humano: a sociologia d... more Crítica da sociologia da religião e recepção da obra Vaivém autenticamente humano: a sociologia do catolicismo em A ética protestante e o "espírito" do capitalismo Carlos Eduardo Sell Cons titui fato notável que em Max Weber, justamente um dos fundadores da sociologia no qual a religião ocupa o papel mais destacado, não encontremos uma obra dedicada exclusivamente ao catolicismo. Um dos motivos para essa lacuna é conhecido e é apresentado pelo próprio autor. Ao buscar ampliar seus estudos para além da esfera protestante, seus planos se deslocaram do interesse pela sua história pregressa para suas versões não cristãs (ou extraocidentais). Em parte, isso se deve ao fato de que esse trabalho histórico já havia sido feito, com notável maestria, pelo seu colega Ernst Troeltsch que "liquidou muitas questões que ainda me tocava discutir e o fez de uma forma que eu, não sendo teólogo, não teria sido capaz de fazer" (EP, p.276). 1 Mas, isso não significa que tal projeto tivesse sido simplesmente abandonado. Encontramos uma clara confirmação desse dado no esboço que ele apresentou ao seu projeto de pesquisa comparada das religiões universais que, além dos três volumes que hoje conhecemos, deveria contemplar ainda um estudo sobre o islamismo e outro sobre o cristianismo. 2 Planos a parte, o fato é que o estado final dos escritos legados por
Ciência como Vocação. Racionalidades e irracionalidades no velho e no novo mundo, 2020
Fruto de um enfoque multidisciplinar, o presente livro tece diversos
temas que se recobrem, reuni... more Fruto de um enfoque multidisciplinar, o presente livro tece diversos
temas que se recobrem, reunindo os enfoques de filósofos, historiadores, sociólogos, cientistas políticos e antropólogos. Em muito o leitor poderá se beneficiar ao confrontar os registros de uma mesma reflexão reapropriados por diferentes leituras. Dividido em quatro PARTES, o livro explora as tensões do pensamento weberiano, seja analisando a controvertida relação da fundamentação dos valores; seja examinando as antinomias do processo de racionalização; seja confrontando, outrossim, as possibilidades ainda abertas pelo protestantismo como forma de socialização; seja, por fim, ao pôr em perspectiva a força e o alcance das propostas metodológicas weberianas.
Este texto parte de um problema inusitado: o de que haveria uma teoria da sensibilidade subjacent... more Este texto parte de um problema inusitado: o de que haveria uma teoria da sensibilidade subjacente a diversos problemas explorados na longa parte introdutoria do Manual dos Cursos de Logica Geral de Kant. Embora a sensibilidade seja a contrapartida de toda exposicao teorica da Critica da razao pura, ela em geral fica obliterada em todos os comentarios sobre os cursos de logica de Kant. Mas esses cursos foram a base da longa trajetoria de Kant como professor. Recorrendo entao a traducao do Manual dos cursos de logica geral feita por Fausto Castilho e as aulas desse mesmo professor sobre o referido texto, procuramos mostrar que essa logica, enquanto “concluida e acabada”, segundo a descricao de Kant, precisa dar suporte a uma tarefa cognoscitiva nao analitica, que pressupoe o incontornavel contato do intelecto com a sensibilidade.
O pensamento político em movimento: ensaios de filosofia política, 2018

Natur und Freiheit: Akten des XII. Internationalen Kant-Kongresses, 2018
The reader is generallyimpressed by the confidence with which Kant begins one of the principal di... more The reader is generallyimpressed by the confidence with which Kant begins one of the principal divisions of the Critique of Pure Reason i. e. Transcendental Aestheticsc onducted by twop rocedures namedm etaphysical exposition and transcendental exposition. Accustomed to the qualifying adjective transcendental -which permeates all of the Critique -we are inclined to believethatonlyatranscendental exposition could furnish us with something worthyofthe term proof since it examines the conditions of the possibilityofthe two sciences,Mathematics and Physics,tobeconsidered as given. Because of this we can accept as dogmatic the metaphysical exposition, admitt hat it begins with the decomposition of the concepts (spaceand time) which we could consider as something originally given, but apparentlyi mpossible to analyze (unauflöslich).

Estudos Kantianos, 2018
A distinção entre filosofia e matemática enquanto modos de operação da razão tem presença marcant... more A distinção entre filosofia e matemática enquanto modos de operação da razão tem presença marcante nos cursos de Lógica de Kant, mas igualmente articula diversas soluções de problemas no interior do pensamento crítico. No entanto, ela data do período pré-crítico, tendo se tornado bem explícita já na obra Investigação sobre a distinção dos princípios da teologia natural e da moral (1764). Quase duas décadas depois, essa distinção será retomada na “Doutrina transcendental do método”, contida na Crítica da razão pura (1781). Ao contrário de Christian Wolff, que propunha uma divisão tripartite do conhecimento, distinguindo conhecimentos históricos, filosóficos e matemáticos, Kant aloca os conhecimentos filosóficos e matemáticos no interior da mesma divisão epistemológica: ambos são conhecimentos racionais. No entanto, um é conhecimento racional por conceitos (filosofia) e outro é conhecimento racional por construção de conceitos (matemática). Por meio dessa distinção e das oposições que ela comporta, Kant vai definir o método de trabalho do filósofo e do matemático e o modo de resolução de problemas específico de cada uma dessas disciplinas. Comparando os dois textos citados acima, pretendemos esclarecer os procedimentos metodológicos concebidos mediante essa distinção, e as respectivas tarefas epistemológicas que ela comporta.

Estudos Kantianos, 2018
Conquanto seja utilizada somente no terceiro capítulo da Doutrina Transcendental do Método, desig... more Conquanto seja utilizada somente no terceiro capítulo da Doutrina Transcendental do Método, designado “A arquitetônica da razão pura”, a distinção entre conhecimento histórico e conhecimento racional é um topos básico das Lógicas de Kant, marcando a diacronia de suas reflexões metafísicas. No percurso aqui proposto para esclarecer essas duas noções, remontamos a Christian Wolff. Para situar a posição epistemológica da Filosofia, no Discurso preliminar sobre a filosofia em geral, Wolff explicita a diferença entre os conhecimentos histórico, filosófico e matemático, na tentativa de alocar toda a aquisição do nosso conhecimento no interior dessa tripartição. Kant acolhe essa divisão tripartite, mas vai reduzi-la à oposição entre conhecimento histórico e conhecimento racional, equacionando o conhecimento empírico com o histórico, e situando filosofia e matemática no interior do último modo de conhecimento. Procurou-se aqui mostrar que essas duas noções decisivas e contrapostas são conversíveis entre si, articulando-se no interior daquilo que Kant denomina uma arquitetônica. Mediante essa distinção, Kant procura um princípio metodológico de unificação, opondo as noções de agregação e subordinação, que darão origem às noções de agregado e sistema. Sendo ciência sistemática, a filosofia é projetada no vértice da disposição racional de todas as ciências, guardando consigo a responsabilidade de abrigar a meta final de todo o uso da razão humana.

Veritas, 2018
Esse texto procura explicitar a tese da compreensão atual que Simmel pressupõe como lócus de apre... more Esse texto procura explicitar a tese da compreensão atual que Simmel pressupõe como lócus de apreensão e interpretação dos processos humanos dotados de sentido. Para explicitá-la, confronta as posições de Dilthey e Simmel sobre o papel da vivência na fundamentação do conhecimento histórico. Ao contrário de Dilthey, no entanto, Simmel não pressupõe uma vivência que possa ser apreendida em outrem ou circunscrita a partir de um objeto, porque põe o fundamento da compreensão na atualidade daquele que compreende. Assim, opera com possibilidades objetivas da construção de conexões de sentido por meio da projeção de processos psíquicos. Conquanto dificilmente seja lembrado no debate sobre a compreensão ou sobre a filosofia da história, Simmel possui uma posição própria e consistente acerca da fundamentação do conhecimento histórico, que pode ou abrir novos ângulos de pesquisa ou ser fecunda para se reexaminar perspectivas já consolidadas.

A Estética Transcendental é uma peça chave no programa de pesquisa que Kant desenvol... more A Estética Transcendental é uma peça chave no programa de pesquisa que Kant desenvolveu e nomeou de filosofia transcendental. Ela se anuncia na Dissertação de 1770 e se configura de forma bem explícita na primeira edição da Crítica da razão pura, de 1781.
O modo como Kant a concebeu permitiu-lhe separar radicalmente intelecto e sensibilidade, mas seria importante compreender a raiz dessa separação. Nesse texto procuramos mostrar que o opúsculo “Sobre o primeiro fundamento da distinção de direções no espaço”, de 1768, traz características bastante decisivas para a estética proposta no período crítico. Para evidenciar isso, expusemos ideias marcantes do texto sobre as contrapartidas incongruentes e as cotejamos com as reflexões expostas nos itens 3 e 4 relativos à Exposição Metafísica do conceito de espaço e aquelas apresentadas nos itens 4 e 5 relativos à Exposição Metafísica do conceito de tempo.

MG Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio sem p... more MG Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução parcial ou total por qualquer meio sem permissão da editora. Sumário 7 Apresentação I -Crítica da sociologia da religião e recepção da obra 15 Vaivém autenticamente humano: a sociologia do catolicismo em A ética protestante e o "espírito" do capitalismo Carlos Eduardo Sell 61 Atraso católico e progresso protestante: explicação pela vocação? Roberto Motta 93 Considerações anti-hermenêuticas em torno da recepção de Max Weber no Brasil Sérgio da Mata II -Tipologia e politeísmo dos valores 127 A tipologia dos valores em Weber Daniel Fanta 147 Max Weber, desencantamento do mundo e politeísmo de valores Renarde Freire Nobre III -A força heurística da reflexão metodológica 169 O conceito de possibilidade objetiva como uma operação científica para correção de erros na metodologia weberiana Henrique Florentino Faria Custódio 201 Uma leitura equívoca de Jellinek: Weber e a elaboração da noção de tipo ideal Marcos César Seneda 235 Cultura e História no pensamento de Max Weber Ulisses do Valle 253 Sobre os autores I Crítica da sociologia da religião e recepção da obra 15 Vaivém autenticamente humano: a sociologia do catolicismo em A ética protestante e o "espírito" do capitalismo Carlos Eduardo Sell
Reduzindo a fonte dos conhecimentos aos dados sensíveis, o empirismo pode ser concebido basicamen... more Reduzindo a fonte dos conhecimentos aos dados sensíveis, o empirismo pode ser concebido basicamente de dois modos: a partir da aquisição dos conteúdos do pensamento, ou a partir da constituição empírica da própria subjetividade. A segunda hipótese, em suas linhas gerais, foi apresentada explicitamente por G. Deleuze. Este texto, ao examinar esta segunda hipótese, restringe-se a uma análise exaustiva da memória e da imaginação, procurando expor os passos pelos quais Hume constitui distintos modos de operar da mente humana em conformidade com os pressupostos radicais do que denominou filosofia experimental.

Este texto compara duas possibilidades epistêmicas de se construir conhecimento a partir da exper... more Este texto compara duas possibilidades epistêmicas de se construir conhecimento a partir da experiência registrada pelos sentidos: a defendida por Tomás de Aquino e a proposta por David Hume. O objetivo do texto é mostrar em que se separam autores assumidos como tão distanciados um do outro, mas que principiam aparentemente de uma noção cognoscitiva que parte da apreensão dos sentidos. O texto defende, por um lado, que os pressupostos ontológicos de Tomás de Aquino geram um modelo em que a forma migra da matéria para o intelecto. Portanto, em relação ao conhecimento empírico, não há forma no intelecto que não tenha sido retirada da matéria já informada. Por outro lado, o projeto anti-metafísico de David Hume retira de todos os dados coletados pelos sentidos toda e qualquer informação que seja prévia, exigindo, assim, um uso da linguagem em que memória e imaginação se defrontem com dados que não estavam previamente ordenados. O debate ontológico, portanto, é examinado a partir de uma investigação semântica, em que se avalia o uso dos termos linguísticos em vista dos pressupostos epistemológicos de cada sistema filosófico.
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Papers by Marcos César Seneda
Resumo: Esse artigo pretende apresentar o princípio da cópia a partir da execução do princípio da separabilidade, com o objetivo de dilucidar as discussões levadas a cabo por Hume na compreensão da composição do espaço e de suas implicações para as ciências que operam com construções espaciais. O ganho epistêmico singular aqui está em se fazer isso no interior de um modelo de empirismo. Posto que há vários descompassos no modo de analisar o complexo e dele extrair seus elementos simples, como será exemplificado aqui, procuraremos mostrar que é inteiramente diferente separar o complexo em vista de suas qualidades simples, e decompor o complexo para se determinar suas quantidades simples. Por conseguinte, procuraremos mostrar como Hume precisou recriar o seu próprio modelo cognitivo, fortemente embasado no registro de nossas percepções, para poder conceber com ele a composição do espaço e as operações da geometria que têm de lhe fazer referência.
temas que se recobrem, reunindo os enfoques de filósofos, historiadores, sociólogos, cientistas políticos e antropólogos. Em muito o leitor poderá se beneficiar ao confrontar os registros de uma mesma reflexão reapropriados por diferentes leituras. Dividido em quatro PARTES, o livro explora as tensões do pensamento weberiano, seja analisando a controvertida relação da fundamentação dos valores; seja examinando as antinomias do processo de racionalização; seja confrontando, outrossim, as possibilidades ainda abertas pelo protestantismo como forma de socialização; seja, por fim, ao pôr em perspectiva a força e o alcance das propostas metodológicas weberianas.
O modo como Kant a concebeu permitiu-lhe separar radicalmente intelecto e sensibilidade, mas seria importante compreender a raiz dessa separação. Nesse texto procuramos mostrar que o opúsculo “Sobre o primeiro fundamento da distinção de direções no espaço”, de 1768, traz características bastante decisivas para a estética proposta no período crítico. Para evidenciar isso, expusemos ideias marcantes do texto sobre as contrapartidas incongruentes e as cotejamos com as reflexões expostas nos itens 3 e 4 relativos à Exposição Metafísica do conceito de espaço e aquelas apresentadas nos itens 4 e 5 relativos à Exposição Metafísica do conceito de tempo.
Resumo: Esse artigo pretende apresentar o princípio da cópia a partir da execução do princípio da separabilidade, com o objetivo de dilucidar as discussões levadas a cabo por Hume na compreensão da composição do espaço e de suas implicações para as ciências que operam com construções espaciais. O ganho epistêmico singular aqui está em se fazer isso no interior de um modelo de empirismo. Posto que há vários descompassos no modo de analisar o complexo e dele extrair seus elementos simples, como será exemplificado aqui, procuraremos mostrar que é inteiramente diferente separar o complexo em vista de suas qualidades simples, e decompor o complexo para se determinar suas quantidades simples. Por conseguinte, procuraremos mostrar como Hume precisou recriar o seu próprio modelo cognitivo, fortemente embasado no registro de nossas percepções, para poder conceber com ele a composição do espaço e as operações da geometria que têm de lhe fazer referência.
temas que se recobrem, reunindo os enfoques de filósofos, historiadores, sociólogos, cientistas políticos e antropólogos. Em muito o leitor poderá se beneficiar ao confrontar os registros de uma mesma reflexão reapropriados por diferentes leituras. Dividido em quatro PARTES, o livro explora as tensões do pensamento weberiano, seja analisando a controvertida relação da fundamentação dos valores; seja examinando as antinomias do processo de racionalização; seja confrontando, outrossim, as possibilidades ainda abertas pelo protestantismo como forma de socialização; seja, por fim, ao pôr em perspectiva a força e o alcance das propostas metodológicas weberianas.
O modo como Kant a concebeu permitiu-lhe separar radicalmente intelecto e sensibilidade, mas seria importante compreender a raiz dessa separação. Nesse texto procuramos mostrar que o opúsculo “Sobre o primeiro fundamento da distinção de direções no espaço”, de 1768, traz características bastante decisivas para a estética proposta no período crítico. Para evidenciar isso, expusemos ideias marcantes do texto sobre as contrapartidas incongruentes e as cotejamos com as reflexões expostas nos itens 3 e 4 relativos à Exposição Metafísica do conceito de espaço e aquelas apresentadas nos itens 4 e 5 relativos à Exposição Metafísica do conceito de tempo.