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Ronai Rocha

UFSM - Universidade Federal de Santa Maria, Filosofia, Faculty Member

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Nasci em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em novembro de 1950, onde fiz a escola primária. Minha graduação e meu mestrado foram feitos na Universidade Federal de Santa Maria. O doutorado foi na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Durante quarenta e seis anos fui professor de filosofia, em disciplinas como Introdução à Filosofia, Filosofia da Linguagem e Epistemologia. Também me ocupei muito com temas de filosofia da educação, e publiquei cinco livros dedicados a temas como currículo em filosofia e filosofia da educação. Em 2019 eu me aposentei e desde então tenho me ocupado quase que exclusivamente com a escrita.
Supervisors: Em ordem de aparição: Carlos Scarinci, João Baptista Quaini, Silvino Santin, Ernildo Stein, Balthazar Barbosa Filho, Paulo Faria, Ernst Tugendhat.

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Books by Ronai Rocha

O Animal Digiana

O Animal Digiana , 2024

Uma investigação de antropologia, centrada nos conceito de analogia e digitalidade.

Tradução: Arthur Danto - Crenças fatuais e regras morais

Winnicott e a filosofia

Winnicott e a filosofia 1

Elizabeth Bishop e os intermináveis anos 1960

Elizabeth Bishop disse, em 1964, que Raymond Aron foi a única pessoa que entendia as coisas que s... more Elizabeth Bishop disse, em 1964, que Raymond Aron foi a única pessoa que entendia as coisas que se passavam no Brasil. Na mesma carta, ela sugere ao interlocutor, Robert Lowell, que "pergunte à Hannah Arendt!", ela dirá que sim, "se ela sabe alguma coisa sobre o Brasil". Vamos por partes. Raymond Aron tinha presença regular nos meios intelectuais brasileiros naquele período. Ele escrevia para a imprensa brasileira e seu livro, O ópio dos intelectuais, saiu aqui, em 1959, sob o título de Mitos e Homens. Aron teve uma conexão com alguns participantes do ISEB, o Instituto Superior de Estudos Brasileiros, pois veio ao Brasil, em 1962, e deu uma palestra no Rio de Janeiro, na Faculdade Nacional de Filosofia. A Folha de São Paulo registrou um trecho da fala dele:

Sentimentos de Outono. Ensaios sobre universidade e educação

Na primeira parte do livro reuni ensaios que tem como tema a universidade pública brasileira. Alg... more Na primeira parte do livro reuni ensaios que tem como tema a universidade pública brasileira. Alguns deles foram escritos do ponto de vista de um administrador (fui Pró-Reitor de Graduação na UFSM entre 1985 e 1989), outros do ponto de vista de um professor que começou a ver com preocupação certos rumos do sindicalismo que praticava. Na segunda parte estão alguns ensaios sobre educação, com uma abordagem inspirada em Hannah Arendt e Wittgenstein.

Epistemologia e Currículo: Registros do II Workshop de Filosofia e Ensino da UFRGS

by Gisele D Secco, Ronai Rocha, Frank Thomas Sautter, Daniel Nascimento, Nastassja Pugliese, Renato Matoso, and Ronai da Rocha

Reunião de textos derivados do II Workshop de Filosofia e Ensino, realizado na UFRGS em julho de ... more

Filosofia hermenêutica

by Ronai Rocha and Róbson Ramos dos Reis

Organizadores: REIS, Róbson Ramos dos, Jan 1, 2000

Ensino de filosofia e currículo

Petrópolis: Vozes, Jan 1, 2008

Papers by Ronai Rocha

Sobre os elementos inconscientes da vida social

Revista Guillermo de Ockham

Este artigo tem como intenção propor uma reflexão sobre a aplicação da categoría de “inconsciente... more Este artigo tem como intenção propor uma reflexão sobre a aplicação da categoría de “inconsciente na política”. O artigo sugere que o texto de Marx, 18 Brumário de Luis Bonaparte, na forma como foi lido por Levi-Strauss, indica uma linha de aplicação do conceito que se afasta da tradição freudiana, em favor de uma abordagem antropológica descritiva. O artigo mostra que autores como Franz Fanon recorreram à noção jungiana de “inconsciente coletivo”, como um recurso metodológico importante. Por fim, o artigo sugere que a reflexão política seria beneficiada com uma aproximação aos procedimentos metodológicos da etnografía e da etnología.

Sobre os "elementos inconscientes da vida social" Sobre los elementos inconscientes de la vida social On the Unconscious Elements of Social Life

Guillerme de Ockham, 2022

Ockham oferece acesso aberto a todo o seu conteúdo nos termos da licença Creative Commons Attribu... more Ockham oferece acesso aberto a todo o seu conteúdo nos termos da licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International (CC BY-NC-ND 4.0). Declaração de interesses. O autor declara que não há conflito de interesses. Disponibilidade de dados. Todos os dados relevantes podem ser encontrados no artigo. Para mais informações, por favor contacte o autor da correspondência. Financiamento. Nenhum. Declaração de exoneração de responsabilidade. O conteúdo deste artigo é da exclusiva responsabilidade do autor e não representa uma opinião oficial da sua instituição ou da Revista Guillermo de Ockham.

SOBRE OS LUGARES DA FILOSOFIA

Thaumazein, 2020

Esse esforço que farei agora por deixar subir à tona um sentido, qualquer que seja, esse esforço ... more

Sob as formas da filosofia

Sofia, 2017

A profusao das formas de apresentacao da filosofia provoca dificuldades de consenso para a caract... more A profusao das formas de apresentacao da filosofia provoca dificuldades de consenso para a caracterizacao de sua identidade e para sua presenca curricular e pedagogica, criando ate mesmo a possibilidade de que as decisoes sobre o que e como ensinar sejam vistas como subjetivas. O artigo visa explicitar essa dificuldade de tipo decisionista que tem sido muito presente no panorama atual do ensino de filosofia no Brasil e sugerir que a exploracao conceitual das diferencas entre tres eixos do ensino da filosofia, como produto, como problema e como processo pode ser o ponto de partida para novos esforcos de caracterizacao da disciplina, a partir de seu eixo de procedimentos.

Ensino De Língua Portuguesa e Filosofia Da Linguagem: Uma Nota Comparativa

Corno compreender as imensas possibilidades da linguagem se nao vamos alem da confusao entre os s... more Corno compreender as imensas possibilidades da linguagem se nao vamos alem da confusao entre os seus niveis morfologico e sintatico? Como compreender o potencial do conhecimento humano se nao avancamos para alem das teorias que dizem que os conceitos sao formados por abstracao, a partir das imagens mentais e das ideias? Diante desses fatos, nao parece razoavel concordar com as pessoas que passam a detestar o aprendizado da lingua escrita no exato momento curricular em que essas indistincoes comecam a ser cometidas, em nome da logica dos conteudos?

Epistemologia e Currículo: registro do II Workshop de Filosofia e Ensino da UFRGS

Based on the Dual Systems Model (Somerville et al., 2010; Steinberg, 2010a) and the biosocial-aff... more Based on the Dual Systems Model (Somerville et al., 2010; Steinberg, 2010a) and the biosocial-affect model (Romer and Hennessy, 2007) of adolescent sensation seeking and problem behaviors, the present study examined how (affective associations with online games as a mediator) and when (impulsivity as a moderator) did sensation seeking influence online gaming addiction in adolescence. A total of 375 Chinese male adolescents (mean age = 16.02 years, SD = 0.85) from southern China completed anonymous questionnaires regarding sensation seeking, positive affective associations with online games, impulsivity, and online gaming addiction. Our findings revealed that sensation seeking, positive affective associations with online games and impulsivity were each significantly and positively associated with online gaming addiction in adolescents. Positive affective associations mediated the relationship between sensation seeking and online gaming addiction. Further, impulsivity moderated the relationship between positive affective associations and online gaming addiction, such that the association between positive affective association and online gaming addiction was stronger for high than for low impulsivity adolescents. These findings underscore the importance of integrating the biosocial-affect model and the Dual Systems Model to understand how and when sensation seeking impacts adolescent online gaming addiction.

Em favor do comum : estudo sobre a formação da 'filosofia da linguagem comum

Sobre O Espaço Da Filosofia No Currículo Escolar

Revista Margens Interdisciplinar, 2016

O presente artigo apresenta alguns aspectos da questão da aula de filosofia no Ensino Médio, dest... more

Sobre Os Lugares Da Filosofia

Thaumazein - Revista Online de Filosofia, 2020

Esse esforço que farei agora por deixar subir à tona um sentido, qualquer que seja, esse esforço ... more

O símbolo nada faz sem o ícone

Festschrift - Abel Lassale Casanave, 2019

Em De Anima, entre 403 e 413, Aristóteles faz uma descrição da alma humana e conclui que ela "não... more Em De Anima, entre 403 e 413, Aristóteles faz uma descrição da alma humana e conclui que ela "não é separada do corpo." 1 Na maioria dos casos a alma nada sofre ou faz sem o corpo, como, por exemplo, irritar-se, persistir, ter vontade e perceber em geral; por outro lado, parece ser próprio a ela particularmente o pensar. 2 O modelo é bem conhecido. A alma é composta por três níveis. O nível básico é o nutritivo ou vegetativo; a alma intermediária é a sensitiva e alma superior é a racional. O nível básico é uma condição necessária para o nível intermediário e estes dois são condições necessárias para o nível racional. Segundo esse modelo as relações entre os níveis não são de simples acréscimo ou acumulação. O nível mais alto impacta a forma de funcionamento do nível anterior e assim nenhum deles pode ter seu funcionamento explicado exclusivamente em seus próprios termos. Nessa descrição a alma nada faz ou sofre sem o corpo porque no modo de operação da alma racional há uma presença substantiva dos níveis anteriores. O tema é intrigante até hoje, como se vê pela constante renovação dos debates sobre o problema da relação mente-corpo. O ponto que quero indicar nessa nota tem uma certa similaridade com o modelo de Aristóteles e pode ser sintetizado na seguinte frase: o símbolo nada faz sem o ícone. O ícone, por assim dizer, dá corpo ao símbolo. Vamos agora ligar Aristóteles a Peirce. Peirce sugeriu uma distinção que se tornou clássica no que diz respeito à relação dos signos com suas denotações. Os ícones são os signos que estão por algo mediante uma relação de similaridade e isso inclui coisas como imagens, diagramas e metáforas; os índices estão por algo mediante relações de contiguidade, correlações ou conexões causais, e isso inclui coisas como os dêiticos e as relações de causalidade; os símbolos representam por meio de convenções ou regras e o exemplo tradicional é o da linguagem humana. A assimetria das caracterizações por vezes gera um desconforto didático. O símbolo, ao ser apresentado mediante expressões como "convenção" e "arbitrariedade" pode dar a impressão que se trata de um signo cuja capacidade referencial tem problemas de aterramento. Minha proposta, nesta nota, é um exercício didático para uma compreensão das relações internas entre os tipos de signos, do ponto de vista da relação denotativa e da dimensão material da linguagem. O exercício consiste em projetar a classificação dos signos em Peirce sobre o modelo da alma de Aristóteles, para então sugerir que os símbolos nada são e nada fazem sem os índices e os ícones. Dada a simplicidade do exercício não vou examinar nessa nota a distinção entre "ser" e "fazer", que pode revelar assimetrias na relação de dependência dos símbolos, que é variável, dependendo das características dos mesmos. Penso aqui na diferença de modo de funcionamento dos sistemas formais e da 1 De Anima, 413a4. 2 De Anima, 403a3.

SOB AS FORMAS DA FILOSOFIA UNDER THE FORMS OF PHILOSOPHY

Sofia, 2017

UFSM-Brasil [email protected] RESUMO: A profusão das formas de apresentação da filosofia provoca difi... more UFSM-Brasil [email protected] RESUMO: A profusão das formas de apresentação da filosofia provoca dificuldades de consenso para a caracterização de sua identidade e para sua presença curricular e pedagógica, criando até mesmo a possibilidade de que as decisões sobre o que e como ensinar sejam vistas como subjetivas. O artigo visa explicitar essa dificuldade de tipo decisionista que tem sido muito presente no panorama atual do ensino de filosofia no Brasil e sugerir que a exploração conceitual das diferenças entre três eixos do ensino da filosofia, como produto, como problema e como processo pode ser o ponto de partida para novos esforços de caracterização da disciplina, a partir de seu eixo de procedimentos. PALAVRAS-CHAVE: Currículo. Didática. Decisionismo. Ensino de Filosofia. Procedimentos. ABSTRACT: The profusion of forms of presentation of philosophy provokes difficulties of consensus for the characterization of its identity and for its curricular and pedagogical presence, creating even the possibility that the decisions about what and how to teach are seen as subjective. The article aims at explaining this difficulty of a decisionist type that has been very present in the current panorama of the teaching of philosophy in Brazil and to suggest that the conceptual exploration of the differences between three axes of the philosophy teaching, as product, as problem and as process can be the starting point for new efforts of characterization of the discipline. aqui uma lista não exaustiva das variedades de apresentação da filosofia. Esse fato foi lembrado por Arthur Danto, acompanhado de uma sugestão perturbadora: deveríamos adiar os debates sobre a natureza da filosofia até que ficassem mais claras as razões dessa "extraordinária profusão grafomórfica": "a questão mais profunda de saber o que é a filosofia talvez devesse ser diferida até que estivesse claro por quê essa extraordinária profusão grafomórfica é necessária."

"De um ponto de vista etnológico" (Tugendhat e a Ética)

Ernst Tugendhat veio ao Brasil em 1993 para falar das Lições sobre Ética. Durante uma conversa, a... more Ernst Tugendhat veio ao Brasil em 1993 para falar das Lições sobre Ética. Durante uma conversa, antes de uma conferência que ele deu no Instituto Goethe, em Porto Alegre, lhe perguntei como descreveria a metodologia filosófica aplicada ali nas Lições. Procurei explicar de onde vinha a minha curiosidade lembrando que nas Lições Introdutórias à Filosofia Analítica da Linguagem ele fazia uma opção metodológica bastante clara, evidenciada pela importância que ali concedia ao que chama de "princípio de Wittgenstein". Minha curiosidade dizia respeito à metodologia empregada nas Lições sobre Ética. Eu queria saber se ali ele continuava, em algum sentido, fazendo uso de conceitos e princípios semelhantes aos anteriores; afinal, não havia dúvida que eles eram inspiradores da segunda parte do livro sobre filosofia da linguagem. Eu ainda não havia lido as Lições sobre Ética; conhecia apenas as Lições sobre linguagem, e isso, eu pensava, autorizava a pergunta. Não me recordo de suas palavras com precisão, mas ele foi enfático em recusar um espírito especificamente wittgensteiniano na sua abordagem da ética.

O Animal Digiana

O Animal Digiana , 2024

Uma investigação de antropologia, centrada nos conceito de analogia e digitalidade.

Tradução: Arthur Danto - Crenças fatuais e regras morais

Winnicott e a filosofia

Winnicott e a filosofia 1

Elizabeth Bishop e os intermináveis anos 1960

Elizabeth Bishop disse, em 1964, que Raymond Aron foi a única pessoa que entendia as coisas que s... more Elizabeth Bishop disse, em 1964, que Raymond Aron foi a única pessoa que entendia as coisas que se passavam no Brasil. Na mesma carta, ela sugere ao interlocutor, Robert Lowell, que "pergunte à Hannah Arendt!", ela dirá que sim, "se ela sabe alguma coisa sobre o Brasil". Vamos por partes. Raymond Aron tinha presença regular nos meios intelectuais brasileiros naquele período. Ele escrevia para a imprensa brasileira e seu livro, O ópio dos intelectuais, saiu aqui, em 1959, sob o título de Mitos e Homens. Aron teve uma conexão com alguns participantes do ISEB, o Instituto Superior de Estudos Brasileiros, pois veio ao Brasil, em 1962, e deu uma palestra no Rio de Janeiro, na Faculdade Nacional de Filosofia. A Folha de São Paulo registrou um trecho da fala dele:

Sentimentos de Outono. Ensaios sobre universidade e educação

Na primeira parte do livro reuni ensaios que tem como tema a universidade pública brasileira. Alg... more Na primeira parte do livro reuni ensaios que tem como tema a universidade pública brasileira. Alguns deles foram escritos do ponto de vista de um administrador (fui Pró-Reitor de Graduação na UFSM entre 1985 e 1989), outros do ponto de vista de um professor que começou a ver com preocupação certos rumos do sindicalismo que praticava. Na segunda parte estão alguns ensaios sobre educação, com uma abordagem inspirada em Hannah Arendt e Wittgenstein.

Epistemologia e Currículo: Registros do II Workshop de Filosofia e Ensino da UFRGS

by Gisele D Secco, Ronai Rocha, Frank Thomas Sautter, Daniel Nascimento, Nastassja Pugliese, Renato Matoso, and Ronai da Rocha

Reunião de textos derivados do II Workshop de Filosofia e Ensino, realizado na UFRGS em julho de ... more

Filosofia hermenêutica

by Ronai Rocha and Róbson Ramos dos Reis

Organizadores: REIS, Róbson Ramos dos, Jan 1, 2000

Ensino de filosofia e currículo

Petrópolis: Vozes, Jan 1, 2008

Sobre os elementos inconscientes da vida social

Revista Guillermo de Ockham

Este artigo tem como intenção propor uma reflexão sobre a aplicação da categoría de “inconsciente... more Este artigo tem como intenção propor uma reflexão sobre a aplicação da categoría de “inconsciente na política”. O artigo sugere que o texto de Marx, 18 Brumário de Luis Bonaparte, na forma como foi lido por Levi-Strauss, indica uma linha de aplicação do conceito que se afasta da tradição freudiana, em favor de uma abordagem antropológica descritiva. O artigo mostra que autores como Franz Fanon recorreram à noção jungiana de “inconsciente coletivo”, como um recurso metodológico importante. Por fim, o artigo sugere que a reflexão política seria beneficiada com uma aproximação aos procedimentos metodológicos da etnografía e da etnología.

Sobre os "elementos inconscientes da vida social" Sobre los elementos inconscientes de la vida social On the Unconscious Elements of Social Life

Guillerme de Ockham, 2022

Ockham oferece acesso aberto a todo o seu conteúdo nos termos da licença Creative Commons Attribu... more Ockham oferece acesso aberto a todo o seu conteúdo nos termos da licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International (CC BY-NC-ND 4.0). Declaração de interesses. O autor declara que não há conflito de interesses. Disponibilidade de dados. Todos os dados relevantes podem ser encontrados no artigo. Para mais informações, por favor contacte o autor da correspondência. Financiamento. Nenhum. Declaração de exoneração de responsabilidade. O conteúdo deste artigo é da exclusiva responsabilidade do autor e não representa uma opinião oficial da sua instituição ou da Revista Guillermo de Ockham.

SOBRE OS LUGARES DA FILOSOFIA

Thaumazein, 2020

Esse esforço que farei agora por deixar subir à tona um sentido, qualquer que seja, esse esforço ... more

Sob as formas da filosofia

Sofia, 2017

A profusao das formas de apresentacao da filosofia provoca dificuldades de consenso para a caract... more A profusao das formas de apresentacao da filosofia provoca dificuldades de consenso para a caracterizacao de sua identidade e para sua presenca curricular e pedagogica, criando ate mesmo a possibilidade de que as decisoes sobre o que e como ensinar sejam vistas como subjetivas. O artigo visa explicitar essa dificuldade de tipo decisionista que tem sido muito presente no panorama atual do ensino de filosofia no Brasil e sugerir que a exploracao conceitual das diferencas entre tres eixos do ensino da filosofia, como produto, como problema e como processo pode ser o ponto de partida para novos esforcos de caracterizacao da disciplina, a partir de seu eixo de procedimentos.

Ensino De Língua Portuguesa e Filosofia Da Linguagem: Uma Nota Comparativa

Corno compreender as imensas possibilidades da linguagem se nao vamos alem da confusao entre os s... more Corno compreender as imensas possibilidades da linguagem se nao vamos alem da confusao entre os seus niveis morfologico e sintatico? Como compreender o potencial do conhecimento humano se nao avancamos para alem das teorias que dizem que os conceitos sao formados por abstracao, a partir das imagens mentais e das ideias? Diante desses fatos, nao parece razoavel concordar com as pessoas que passam a detestar o aprendizado da lingua escrita no exato momento curricular em que essas indistincoes comecam a ser cometidas, em nome da logica dos conteudos?

Epistemologia e Currículo: registro do II Workshop de Filosofia e Ensino da UFRGS

Based on the Dual Systems Model (Somerville et al., 2010; Steinberg, 2010a) and the biosocial-aff... more Based on the Dual Systems Model (Somerville et al., 2010; Steinberg, 2010a) and the biosocial-affect model (Romer and Hennessy, 2007) of adolescent sensation seeking and problem behaviors, the present study examined how (affective associations with online games as a mediator) and when (impulsivity as a moderator) did sensation seeking influence online gaming addiction in adolescence. A total of 375 Chinese male adolescents (mean age = 16.02 years, SD = 0.85) from southern China completed anonymous questionnaires regarding sensation seeking, positive affective associations with online games, impulsivity, and online gaming addiction. Our findings revealed that sensation seeking, positive affective associations with online games and impulsivity were each significantly and positively associated with online gaming addiction in adolescents. Positive affective associations mediated the relationship between sensation seeking and online gaming addiction. Further, impulsivity moderated the relationship between positive affective associations and online gaming addiction, such that the association between positive affective association and online gaming addiction was stronger for high than for low impulsivity adolescents. These findings underscore the importance of integrating the biosocial-affect model and the Dual Systems Model to understand how and when sensation seeking impacts adolescent online gaming addiction.

Em favor do comum : estudo sobre a formação da 'filosofia da linguagem comum

Sobre O Espaço Da Filosofia No Currículo Escolar

Revista Margens Interdisciplinar, 2016

O presente artigo apresenta alguns aspectos da questão da aula de filosofia no Ensino Médio, dest... more

Sobre Os Lugares Da Filosofia

Thaumazein - Revista Online de Filosofia, 2020

Esse esforço que farei agora por deixar subir à tona um sentido, qualquer que seja, esse esforço ... more

O símbolo nada faz sem o ícone

Festschrift - Abel Lassale Casanave, 2019

Em De Anima, entre 403 e 413, Aristóteles faz uma descrição da alma humana e conclui que ela "não... more Em De Anima, entre 403 e 413, Aristóteles faz uma descrição da alma humana e conclui que ela "não é separada do corpo." 1 Na maioria dos casos a alma nada sofre ou faz sem o corpo, como, por exemplo, irritar-se, persistir, ter vontade e perceber em geral; por outro lado, parece ser próprio a ela particularmente o pensar. 2 O modelo é bem conhecido. A alma é composta por três níveis. O nível básico é o nutritivo ou vegetativo; a alma intermediária é a sensitiva e alma superior é a racional. O nível básico é uma condição necessária para o nível intermediário e estes dois são condições necessárias para o nível racional. Segundo esse modelo as relações entre os níveis não são de simples acréscimo ou acumulação. O nível mais alto impacta a forma de funcionamento do nível anterior e assim nenhum deles pode ter seu funcionamento explicado exclusivamente em seus próprios termos. Nessa descrição a alma nada faz ou sofre sem o corpo porque no modo de operação da alma racional há uma presença substantiva dos níveis anteriores. O tema é intrigante até hoje, como se vê pela constante renovação dos debates sobre o problema da relação mente-corpo. O ponto que quero indicar nessa nota tem uma certa similaridade com o modelo de Aristóteles e pode ser sintetizado na seguinte frase: o símbolo nada faz sem o ícone. O ícone, por assim dizer, dá corpo ao símbolo. Vamos agora ligar Aristóteles a Peirce. Peirce sugeriu uma distinção que se tornou clássica no que diz respeito à relação dos signos com suas denotações. Os ícones são os signos que estão por algo mediante uma relação de similaridade e isso inclui coisas como imagens, diagramas e metáforas; os índices estão por algo mediante relações de contiguidade, correlações ou conexões causais, e isso inclui coisas como os dêiticos e as relações de causalidade; os símbolos representam por meio de convenções ou regras e o exemplo tradicional é o da linguagem humana. A assimetria das caracterizações por vezes gera um desconforto didático. O símbolo, ao ser apresentado mediante expressões como "convenção" e "arbitrariedade" pode dar a impressão que se trata de um signo cuja capacidade referencial tem problemas de aterramento. Minha proposta, nesta nota, é um exercício didático para uma compreensão das relações internas entre os tipos de signos, do ponto de vista da relação denotativa e da dimensão material da linguagem. O exercício consiste em projetar a classificação dos signos em Peirce sobre o modelo da alma de Aristóteles, para então sugerir que os símbolos nada são e nada fazem sem os índices e os ícones. Dada a simplicidade do exercício não vou examinar nessa nota a distinção entre "ser" e "fazer", que pode revelar assimetrias na relação de dependência dos símbolos, que é variável, dependendo das características dos mesmos. Penso aqui na diferença de modo de funcionamento dos sistemas formais e da 1 De Anima, 413a4. 2 De Anima, 403a3.

SOB AS FORMAS DA FILOSOFIA UNDER THE FORMS OF PHILOSOPHY

Sofia, 2017

UFSM-Brasil [email protected] RESUMO: A profusão das formas de apresentação da filosofia provoca difi... more UFSM-Brasil [email protected] RESUMO: A profusão das formas de apresentação da filosofia provoca dificuldades de consenso para a caracterização de sua identidade e para sua presença curricular e pedagógica, criando até mesmo a possibilidade de que as decisões sobre o que e como ensinar sejam vistas como subjetivas. O artigo visa explicitar essa dificuldade de tipo decisionista que tem sido muito presente no panorama atual do ensino de filosofia no Brasil e sugerir que a exploração conceitual das diferenças entre três eixos do ensino da filosofia, como produto, como problema e como processo pode ser o ponto de partida para novos esforços de caracterização da disciplina, a partir de seu eixo de procedimentos. PALAVRAS-CHAVE: Currículo. Didática. Decisionismo. Ensino de Filosofia. Procedimentos. ABSTRACT: The profusion of forms of presentation of philosophy provokes difficulties of consensus for the characterization of its identity and for its curricular and pedagogical presence, creating even the possibility that the decisions about what and how to teach are seen as subjective. The article aims at explaining this difficulty of a decisionist type that has been very present in the current panorama of the teaching of philosophy in Brazil and to suggest that the conceptual exploration of the differences between three axes of the philosophy teaching, as product, as problem and as process can be the starting point for new efforts of characterization of the discipline. aqui uma lista não exaustiva das variedades de apresentação da filosofia. Esse fato foi lembrado por Arthur Danto, acompanhado de uma sugestão perturbadora: deveríamos adiar os debates sobre a natureza da filosofia até que ficassem mais claras as razões dessa "extraordinária profusão grafomórfica": "a questão mais profunda de saber o que é a filosofia talvez devesse ser diferida até que estivesse claro por quê essa extraordinária profusão grafomórfica é necessária."

"De um ponto de vista etnológico" (Tugendhat e a Ética)

Ernst Tugendhat veio ao Brasil em 1993 para falar das Lições sobre Ética. Durante uma conversa, a... more Ernst Tugendhat veio ao Brasil em 1993 para falar das Lições sobre Ética. Durante uma conversa, antes de uma conferência que ele deu no Instituto Goethe, em Porto Alegre, lhe perguntei como descreveria a metodologia filosófica aplicada ali nas Lições. Procurei explicar de onde vinha a minha curiosidade lembrando que nas Lições Introdutórias à Filosofia Analítica da Linguagem ele fazia uma opção metodológica bastante clara, evidenciada pela importância que ali concedia ao que chama de "princípio de Wittgenstein". Minha curiosidade dizia respeito à metodologia empregada nas Lições sobre Ética. Eu queria saber se ali ele continuava, em algum sentido, fazendo uso de conceitos e princípios semelhantes aos anteriores; afinal, não havia dúvida que eles eram inspiradores da segunda parte do livro sobre filosofia da linguagem. Eu ainda não havia lido as Lições sobre Ética; conhecia apenas as Lições sobre linguagem, e isso, eu pensava, autorizava a pergunta. Não me recordo de suas palavras com precisão, mas ele foi enfático em recusar um espírito especificamente wittgensteiniano na sua abordagem da ética.

Narrativas de Exílio - Fernando Pessoa e a filosofia como doença

Fernando Pessoa e a filosofia como doença) 1 E se isto é assim na vida, porque será diferente na ... more Fernando Pessoa e a filosofia como doença) 1 E se isto é assim na vida, porque será diferente na filosofia? Fernando Pessoa Há um tipo de texto que Stanley Cavell propõe chamar de 'narrativa de exílio'. 2 Essas narrativas falam de pessoas que, pelas mais diversas razões, encontram--se na situação de errantes, errantes no mundo, errantes de si mesmo. Assim, Dante na Comédia, perde seu caminho na vida: Ao meio da jornada da vida, tendo perdido o caminho verdadeiro, achei--me embrenhado em selva tenebrosa. 3

Memória de uma visita: Ernst Tugendhat no Morro Reutter

Poucos dias antes da chegada de Ernst Tugendhat a Porto Alegre 1 eu havia lido uma entrevista de ... more Poucos dias antes da chegada de Ernst Tugendhat a Porto Alegre 1 eu havia lido uma entrevista de Hilary Putnam na revista Philosophie, a respeito das relações entre filosofia analítica e filosofia continental. 2 Putnam não se deixa levar por rótulos: existem apenas filosofias interessantes e desinteressantes, boas e más e a antiga distinção entre filosofia continental e analítica já não tem mais a mesma repercussão de outros tempos. Ele destaca a atitude de filósofos alemães como Dieter Henrich, Wolfgang Stegmüller, Andreas Kemmerling, que conhecem muito bem a filosofia analítica. Putnam, em certo momento da conversa, cede a pressão da entrevistadora e expressa sua opinião sobre o tipo de trabalho que considera adequado para tradições filosóficas como a francesa, por exemplo, que não tem por hábito acadêmico o diálogo com a filosofia analítica: os filósofos alemães sob muitos aspectos constituem um modelo para o futuro da filosofia continental. Por exemplo Tugendhat que pode se intitular filósofo analítico continua a citar Heidegger e esteve na origem de inúmeros trabalhos de filosofia analítica em Berlim. 3

Primavera da filosofia no currículo do Ensino Médio

Introdução: a conjuntura em 2013 Em 2008, por meio de uma lei federal, as disciplinas de Filosofi... more Introdução: a conjuntura em 2013 Em 2008, por meio de uma lei federal, as disciplinas de Filosofia e Sociologia foram declaradas obrigatórias no currículo do ensino médio brasileiro. Cinco anos depois, a presença delas no currículo está sendo novamente discutida. A imprensa especializada em educação começa a discutir o que vem sendo chamado de "crise do ensino médio" e, junto com isso, a necessidade de uma nova reforma curricular do mesmo. Comenta--se que o Ministério da Educação está preparando um novo currículo para o ensino médio. Nessa proposta, as atuais disciplinas seriam distribuídas em quatro áreas (ciências humanas, ciências da natureza, linguagem e matemática). Junto às aulas das disciplinas tradicionais, os alunos terão atividades integradoras dos conteúdos previstos.

Ensino de Filosofia e sensibilidade à ocasião

A Filosofia como Educação de Adultos

Filosofia no Ensino Médio, Jan 1, 2000

O convite dos organizadores deste volume veio acompanhado de um conjunto de temas que poderiam se... more O convite dos organizadores deste volume veio acompanhado de um conjunto de temas que poderiam servir como roteiro: o ensino de filosofia em relação à atual realidade educacional brasileira e à legislação; a filosofia como disciplina no currículo; a relação da filosofia com os componentes curriculares; a especificidade do ensino de filosofia no nível médio frente aos outros níveis; a relação entre a filosofia e sua história no ensino de nível médio; o sentido do ensino de filosofia no nível médio da educação brasileira hoje; princípios metodológicos para o ensino de filosofia no nível médio. Minha abordagem desse roteiro terá como pano de fundo o caso de um professor atrapalhado com um livro de filosofia um tanto estranho.

A aprendizagem, entre a prática e a gramática

A aprendizagem, entre a fábula e a gramática 1 É verdade que nas escolas de gramática há cortinas... more

O livro, entre a celulose e o silício

A didática como a arte da graça

Resumo: O texto apresenta a didática da filosofia como um conjunto de procedimentos que distingue... more

Complementos solenes de justificação

Outubro/2001 As homenagens da paralisação de 1996. No dia 23 de abril de 1996, ao redor de cem pr... more Outubro/2001 As homenagens da paralisação de 1996. No dia 23 de abril de 1996, ao redor de cem professores da Universidade Federal de Santa Maria fizeram uma assembléia para deliberar sobre um indicativo de greve. A assembléia começou com uma homenagem às pessoas que haviam sido massacradas no dia 17 de abril, em Eldorado dos Carajás. O presidente dos trabalhos pediu um minuto de silêncio pela memória dos brasileiros sem--terra que haviam sido chacinados por soldados da polícia militar do Pará. Nos levantamos e fizemos o minuto de silêncio. Depois disso, seguiu--se a leitura da pauta, os informes, a avaliação de conjuntura. Ficamos sabendo que trinta e duas universidades estavam em greve. Os professores que conduziam os trabalhos fizeram, por fim, a avaliação local. Novamente os massacrados em Eldorado foram lembrados como exemplo dos fatos que estavam enfraquecendo politicamente o governo. Surgiu a proposta: "deflagrar a greve a partir de hoje, respeitando o prazo legal de 48 horas." Um professor novamente invocou os quinze chacinados do Pará e disse: "essas pessoas usaram suas próprias vidas como instrumentos de luta, e nós, portanto, que temos a greve como instrumento de luta, devemos, então, usá--la." Ninguém pareceu estranhar a comparação. A seguir um outro colega enumerou as demais chacinas e massacres recentes: Carandiru, Corumbiara, Candelária, Caruaru, lembrando que eles faziam o "País do Cê". Uma professora pediu a palavra e disse que queria acrescentar àquela lista dos deserdados e massacrados do nosso país o cê de Canudos. Essas situações deveriam nos inspirar naquela hora. Depois de todos esses exercícios solenes, foi deflagrada a greve. Do cê de cinismo ninguém lembrou. Perdas. Na paralisação de 1996 o Comando Nacional de Greve enviou um fax (001/CNG/Andes) no qual destacava o massacre de Eldorado como exemplo de "desgaste no campo político" do governo. O faxista argumentava que o massacre era de "responsabilidade direta do Governador Almir Gabriel e do Presidente da República". O Comando Nacional de Greve sugeria que a greve fosse fortalecida por meio do estreitamento dos laços, na forma de "aliança", com diversas entidades: OAB, ABI e o "MST que, corajosamente, têm enfrentado o governo com perdas, inclusive de vidas". (itálicos meus). O leitor do fax era informado que as Associações de Docentes deveriam participar de um ato público em Brasília, em frente ao MEC, onde os participantes eram solicitados a usar "trajes pretos e chapéu de palha com tarja preta", que seriam "ao final do Ato depositados em frente ao Congresso, simbolizando (sic) os mortos pelos massacres no campo." Um decreto esquecido. O Decreto 1.867, de 17 de abril de 1996, que trata do "instrumento de registro de assiduidade e pontualidade dos servidores públicos federais" dispõe que os servidores serão obrigados, "de forma gradativa", a registrar o ponto eletronicamente,. O mesmo decreto afirma que "são dispensados do controle de freqüência os ocupantes de cargos: e) de professor da Carreira de Magistério Superior. Perda do ponto. Um professor, em assembléia de greve de abril 1996 lembrou a existência do decreto que dispensa os professores de ter sua freqüência controlada. Ele

O Legado do Pragmatismo

Este arquivo traz, sem alterações, o texto que escrevi, entre 1992 e 1996, para meu doutoramento ... more Este arquivo traz, sem alterações, o texto que escrevi, entre 1992 e 1996, para meu doutoramento na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Por motivos que até hoje não compreendo bem, eu desisti de apresentá-lo e comecei a desenvolver outro projeto, que foi concluído apenas em 2013, quando foi apresentado e defendido na mesma Universidade, sob o título "Em Favor do Comum". Acho que nunca agradecerei suficientemente a compreensão e a acolhida que tive de todos envolvidos nessa situação.

Tradução: Rudolf Arnheim - As palavras em seu lugar (O Pensamento Visual)

Podemos pensar com palavras? Essa pergunta, que dificilmente ocorrerá a um filósofo, é feita com ... more

Tradução: Charles Taylor - O Animal da Linguagem - Cap. 9 - Sapir-Whorf

Em "O Animal da Linguagem - a forma completa da capacidade linguística humana", de Charles Taylor... more Em "O Animal da Linguagem - a forma completa da capacidade linguística humana", de Charles Taylor (Belknap/Harvard 2016) há um capítulo sobre a hipótese Sapir-Whorf. Ele deve ser lido levando-se em conta as principais ideias do livro, mas os interessados no tema pode tirar bom proveito mesmo sem o conhecimento dos demais capítulos.

Tradução: Marjorie Grene - Pessoas e outros animais

Um escrito de Marjorie Grene (uma pioneira na Filosofia da Biologia) dos anos 1970, no qual, entr... more

Tradução: Charles Taylor, Seguir uma regra

Esta traduça o foi feita para servir como material de apoio de aulas de filosofia, sem finalidade... more

Tradução: Burling, Robbins - O Macaco Falante. Como a linguagem evoluiu

Comunicação digital e analógica. A informaça o pode ser transmitida em forma analo gica ou digita... more Comunicação digital e analógica. A informaça o pode ser transmitida em forma analo gica ou digital, na o so em um computador, mas em qualquer outro meio. O ponteiro de segundos de um relo gio, constantemente girando, a agulha do velocí metro de um automo vel, e uma re gua de ca lculo que pode ser manipulada em um nu mero ilimitado de posiço es sa o todos dispositivos analo gicos. Os significados de um ponteiro de relo gio, da agulha do velocí metro e da re gua de ca lculo podem variar em proporça o a s suas posiço es, e, em princí pio, na o ha nenhuma maneira de contar o nu mero de leituras que esses instrumentos podem oferecer. Um relo gio digital que passa abruptamente das 08:45 para as 08:46 na o permite qualquer du vida, ele apresenta a sua informaça o com sinais digitais, em vez de sinais analo gicos. O mesmo acontece com um a baco, no qual cada conta pode ser posicionada tanto para cima ou para baixo, mas nunca pode ficar a meio caminho. Os sinais digitais te m fronteiras ní tidas. Eles sa o discretos. Os dispositivos digitais na o podem assumir mais do que um nu mero finito de estados. As contas de um a baco te m um nu mero limitado de posiço es. Uma calculadora de bolso tem apenas um (embora grande) nu mero finito de possí veis exibiço es. Os seres humanos se comunicam com sinais digitais e analo gicos. * The Talking Ape. How language evolved. Oxford University Press, 2009. Esta traduça o foi feita apenas para uso nas minhas aulas de Filosofia da Linguagem.

Tradução: Estilos de racionalidade - Ruth Millikan

Resumo: Uma maneira de descrever a racionalidade é como a capacidade de fazer tentativas e erros ... more Resumo: Uma maneira de descrever a racionalidade é como a capacidade de fazer tentativas e erros na cabeça da gente, e não em nosso comportamento explícito. Eu especulo sobre dois tipos diferentes de capacidades cognitivas desse tipo que nós, humanos, parecemos ter, uma das quais podemos compartilhar com muitos dos animais, a outra, talvez, com nenhum. Primeiro, há um certo tipo de racionalidade que pode ocorrer no nível da percepção, antes da cognição propriamente dita. Em segundo lugar, há a capacidade de formar juízos sujeitopredicado que estão sujeitos a serem negados, portanto, sujeitos à lei da não-contradição. Esta última capacidade pode ser aquilo que permite que os humanos aprendam a representar assuntos do mundo que não são de interesse prático imediato para eles, uma capacidade que provavelmente não compartilhamos com os animais.

Tradução: A Evolução da Alma Sensitiva (trechos)

Tradução: Peter Hacker - Sobre a ideia de esquema conceitual em Davidson

Tradução: Davidson, Sobre a própria ideia de um esquema conceitual

Uma tradução do Livro Azul, de Ludwig Wittgenstein, para uso didático. Essa versão traz melhorias... more

Pedagogia, Controle Simbólico e Identidade. Capítulo 1 - Os Códigos pedagógicos e suas modalidades de prática - Basil Bernstein

Tradução do primeiro capítulo do livro "Pedagogia, controle simbólico e Identidade", de Basil Ber... more

Pedagogia, controle simbólico e identidade. Capítulo 2 - O dispositivo pedagogico Bernstein.pdf

Segundo capítulo do livro de Basil Bernstein, Pedagogia, Controle Simbólico e Identidade

Pedagogia, Controle Simbólico e Identidade. Capítulo 4 - Conhecimento oficial e identidades pedagógicas: a política da recontextualização. Basil Bernstein

Capítulo 4 do livro de Basil Bernstein, "Pedagogia, Controle Simbólico e Identidade." A tradução ... more

Pedagogia, controle simbólico e identidade. Capítulo 5 - Reflexões sobre o Trivium e o Quadrivium: o divórcio do conhecimento em relação ao conhecedor - Basil Bernstein

Tradução do capítulo 5 do livro de Basil Bernstein, "Pedagogia, controle simbólico e identidade".... more

Pedagogia, Controle Simbólico e Identidade. Capítulo 9. Discurso Horizontal e Vertical: um ensaio - Basil Bernstein

Um trabalho de Bernstein dos anos 90, de leitura indispensável para os atuais debates sobre a cri... more

Sobre a classificação e o enquadramento do conhecimento educacional - Basil Bernstein

Trata-se, provavelmente, do mais importante trabalho de Basil Berstein, no que diz respeito ao in... more

Terrence W. Deacon - A Espécie Simbólica - Capítulo 3

Tradução do terceiro capítulo do livro de Terrence Deacon, A Espécie Simbólica.

Stanley Cavell - Must we mean what we say?

Desde que escrevi as partes mais relevantes deste artigo, vi três trabalhos que tratam de questõe... more Desde que escrevi as partes mais relevantes deste artigo, vi três trabalhos que tratam de questões ou que empregam argumentos semelhantes aos que se usam aqui: R. M. Hare, "As descobertas sobre os usos das palavras são empíricas" . Tratar de mostrar a relevância desses artigos para o que se diz aqui teria aumentado ainda mais um artigo já extenso e essa relevância será óbvia para quem os ler. * Esta tradução mantém a numeração das páginas do artigo de Mates conforme ele está publicado no livro de Vere Chappel. A numeração dos parágrafos não consta no original. Fiz esta tradução como parte dos estudos para meu trabalho doutoramento na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Agradeço ao Professor André Klaudat e ao Professor Jônadas Techio a cuidadosa leitura e as sugestões que fizeram para melhorá-la. (Ronai Pires da Rocha)

Stanley Cavell - The Claim of Reason - Aprender uma palavra

Prof. Ronai Pires da Rocha Outubro de 2012 Leituras de Filosofia da Linguagem Stanley Cavell. As ... more

Marcia Cavell - Triangulação: a natureza social do pensamento

Triangulação: a natureza social do pensamento • Marcia Cavell Hamlet não precisava de audiência p... more Triangulação: a natureza social do pensamento • Marcia Cavell Hamlet não precisava de audiência para seus solilóquios. Robinson Crusoe poderia ter refletido sobre sua situação antes de conhecer Sexta--feira. Descartes fez suas meditações na solidão. Assim, pode parecer que, como Descartes sustentava, o pensamento sempre pode ser feito solitariamente, dispensando a existência de outras pessoas e de um mundo exterior real. A pegadinha está no "sempre". Uma vez que a gente se torna um pensador, não precisamos de mais ninguém para seguir adiante pensando; mas isso não quer dizer que a gente possa ter sido um pensador solitário desde o começo. Em uma visão que passou a dominar a filosofia contemporânea e a psicologia, uma criatura desenvolve a capacidade para pensar de uma forma especificamente humana só em comunidade com os outros. Eu chamo isso de posição intersubjetivista.

Elizabeth Bishop e os intermináveis anos 1960

Elizabeth Bishop disse, em 1964, que Raymond Aron foi a única pessoa que entendia as coisas que s... more Elizabeth Bishop disse, em 1964, que Raymond Aron foi a única pessoa que entendia as coisas que se passavam no Brasil. Na mesma carta, ela sugere ao interlocutor, Robert Lowell, que "pergunte à Hannah Arendt!", ela dirá que sim, "se ela sabe alguma coisa sobre o Brasil". Vamos por partes. Raymond Aron tinha presença regular nos meios intelectuais brasileiros naquele período. Ele escrevia para a imprensa brasileira e seu livro, O ópio dos intelectuais, saiu aqui, em 1959, sob o título de Mitos e Homens. Aron teve uma conexão com alguns participantes do ISEB, o Instituto Superior de Estudos Brasileiros, pois veio ao Brasil, em 1962, e deu uma palestra no Rio de Janeiro, na Faculdade Nacional de Filosofia. A Folha de São Paulo registrou um trecho da fala dele: A luta de morte entre esquerda e direita só ocorre nos países ainda não desenvolvidos, onde o desenvolvimento se confunde com problemas políticos e sociais e o grau de intensidade das lutas ideológicas aumenta em consequência de suas próprias divergências. 1 A frase de Aron, um conhecido crítico do marxismo, mostra-se atual até hoje. A polarização política no Brasil da época era intensa. Fala-se muito na força da esquerda, na época, mas muitos intelectuais de destaque naquele período não se filiavam ao marxismo: Álvaro Vieira Pinto, Guerreiro Ramos, Djacir Menezes, Hélio Jaguaribe, Paulo Freire e muitos outros. Vieira Pinto não se alinhava com as esquerdas e era francamente hostilizado por elas, pois defendia ideias nacionalistas e desenvolvimentistas e recusava o enfoque marxista, revolucionário. Guerreiro Ramos nunca poupou críticas aos marxistas e comunistas, a quem gostava de chamar de "sectários", prisioneiros da "servidão intelectual" do "marxismo-leninismo'. Paulo Freire, em seus dois primeiros escritos, Educação e Atualidade Brasileira, de 1959, e Educação como Prática de Liberdade, de 1965, não era marxista. Ele citava, com aprovação, críticos do marxismo, como Karl Popper, Zevedei Barbu, Tristão de Athayde, Guerreiro Ramos e Vieira Pinto. A partir de 1964 a coisa toda muda. Como sugere Zuenir Ventura, os anos 1960 não terminam de terminar. Miguel Arão lembra que, nos anos 1960, havia setores dedicados à causa da democracia, e havia também segmentos que não eram "apaixonados pela democracia", que levantavam bandeiras que iam além da 1 Folha de S. Paulo, dia 15.09.1962, p. 19.

Os sucessores de Pedro/2005

Há uma pequena impropriedade na expressão "o sucessor de João Paulo II". Do ponto de vista da teo... more

O argumento do natural

Diário de Santa Maria, 2004

Algumas semanas atrás o Diário de Santa Maria noticiou o reconhecimento pela Justiça da união est... more Algumas semanas atrás o Diário de Santa Maria noticiou o reconhecimento pela Justiça da união estável de pessoas do mesmo sexo. Com este caso, entre outros, a justiça brasileira trouxe até nós os termos de uma polêmica que chega a influenciar a atual campanha presidencial nos EUA. Como se sabe, a oposição de Bush ao "casamento de homossexuais", como por vezes se diz, é um dos eixos de sua campanha. Nos EUA, alguns estados da federação legalizaram essas uniões, concedendo a elas os mesmos direitos previstos no casamento civil entre homem e mulher. Isso fez surgir recentemente um movimento pela aprovação de uma emenda constitucional que restringiria o direito de casamento exclusivamente ao par homem-mulher.

A gurizada e a crise das esperanças

Tudinha, 2005

Para a revista TUDINHA/Alegrete/RS 2005 1. Dez anos atrás. Era uma vez um sujeito chamado Benjami... more Para a revista TUDINHA/Alegrete/RS 2005 1. Dez anos atrás. Era uma vez um sujeito chamado Benjamin, que ajudou a fundar um partido que foi chamado de Partido dos Trabalhadores, em 1980, e que chegou a ser gente importante por ali. Ele foi um dos coordenadores do programa de governo da candidatura de Luiz Lula à Presidência em 94. Quinze anos depois, em 1995, Benjamin deixou o PT, fazendo acusações, por meio de um artigo na Folha de S. Paulo, no dia 23 de agosto de 1995. O artigo ainda é atual. Veja um dos trechos:

Em 2005, sobre a greve

O Sindicato pergunta se a greve é ainda um instrumento eficiente de pressão ao governo? Aceitei d... more O Sindicato pergunta se a greve é ainda um instrumento eficiente de pressão ao governo? Aceitei dançar com a feia. Uma saída fácil seria dizer que há uma diferença entre eficácia e eficiência: fazer bem a coisa certa e chegar ao resultado desejado é ser eficaz, fazer certo é ser eficiente. Nessa perspectiva, se poderia dizer que as nossas greves podem ter alguma eficiência mas são pouco eficazes; mas essa terminologia não é boa para um assunto tão complicado.

Sentimentos de Outono em Maio de 2003/Diário de Santa Maria

Volta-se a falar em paralisações e greves por tempo indeterminado nas universidades federais. A e... more Volta-se a falar em paralisações e greves por tempo indeterminado nas universidades federais. A estação é, mais uma vez, a mesma, o outono, no qual as universidades estacionaram faz tanto tempo: são vinte anos de greves, que aos poucos se transformaram em uma história de auto-flagelações. Eu mesmo já fiz muitas greves e não vou pedir que esqueçam isso. tenha acontecido comigo algo parecido ao que acontece com o pai que dá chineladas no filho e depois, mais calmo, descobre o horror. Certas descobertas são como a perda da inocência. Uma vez perdida... O tema é ainda mais difícil neste maio de 2003, por causa do choro cada vez menos contido das noivas abandonadas por Luiz Inácio no altar da reforma da previdência. O sonho acabou, Luis Inácio mudou, dizem os cartazes das novas paralisações. Como começou esse sonho? No início do movimento docente, no final dos anos setenta, Luiz Inácio era um líder metalúrgico pouco palatável para a imensa maioria. O Partido dos Trabalhadores era visto pela maioria dos professores como sinônimo de radicalismo inaceitável. Foi somente nos anos noventa, em especial depois da decepção com Collor de Mello, que começou o noivado com a turma do Luiz Inácio. Mas no meio desse caminho surgiu Fernando Henrique, um peagadeus legítimo, cheio de línguas e sociologia. Com ele veio a esperança que a casa universitária seria mais bem tratada. De onde tudo se esperava, pouco veio. Foi no meio dessa desesperança que os narizes inicialmente torcidos apontaram, em maioria, para o sapo barbudo.

Ensino de Filosofia no Ensino Superior

Texto da palestra na Semana Acadêmica da UFRGS, em outubro de 2020, sobre tensões e dificuldades ... more

Winnicott e a filosofia

Uma palestra sobre a forma como Winnicott situa a filosofia no espaço transicional. Procurei ofer... more Uma palestra sobre a forma como Winnicott situa a filosofia no espaço transicional. Procurei oferecer alguns argumentos e exemplos em suporte a isso, ressaltando, no entanto, que essa localização traz alguns problemas. Procurei indicar quais são. Essa palestra retoma os argumentos em favor de leituras de Winnicott que apresentei, em 2006, no meu livro, "Ensino de Filosofia e Currículo".

Sobre as reformas curriculares do Curso de Licenciatura em Filosofia da UFSM

Em Dezembro de 2015, no " X Seminário Filosofia na Escola " , que era também o " VI Seminário PIB... more Em Dezembro de 2015, no " X Seminário Filosofia na Escola " , que era também o " VI Seminário PIBID Filosofia ", falei sobre " Perspectivas Curriculares para a Licenciatura em Filosofia " e apresentei algumas ideias e critérios que poderiam ser levados em conta nas ações de reformulação de nossa Licenciatura em Filosofia. Esse é o tema do texto a seguir, que visa também colaborar com os debates sobre o tipo de reforma curricular que queremos para a nossa Licenciatura.

" Qual ensino médio, qual filosofia? " (e menos Platão, mais Hannah Arendt?) @BULLET

O texto faz uma comparação da "crise das esquerdas" com algumas situações da "crise do ensino de ... more

E não é assim que a Filosofia é mais uma coisa de amor?

Alguns argumentos para ajudar no debate sobre a questão do tipo de presença curricular da Filosof... more

Filosofia, Ensino e o Mestrado Profissional em Filosofia

O texto apresenta uma proposta de periodização da história recente da presença curricular da filo... more

Iris Murdoch, ética e linguagem

Memória e Mente (2002)

Quanto à minha memória, só funciona num sentido -observou Alice. -Só posso me lembrar de coisas q... more

Pragas de Primavera: democracia com teu desafeto ou ditadura com teu predileto?

Ninguém se deve ter por seguro nesta vida que toda ela se chama tentação. Santo Agostinho, Confis... more

Avanços e impasses na formação do professor de Filosofia

Há uma evidência que se impõe na atual conjuntura brasileira: a educação finalmente entrou de for... more Há uma evidência que se impõe na atual conjuntura brasileira: a educação finalmente entrou de forma consistente na agenda da política e da imprensa. Nos anos oitenta, a cena foi ocupada pelo processo de redemocratização do país; os anos noventa foram dominados pelos esforços de controle do processo inflacionário que o país viveu; a entrada no século vinte colocou no palco o desafio da inclusão social; e junto a esse processo, no final da primeira década, a educação foi promovida a tema essencial do cotidiano dos meios de comunicação e da política brasileira. !

Crianças não cuidam de si/2003

Quais são as características da criança e do adolescente que levamos em conta na hora de pensar o... more Quais são as características da criança e do adolescente que levamos em conta na hora de pensar o currículo de filosofia? Dizendo de outra forma, quais são as diferenças entre ser criança e ser adolescente que contam para nós, enquanto planejadores de atividades didáticas de filosofia? Quais as diferenças, em termos de atividades, conteúdos, materiais, abordagens, que refletem nossas concepções do que é ser criança e do que é ser adolescente?

Em favor do comum: estudo sobre a formação da filosofia da linguagem comum

Steinen e a abstração dos números.

Este arquivo contém o capítulo XV do livro de Karl von Steinen, "Entre os Aborígenes do Brasil Ce... more Este arquivo contém o capítulo XV do livro de Karl von Steinen, "Entre os Aborígenes do Brasil Central", de 1894. A versão integral do livro pode ser encontrada em Internet Archives. Fiz alguns poucos ajustes na grafia de algumas palavras. Introduzi ênfases em algumas expressões, por meio de cores. Depois de ler esse texto pensei que ele pudesse interessar os meus colegas que se ocupam com ciências formais e enativismo. Não menos importante para mim é a naturalidade com que Steinen usa expressões como “linguagem digital” e “gestos digitais”, em um texto de 1894. Da mesma forma, ele fala da mão humana como uma “máquina de calcular”. A cognição humana, diz ele, está ligada aos nossos usos do corpo humano, e a “história do espírito humano” somente pode ser bem compreendida se prestamos atenção à vida cotidiana desses povos que vão sendo condenados ao desaparecimento, sugere ele. Há uma linha de investigação no enativismo que estuda a relação dos dêiticos com a corporificação da cognição. Esse texto de Steinen é, na minha modesta opinião, um legítimo antecessor desses estudos

Material didático: aulas de filosofia contemporânea

Em 2016 ofereci uma disciplina de História da Filosofia Contemporânea para o Curso de Bacharelado... more Em 2016 ofereci uma disciplina de História da Filosofia Contemporânea para o Curso de Bacharelado em Filosofia da UFSM. O pedido veio de uma turma de estudantes com interesses razoavelmente definidos. Este arquivo contém as anotações que eu distribuí. Elas incluem notas pessoais e alguns resumos, e transcrições de textos dos autores que estudamos. Não fiz revisão no texto. (Ronai Rocha, março de 2023)

Notas de Aula para um Curso sobre Antropologia Filosófica

Da proposição ao jogo de linguagem

No conjunto de questões que a filosofia tem tratado ao longo de sua história um lugar de honra é ... more No conjunto de questões que a filosofia tem tratado ao longo de sua história um lugar de honra é ocupado pela discussão dos limites e possibilidades do conhecimento. Um livro como o Tractatus Logico-Philosophicus aborda pois, o que há de mais legítimo na filosofia, pois trata dos limites do pensamento, ou, nas palavras de Wittgenstein no prefácio, com a questão do limite da expressão do pensamento. E é por ocupar-se com os limites e com o possível para o pensamento que o Tractatus vai discutir um tema que é igualmente tradicional na filosofia: o que pode ser considerado essencial no mundo ?

A motocicleta de Heidegger e o porco de Austin

Uma introdução ao tema do contextualismo no Tractatus

I Para toda uma tradição filosófica, frisada especialmente pelos modernos, o hífen do título do T... more I Para toda uma tradição filosófica, frisada especialmente pelos modernos, o hífen do título do Tractactus Logico-Philosophicus representa uma impropriedade; afinal, não esteve a lógica sempre em bom estado desde Aristóteles? Porque então vincula-la de maneira substantiva à filosofia, ao ponto de fazer das duas uma? O bom e correto valor da lógica consistia, por exemplo, na organização de conhecimentos já obtidos. Ninguém menos do que Kant assegurava que a lógica já estava no caminho seguro da ciência (CRP, B, viii). Ela exigira apenas pequenos ajustes de expressão, em muitos séculos de existência. Na presença desta certidão kantiana, não podemos então, estranhar o alheamento de muitos filósofos em relação à lógica, bem como o fato de que ela foi renovada principalmente graças ao trabalho de matemáticos e não de filósofos de carreira. Ciência de limites precisos, a lógica ocupava-se com as "regras formais de todo o pensamento" e limitava-se a isso. Daí ser propedêutica ao conhecimento do que quer que seja. A lógica, no entender de Kant, não comporta um hífen que a engaste em outra disciplina (CRP, B, ix). À luz desta tradição o hífen do título do Tractatus representa uma nova atitude, pois contém a proposta de união entre lógica e filosofia. Resta a pergunta: este novo composto deixará intactas as partes que o integram? A história da lógica, no século dezenove, parece confirmar o alheamento dos filósofos em relação a ela. Na avaliação de Baker e Hacker (1984: 32ss), o trabalho de reinvenção da lógica a partir da segunda metade do século XIX até o início do século XX foi executado principalmente por matemáticos, como George Boole, De Morgan, Jevons, Venn, Huntington, Peirce e Schroder. A esta lista somam-se os nomes de Frege e Russell, cujo prestígio intelectual inicial deve-se a trabalhos que discutiam os fundamentos da matemática. Se levamos em conta que o Tractatus surge exatamente neste ambiente frego-russeliano, devemos desconfiar que não se trata ali de lógica, simplesmente. Nele não se trata do estudo de relações entre entidades abstratas, independentemente da linguagem, muito menos do estudo das leis do pensamento. O interesse de Wittgenstein pela lógica ia mais longe que o de seus pares, pois ele a via como a "investigação das formas fundamentais de qualquer sistema de representação simbólica":

Um nó na educação

Há tanta coisa que pode ser chamada de "educação" que deveríamos desconfiar que as definições del... more

O símbolo nada faz sem o ícone

Em De Anima, entre 403 e 413, Aristóteles faz uma descrição da alma humana e conclui que ela "não... more Em De Anima, entre 403 e 413, Aristóteles faz uma descrição da alma humana e conclui que ela "não é separada do corpo." 1 Na maioria dos casos a alma nada sofre ou faz sem o corpo, como, por exemplo, irritar-se, persistir, ter vontade e perceber em geral; por outro lado, parece ser próprio a ela particularmente o pensar. 2 O modelo é bem conhecido. A alma é composta por três níveis. O nível básico é o nutritivo ou vegetativo; a alma intermediária é a sensitiva e alma superior é a racional. O nível básico é uma condição necessária para o nível intermediário e estes dois são condições necessárias para o nível racional. Segundo esse modelo as relações entre os níveis não são de simples acréscimo ou acumulação. O nível mais alto impacta a forma de funcionamento do nível anterior e assim nenhum deles pode ter seu funcionamento explicado exclusivamente em seus próprios termos. Nessa descrição a alma nada faz ou sofre sem o corpo porque no modo de operação da alma racional há uma presença substantiva dos níveis anteriores. O tema é intrigante até hoje, como se vê pela constante renovação dos debates sobre o problema da relação mente-corpo. O ponto que quero indicar nessa nota tem uma certa similaridade com o modelo de Aristóteles e pode ser sintetizado na seguinte frase: o símbolo nada faz sem o ícone. O ícone, por assim dizer, dá corpo ao símbolo. Vamos agora ligar Aristóteles a Peirce. Peirce sugeriu uma distinção que se tornou clássica no que diz respeito à relação dos signos com suas denotações. Os ícones são os signos que estão por algo mediante uma relação de similaridade e isso inclui coisas como imagens, diagramas e metáforas; os índices estão por algo mediante relações de contiguidade, correlações ou conexões causais, e isso inclui coisas como os dêiticos e as relações de causalidade; os símbolos representam por meio de convenções ou regras e o exemplo tradicional é o da linguagem humana. A assimetria das caracterizações por vezes gera um desconforto didático. O símbolo, ao ser apresentado mediante expressões como "convenção" e "arbitrariedade" pode dar a impressão que se trata de um signo cuja capacidade referencial tem problemas de aterramento. Minha proposta, nesta nota, é um exercício didático para uma compreensão das relações internas entre os tipos de signos, do ponto de vista da relação denotativa e da dimensão material da linguagem. O exercício consiste em projetar a classificação dos signos em Peirce sobre o modelo da alma de Aristóteles, para então sugerir que os símbolos nada são e nada fazem sem os índices e os ícones. Dada a simplicidade do exercício não vou examinar nessa nota a distinção entre "ser" e "fazer", que pode revelar assimetrias na relação de dependência dos símbolos, que é variável, dependendo das características dos mesmos. Penso aqui na diferença de modo de funcionamento dos sistemas formais e da 1 De Anima, 413a4. 2 De Anima, 403a3.

Filosofia é uma coisa que discute filosofia

Cerletti (2009) afirma que a filosofia é um saber cuja identificação não é consensual, e que isso... more

Pedagogia, Controle Simbólico e Identidade. Capítulo 2 - O dispositivo pedagogico - Basil Bernstein

Segundo capítulo do livro de Basil Bersntein, Pedagogia, Controle Simbólico e Identidade, de Basi... more

Pedagogia, controle simbólico e identidade. Capítulo 2 - O dispositivo pedagógico - Basil Bernstein

Tradução do segundo capítulo do livro de Basil Bernstein, Pedagogia, Controle Simbólico e Identid... more

Pedagogia, Controle Simbólico e Identidade. Capítulo 2 - O dispositivo pedagógico - Basil Bernstein

Segundo capítulo do livro de Basil Bernstein, "Pedagogia, Controle Simbólico e Identidade". Esta ... more

Estudos curriculares saida e voz na adolescencia

Carol Gilligan é autora de In a Different Voice, publicado em 1982 e considerado um dos livros ma... more Carol Gilligan é autora de In a Different Voice, publicado em 1982 e considerado um dos livros mais importantes nas humanidades a partir de então. Este livro não foi traduzido para o português. Em 1986 ela escreveu um texto para um livro sobre Albert Hirschman, onde retomou e resumiu algumas das teses centrais de Em uma voz diferente. Este livro foi publicado no Brasil em 1988 com o título de Desenvolvimento e Política e Aspirações Sociais (São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 1988) e teve pouca circulação. Ao digitar o texto, tomei a liberdade de introduzir micro-correções (gralhas, etc.). A tradução é de Evelyn Kay Massard. Disponibilizo o texto para usos didáticos, sem fins comerciais. Ele servirá de inspiração para nossos debates sobre a questão dos critérios que levamos em conta no planejamento curricular para o ensino de filosofia nas escolas de ensino médio. Nossas questão-guia é: se você é professor de ensino médio, o que já estudou sobre adolescência? E o que esses estudos inspiram na hora de pensar sobre o que fazer em nossas aulas? (RR)