
Maria Aparecida Barbosa
Professora da Universidade Federal de Santa Catarina. Tradutora de literatura de expressão alemã. Mestrado e doutorado pela Universidade Federal de Santa Catarina. A tese "A loucura, o Crime e a Arte de Cardillac" integra análise e tradução da literatura de E. T. A. Hoffmann". Possui graduação em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (1987). Entre 1993 e 1995, cursou Theater- Film- und Fernsehwissenschaft na Universität zu Köln, na Alemanha (incompleto). Em 2012 realizou estágio pós-doutoral na Westfälische Wilhems-Universität Münster sobre Modernismo e Movimentos de Vanguarda (palavras-chave: Carl Einstein, Ivan Goll, Dadaísmo, Poesia: artes plásticas), o que redundou em organização, tradução, posfácio do livro "contos Mércio", de Kurt Schwitters. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Comparada, atua principalmente no âmbito da linguagem poética em prosa e poesia, na Literatura Comparada, nas Literaturas Estrangeiras Modernas. Membro do Programa de Pós-Graduação em Literatura e da Pós-Graduação em Estudos da Tradução, da UFSC, com os projetos de pesquisa: poesia de Ivan Goll, Walter Benjamin como crítico literário.
Address: Florianópolis, Santa Catarina, Brazil
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Papers by Maria Aparecida Barbosa
›King Kongs Töchter‹. Mit einer Einführung von Karina Schuller«.
Este número temático Troca de olhares se constitui tanto de estudos sobre versões já disponíveis, como de indagações concernentes a traduções em processo, e a edição pretende servir de guia a iminentes projetos de tradução situados entre as duas línguas. Uma coleção, portanto, mas em desalinho natural e avessa à pretensão de completude, de definitude! Reunindo a exigência acadêmica de exercício metodológico e sistemático ao desejo de fomentar diálogos entre os pares dedicados à pesquisa e à tradução literária no interstício proposto, a organização acontece no ínterim de confinamento físico e gradual aproximação social virtual, tendência nas atuais circunstâncias. As relações históricas e culturais entre os povos do idioma português-brasileiro e os do alemão têm uma contemporaneidade larga. Seria possível estendê- la até Hans Staden, figura arquetípica dessa reciprocidade, uma vez que a imagem autêntica e histórica das cerimônias dos índios antropófagos, legada com o texto escrito e as ilustrações originais do seu relato sobre o Brasil de 15571, se reverte simbolicamente durante o modernismo brasileiro ao princípio da antropofagia cultural. As passagens de povos germânicos pelas terras brasileiras tiveram acentos diversos; em certos casos, mais que incidentais ou episódicas, instauraram mudanças definitivas da natureza física e humana. O Barão de Eschwege empreendeu pesquisas geognósticas
1 BREMER, Georg. Die unerhörten Abenteuer der deutschen Konquistadoren Hans Staden und Ulrich Schmidel. Zürich: Schweizer Verl.-Haus, 1996.
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Werner L. Heidermann & Maria Aparecida Barbosa
e topográficas, e das riquezas minerais brasileiras - diamante, ouro e outros2, o zoólogo Johann Baptiste von Spix e o botânico Martius Staden, autores de referências científicas canônicas, são exemplos do interesse europeu inicialmente voltado às formas naturais (solo, clima, fauna e flora) para posteriormente se conscientizar da literatura brasileira3. Sabe-se que Os sermões do Padre António Vieira (1608-1697) foram traduzidos em 1862 por Franz Joseph Schermer e há várias versões desde o decurso do século XIX, tanto do poema “A canção do exílio”, de Gonçalves Dias, como também dos romances indianistas de José de Alencar para a língua alemã.
A partir de 1820, com a independência política e as correntes migratórias da Europa rumo ao Brasil, a tradução assume papel fundamental no convívio de povos de culturas diversas. No período entre 1933 e 1945, o Brasil acolheu um contingente expressivo de refugiados em decorrência das perseguições do nazismo, entre eles intelectuais ligados à literatura, às artes e à ciência.4
O fluxo de judeus, alemães, austríacos e de tantas outras origens, que tinham em comum a língua alemã e à terra brasilis imigraram, resultou em transformações culturais e contribuiu para expandir os horizontes literários brasileiros e aprimorar as metodologias de estudo, comparação, criação. Os entreolhares se invertem, quando agora os jovens poetas migrantes difundem a poesia brasileira em Luxemburgo, na Alemanha, na Suíça.
Hoffmann, E. T. A. O ourives Cardillac e a Senhorita de Scudery. Notas e dois posfácios: estudo literário e estudo da tradução.
Este número temático Troca de olhares se constitui tanto de estudos sobre versões já disponíveis, como de indagações concernentes a traduções em processo, e a edição pretende servir de guia a iminentes projetos de tradução situados entre as duas línguas.
A LITERATURA DE EXPRESSÃO ALEMÃ NO BRASIL E A LITERATURA BRASILEIRA EM ALEMÃO EM TRADUÇÃO
Este número temático Troca de olhares se constitui tanto de estudos sobre versões já disponíveis, como de indagações concernentes a traduções em processo, e a edição pretende servir de guia a iminentes projetos de tradução situados entre as duas línguas. Uma coleção, portanto, mas em desalinho natural e avessa à pretensão de completude, de definitude!
"Num gesto de protesto e advertência, queremos nos posicionar aqui, neste livro, em nosso gesto de erguê-lo hoje, qual o de Lúcio Cardoso, contra uma política que tem buscado sufocar cada vez mais todo o setor educacional no Brasil. Estamos convencidos de que um livro pode servir de símbolo da urgência e da premência do despertar, feito o gesto solidário e inconforme que o escritor Lúcio Cardoso certa vez empreendeu: o gesto de erguer o livro como uma espada desembainhada apontando com toda a clareza à prioridade da educação.
Levantar bem alto um livro!
Publicamos este livro sobre os projetos de pesquisa que desenvolvemos em literatura, estética, teoria literária e teoria da arte. E contamos com a participação de parceiros sediados em outras instituições acadêmicas nacionais e internacionais, num diálogo que transcende muros e fronteiras! E este livro é um protótipo; haverá outros, para os quais você, professor-pesquisador, está convidado a se manifestar!
Dentro do romance sobre a viagem de autoconhecimento do jovem Heinrich von Ofterdingen, de 1802, o personagem-poeta Klingsohr conta ao anti-herói a narrativa que trata do ideal simbólico da poesia romântica. A Flor Azul tem seu enredo situado na Idade Média. Entre imagens simbólicas, mitológicas, ação e enigmas, as personagens são metáforas que sustentam o embate entre a Fábula (Poesia) em busca de Eros (Amor). O objetivo desse périplo é fazer frente à História (Pensamento) para, finalmente, salvar o mundo rumo ao sublime, à comunhão.
Em tradução de Maria Aparecida Barbosa e com prefácio de Claudio Willer, ilustrações de Rodrigo de Haro, A Flor Azul, em edição única, revela a força da narrativa que foi capaz de romper com a tradição alemã do período e fundar um novo paradigma literário.
Tradutora: Maria Aparecida Barbosa.
- Roma, século XVIII. Às vésperas do carnaval, Giglio Fava, um ator vaidoso e pé-rapado, e Giacinta Soardi, uma linda costureira, rompem seu namoro. Ele deseja mais, é claro: nada menos que uma princesa. Mas, graças à intervenção do mago Celionati, a história toma rumos inesperados. Rumos que dizem respeito não apenas aos destinos desses dois, mas à maneira de pensar e viver o teatro, a arte e a vida. Será que devemos apenas representar os papéis que nos são atribuídos (por um autor ou pela sociedade)? Ou será mais nobre – e, sobretudo, mais divertido – exercermos a liberdade de brincar, de jogar, de improvisar (com o público ou com a vida)? O leitor encontrará uma linda resposta a essa pergunta em Princesa Brambilla. Mas, acima de tudo, há de se emocionar e de se divertir intensamente.
Composta a partir de gravuras de Jacques Callot (1592-1635) feitas a partir das máscaras do carnaval italiano, a Princesa Brambilla, publicada em 1820, é uma declaração de amor à Commedia dell’arte.
Programa de Pós-Graduação em Literatura integra um projeto mais amplo que culminou com os debates do Colóquio ocorrido na UFSC em junho de 2013. Pôr em obra as edições dos anais (disponível em http://colecoesliterarias.blogspot.com.br) e dos relevantes diálogos
ulteriores, que vêm incessantemente reinscrevendo nossa seleção de textos e redesenhando nossas posições, se mostra uma empresa sísifa. Das bordas do previsível, portanto, emergem esses novos artigos resultantes de inserções vicinais.
A difusão das fronteiras entre realidade e ficção, a intertextualidade com seus contemporâneos (inclusive “emprestando” personagens de outros autores), o teor filosófico com que envolve seus temas fantásticos e de horror: essas são algumas marcas de Hoffmann que tiveram grande influência na literatura alemã posterior a ele. Sobre o princípio que permeia esta edição, o prefácio da organizadora, citando o autor, explica: “a poesia deve estar imbuída de fecunda fantasia, as personagens cheias de vida devem ter feições plásticas delineadas de modo a envolver com força mágica [...]”.
o projeto de estudo sobre a linguagem concisa, tanto no que concerne a poesia e as artes plásticas, bem como a suas respectivas críticas, partindo do breve romance-poema (como o leio) Bebuquin ou os diletantes do milagre e deste livro - Die Kunst des 20. Jahrhunderts (A Arte do Século 20) -, prevê etapas posteriores acerca das relações de poesia e artes plásticas com a etnologia, com base nos artigos publicados na Revista Documents (Paris, 1929-1930). Esse projeto em andamento advém do interesse por textos poéticos e artes africanas que subverteram certos valores racionais de cultura, despertando para além da literatura de prerrogativa canônica etnocêntrica a textos de outros povos. Simultânea e paulatina aproximação sucedia à linguagem poética hermética dos loucos, à linguagem simples das crianças.
MITO
Coordenação: Georg Otte (UFMG) e Maria Aparecida Barbosa (UFSC)
O mito ocupa um lugar importante nos mais variados textos de Walter Benjamin, tanto
nos seus ensaios sobre Johann Jakob Bachofen e as Afinidades Eletivas de Goethe,
quanto em “Sobre a crítica da violência”. Também nas Passagens, a dialética metafórica
que Benjamin estabelece entre os séculos XIX e XX, que estaria marcada pela oposição
entre o sonho e o despertar, não faltam referências explícitas ao mito. Assim, o
capitalismo do século XIX estaria acompanhado por uma “reativação das forças
míticas” (fragmento K 1a,8) e o despertar estaria associado ao “agora da
cognoscibilidade” (N 3a, 3), ou seja, Benjamin parece retomar com sua metáfora do
son(h)o e do despertar a velha luta entre mithose logos, defendendo, em última instância,
o avanço do “machado afiado da razão” para livrar o solo “do matagal do desvairio e
do mito”. (N 1,4) Essa postura aparentemente iluminista, que, no entanto, substitui os
conceitos pelas metáforas e estaria em contradição com a posição defendida por Adorno
e Horkheimer na Dialética do esclarecimento, onde a razão (instrumental) é
responsabilizada pelas catástrofes ocorridos no século XX, contrasta com o interesse que
Benjamin demonstra em elaborar temáticas no âmbito do mito e procedimentos de ordem
mítica que se evidenciam na própria narrativa, como mostra em seu ensaio “O
narrador”. Este Simpósio se propõe, portanto, a examinar as ambivalências entre o
interesse evidente por questões do mito e seu questionamento a partir de uma postura
crítica.
À Ana Luiza.
O Programa de Pós-Graduação em Literatura e a Pós-Graduação em Estudos da Tradução da Universidade Federal de Santa Catarina promovem este evento, transmitido pelo canal "LiLiA - Núcleo de estudos de Literatura em Língua Alemã" no YouTube, aberto à participação de ouvintes. O evento marca os 80 anos da morte de Walter Benjamin, cujo legado literário, todavia, permanece vivo, ampliando o pensamento, a reflexão crítica, a humanidade.
Abertura: Carlos Eduardo Schmidt Capela, Coordenador do PPGLit. (03:14)
Apresentação da efeméride por Georg Otte (UFMG) e Susana Kampff Lages (UFF). (16:30)
Mesa-redonda:
“Gestos e Constelações: das resenhas de Benjamin sobre a obra de Max Kommerell”, Maria Aparecida Barbosa (UFSC) (57:36)
“Programa da literatura por vir, experiência do inexperienciável”, Helano Jader Ribeiro (UFPB) (1:28:54)
“Cartas ao humanismo. Walter Benjamin e um projeto de educação para a juventude”, Susana Scramim (UFSC) (1:55:40)
"Walter Benjamin na literatura contemporânea: os casos de Katja Petrowskaja e Nora Krug", Kelvin Falcão Klein (UNIRIO) (2:33:25)
"Um nordeste benjaminiano com Freyre: (des)assombramentos culturais", Ana Luíza Andrade (UFSC) (2:59:00)
Bebuquin: Os Diletantes do Milagre ou A Petrificação barata
Bebuquin: Die Dilettanten des Wunders oder Die billige Erstarrnis
Carl Einstein
O texto: Escrita originalmente entre 1906-09 e publicada parcialmente na revista Die Opale, em 1907, no texto “Herr Giorgio Bebuquin”, teve sua primeira edição em 1912, inicialmente em série, na revista Die Aktion, e logo em livro, sob o título de Bebuquin oder die Dilettanten des Wunders e Aktionsbücher der Aeternisten, em 1917. É a primeira obra de Carl Einstein atribuída à prosa absoluta, dedicada a André Gide e influenciada por Gottfried Benn, considerada ora a precursora do dadaísmo, ora a do cubismo, por ser um romance onde não há descrição atmosférica, curso de ações compreensíveis ou figuras delineadas. Na peça, há três personagens: Giorgio Bebuquin e Nabucodonosor Böhm, que declamam numerosas teses filosóficas e que morrem por suas convicções, e a Senhorita Euphemia, com quem se relacionam de maneiras diferentes.
Texto traduzido: Einstein, Carl. “Erstes Kapitel”. In. Bebuquin Die Dilettanten des Wunders oder Die billige Erstarrnis. Ein Vorspiel. Stuttgartt: Reclam, 1986.